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autônomo
Apresentação
O sistema nervoso autônomo é uma das divisões funcionais do sistema nervoso e tem essa
denominação por gerar respostas autônomas, isto é, independentemente da nossa vontade. Ele
envolve respostas como o controle da temperatura e as funções cardiovasculares e respiratórias e
atua através do sistema nervoso simpático e parassimpático.
Nesta unidade de aprendizagem você irá conhecer mais sobre a anatomia do sistema nervoso e
suas ações, sendo capaz de relacionar os nervos e gânglios estão relacionados à inervação de cada
órgão.
Bons estudos.
• Identificar a anatomia dos sistemas nervoso simpático e parassimpático e suas relações com a
medula espinal e os nervos espinais;
• Identificar através de quais gânglios e nervos dos sistemas simpático e parassimpático os
órgãos são inervados;
• Descrever as ações do sistema nervoso autônomo.
Desafio
Você é um profissional da área da saúde e foi convidado a escrever um capítulo de um livro sobre
anatomia clínica. Os capítulos sempre partem de um caso clínico, seguido de algumas perguntas e
revisão anatômica relacionada ao caso relatado. O capítulo é sobre sistema nervoso autônomo e o
caso clínico é o seguinte:
3. O efeito desse medicamento será nos brônquios do paciente. Qual o efeito esperado,
broncoconstrição ou broncodilatação?
Acompanhe no infográfico a estrutura envolvida no sistema nervoso autônomo através das partes
simpática e parassimpática.
Conteúdo do livro
O sistema nervoso autônomo é parte do nosso sistema nervoso que comanda uma infinidade
funções que fogem ao nosso controle racional e a nossa vontade. É através dele, que a nossa
digestãoé controlada, que a nossa pressão é alterada, que os nossos batimentos cardíacos
diminuem, e que conseguimos agir perante a uma situação de perigo iminente.
No capítulo "Sistema nervoso: sistema nervoso autônomo", você irá aprender o que de fato é o
sistema nervoso autônomo, de que forma ele é subdividido, como se comunicam os gânglios e
nervos com os órgãos efetores, e quais são as ações do sistema nervoso autônomo simpático e
parassimpático.
Bons estudos!
ANATOMIA GERAL
Sistema nervoso:
sistema nervoso
autônomo
Francine Luciano Rahmeier
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
O sistema nervoso é a parte do nosso organismo que comanda todas as nossas
funções, inclusive aquelas sobre as quais não temos controle consciente. Seria
impossível um ser humano se manter atento o tempo todo a funções básicas
de respiração, batimentos cardíacos, ajuste de pressão sanguínea e secreção
de glândulas. Por esse motivo, existe uma parte do nosso sistema nervoso,
chamada sistema nervoso autônomo, que é quem domina todas as funções
que independem da nossa vontade, recebendo estímulos do ambiente para
que esse controle seja feito de forma equilibrada para o nosso bem-estar.
2 Sistema nervoso: sistema nervoso autônomo
Neste capítulo, você vai descobrir como funciona o sistema nervoso autô-
nomo, de que forma ele é distribuído anatomicamente em sistemas nervosos
simpático e parassimpático, como os gânglios e nervos se comunicam com os
órgãos efetores e quais são as ações que estes dois sistemas provocam nos
órgãos-alvo.
SNAS
O SNAS é uma rede nervosa responsável por movimentos e ações mais esti-
mulantes, que provocam a mobilização de energia, deixando o indivíduo em
estado de alerta e pronto para “luta e fuga”. Esse sistema tem origem nos cor-
nos laterais da substância cinzenta da medula espinal, mais precisamente nos
12 segmentos torácicos (T1 até T12) e nos três primeiros segmentos lombares
(L1 até L3), onde estão situados os corpos celulares dos neurônios pré-gan-
glionares. Por esse motivo, o SNAS é também conhecido como sistema toraco-
lombar, enquanto os axônios dos neurônios pré-ganglionares são chamados
de efluxo toracolombar (TORTORA; DERRICKSON, 2016; NOURELDINE, 2019).
Os axônios pré-sinápticos simpáticos saem da medula através de fibras
dos ramos comunicantes brancos (fibras mielinizadas) até os gânglios pa-
ravertebrais do tronco simpático, que se dispõem numa fileira vertical per-
pendicularmente à coluna vertebral, de ambos os lados, e se estendem da
coluna cervical até o cóccix (MARTINI, 2009; TORTORA; DERRICKSON, 2016).
Ao todo, são cerca de três gânglios cervicais, 11 a 12 torácicos, dois a cinco
lombares e quatro a cinco sacrais, sempre aos pares (saindo de ambos os
lados da coluna), e um último gânglio coccígeno no final do tronco simpático,
onde as extremidades de cada lado se fundem para formar um único gânglio.
Esses gânglios situados na coluna cervical levam o nome de gânglios cervicais
superior, médio e inferior, enquanto o restante dos gânglios não recebe no-
menclatura. Pela proximidade dos gânglios com a coluna vertebral, os axônios
pré-sinápticos que fazem sinapse com a cadeia paravertebral geralmente são
curtos (Figura 1) (MARIEB, 2008; TORTORA; DERRICKSON, 2016).
4 Sistema nervoso: sistema nervoso autônomo
Fibras musculares
Coração atriais
Medula Nós SA e AV
espinal C1 Fibras musculares
Gânglio
cervical ventriculares
C2
superior
C3 Traqueia
Plexo cardíaco
C4 Gânglio
cervical Brônquios
C5
médio
C6
Gânglio Pulmões
C7
cervical
C8 inferior
Plexo
Pele T1 Fígado, vesícula
pulmonar
T2 biliar e ductos
T3 biliares
Nervo
T4 esplâncnico
T5 maior Estômago
Gânglio Colo Baço
T6 celíaco transverso
Pâncreas
T7 Gânglio
Glândula sudorífera
T8 aorticorrenal
Músculo liso do
folículo capilar T9 Nervo
esplâncnico Colo
T10 descendente
Vasos sanguíneos menor Colo
(cada tronco T11 Nervo ascendenteColo
esplâncnico
simpático T12 imo sigmoide
inerva a pele e Gânglio Reto
L1 Glândula
as vísceras) mesentérico suprarrenal
L2 superior
Rim
L3
L4 Gânglio Ureter
L5 renal
S1
Gânglios do Nervo
tronco simpático
S2 esplâncnico Gânglio
lombar mesentérico
(em ambos os lados) S3 inferior
S4
S5 Gânglios
pré-vertebrais
Coccígeos (fusionados)
Bexiga urinária Órgãos genitais Útero
externos
Plexo
hopogástrico
Figura 1. Sistema nervoso simpático e sua organização nervosa e ganglionar, bem como os
órgãos que são inervados por eles.
Fonte: Adaptada de Tortora e Derrickson (2016).
SNAP
O SNAP desempenha um papel mais inibitório, no intuito de preservar energia
e preparar o sistema para “descansar e digerir”. Esse sistema se origina entre
o segundo e o quarto segmentos sacrais (entre S2 e S4) da substância cinzenta
da medula espinal, formando os nervos esplâncnicos pélvicos, e também nos
núcleos de quatro nervos cranianos: núcleo de Edinger-Westphal do nervo
craniano oculomotor (N III na Figura 2); núcleo salivatório superior do nervo
facial (N VII na Figura 2); núcleo salivatório inferior do nervo glossofaríngeo
6 Sistema nervoso: sistema nervoso autônomo
Gânglio pterigopalatino
N III Gândula
lacrimal
Olho
Gânglio ótico
N X (vago) Coração
Pulmões
Baço
Pâncreas
Intestino
grosso
Nervos Intestino
pélvicos delgado
Reto
Medula Rim
espinal
Figura 2. Sistema nervoso parassimpático e sua organização nervosa e ganglionar, bem como
os órgãos que são inervados por eles.
Fonte: Adaptada de Martini (2009).
Sistema nervoso: sistema nervoso autônomo 7
Acetilcolina Noradrenalina
Músculo
liso (p.
Gânglio ex., no
Divisão
intestino)
simpática Acetilcolina Adrenalina e
Sistema noradrenalina
nervoso Vaso Glândulas
autônomo sanguíneo
Medula adrenal
Acetilcolina Músculo
Divisão cardíaco
parassimpática
Gânglio
Legenda:
Figura 3. Exemplificação das fibras nervosas dos sistemas simpático e parassimpático quanto
a suas estruturas, características e neurotransmissores envolvidos.
Fonte: Adaptada de Marieb (2008).
Sistema
Sistema simpático
parassimpático
(Continuação)
Sistema
Sistema simpático
parassimpático
Sendo assim, vamos conhecer nas próximas subseções quais são as prin-
cipais ações que cada um desses sistemas provoca no nosso corpo.
Sistema simpático
Mediante estímulo do sistema ativador reticular ascendente, a ativação sim-
pática provoca elevação do estado de alerta, sentimentos de ansiedade,
energia e euforia, diminuição da sensibilidade a estímulos dolorosos e re-
dução da percepção de perigo. Sobre os órgãos, esse sistema desencadeia
(MARIEB, 2008; MARTINI, 2009; TORTORA; DERRICKSON, 2016; NOURELDINE,
2019; SPLITTGERBER, 2021):
Sistema parassimpático
A ativação do sistema parassimpático, que contém todos os neurônios colinér-
gicos, provoca uma série de eventos que irão reduzir a atividade motora e o
estado de alerta do indivíduo, a fim de que ele comece a produzir mais ener-
gia, para repor tudo aquilo que é gasto. Para isso, o sistema parassimpático
ativa um modo de repouso para que a absorção de nutrientes e a digestão
sejam feitas adequadamente. Os principais efeitos desse sistema incluem
(MARIEB, 2008; MARTINI, 2009; SILVERTHORN, 2017; TORTORA; DERRICKSON,
2016; NOURELDINE, 2019; SPLITTGERBER, 2021; MARTINI, 2009):
Referências
MARIEB, E. N. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
MARTINI, F. H. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
NOURELDINE, M. Neuroanatomia básica e clínica: um guia clínico. São Paulo: Grupo
GEN, 2019.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
SPLITTGERBER, R. Snell neuroanatomia clínica. 8. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2021.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 16. ed. São Paulo:
Grupo GEN, 2016.
Leitura recomendada
SILVERTHORN, D. U. Divisão eferente do sistema nervoso: controle motor e somático. In:
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017. p. 358-371.
Dica do professor
O sistema nervoso simpático é responsável por ações involuntárias dos organismos como os
batimentos cardíacos, motilidade intestinal, constrição de vasos, dentre outros. Em situações de
estresse, há uma ativação intensa do sistema nervoso simpático, causando por exemplo, aumento
da frequência cardíaca. No contraponto está o sistema nervoso parassimpático, que após uma
situação de estresse, acalma o organismo, como por exemplo, diminuindo frequência cardíaca.
No vídeo da Dica do Professor, explica a organização dos dois sistemas que fazem parte do sistema
nervoso autônomo: o simpático e o parassimpático.
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Exercícios
1) Indique a alternativa que tem relação somente com o sistema nervoso simpático:
2) A maioria dos órgãos ou estruturas do corpo sofrem inervação tanto do sistema nervoso
simpático quanto do parassimpático. Indique a alternativa que contém uma estrutura que
sofre inervação simpática, mas não parassimpática.
A) Pulmões.
B) Rins.
C) Bexiga.
D) Glândulas sudoríparas.
E) Glândulas salivares.
A) Plexo esofágico.
B) Plexo cardíaco.
C) Plexo pulmonar.
A) Gânglios colaterais.
C) Medula suprarrenal.
D) Gânglios coccígeos.
A) Nervo trigêmio.
D) Gânglio celíaco.
E) Nervo vago.
Na prática
Tente lembrar-se das reações que você tem quando leva um susto.
Se você lembrou que ficou pálido e o coração disparou, você está certo. Quando algo nos ameaça, a
forma como o sistema nervoso responde é acionando o sistema nervoso simpático, que irá preparar
o corpo para lutar ou fugir da ameaça.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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