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BIOLOGIA DA CÉLULA TUMORAL

Prof. Guilherme V. C. Camilo


Disciplina: Oncologia Clínica e Aplicada à Fisioterapia
Fisioterapia – UNILAGO
REFERÊNCIAS
Bibliografia Básica:

 LOPES, A. et al. Oncologia para graduação. 1ª ed. Ribeirão Preto: Tecmed.

 CASCIATO, D. A. Manual de oncologia clinica. 1ª ed. São Paulo: Tecmed.

 FERREIRA, C. G.; ROCHA, J. C. C. Oncologia molecular. 1ª ed. São Paulo: Atheneu.

 Bibliografia Complementar:

 BARACHO, E. Fisioterapia Aplicada a Obstetrícia, Uroginecologia e Aspectos de Mastologia. 4ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan.

 FERREIRA, Tratamento Combinado em Oncologia. 1ª ed. Porto Alegre: Artmed.

 RICCI, Oncologia Ginecológica: Aspectos Atuais do Diagnós'co e do Tratamento. 1ª ed. Barueri: Manole.

 KOWALSKI, L. P. et al. Manual de condutas diagnos'cas e terapêu'cas em oncologia. 3ª ed. São Paulo: Ambito.

 COTRAN, R. S. Patologia Estrutural e Funcional. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.


Introdução
 Câncer:grupo de doenças caracterizadas por crescimento
descontrolado e capacidade de migração e colonização de
outros órgãos, resultante de alterações em genes que controlam
crescimento, divisão e morte celular.

O câncer é consequência de alterações moleculares que


conferem à célula modificações em seu comportamento e
resultam em alterações na fisiologia celular.
Célula normal X Célula cancerosa
 Célulanormal: capazes de crescer e se dividir – nº de
divisões celulares específico por tecido – predeterminação
genética – estado de senescência – crise – morte.

 Célula cancerosa: diferem das células normais por serem


imortalizadas, transformadas e capazes de gerar metástases.
Alterações Genéticas
O desenvolvimento neoplásico pode ser dividido em
3 etapas:

Iniciação;

Promoção;

Progressão tumoral.
Alterações Genéticas
 Iniciação – modificações no genótipo da célula que levam a
imortalização;

 Promoção – a célula gera um clone com vantagens


proliferativas, que promoverão a progressão;

 Progressão tumoral – acúmulo de células clones formando


colônias.
Alterações Genéticas cont
 Carcinogênese – processo de múltiplos eventos, no qual cada
evento reflete uma progressiva mudança da célula normal para
a célula maligna, passando por vários estados pré-malignos.

Como uma alteração genética interfere na transformação


neoplásica?

 DNA – código para a síntese de proteínas, um tipo de ácido


nucleico.
Alterações Genéticas
A partir de uma alteração genômica, a célula pode percorrer 3
caminhos distintos:

 Corrigir
o erro por meio do sistema de reparo do DNA
(combinação homóloga/gene supressor);

 Evoluir para apoptose ou morte celular programada;

 Permitir que a alteração se perpetue, sendo transmitida para as


células-filhas - DNA alterado – divisão e proliferação celular
descontrolados.
Alterações Genéticas
 Proliferação
descontrolada → urgência na replicação do DNA
→ menor fidedignidade → mecanismo de tolerância;

 Maior nº de mutações → mais danificado o DNA → mais


requisitado o sistema de reparo → mais chances de erros
passarem sem correção;

 Instabilidade genômica = alterações no DNA.


Apoptose e sistema imune
 Apoptose – é uma forma de morte celular programada, que permite
a manutenção controlada do nº de células em um tecido ;

 A relaçãoentre a taxa de proliferação celular e a taxa de apoptose


determina a capacidade das populações de células tumorais se
expandirem;

 Célula cancerosa adquire resistência a apoptose (diminuindo a


expressão de proteínas apresentadoras de antígenos de sua
superfície).
Apoptose e sistema imune
Há 2 vias de ativação da apoptose:

 Primeira via: extrínseca, é ativada pelos receptores de fator de


necrose tumoral;

 Segunda via: intrínseca ou mitocondrial, é ativada por danos no


DNA.

 Ambas estimulam uma série de enzimas chamadas caspases.


Apoptose e sistema imune cont

Via intrínseca: interior mitocondrias – moléculas pró-


apoptoticas (citocromo C) – ativam caspases – sensores –
efetores – bloqueiam moléculas antiapoptóticas e liberam o
citocromo c.

Via extrinseca: alguns linfocitos possuem em sua membrana


receptores de morte – sinais químicos enviados dentro da
célula afetada – ativação das caspases – apoptose.
Apoptose e sistema imune
Além da resistência a apoptose, a célula cancerosa adquire 3
capacidades de escape da imunidade inata do organismo:

 Autonomia na sinalização para o crescimento;


 Insensibilidade aos sinais anticrescimento (inibição gene
supressor);
 Resistência à morte.

Proliferação celular cancerosa


Angiogênese Intratumoral
É crucial o suprimento vascular de oxigênio e nutrientes
para que as células realizem suas funções e sobrevivam.

 Angiogênese – crescimento de novos vasos sanguíneos.

 Macrofágos (m1 – lentos), macrofágos (m2 – rápidos);

 Células
tumorais sintetizam interleucinas 10 (proteína) –
macrófagos produzem metaloproteinases (enzimas).
Angiogênese intratumoral
 A neovascularização é um pré-requisito para a rápida
expansão clonal associada à formação de tumores
macroscópicos;

 Estratégia para ativar a angiogênese;

 Um clone em expansão – tira vantagem da falta de O2 –


aciona genes – célula sobreviver a hipóxia ou induz produção
novos vasos.
Metástase – migração e colonização em diferentes
tecidos
Metástase

 Células “pioneira” deixam o tumor primário;

 Invadem tecidos adjacentes;

 “viajam” a sítios distantes;

 Podem fundar novas colônias – tumor secundário.

O sucesso para invadir e metastatizar um tecido depende:


Metástase – migração e colonização em diferentes
tecidos
Metástase

 Autossuficiência de crescimento;

 Insensibilização à sinalização anticrescimento (gene supressor inibido);

 Capacidade de evadir-se da apoptose e do sistema imune;

 Angiogênese sustentada;

 Moléculas de adesão celular – caderinas e integrinas;


Metástase – migração e colonização em diferentes
tecidos
Outras características necessárias para ocorrer metástase:
 Desligamento do seu meio;

 Motilidade;

 Invasão, intravasão e extravasão;

 Sobrevivência na circulação;

 Embolismo, adesão capilar;


CONCLUSÃO
O câncer é uma doença genética causada diretamente por
mutações que afetam genes que controlam a proliferação
celular e a apoptose, somados a outros eventos facilitadores;

O exato número de mutações e combinações requeridas é


diferente em diferentes tipos de tecidos e diferentes
indivíduos.

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