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São características dos medicamentos biológicos e de biotecnologia grande peso

molecular e a variabilidade biológica.

Apesar da variabilidade biológica ser uma característica dos medicamentos de


biotecnologia não pode existir a variabilidade entre lotes. Falsa

É uma vantagem relativa dos medicamentos de biotecnologia face aos biológicos


disponibilidade de produto.

A escolha do sistema de expressão para a preparação de um anticorpo monoclonal


depende de natureza da proteína e do seu uso terapêutico.

A quantidade de glucose adicionada pode ser critica para a produção da proteína


terapêutica. Verdadeiro

No protocolo de fermentação fed-batch, o produto vai sendo removido à medida que o


meio é adicionado? Falso

A via de administração e a duração do tratamento influenciam a imunogenicidade dos


anticorpos monoclonais. Verdadeiro

Os anticorpos monoclonais terapêuticos cujas apenas as regiões variáveis são de origem


murina designam-se por: quiméricos.

Uma vantagem dos fragmentos de anticorpos é o facto de se tratarem de moléculas


mais pequenas. Verdadeira

Infliximab, adalimumab e certolizumab pegol. Qual destes anticorpos monoclonais se


prevê ser mais imunogénico? Infliximab por ser quimérico. (certolizumab pegol não é de
origem proteica por isso é pouco imunogénico)

Ustecinumab é indicado na psoríase – inibe a subunidade p40 das IL-12 e IL-23. ( a outra
é falsa porque não inibe o recetor inibe a subunidade)

O fragmento constante de um anticorpo monoclonal permite à proteína terapêutica


interferir com o sistema imunitário.

A vacina recombinante para a hepatite B estimula a imunidade humoral de forma


predominante.

Qual das estratégias tem por objetivo aumentar a semi vida do fator VIII recombinante?
Fusão com o fragmento constante de uma Ig G.

Os aptâmeros têm como vantagem o facto de terem sempre um antídoto. (o que define
o aptâmero é a estrutura)
De uma perspetiva regulamentar para a concessão de AIM para medicamentos de
biotecnologia o que mais os distingue dos químicos é: a prova de um nível de segurança
biológica aceitável.

As doenças genéticas suscetíveis de terapia genética aos dias de hoje são monogénicas.

O processo geral de fabrico: fermentação-purificação (c.afinidade, 2 C. troca iónica)-


produto final.

Prazo de validade curto, normalmente de dois anos, devido às suas características.

Características dos medicamentos de biotecnologia: por serem de natureza proteica


têm elevado peso molecular; sequencia primária particular; modificações pós-tradução
(glicosilações), localização tecidular; estruturas secundária e terciária complexas;
atividade biológica dependente da estrutura; adaptabilidade funcional; variabilidade
biológica; potencial infecciosidade.

A sequência de aminoácidos é sempre a mesma, o que pode alterar são nas tais
glicosilações. Entre lotes há sempre alguma variabilidade biológica.

Vantagens dos medicamentos de Biotecnologia face aos biológicos: disponibilidade de


produto; segurança biológica; pureza;

A vantagem dos biológicos é de não necessitarem da albumina humana como excipiente


pois a albumina funciona como estabilizador. Comos os medicamentos de biotecnologia
são extremamente purificados, sai exatamente a proteína que eu quero sem
contaminações à volta, acontece que elas aderem muito bem entre si, um anticorpo
monoclonal adere facilmente à parede de frasco, no produto final. E a Albumina é a
forma de não aderir a minha molécula ao frasco onde ela é conservada.

Medicamento Biológico é mais eficaz, pois a proteína que extraio é 100% funcional. Nos
biotecnológicos elas agregam-se entre si, nos biológicos não.
Os medicamentos biológicos são menos dispendiosos do que os de biotecnologia, pois
estes têm mais técnicas como a purificação e por isso acarretam mais gastos.

Desenvolvimento tecnológico estuda tudo, todo o processo terapêutico associado


àquela molécula, desde a sua identificação à sua preparação, à sua interação com
todos os alvos no organismo.
Identificação do alvo terapêutico: foi se perceber qual era a proteína que era
responsável pela resposta imunitária quando o individuo é infetado pelo “vírus”;
Pesquisa da estrutura: que estrutura tenho de ter para chegar àquele alvo;
Desenvolvimento da proteína terapêutica: adequada ao alvo terapêutico.

Os medicamentos de biotecnologia não são capazes de passar pelo poro. Induzem o seu
efeito na célula por transdução de sinal, ligando-se a recetores.
Mais valia das proteínas recombinantes: facilidade de obtenção; sem limitação na
quantidade disponível; mecanismo de ação bem conhecido e estudado.

Potencialidade dos medicamentos de biotecnologia: desenho de moléculas que podem


interferir com uma determinada proteína ao bloquear a proteína ou ao impedir que a
proteína se ligue ao recetor. Interação com outros alvos que não o alvo terapêutico.

Molecula candidata – estudos de homologia/ complementariedade (na célula alvo) –


ensaios in vitro – estudos em animais (transgénicos) – ensaios clínicos.

Depois da fase de desenvolvimento da molécula chegamos ao processo de fabrico onde


temos 3 etapas, a fermentação, a purificação e o produto final. As células estão dentro
do fermentador e estão em meio de cultura (suspensão). Depois de terminada a
fermentação e produção de proteína preciso de purificar, tirar o meio todo que está em
suspensão, tirar a minha proteína que é o produto final. Na purificação, há 3 colunas em
que elas vão ter de passar. A 1ª é uma cromatografia de afinidade em que eu retiro a
maior parte da minha proteína. O objetivo da coluna de cromatografia de afinidade é
retirar a minha proteína, retê-la nesta coluna através dos beads que são como uma
resina que preenchem a coluna toda e têm acoplado a proteína “A” por uma ligação
covalente, pois esta tem afinidade para a região constante do anticorpo monoclonal. A
seguir passo uma solução salina que vai fazer sair a proteína para as próximas colunas.
A proteína A vai também passar para as duas colunas seguintes. Daí que as próximas
colunas de troca iónica são fundamentais para a continuar a purificar o anticorpo e
eliminar a proteína A.

No nosso processo de desenvolvimento tecnológico temos:


Identificação do alvo terapêutico (proteína de interesse) - selecionar o sistema de
expressão – meio de cultura e condições do meio – fermentação em escala piloto. Só
depois de ter definido tudo isto é que passo para o processo de fabrico.

A seleção do sistema de expressão vai depender da natureza e da origem da nossa


proteína de interesse, do seu uso terapêutico, da quantidade que preciso de produzir e
dos custos.

Cultura de células – as proteínas para serem utilizadas como terapêuticas elas têm que
ter uma estrutura pois é a estrutura que define a função. Algumas estabelecem pontes
de dissulfureto como é o caso da insulina. Outras precisam de modificações pós
tradução, glicosilações, adição de glucoses, oligossacáridos em determinados
aminoácidos para ganharem a sua estrutura. Por estas características é que se escolhe
uma ou outra em função da proteína que eu quero expressar.

Células desdiferenciadas – são células que já se diferenciaram, por exemplo, em células


epiteliais que já tem a sua função mas que nos fizemos perder a função, nos
desdiferenciamos. Para que sejam geneticamente estáveis e produzam a proteína que
eu quero. Coloca-se as células diferenciadas no meio de cultura e mínimo, com muito
poucos nutrientes e ir reduzindo ao máximo os nutrientes até quase a célula morrer.
Quando ela tiver quase em morte celular porque não tem nutrientes suficientes, eu
reponho o meio de cultura. Ao repor o meio de cultura e nutrientes necessários, a célula
recupera-se mas perde a programação/função que tinha.

No meio de cultura deve estar presente glucose em quantidades muito controladas. A


glutamina por ser sensível à temperatura tem que ser adicionada aos poucos durante o
processo. Soro para induzir o crescimento, para ser mais rentável, para produzir a
proteína que eu necessito. Indicador de ph vermelho de fenol. Tripsina só se utiliza
quando o crescimento é em monolayer, porque temos as células imobilizadas num
suporte e é preciso a tripsina para quebrar a ligação delas ao suporte.

Condições de cultura
Agitação (homogeneização do meio com as células): processos com pás (causa rutura) e
por injeção de ar (gera espuma para isto não acontecer adicionar agentes anti
tensioativos, álcoois qb).
Densidade: durante este período todo as células estão a crescer mas a produção de
proteína só acontece na fase tardia do crescimento porque aqui é que eu tenho muitas
células e começa a ser rentável.
Monitorização do processo através da avaliação das culturas:
observação microscópica: morfologia das células
crescimento celular: ao final de quanto tempo tem que se ter esta quantidade de
células. A cada período temporal ver a quantidade de células que tenho, qual a taxa de
crescimento.
Eficiência do plaqueamento: perceber quantas células morrem e quantas crescem.
Expressão de funções celulares: as células que estão ca dentro a crescer e depois a
produzir a proteína têm uma determinada função. Por exemplo, a função é produzir
uma enzima, e vou ver qual a concentração da enzima que está presente. Se tiver a
concentração que está definida no processo tecnológico então está tudo bem, se não
tiver, algo está errado.

Monitorização do processo através da avaliação das células:


Contagem: células totais e células viáveis (recurso a corante – azul tripano – é um
corante que entra no interior da célula e se a célula estiver viável o azul de tripano é
expulso, se a célula não for viável, o azul de tripano entra e a célula não o expulsa e fica
azul. Se aparecerem muitas células azuis, é porque muitas estão mortas.

A Produção das minhas células é feita com recurso a fermentadores quando os sistemas
de expressão são bactérias e fungos. Bio-reatores quando os sistemas de expressão são
células de mamíferos ou de insetos.

Bio-reatores
Stirred tank – é um dos mais utilizados em que as células estão em suspensão (também
podem estar em monolayer, em camadas, imobilizadas) e temos um sistema de pás para
fazer agitação. A imobilização chama-se imobilização em microcarriers. Os microcarriers
são uma espécie de resinas onde as células estão imobilizadas, dentro do bioreator.
Airlift – células em suspensão, ar que faz borbulhar (agitação, misturar)
Membrane bioreactors – membrana ou sandwich, imobilizadas em camada, meio de
cultura passa entre elas. Homogeneização constante.
A cinética do crescimento das células e de produção da proteína depende do bioreator
e do protocolo de fermentação, ou seja, da forma como eu os ponho a crescer.

Protocolos de fermentação
Batch- menos utilizado, menos produtivo. Adiciona-se tudo no início.
Fed-batch – mais produtivo, mais utilizado. Adiciono o meio de cultura em intervalos
regulares.
Perfusão – temos uma membrana no bio reator que vai filtrar o meio de cultura com
detritos e vai eliminá-los, e vai ser substituído por um novo meio de cultura.

Preservação das células recombinantes


Conserva-se as células através da criopreservação. Em 1º lugar retirar o meio de cultura
que tem detritos por centrifugação. Depois vou ressuspender as células num novo meio
de cultura + crioprotetor (dimetilsulfoxido e glicerol). Adiciona-se este crioprotetor
porque ao congelar as células a congelação leva à formação de cristais de gelo, e os
cristais vão destruir as estruturas celulares todas. Assim, a água vai-se congelar na forma
amorfa e não forma cristais. Esta congelação é feita de forma muito lenta para que não
ocorra o choque osmótico. O crioprotetor é um agente muito espesso que entra muito
lentamente na célula. Depois de termos conseguido o arrefecimento aos 70c com o
crioprotetor coloca-se em azoto líquido as células. Qual a quantidade de células que
preciso para criopresrvar? A divisão por ampolas implica que cada ampola tenha uma
densidade de células na ordem dos 107 células por ml. Só tenho 10% de eficiência das
células criopreservadas. Elas morrem na criopreservação. O crioprotetor é tóxico para
as células, por isso, quando eu as ressuscito e faço o aquecimento à temperatura
ambiente, eu tenho que diluir imediatamente com meio de cultura.

Ressuscitação das células congeladas:


As ampolas tem entre 1 a 1,5 ml de capacidade. Vou buscar uma ampola antes de fazer
a produção industrial, tenho que fazer amplificações ou pré-amplificações até chegar ao
volume final do fermentador.
O PDL limite de duplicação da população diz-nos quantas vezes posso fazer
amplificações, quanto é que eu posso duplicar a minha população. Para chegar à
fermentação industrial preciso fazer ciclos de pré amplificação, ou seja, é preciso ir
aumentando o volume em que eu coloco as minhas células e o nº de células que está
nesse volume para que elas sejam capazes depois de crescer no fermentador com
volume industrial.

Banco de células:
Master cell bank – conjunto total das células que eu produzi à escala laboratorial.
Working cell bank – conjunto de células que eu tenho preparadas para o meu trabalho,
para a produção daquele lote.

No final da fermentação à escala industrial para separar as células do sobrenadante o


que se faz é uma filtração tangencial. Se a minha proteína de interesse estiver dentro da
célula, na filtração rejeito o sobrenadante e fico com as células e vou ressuspende-las
num tampão que seja adequado para a seguir fazer a purificação. À escala laboratorial
é uma centrifugação que se faz.
Purificação da substância ativa
Se a minha proteína está no sobrenadante vou concentrar o sobrenadante, e rejeito as
células. Esta concentração do sobrenadante é feita por ultrafiltração ou por diafiltração.
E depois vou passar para os passos de purificação.
Se a minha proteína está dentro das células vou fazer uma ressuspensão das células.

Os contaminantes podem ser resultantes da célula hospedeira, do produto em si, ou do


processo. Os que vamos tratar são os resultantes da célula hospedeira. Inativação dos
vírus: abaixamento do ph, adição de solventes orgânicos, adição de detergentes.

Formulação da SA a granel
Excipientes fundamentais: promotores de solubilidade; tampão uma substancia que vá
garantir o ph da minha solução; agentes anti agregantes e adsorventes porque não
quero que as minahs proteínas agreguem umas com as outras, nem à parede do frasco.

Produto final
Imediatamente antes, já na linha de enchimento, a substância ativa é novamente
esterilizada (filtros HEPA e fluxo laminar).

Vias de administração
A principal via é a parentérica, a única desvantagem é ser invasiva, desconfortável. A
oral é pouco utilizada pois a sua biodisponibilidade é baixíssima e como as proteínas são
muito grandes, a mucosa gastrointestinal não é permeável a substâncias tao grandes.
Excluindo a parentérica, a via mais promissora é a pulmonar, permite uma melhor
biodisponibilidade, acesso fácil, por via inalatória, rápida absorção e baixa atividade
proteolítica.

Estratégias para aumentar a biodisponibilidade das proteínas:


Modificação química para tentar aumentar a resistência dos aminoácidos à degradação;
Microencapsular a proteina ou colocar em nanocapsulas.
Adicionar inibidor das protéases e com isso degradação da proteina.

Farmacocinética – o quê que o meu organismo faz ao medicamento, inclui a absorção,


a distribuição, a metabolização e a excreção.
Farmacodinâmica - o quê que o medicamento faz ao organismo.

Farmacocinética – distribuição e eliminação: o medicamento de biotecnologia passa do


espaço vascular para o espaço intersticial por convexão. Uma vez no espaço intersticial,
os medicamentos de biotecnologia são removidos por drenagem para o sistema linfático
e aí vão encontrar nódulos linfáticos, células envolvidas no sistema imunitário, linfócitos
B e T e macrófagos. Os medicamentos ao entrarem no nosso sistema imunitário, os
macrófagos (células responsaveis pela fagocitose) vai ”papar” a proteina terapêutica,
vai fagocitá-la. Vai degrada-la em pequenos péptidos e deita para fora da celula. Os
produtos resultantes dessa degradação, os péptidos, vai expô-los ao sistema imunitário
(linfócitos T), através das MHC do tipo II, e desencadear a resposta imunitária. Depois
estes fragmentos péptidos são importados e assim vao para o figado e acabam por ser
degradados para serem eliminados. São degradados nos aminoácidos que depois vao
ser utilizados e eliminados do organismo. O que nós temos como produto final da nossa
proteina terapêutica, do seu catabolismo, é o mesmo que temos com o catabolismo das
nossas proteínas endógenas ou provenientes da dieta, que são os aminoácidos. Isto
significa que os aminoácidos provenientes da nossa proteina terapêutica podem ser
excretados mas também podem ser utilizados pelo nosso organismo na biossíntese de
novo de proteínas estruturais e funcionais.

Fatores que influenciam a imunogenicidade: sequencia de aminoácidos; glicosilações;


presença de contaminantes e impurezas; Formulação (adição de excipientes à nossa
proteina terapêutica para garantir a estabilidade, deve-se adicionar substância que o
nosso corpo saiba degradar); via de administração (IV menos imunogénica); dose
(quanto maior a quantidade maior o risco de ser imunogénica); tempo do tratamento
(quanto mais prolongado mais imunogénico); tecnologia permite-nos identificar
imunogenicidade; características do individuo; fatores desconhecidos.

Atividade biológica
CDC - Sempre que as regiões variáveis reconhecem um determinado antigénio, vai
induzir uma alteração conformacional do fragmento constante que vai levar à ativação
do complemento que por sua vez vai ativar o MAC, o complexo de ataque da membrana,
vai fazer buracos na célula e a célula vai morrer. É um dos mecanismos pelos quais os
anticorpos monoclonais atuam. Podem ser utilizados apenas para identificar um
determinado antigénio e neutralizá-lo mas também podem ser utilizados para induzir a
morte celular (célula tumoral).
ADCC – dependendo do antigénio que os anticorpos contactam, ou seja, as regiões
variáveis do anticorpo identificam o antigénio e ao identificar o antigénio a região
constante vai ligar-se a recetores de outras células, nomeadamente, macrófagos, ou
células natural killer em que a destruição da celula acontece por ação dos macrófagos
ou das células natural killer e não por ativação do complemento e do MAC.

Anticorpos monoclonais obtenção


A produção de anticorpos monoclonais começou por tentar ser feita a partir da
imortalização de linfócito B. Através da infeção com vírus oncogénicos, portanto, ao
infetar com um vírus oncogénico o linfócito B não morre, vai-se multiplicar ou com
agentes mitogénicos, são agentes que induzem a mitose, a multiplicação dos linfócitos
B para que vao produzindo anticorpos. Há um problema, não permite produzir
anticorpos com especificidade.
Tecnologia de hibridomas permitiu-nos preparar anticorpos monoclonais, com uma
especificidade definida para um antigénio.
Phage display – vamos a uma biblioteca de células de fragmentos de cDNA, e pegamos
num conjunto de fragmentos e introduzimos em fagos. E vamos esperar que os fagos
façam o seu trabalho que é sintetizar o péptido a partir daquele fragmento de DNA que
eu introduzi, vai transcrever em RNA mensageiro e do RNA mensageiro vai traduzi-lo em
polipéptido. Este polipéptido vai ser colocado à superfície dos bacteriófagos ou dos
fagos, na cápside e vamos ter fagos que têm na sua superfície o péptido que foi expresso
a partir de um fragmento de cDNA. A seguir, vamos fazer contactar todos estes fagos
com o nosso antigénio. Os que tiverem alguma especificidade o péptido vai reconhecer
o antigénio e vamos preservar o fragmento de DNA que deu origem ao péptido que
identifiquei que teve aquela afinidade que foi específico para aquele antigénio. Uma vez
identificada a sequencia, ou do fragmento de cDNA que produz o péptido que reconhece
o antigénio, nos temos a região variável do anticorpo identificada. A seguir, por
tecnologia de DNA recombinante vamos inserir as regiões variáveis que identificamos
num anticorpo monoclonal humano. Que podemos ir buscá-lo numa qualquer biblioteca
de anticorpos monoclonais humanos. Com phage display nos identificamos fragmentos
de DNA que codificam para as regiões variáveis do anticorpo e vamos por tecnologia de
DNA recombinante enxertar as regiões variáveis que identificamos por phage display no
nosso anticorpo monoclonal humano que produzimos a partir das células da biblioteca.

A primeira coisa que eu tenho de fazer para produzir anticorpos monoclonais é saber
qual é a região variável que identifica o antigénio, ou seja, as CDR’s. Esta região variável
eu posso identificá-la quer seja através da imunização de ratinhos ou phage display.
Depois fazer a sequenciação das regiões hipervariaveis e depois vamos a uma biblioteca
ATCC, buscar uma celula que expresse um anticorpo humano, vamos substituir as
sequencias desse anticorpo humano por sequencias hipervariaveis que identificamos
com a nossa especificidade e a partir daqui temos o nosso anticorpo monoclonal.

Murinos – são aqueles que são feitos a partir do murganho. MOMAB


Quiméricos – são anticorpos humanos aos quais se substituiu a região variável pela
região variável produzida pelo anticorpo do ratinho, murganho. XIMAB
Humanizados – são anticorpos totalmente humanos mas ainda se utilizam as CDR’s do
murganho. A imunogenicidade diminui ainda mais. ZUMAB
Humanos – são anticorpos totalmente humanos em que as próprias CDR’s, ou seja, as
regiões hipervariaveis que reconhecem o antigénio são também sequencias sintéticas
que já não derivam do animal. MUMAB

Fragmentos de anticorpos

Fab:
Idarucizumab é um antídoto para uma utilização excessiva de dabigatrano. O
Idarucizumab tem uma elevada especificidade para o dabigatrano, liga-se fortemente a
este sequestrando e impedindo que este continue a causar hipocoagulação,
neutralizado-o.

Anticorpos conjugados

Imunotoxinas – são fragmentos de ac. monoclonais que tem afinidade/especificidade


para um marcador tumoral. São de pequeno peso molecular, não endocitadas e libertam
a toxicidade. São endocitadas na celula tumoral e lá libertam a sua toxina provocando a
morte celular. Para tumores e artrite reumatoide (P/inflamação).

Ativação da célula T
Uma célula T para ser ativada precisa sempre de dois sinais: o 1º sinal é o
reconhecimento do antigénio pelo TCR e o 2ºsinal é o reconhecimento pelo co-recetor
CD28 de ligandos na celula apresentadora de antigénios CD28 e CD86. Reações de co-
estimulação podem acontecer para fortalecer aquela ativação, exemplo, CD40 – CD154.

A interação PD1 - PD-L1 tem carater inibitório, entre a celula apresentadora de antigénio
e o linfócito T para travar a resposta imunitária. Alguns anticorpos monoclonais são
capazes de bloquear estas respostas inibitórias que travam o sistema imunitário.

Anti CD3 – inativa a celula T, trava a resposta imunitária, evita a cascata de reações.

Inibidor da integrina alfa4beta7 - é uma proteina de superfície, que existe à superfície


de um subconjunto de linfócitos T auxiliares de memoria que migram para o tecido
gastrointestinal e que causam a inflamação que é característica de patologias como a
doença de crohn.

IL-12 é responsável por estimular as células NK e induzir a diferenciação das células T


CD4 no fenótipo Thelper1 (Th1). Enquanto que a IL-23 induz a via Thelper17. O
ustecinumab liga-se à subunidade P40 quer da interleucina 12 quer da 23 e bloqueia
estas vias de sinalização Th1 e Th17, tendo assim um papel positivo na redução da
inflamação.

Ig E potentes mediadores inflamatórios que se ligam aos mastócitos induzindo a sua


desgranulação, libertação de histamina que vai desencadear o processo inflamatório.
Esta ligação das IgE’s aos mastócitos é uma ligação covalente extremamente forte e só
termina quando o mastócito morre.

Causas de tumor
Na presença de mutações negativas, o recetor que era proto-oncogene passa a ser
oncogéne, perde a sua função de regular o crescimento.

Os tumores sólidos só crescem estimulando a Angiogénese, produzem fatores


angiogénicos, fatores que vão levar ao desenvolvimento de novos vasos, que vao ser
importados para fornecer nutrientes necessários para o tumor crescer se multiplicar e
metastizar. Os anticorpos monoclonais atuam em todas estas causas de tumor.

Recetor do fator de crescimento epidérmico (EGFR)


Em situações normais o fator de crescimento epidérmico liga-se ao seu recetor, induz a
dimerização do seu recetor, ativa a tirosinakinase que por sua vez desencadeia uma
cascata de autofosforilações que vai levar a uma via de sinalização interna que termina
no aumento/proliferação/crescimento.

Inibidores do VEGF
Bevacizumab liga-se ao VEGF impedindo que este interaja com o seu recetor e leve à
formação de novos vasos alimentando o tumor. O Ramucirumab bloqueia o recetor.
Inibidores do CD-20
O rituximab liga-se ao CD-20 induzindo uma alteração conformacional no fragmento
constante, e assim vai desencadear a citotoxicidade mediada pelo complemento com a
ativação do MAC (complemento de ataque da membrana) e por outro lado vai também
ativar outras células do sistema imunitário, nomeadamente, os macrófagos e as células
natural killer para destruir a celula tumoral. Por outro lado, da ligação do rituximab ao
seu antigénio vai também resultar a destruição da celula por apoptose.

Anticorpos monoclonais conjugados


O ibritumomab tiuxetano é um anticorpo monoclonal que tem ligado um radioisótopo
que transporta energia radioativa e ao encontrar a celula tumoral vai provocar a sua
morte. Isto é muito eficaz na morte da celula tumoral mas também vai matar outras
células como os linfócitos B. Administra-se rituximab cerca de uma semana antes e este
vai matar algumas células tumorais mas também vai matar algumas não tumorais e
quando administramos um radioisótopo, este vai dirigir a radiação para as células
tumorais.
O gemtuzumab ozogamicina vai-se ligar ao antigénio CD33 e vai ser endocitado num
endossoma, e no seu interior existem protéases que vão degradar e libertar a toxina que
existe no gemtuzumab a caliqueamicina. Esta ao ser libertada no interior da célula
tumoral vai interferir com o genoma da célula provocando a sua destruição.

Vacinas
Vacinação etapas da imunização
Administrar a vacina. O antigénio é reconhecido pelas células apresentadoras de
antigénios que vão migrar para os nódulos linfáticos, onde apresentam esses antigénios
aos linfócitos T CD4, que reconhecem, são ativados e produzem citoquinas que por sua
vez vao ativar os linfócitos T CD8 e os linfócitos B que se tornam células de memória.

As células B são instáveis e estão sempre a sofrer mutações.

Vacinas vivas atenuadas – o microrganismo infecioso está vivo mas não tem
infecciosidade.

Vacinas inativadas – o microrganismo inteiro, mas não consegue crescer, são vacinas
“mortas”. A inativação consegue-se ou pela administração de formaldeído ou pelo calor.

Vacinas recombinantes – o que se injeta nas pessoas a vacinar é a proteína do agente


infecioso.

Vacinas de DNA – o que se injeta é o material genético (e esperamos que o nosso


organismo desenvolva a proteína).

Dentro das vacinas de DNA. Há duas hipóteses: um plasmídeo com a sequencia de DNA
que codififca para a proteína que vai induzir imunização e é transfetado num vírus vivo
que é o vetor que depois vai ser administrado no organismo a vacinar.
A administração do plasmídeo diretamente no organismo a vacinar.

Vacina recombinante – identificar a sequencia de material genético que codifica para a


proteína que é infeciosa, colocar no plasmídeo, transfetar numa célula em cultura, fazê-
la crescer e produzir as minhas proteínas.

Imuno-estimuladores – é envolver a nossa proteína recombinante em lípidos de forma


que quando este complexo se aproximar da membrana da celula humana que está a ser
vacinada, os lípidos vão fundir com os fosfolípidos da membrana da célula hospedeira e
ao fazer esta fusão a proteína entra e é entendida como intracelular.

Nas vacinas de DNA não há predomínio de nenhumas das respostas humoral ou celular,
ambas são desencadeadas ao mesmo nível.

Vacinas de DNA com vetores: eu tenho um agente infecioso, identifico a sequencia de


material genético que codifica para essa proteína, vou colocar num plasmidio, o
plasmidio coloco numa celula hospedeira e nessa celula insiro também o vírus. Vou
aguardar que no interior da celula hospedeira haja recombinação de material genético
entre o meu plasmidio e o genoma viral. Para que isto aconteça é necessário que haja
zonas de homologia entre o meu plasmidio e o genoma viral. Este genoma recombinado
vai ser transportado pelo vírus, e o que vai ser vacinado na pessoa é o vírus que contem
o genoma recombinado.

Vacinas anti-tumorais: o primeiro passo é identificar o marcador tumoral daquela


pessoa. Individuo com melanoma através de uma biopsia, consegue-se isolar células do
melanoma. Retira-se sangue também da zona envolvente da lesão do melanoma porque
essa zona vai ter linfócitos T CD8. Depois coloca-se em cultura, as células do melanoma
junto com o sangue que extraí. Os linfócitos TCD8 que são específicos das células do
melanoma vao ser ativados e isolados. O passo seguinte é identificar todos os RNA’s
mensageiros que existe na celula tumoral, convertê-los em cDNA com recurso a uma
transcritase reversa. Cada um destes cDNA são colocados em plasmídeos. E vou
transfetar esses plasmídeos em células de cultura. A celula de cultura vai traduzir o cDNA
em proteína que vai ser processada no interior da celula como proteína intracelular e
degradada, e os antigénios intracelulares vao ser apresentados à superfície da célula
pelas MHC do tipo I. vamos fazer contactar todas as células que cada uma delas contem
um plasmídeo que codifica para uma determinada sequencia de DNA, com os linfócitos
T CD8 que isolamos. Eles vao ligar-se à celula em cultura que contem no seu interior o
plasmídeo que codifica para a proteína que é o marcador tumoral. Só este linfócito TCD8
é que reconheceu o antigénio apresentado pelas MHC do tipo I.

Vacina SARS-CoV2 utilização de lentivírus como vetor- vacina biotecnológica:


identificar a sequencia de material genético que codifica para a glicoproteína S do SARS-
CoV2 incluir essa sequencia no plasmídeo e transfetar a sequencia num lentivírus
(retrovírus). O que vai ser administrado no individuo a vacinar é um lentivírus que tem
recombinado no seu genoma a sequencia que codifica para a glicoproteína S. outra
abordagem é a utilização do RNA mensageiro que codifica para a glicoproteína S envolto
em nanoparticulas lipídicas, e que se vai administrar diretamente na pessoa a vacinar.
Vai desenvolver uma resposta de produção da glicoproteína S recombinante dentro da
celula e vai ser considerada como antigénio intracelular. Temos o risco de estar a usar
uma vacina de material genético.

1ª Vacina Ébola Zaire: é uma vacina recombinante com recurso a um vetor vivo, o vírus
da estomatite vesicular. Vacina viva atenuada.

2ª Vacina Ébola Zaire (experimental ainda): recorre ao adenovírus e ao vírus vacinia


modificado. É como se fosse duas vacinas. Há uma 1ª administração que é o adenovírus
que vai transportar a glicoproteína do vírus ébola. 56 dias depois utiliza-se uma segunda
vacina que é considerada um reforço em que o vetor vivo é o vírus vacinia no qual a
sequencia é transportada que codifica para a glicoproteína do ébola zaire e também a
sequencia que codifica para a glicoproteína do sudan, tai forest, e marburg.

EPO recombinante – uso: anemia causada por doença renal cronica, ou anemia causada
por doença maligna tratada com quimioterapia, anemia causada por cirurgia e anemia
em doentes com SIDA. Tempo de semivida curto.

Análogo da epoetina alfa – darbepoetina – 5 aminoacidos diferentes e hiperglicosilada


em relação à epoetina alfa.

Fatores de crescimento hematopoiéticos mieloides (G-CSF): indicações terapêuticas:


neutropenia febril; mobilização de células estaminais pela transplantação em doentes
oncológicos.

Fator IX: a carboxilação é essencial para que haja a substituição dos resíduos de
glutamina por este gla, este ácido gamacarboxiglutamico que vai ter uma função muito
importante na ação deste fator IX.
Outra modificação é a clivagem do pró-peptido, tem 46 aminoácidos. O fator IX para ser
ativado requer ainda a clivagem do péptido de ativação.

Fator VIIa: enzima responsável por desencadear a fase de iniciação da trombina na


cascata de coagulação. Autoativação.

Fator de von willebrand: encontra-se desativado, e quando há uma lesão, ele ativa-se,
liga-se às plaquetas ativadas e vai promover a formação do tampão hemoestático para
travar a lesão. Havendo deficiência ou disfunção deste fator ocorre risco de hemorragia.
A função primária é promover a agregação plaquetária na zona de lesão e a função
secundária é o transporte do fator VIII.

Fator XIII: estabiliza os polímeros de fibrina. É uma pró-enzima da família da


transglutaminase que vai ser ativado pela trombina e reforçar os polímeros de fibrina.
Não é glicosilado e por isso não requer células de mamífero para ser produzido. Pode
ser produzido em células de levedura.

Antitrombina: permite neutralizar as enzimas da coagulação que estejam ativas e inibir


a possível formação de trombose. Serve para evitar que a formação de trombo cause
trombose. A antitrombina pertence à classe dos inibidores da protéase da serina. Ela
inibe a coagulação excessiva do fator IXa, Xa, XIa e da trombina. Uso: profilaxia da
trombose venosa; embolismo pulmonar.

Biossimilares

Segurança dos biossimilares


PGR plano de gestão de risco: identificar os principais riscos e delinear as medidas que
devem ser adotadas pelos profissionais de saúde.
Triangulo preto usa-se em 3 situações: medicamentos novos (2010); medicamentos cujo
perfil de segurança não é totalmente conhecido; medicamentos com estreita margem
terapêutica.

Aptameros
Os aptâmeros formam-se pela tecnologia SELEX. É um processo químico, o único passo
biotecnológico é a colonação do winner. Vai-se buscar um conjunto de sequências de
RNA a determinadas bibliotecas, e esse conjunto de consequências de RNA é incubado
com o nosso alvo, e as sequencias de RNA que em forma forem complementares com o
alvo, vão ligar ao alvo. E vamos ter sequencias que ligaram ao alvo e as que não ligaram.
As que não ligaram vamos eliminá-las e vamos preservar as que ligaram. Estas que
ligaram vão ser amplificadas por RT-PCR e depois transcritas para que possamos ficar
com uma “pool” de sequencias de RNA enriquecidas daquelas que são capazes de ligar
ao alvo. São repetidos entre 8 a 12 ciclos, que se vai apertando cada vez mais as
características/condições que promovem a ligação ao alvo terapêutico por forma a que
no final dos ciclos no último ciclo se consiga encontrar a sequencia em RNA que liga com
mais especificidade ao alvo. E são esses os chamados winners. O aptâmero terapêutico
vai ser aquela sequência que demonstrou ter uma maior afinidade para o alvo.

Vacina contra a hepatite B imunização passiva são utilizadas no caso de haver uma
exposição acidental ao agente infecioso numa pessoa que não estava previamente
imunizada, doentes hemodialisados, indivíduos que tenham uma resposta imunitária
diminuída.

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