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IMUNIDADE TUMORAL

- A ativação do sistema imune adequada, é um dos determinantes para a boa


evolução do tratamento do câncer.
- Na imagem mostra que as células tumorais ativam os linfócitos. Ou seja, há
reconhecimento e ativação da imunidade em resposta a tumores.
- Receptor CD3: está presente nos linfócitos t. Há uma técnica que marcam as
células que tem CD3. (A imagem mostra que quanto mais CD3, mais cura
acontece).

ANTÍGENOS TUMORAIS PRODUZIDOS POR MUTACOES SOMÁTICAS:


- Célula norma: tem MHC de classe 1 ligada a peptídeo, isso não significa que
vai desencadear uma resposta. As células do Sistema Imune não reconhecem
como estranho (processo de tolerância imunológica). Toda célula normal vai
expressar MHC de classe 1 ligada a peptídeo próprio
- Células tumorais: Temos alguns genes que codificam a proteínas
relacionadas a crescimento, diferenciação, que são normais, mas, ao sofrer
uma mutação, o produto será uma proteína mutada que terá sua função
alterada. São chamados Oncogenes – quando mudados são responsáveis pela
produção de proteínas mutadas que vão levar a célula ao descontrole de
processo de divisão celular, seu crescimento. Essa proteína não existia no
organismo, com a mutação do gene e a síntese da proteína mutada, ligada ao
peptídeo e ao MHC. O sistema imune não a reconhece, identifica e gera uma
resposta imune. Neoepítopo gerado por mutação. O antígeno tumoral é fruto de
um gene mutado, e quando associado a crescimento, diferenciação, irá
ocasionar problemas nessa célula.
Há também mutação nos genes supressores de tumor: P53 (gene supressor de
tumor), controla o ciclo celular. Havendo mutação, há descontrole do ciclo
celular.
Há uma situação quando ocorre infecção por vírus oncogênicos, como o
Epstein bar, HPV, que podem alterar a produção de algumas proteínas, levar a
mutação de alguns genes, tendo assim antígenos tumorais conhecidos. Isso
também vai ativar a resposta dos linfócitos T. Quando há esses vírus
associados a câncer, normalmente observa-se que pelo fato do vírus ter
ativado o sistema imune, resolve-se melhor um câncer.
Exemplo de um gene mutado – oncogene: Tipo translocação entre o 9 e 22.
Gene ABL se ligou ao BCR do 22. Os dois juntos se integraram. Cromossoma
Filadélfia. Clássico de Leucemia Mieloide Crônica. Qual o problema? Os genes
BCR e ABL codificam pra proteínas de sinalização que são importantes para
proliferação e diferenciação celular. BCR – atividade de serina/ treonina
quinase e de GTP-ase; Abl1 – tirosina quinase (proliferação e diferenciação
celular.
Problema é que quando se integram codificam a uma proteína de fusão: Bcr-
Abl, que tem atividade exagerada, aumentada, que vai desregular todos os
eventos de diferenciação e adesão/migração. Aumento da proliferação e
diminuição apoptose = Processo de Leucemização – LMC.

Nem sempre essa proteína tumoral foi resultado de mutação, pode ser outras
situações:

ANTIGENOS TUMORAIS NÃO MUTANTES:


- Expressão desreprimida (ex: antígenos de câncer/testículo): proteína que não
estava presente no tecido, começa a aparecer no tecido. Numa célula tumoral,
a célula tumoral começa a produzir, essa proteína aparece, ela vai estar
expressa no MHC de classe 1 e vai ser reconhecida pelo sistema imune, e será
ativado pela presença dela.
- Superexpressão de proteína oncogênica devido a amplificação gênica (ex:
HER2/NEU em carcinomas de mama: Normalmente produzi pequena
quantidade, células do tecido expressando MHC com peptídeo proteico com
quantidade x. Algum estimulo leva a uma superestimulacao desse gene, e
assim essa mesma célula começa a produzir grande quantidade dessa mesma
proteína. Se tem uma grande quantidade de proteína, terei grande quantidade
de MHC expressando, aumento da ativação do sistema imune. A mesma célula
fica mais responsiva ao fator de crescimento. Isso é muito comum em câncer
de mama. As células que vinham em equilíbrio, passam a produzir
demasiadamente mais, uma célula produzindo muita proteína. Ex. da Prof:
Parte do peptídeo que vai se ligar ao MHC, que na cancerosa, tenho mais
proteínas sendo sintetizadas pela mesma célula, ,mais peptídeos sendo
expostos no MHC.
- Número aumentado de células expressando proteína tecido-especifica (ex:
tirosinase em melanomas): Há proliferação desenfreada de células, aumento
muito grande de células, consequentemente o numero do que elas produzem
também estará aumentado. Não tenho uma superexpressao, tenho várias
células expressando. No exemplo, o numero de tirosinases esta aumentada
porque o número de melanócitos também está aumentado. Ex. da Prof.: Mais
células produzindo a mesma proteína, tenho então mais células expondo
peptídeos no MHC.
*Utiliza-se esses marcadores para fazer a dosagem das proteínas. Dessa
forma indica-se anormalidade no tecido.

IMUNIDADE CCONTRA TUMORES:


- Sistema imune reconhece os antígenos tumorais
- Mediado por células: Células NK (ativada normalmente em celular que não
expressam MHC de classe 1) ativada, libera grânulos de perforinas e
granzimas, que leva a morte por apoptose da célula tumoral;
Linfócitos T citotóxicos, Macrófagos ativados:
Principal mecanismo de imunoprotecão contra tumores: Killing de células
tumorais por linfócitos T citotóxicos = células dendríticas reconhecem células
tumorais, captura, processam, expõem no MHC, vão pro linfonodo mais
próximo onde vão apresentar os antígenos tumorais aos linfócitos TCD8.
Ativam os linfócitos TCD8, se diferencia em T efetor, sai do linfonodo, e volta
ao tumor onde reconhece no MHC de classe 1 os antígenos tumorais das
células tumorais. Ao reconhecer, libera os grânulos e induz morte por apoptose
das células tumorais.
- As células T auxiliares CD4+ contribuem para as respostas imunes
antitumorais por meio de vários mecanismos: TH1
- Número de linfócitos T em tumores extirpados estão correlacionados com a
probabilidade de doença metastática:
- uso de escala imune para prognóstico: Ca de colón
- Pouco/diminuído os linfócito T citotóxico: recidiva, metástases e morte.

PROMOCAO DE CRESCIMENTO TUMORAL PELO MICROAMBIENTE


TUMORAL ANTI-INFLAMATÓRIO
- MDSCs (Células supressoras mieloide-derivadas) – Precursores mieloides
imaturos que se acumulam na medula óssea, tecidos linfoides, sangue e
tumores de pacientes com câncer.
Suprimem respostas imunes antitumorais.
Ex. da prof.: Tenho massa tumoral, angiogênese, elas produzem, dentre várias
substancias, citocinas imunossupressoras (TGF beta: diminui proliferação de
linfócitos, inibe ativação de células dendríticas), esse tumor altera o perfil da
célula dendrítica. O macrófago M2 ajuda o tumor na função de angiogênese.
Isso tudo acontece pelo microambiente do tumor, que reclutam as células T
reguladoras ou T-Reg, que estão envolvidas no controle das respostas imunes,
processos de tolerância imunológicas; ela suprime a resposta imune porque ela
também produz IL10 e TGF beta, entre outras coisas.
- As MDSCs produzem substancias que bloqueiam a ação dos TH1, inibe
assim o T citotóxico, dessa forma inibe a ação dos linfócitos T sobre o tumor,
porque elas produzem substancias imunossupressoras. O microambiente
tumoral diz muito como o câncer c=vai se desenvolver a partir daí.

EVASÃO TUMORAL: Mecanismos pelos quais os tumores escapam das


defesas imunes.
- Quando tumores surgem em um tecido, um numero de células imunes pode
reconhece-los e eliminá-los. As células tumorais tem uma grande instabilidade
genica, e acabam apresentar diferentes características – variantes tumorais.
- Células tumorais variantes surgem e são mais resistentes para serem mortas.

- Com o passar do tempo, uma variedade de diferentes variantes tumorais se


desenvolve.
- Finalmente, uma variante pode escapar ao mecanismo de morte, ou recrutar
células reguladoras para protege-la, e então, essa espalha-se.
*O surgimento dessas variantes pode demorar um tempo, por isso a
necessidade e importância do rastreio.
Outros mecanismos:
- Oque eu desejo que aconteça: que a célula tumoral expresse antígenos
tumorais, que tenha ligação de um peptídeo do antígeno tumoral no MHC e que
tenha uma ativação adequada do linfócito T citotóxico, sem nenhum
impedimento, e assim, leva-se a morte da célula tumoral.
Devido aos mecanismos de evasão, isso não acontece em algumas vezes.
Exemplos:
- Mutações em genes do MHC ou em genes necessários ao processamento
antigênico: célula tumoral deficiente em MHC de classe 1 – ausência de
reconhecimento de tumor pela célula T. (Deixar de expressar MHC de classe
1). Nesse caso é possível que seja ativada a célula NK, mas ela sozinha não é
capaz de resposta efetiva.
- Falha em produzir antígeno tumoral: variante de célula tumoral com perda de
antígeno – ausência de reconhecimento do tumor pela célula T. Se não tem
antígeno, não tem como ativar o linfócito T citotóxico.
- Produção de proteínas imunossupressoras ou expressão de proteínas
inibidoras de superfície celular: alguns mecanismos de células tumorais
envolver a produção de proteínas imunossupressoras (TGF beta), mas também
vai expressar receptores inibidores. Temos normalmente uma família que
regulam negativamente o sistema imunológico (PD-1 e CTLa4, que são
expressos na superfície dos linfócitos T), que são responsáveis pelo bloquei
das respostas imunes – esses receptores, ao encontrar seus ligantes, inibem
os linfócitos que os expressam, bloqueiam as respostas imunes pelos linfócitos
T, e isso é fisiológico para regulação das respostas imunológicas exageradas.
A célula tumoral faz de tudo para diminuir as respostas imunológicas, sendo
assim, ela expressa um ligante, receptor que liga no PDL-1; essa célula tumoral
expressa um receptor que liga ao PDL-1, que ao ligar, inibe a ativação do
linfócito T.
2 receptores inibidores:
CTLA-4: importante na indução da resposta, nos linfócitos T virgens. Se a
célula dendrítica não está bem ativada, o linfócito T tem a expressão do CTLA-
4 e também o CD28 (papel de envolvimento no segundo sinal para ativação do
linfócito T). O CD28 e o CTLA-4 se ligam no B7; a diferença é que o CTLA-4
tem maior afinidade ao B7. Se há pouco B7, ganha quem tem maior afinidade.
Se chega uma célula dendrítica com pouco B7, competem, mas o CTLA-4
ganha. Quando ele liga ao B7, inibe o linfócito T citotóxico.
PD-1: expresso no linfócito efetor, fase efetora da resposta. O PD-1 tem um
ligante chamado PDL-1 que vai estar presente na célula tumoral, e ao primeiro
sinal de reconhecimento do antígeno, junto com a interação do PD-L1 e PD-1,
há a inibição do T citotóxico. Então ao expressar um ligante de PD-1, inibe o T
citotóxico.
O CTLA-4 que tem maior afinidade com o B7
IMUNOTERAPIA: Bloqueio de pontos de controle – regulação de receptores de
inibição, como CTLA-4 e PD-1.
Surgiu uma terapia recente que faz o bloqueio dos pontos de controle, essa
imunoterapia regula os receptores de inibição, então há uma
regulação/bloqueio desses pontos de controle.
há a célula dendrítica que ativaria o T citotóxico, e utilizo o anticorpo
monoclonal, o Anti CTLA-4, ele liga-se ao CTLA-4, impedindo de se interagir
com o B7, propiciando a ativação adequada desse linfócito T efetor citotóxico;
dessa forma ele se mantem ativado com capacidade de destruir as células
tumorais.
Outra situação: Célula T citotóxico efetor expressando PD-1, e a célula tumoral
expressa o PD-L1, e se inibe o linfócito T citotóxico. Existem, portanto,
anticorpos que ligam a esses receptores: anti-PD-L1, que se liga ao PD-L1 da
célula tumoral, e o Anti-PD-1 que se liga ao PD-1 do linfócito T citotóxico;
quando isso acontece, se mantem a ativação do linfócito T citotóxico, sem
haver inibição, e consigo assim ativar o T citotóxico, liberando os grânulos de
perforina e granzina, consigo matar a célula tumoral.
Essas drogas são anticorpos, e são extremamente importantes – Tem sido
muito utilizado para melanoma.

OUTRAS IMUNOTERAPIAS:
- Vacinas de células dendríticas: se retira as células dendríticas do paciente,
estimula-as com antígenos do tumor – não é célula tumoral, são proteínas
isoladas do tumor, que são estimuladas in vitro; elas, dessa forma, expressam
bastante receptores, moléculas de co-estimulação; volto com ela para o
paciente. Ela vai ativar diretamente os linfócitos T citotóxicos. Eu a ativo fora do
organismo para não ocorrer o risco da modulação negativa que o tumor faz.
Primeiro sinal adequado, segundo sinal, conseguindo levar a ativação dos
linfócitos t específicos do tumor, e a morte das células tumorais.
- Terapia Celular Adotiva: quando tira o linfócito t do indivíduo, estimulo fora do
indivíduo, coloco de volta no individuo
* Terapia de Célula T adotiva com T CAR (Receptor de Antígeno Quimérico) –
ele é quimérico porque ele vai apresentar partes de outros receptores. A
técnica é: paciente com leucemia, retira-se os linfócitos, coloca-se em cultura in
vitro, separa-se os linfócitos T, estimula-os para aumentar a população,
introduzimos nos linfócitos os genes do receptor T CAR; os linfócitos T
receberam, separa-se as que expressaram, purifica-se, e colocasse de volta os
linfócitos T citotóxicos que expressam T CAR. As pesquisar mostram que os
pacientes melhoraram muito. Esses receptores foram construídos por
engenharia genética em laboratório, tem pedaços de pequenos receptores:
porção de reconhecimento do antígeno de uma molécula de anticorpo, pedaço
de TCR que passa sinalização, e outro pedaço do CD-28. A vantagem disso é
que o linfócito vai poder ligar no antígeno tumoral independente de MHC. Não
vai precisar ter MHC expresso. Além disso, os linfócitos T já estão ativados,
não precisam de mais ativação. Nesse único contato ele é capaz de expressar
sua função.

- Existem vários anticorpos sendo usados para tratamento de Câncer


atualmente.
Exemplos:
CTLA-4 ; Ipilimumabe; Uso: Melanoma metastático
PD-1/PD-L1; Nivolumabe; Uso: Melanoma metastático, câncer de pulmão.

Os anticorpos murinos (não humanos) tinham uma taxa de rejeição muito alta -
Omab
Os quiméricos são 65% humanos - Ximab
Hoje em dia existem os chamados Humanizados (>90% humano) – minimiza-
se os efeitos adversos. – Zumab

PONTOS IMPORTANTES DA AULA:


- Mecanismos mais importantes para eliminação de tumores
- Como as células tumorais “fogem “do nosso sistema imune
- Quais as imunoterapias mais promissora.

DISCUCAO DO TRABALHO SOBRE TUMORES:


- A vacina do HPV não é atenuada – é feita de proteína L-1 do vírus. É uma
vacina inativada!
- Pra quais sorotipos é a quadrivalente? 6, 11, 16 e 18.
- Porque temos essa vacina para esses sorotipos? Porque as que estão no
calendário são as que vão atingir a maioria da população, mais prevalente, e
também maior potencial carcinógeno.
- Quais os tipos de câncer o HPV está relacionado? Colo de útero, vulva,
peniano, boca e garganta.
- Vacina: inibe a incidência principalmente inicialmente nas mulheres – Ca de
colo de útero – e foi visto que nos homens foi bem efetiva.
- Vacina para HPV: Se fosse classificar os tipos de vacina, a tecnologia é: De
antígeno purificado - são proteínas do capsídeo viral; Ou se sintetiza o DNA
complementar para produção.
Chega uma paciente que já está infectada com um sorotipo, é interessante
vacinar com os outros sorotipo? Sim, pois terá imunidade com outros sorotipos,
e além disso já sabe-se que mesmo estando infectada, ao tomar a vacina com
o mesmo sorotipo, há uma diminuição da gravidade do tumor.

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