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5ª Aula Teórica_24.Outubro.2018
Ana Serralheiro
SUMÁRIO
1ª PARTE
- Sistema Nervoso Autónomo
- Definição e Caracterização
- Sistema Nervoso Autónomo vs Sistema Nervoso Somático
- Revisão Anatomofisiológica
• Constituição
• Localização
• Caracterização Anatómica, Histológica e Funcional
- Funções
- Mediadores e Co-mediadores Químicos
- Influxo Nervoso até aos Órgãos Efectores
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SUMÁRIO
2ª PARTE
- Farmacologia do Sistema Nervoso Parassimpático
- Síntese, Armazenamento e Libertação de Acetilcolina
- Receptores Colinérgicos
- Efeitos Mediados pela Acetilcolina
- Inactivação da Acetilcolina
- Mecanismos Gerais de Acção dos Fármacos Sobre o SNParassimpático
• Parassimpaticomiméticos vs Parassimpaticolíticos
- Acção pré-sináptica e pós-sináptica
Efeitos
Indicações Terapêuticas
Toxicidade
Contra-indicações
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1ª PARTE
John Langley
(Séc. XIX)
- Primeira definição do conceito de SNAutónomo para o
conjunto dos sistemas simpático e parassimpático, definindo o
seu significado: neurónios e fibras nervosas que transportam
eferências para todos os tecidos, excepto o músculo
esquelético.
• A inervação eferente de todos os outros tecidos é caracterizada pela
presença de dois neurónios que apresentam uma sinapse ganglionar
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SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO
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SN AUTÓNOMO vs SN SOMÁTICO
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SNA – ANATOMOFISIOLOGIA
ANATOMIA – COMPOSIÇÃO
Todas as vias nervosas vegetativas são interrompidas antes de atingirem os órgãos
efectores por meio de uma sinapse entre duas células nervosas que se localiza num
gânglio. Deste modo distinguem-se:
Neurónio pré-ganglionar – corpo celular numa célula do SNC
Neurónio pós-ganglionar – corpo celular localizado no gânglio
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SNA – ANATOMOFISIOLOGIA
ANATOMIA – LOCALIZAÇÃO
SNA – ANATOMOFISIOLOGIA
ANATOMIA – LOCALIZAÇÃO As fibras nervosas (pré-ganglionares) do
Sistema Parassimpático primeiro neurónio parassimpático estão
contidas em grande parte dos nervos
cranianos, provindo igualmente de alguns
segmentos da medula sagrada
Nervos
Órgão Efector
Pré-ganglionares
Músculo circular da íris e
Nervo Craniano III
músculo ciliar do olho
Glândulas lacrimais, nasais e
Nervo Craniano VII
salivares submaxilares
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SNA – FUNÇÕES
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SNA – FUNÇÕES
De uma forma geral, a função do SNA é a manutenção da homeostasia pela
regulação e integração das actividades vegetativas, algumas das quais apresentam
ritmos intrínsecos (ex: contracção cardíaca, actividade propulsiva GI)
SN AUTÓNOMO
SN SIMPÁTICO SN PARASSIMPÁTICO
Divisão E: Divisão D:
Exercício, Excitação, Digestão, Defecação
Emergência e Embaraço e Diurese
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SNA – FUNÇÕES
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SNA – FUNÇÕES
Sendo sistemas antagónicos, é necessário manter um balanço entre os dois
para que seja garantido um estado de equilíbrio dinâmico
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SNA – MEDIADORES QUÍMICOS
Igualmente entre as
terminações do nervo
esplâncnico e a medula
supra-renal
Excepção: Entre as
terminações das fibras pós-
ganglionares simpáticas e as
glândulas sudoríparas - Ach
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SNA – CO-MEDIADORES QUÍMICOS
Substâncias endógenas libertadas dos terminais nervosos vegetativos pelo influxo nervoso e que influenciam o efeito da
mediação química colinérgica e/ou adrenérgica, modulando a transmissão sináptica e/ou neuroefectora
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SNA – INFLUXO NERVOSO
TRANSMISSÃO DO INFLUXO NERVOSO ATÉ AOS ÓRGÃOS EFECTORES
1) Condução Axonial – Potencial de Acção
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SNA – INFLUXO NERVOSO
TRANSMISSÃO DO INFLUXO NERVOSO ATÉ AOS ÓRGÃOS EFECTORES
2) Libertação do Mediador Químico
A chegada do potencial de acção aos terminais nervosos condiciona a libertação do
mediador químico, previamente sintetizado e armazenado nos terminais nervosos,
promovendo a activação dos receptores vegetativos
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SNA – INTERESSE FARMACOLÓGICO
Os Fármacos podem intervir nas diversas fases do percurso do influxo
nervoso dos centros nervosos até aos órgãos efectores
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2ª PARTE
Acetiltransferase
Acetilcolina
↑Ca2+
4) Interacção Ach-Receptor
5) Degradação pela Acetilcolinesterase
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VAT, transportador de Ach vesicular
RECEPTORES COLINÉRGICOS
RECEPTORES COLINÉRGICOS
MUSCARÍNICOS NICOTÍNICOS
(activados pelo alcalóide da (activados pelo alcalóide da
Amanita muscaria – MUSCARINA) Nicotiana tabacum – NICOTINA)
M1 M2 M3
M4 M5
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RECEPTORES COLINÉRGICOS
(estriado)
(músculo esquelético)
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EFEITOS MEDIADOS PELA ACh
Terminações Pós-ganglionares Terminações Pré-ganglionares
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INACTIVAÇÃO DA ACETILCOLINA
Os mediadores químicos da actividade nervosa têm de ser rapidamente inactivados
sob pena de uma redução na capacidade de discriminação dos órgãos efectores entre
vários impulsos nervosos sucessivos
HIDRÓLISE
PARASSIMPATICOMIMÉTICOS PARASSIMPATICOLÍTICOS
Efeitos análogos ao SN Parassimpático Efeitos opostos ao SN Parassimpático
sobre os órgãos efectores impedindo as respostas normais
sobre os órgãos efectores
Acção Pré-sináptica Acção Pós-sináptica
Acção Pré-sináptica Acção Pós-sináptica
↑ Libertação de Ach Directos
Interferência na Bloqueio dos
Activação directa de síntese e libertação receptores
receptores muscarínicos de Ach muscarínicos
Indirectos
Inibição da AchE,
promovendo o ↑ [Ach] na
fenda sináptica, reforçando
assim os seus efeitos
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PARASSIMPATIMIMÉTICOS
FÁRMACOS PARASSIMPATICOMIMÉTICOS
Acção Pré-Sináptica
Acção Pós-Sináptica
muscarina, nicotina, pilocarpina,
Directos arecolina, metacolina, carbacol,
betanecol, aceclidina, lobelina
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PARASSIMPATIMIMÉTICOS DIRECTOS
Metacolina, carbacol, betanecol, aceclidina, pilocarpina
EFEITOS
As diferenças entre os efeitos dos diversos fármacos dependem essencialmente de:
o Afinidade para os receptores muscarínicos e nicotínicos
- Carbacol: afinidade para receptores nicotínicos
- Metacolina, betanecol, aceclidina e pilocarpina: acção apenas sobre os receptores
muscarínicos
o Actividade agonista total ou parcial
- Carbacol e betanecol: agonistas totais
- Pilocarpina: agonista parcial
o Resistência à hidrólise pelas colinesterases
- Carbacol e betanecol: lentamente hidrolisados por serem ésteres carbâmicos
- Aceclidina e pilocarpina: não possuem qualquer ligação éster
Os efeitos terapêuticos:
Aparelho Circulatório
Aparelho Digestivo
Vias Urinárias
Globo Ocular
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PARASSIMPATIMIMÉTICOS DIRECTOS
Metacolina, carbacol, betanecol, aceclidina, pilocarpina
EFEITOS
(facilitam o esvaziamento )
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PARASSIMPATIMIMÉTICOS DIRECTOS
Metacolina, carbacol, betanecol, aceclidina, pilocarpina
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
Taquicardia Paroxística Supraventricular
Íleo Paralítico (paresia do músculo liso intestinal) Pós-operatório de intervenções
Retenção Urinária (paresia das vias urinárias) cirúrgicas abdominais
Glaucoma: pilocarpina e aceclidina
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PARASSIMPATIMIMÉTICOS DIRECTOS
Metacolina, carbacol, betanecol, aceclidina, pilocarpina
TOXICIDADE
Em caso de administração de doses excessivas – Activação dos receptores
colinérgicos do tipo muscarínico
↑ Secreções (salivar, sudorípara, brônquica e lacrimal)
Estimulação do tubo digestivo (náuseas, vómitos, cólicas, diarreia)
Depressão circulatória (bradicardia, hipotensão)
Broncoconstrição e dispneia
Miose e espasmo de acomodação (visão turva ao longe)
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PARASSIMPATIMIMÉTICOS DIRECTOS
Metacolina, carbacol, betanecol, aceclidina, pilocarpina
CONTRA-INDICAÇÕES
Χ Asma Brônquica (broncoconstrição e ↑ secreções brônquicas)
Χ Hipertiroidismo (fibrilhação auricular)
Χ Insuficiência Coronária (hipotensão com ↓ perfusão miocárdica)
Χ Úlcera Péptica (↑ secreção gástrica)
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PARASSIMPATIMIMÉTICOS INDIRECTOS
Fisostigmina, eserina, neostigmina, edofónio, donazepilo,
rivastigmina, malatião, paratião, gás sarin
Inibição* das enzimas capazes de destruir a Ach, promovendo
a sua acumulação em maior quantidade e durante mais tempo
ao redor dos receptores → Potenciação dos efeitos da Ach
sem acção directa sobre os receptores
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PARASSIMPATIMIMÉTICOS INDIRECTOS
Gás sarin
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PARASSIMPATIMIMÉTICOS INDIRECTOS
Gás sarin
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PARASSIMPATIMIMÉTICOS INDIRECTOS
Fisostigmina, eserina, neostigmina, edofónio, donazepilo,
rivastigmina, malatião, paratião, gás sarin
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
Íleo Paralítico (paresia do músculo liso intestinal): neostigmina
Retenção Urinária (paresia vesical): neostigmina
Glaucoma: eserina
Miastenia Gravis (falta de força por perturbação ao nível da transmissão
neuromuscular): neostigmina, piridostigmina, ambenónio [potenciação dos efeitos
nicotínicos]
Doença de Alzheimer (deficiência de neurónios colinérgicos funcionantes no núcleo
laterobasal): fisostigmina, donezepilo e rivastigmina
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PARASSIMPATIMIMÉTICOS INDIRECTOS
Fisostigmina, eserina, neostigmina, edofónio, donazepilo,
rivastigmina, malatião, paratião, gás sarin
TOXICIDADE
Resulta do bloqueio quase total das enzimas responsáveis pela inactivação da Ach, sendo a
sintomatologia dependente da acumulação de quantidades excessivas de Ach em vários locais do
organismo. O quadro tóxico é particularmente intenso e grave com os inibidores irreversíveis
Miose e Espasmo de acomodação
Hipersecreção nasal (rinorreia) e brônquica
Náuseas, vómitos, cólicas, diarreia
Sudação
Fasciculações musculares, fraqueza muscular (músculos respiratórios) – intoxicações
graves devido à activação de receptores nicotínicos
Ansiedade, agitação, perturbações de memória, alterações na fala, convulsões e
coma
Morte (por falência respiratória e cardíaca)
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PARASSIMPATICOLÍTICOS
FÁRMACOS PARASSIMPATICOLÍTICOS
Acção Pré-Sináptica
hemicolínio, troxónio
Bloqueio Transporte Colina
trietilcolina
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PARASSIMPATICOLÍTICOS
Toxina Botulínica “BOTOX”
Acção
Pré-Sináptica
Pirenzepina
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PARASSIMPATICOLÍTICOS
Atropina, escopolamina, butilescopolamina, pirenzepina,
telenzepina, propantelina, ipatrópio, tiotrópio, glicopirrolato
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS
Úlcera Péptica (↓ secreção gástrica): pirenzepina
Pancreatite Aguda (↓ secreção pancreática): metantelina e propantelina
Cólicas e Espasmos
Espasmo Vesical e Incontinência: oxibutinina
Asma Brônquica (broncodilatação): brometo de ipatrópio
(Midríase): cloridrato de homatropina, cloridrato de ciclopentolato, tropicamida,
atropina
Doença de Parkinson (↓ tremor e sialorreia): triexifenidilo, benztropina, prociclidina
Enjoo do Movimento: escopolamina
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PARASSIMPATICOLÍTICOS
Atropina, escopolamina, butilescopolamina, pirenzepina,
telenzepina, propantelina, ipatrópio, tiotrópio, glicopirrolato
TOXICIDADE
Efeitos Centrais Efeitos Periféricos
Excitação Secura de boca, pele e mucosas
Agitação psicomotora Perturbações visuais (impossibilidade de
Confusão mental ver ao perto)
Delírio Midríase e fotofobia
Descoordenação motora Taquicardia
Convulsões Retenção urinária e distensão
abdominal
Atraso esvaziamento gástrico
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PARASSIMPATICOLÍTICOS
Atropina, escopolamina, butilescopolamina, pirenzepina,
telenzepina, propantelina, ipatrópio, tiotrópio, glicopirrolato
CONTRA-INDICAÇÕES
Χ Glaucoma (↑ pressão intra-ocular)
Χ Hipertrofia Prostática (retenção urinária)
Χ Asma Brônquica associada a hipersecreção brônquica
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