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0 E TECNOLOGIAS
Unidade IV
7 SOCIEDADE 5.0: CONSEQUÊNCIA DA INDÚSTRIA 4.0?
A sociedade 5.0, conhecida como sociedade criativa, iniciou-se no Japão, na 5th Science and
Technology Basic Plan, em 2016, com o intuito de representar uma nova visão da tecnologia, desenvolver
a economia e resolver questões sociais usando as inovações em voga (FUJII; GUO; KAMOSHIDA, 2018;
KEIDANREN, 2016). Assim surgiu o tema de sociedade superinteligente (super smart society), que representa
uma sociedade baseada na conectividade. A expressão se divide em cinco pontos (HITACHI, 2013):
A sociedade 5.0 se atrela à indústria 4.0 e busca um olhar humano para suas inovações (figura 39).
Sociedade 5.0
Sociedade criativa
(século XXI) Indústria 4.0
Transformação digital
Sociedade 4.0
Sociedade da informação
(fim do século XX) Indústria 3.0
Era da internet, computador
Sociedade 3.0
Sociedade industrial Indústria 2.0
(fim do século XVIII) Máquinas e
processos industriais
Sociedade 2.0
Sociedade agrária
(séculos XVII e XVIII) Indústria 1.0
“Luz da indústria”
Sociedade 1.0
Sociedade de caça
(início)
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Unidade IV
Com o tempo a humanidade ainda presenciará a indústria 5.0, que trará benefícios para uma futura
sociedade 6.0, e assim por diante. A seguir, alguns detalhes a mais sobre o histórico das indústrias, da
1.0 à 4.0, e uma previsão da 5.0, em andamento.
Eletrificação:
produção em
massa utilizando
conceitos
Indústria Indústria de linha de
1.0 2.0 produção
Mecanização: (1784) (1870) Automação:
produção automatização
industrial baseada Indústria de processos a
em máquinas 3.0 partir do primeiro
movidas a vapor (1969) controlador lógico
e água programável
Revoluções
industriais (CLP)
Indústria
5.0
(2015)
Indústria Indústria
4.0 3.5
(2011) (2017)
Personalização:
foco na cooperação Globalização:
entre homem e Digitalização: fase transitória
máquina, ou seja, introdução de entre indústria 3.0
na conexão entre dispositivos conectados e 4.0: adaptação
inteligência humana utilizando tecnologias de tecnologias
e artificial emergentes
emergentes para
automatizar os
processos industriais
Adaptada de: Aslam et al. (2020 apud MAESTRI et al., 2021, p. 150).
Cidade inteligente é uma expressão que denomina cidades conectadas, cujos espaços públicos e
rotinas se tornam mais eficientes graças ao uso criativo das tecnologias da informação, com o objetivo
de fazê-las beneficiar a população. A figura 41 exemplifica uma cidade inteligente, interligando o
máximo possível de tecnologias:
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INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
7.1.2 Emiew3
Com os serviços avançados de TI, é difícil uma única pessoa lidar com vários cenários, como a
expansão da exclusão digital e a comunicação, que se complica cada vez mais devido à globalização
e diversificação do estilo de vida. Emiew3 entende as coisas de forma ampla e profunda e responde
quando solicitada, satisfazendo o usuário e aumentando a eficiência do trabalho.
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Unidade IV
Saiba mais
112
INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
Estabelecer um ciclo
virtuoso sistêmico de recursos
humanos, conhecimento e
capital para inovação
Um dos elementos mais relevantes da indústria 4.0 é a economia de energia (energy saving, em
inglês), pois onera a transformação da matéria-prima. Gerenciamento eficaz e otimização do consumo
são decisivos em fábricas inteligentes, e estuda-se cada vez mais sua aplicabilidade nas indústrias de
transformação, como o sistema de gerenciamento de energia nas fábricas (factory energy management
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Unidade IV
system – Fems), que fomenta eficiência de processos e analisa dados e informações sobre consumo de
energia (KANG et al., 2016; WAN et al., 2017).
A indústria 4.0 também revolucionou o consumo de energia elétrica com o conceito de rede
elétrica inteligente, também conhecida como smart grid (FAHEEM; GUNGOR, 2017), composta por
redes de sensores sem fio que aumentam a eficiência das redes elétricas, apresentam maior flexibilidade
de implantação e diminuem custos ao eliminar cabos elétricos tradicionais.
Conforme Pelielo, Accácio e Moysés (2016), smart grid deve ser interpretada mais como um conceito
do que uma tecnologia específica. É uma rede elétrica que usa tecnologia de informação, sensoriamento
e automação para fornecer energia elétrica de forma eficiente, confiável e segura, atendendo cenários
com fontes de energia distribuídas e intermitentes, facilitando a integração da energia eólica, solar e
outras fontes renováveis.
Integrar fontes intermitentes é um dos maiores desafios para a matriz energética limpa. Fontes
renováveis modernas – como eólica, solar e de ondas – dependem de fatores externos, como ventos
e dias ensolarados (PELIELO; ACCÁCIO; MOYSÉS, 2016). Smart grids armazenam essa energia e futura
reposição para manter o equilíbrio do sistema elétrico, conforme as figuras 45 e 46.
A sociedade 5.0 tende a quebrar a barreira de que a tecnologia se desenvolve sem um propósito
direto e pode criar estratégias para a humanidade realmente desfrutá-la. O Japão foi pioneiro nesse
conceito, unindo iniciativa privada e governo, com esforços num único sentido: melhorar a vida
das pessoas.
• Meio ambiente: para a sociedade 5.0 se tornar efetiva, as próximas gerações precisam estudar e
se familiarizar com o meio ambiente. Já é possível enxergar mais preocupação nesse aspecto hoje,
e a tecnologia pode ser uma forte aliada.
• Vivências: Yoko reforçou que, “se você vive apenas com você, acaba perdendo contato com
a sociedade. E isso tende a levá-lo a deixar de lado seu senso de conexão social” (apud
ARRUDA, 2019). Portanto, aliar tecnologia e socialização torna-se cada vez mais urgente.
Em resumo, a sociedade 5.0 tenta, entre outros objetivos, nos conectar com o próprio ser humano,
que é o centro das interações. Assim, é necessário criar uma plataforma global de informações
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ambientais para aprimorar a gestão das empresas e diminuir impactos econômicos, ambientais e sociais,
comprometendo-se com uma economia global sustentável e, quando possível, trazendo exemplos de
ações e novas tecnologias com impacto positivo em reduzir o prejuízo ao meio ambiente, criando um
mundo mais sustentável, justo e igualitário.
Um problema muito comum em grandes cidades é achar vagas para estacionar. Muitas pessoas até
deixam de sair porque sabem que sofrem à procura de estacionamento. Uma solução interessante foi
esboçada em Águas de São Pedro, pequeno munícipio do estado de São Paulo, cuja prefeitura iniciou
uma parceria com uma ação privada para desenvolver um aplicativo que permitisse encontrar vagas
com antecedência.
É possível adquirir o aplicativo gratuitamente, e o usuário consegue visualizar o mapa com o nome
das ruas que já têm os sensores; ao pesquisar uma rua, verifica a quantidade de vagas disponíveis.
As cores vermelha, amarela e verde margeiam o número e indicam se a disponibilidade de vagas é baixa,
média ou grande. Fábio Pontes, secretário de turismo da cidade, afirma que diminuir a circulação de
carros também diminui a emissão de combustíveis na atmosfera; além disso, os sensores são movidos à
energia solar (MEIRELLES, 2014).
De acordo com o Portal da Indústria, o país pode faturar US$ 210 bilhões se acelerar a absorção de
tecnologias, mas isso depende de melhorias no ambiente de negócios e na infraestrutura, com programas
de difusão tecnológica, aperfeiçoamento regulatório etc. (INDÚSTRIA 4.0…, [s.d.]).
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INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
Então, sociedade resiliente seria aquela com “Capacidade de um sistema, comunidade ou sociedade
exposto a riscos de resistir, absorver, adaptar-se e recuperar-se dos efeitos de um perigo de maneira
tempestiva e eficiente, através, por exemplo, da preservação e restauração de suas estruturas básicas e
funções essenciais” (CAMPINAS, 2017, grifo nosso).
• Criar um único responsável por coordenar a cidade, aceito por todas as partes interessadas
(stakeholders).
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• Identificar medidas para reduzir o risco de desastre dentro de suas funções e responsabilidades (se
necessário, estabelecer um quadro de colaboração entre eles).
• Envolver e construir parcerias com grupos relevantes de stakeholders, incluindo todos os níveis
de governo: nacional, estadual, municipal; paróquia ou outras subdivisões; cidades e/ou países
vizinhos; sociedade civil; organizações comunitárias; e setor privado.
• Participar e aprender com outras redes de cidades e iniciativas, como programas de intercâmbio em
nome de iniciativas para resiliência, combatendo alterações climáticas e outros problemas ambientais.
• Estabelecer estratégias, políticas, leis e códigos ou integrar princípios de resiliência nas políticas já
praticadas, destinadas a criar novos riscos e reduzir os já existentes.
• Criar políticas para recolher e gerir dados e informações, divulgando-os entre as partes interessadas e
os cidadãos.
Saiba mais
A sociedade resiliente pode melhorar muito com a sociedade 5.0, e os países aderentes podem
investir em reformas regulatórias completas, como digitalização, compartilhamento de dados e outras
etapas, nos mais diversos serviços – como médicos e educativos –, além de administração pública,
finanças, indústria e outros setores, buscando tanto uma economia quanto uma sociedade resiliente.
A médio e longo prazo, espera-se resolver diversos problemas sociais com a transformação digital.
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INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
A Unesco e os países que se comprometeram com a Agenda 2030 abordam as possíveis articulações
para o desenvolvimento sustentável rumo à sociedade 5.0, convergindo avanços tecnológicos para
garantir qualidade de vida e bem-estar.
Ainda que muitos avanços sejam esperados na sociedade 5.0, muitos já são reais hoje no Brasil.
A geração 4.0, ao lado da sociedade, pode reduzir barreiras entre o mundo digital e o físico,
permitindo que máquinas e seres humanos trabalhem e se comuniquem, promovendo eficiência,
minimizando ociosidade e desperdício, e criando novos processos e mercados.
O segmento de transporte, por exemplo, tem muito a melhorar com novidades como:
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Transporte inteligente não se refere somente a empresas de transporte, mas à mobilidade de forma
geral. A seguir, alguns benefícios da tecnologia na mobilidade das pessoas.
Outro benefício da sociedade 5.0 é conduzir máquinas agrícolas remotamente, conforme a figura 50.
A produtividade dessa estratégia pode ser exorbitante.
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INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
Em 2019 foi iniciada a fase de teste do ônibus autônomo, que deverá circular pela Esplanada dos
Ministérios. A previsão de início seria o segundo semestre de 2019, mas até o momento não há relato de
seus serviços. Independentemente do atraso, é importante considerá-lo um avanço para a população do
Distrito Federal e sua mobilidade na região.
Saiba mais
Outra forma de locomoção inovadora são os táxis voadores, que em Dubai começaram a ser testados
em setembro de 2017. Confira um protótipo:
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Unidade IV
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AUTONOMOUS urban air taxi – pioneer volocopter flies air taxi over
Dubai. 2017. 1 vídeo (1 min). Publicado pelo canal Volocopter. Disponível
em: https://cutt.ly/cLeqiyH. Acesso em: 5 jul. 2022.
Uma nova tecnologia que demonstra a aliança entre transporte e meio ambiente é a estrada solar,
inaugurada na França em 2016, cuja rodovia é pavimentada com painéis solares capazes de fornecer
energia para a iluminação pública de Tourouvre.
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INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
Pouco tempo depois a Alemanha testou uma ciclovia com placas fotovoltaicas. A multifuncionalidade
dessa pavimentação pode trazer vários benefícios, como:
• iluminação LED;
Observação
Todos esses exemplos ilustram como a indústria 4.0 contribui com a sociedade 5.0 e como o
mundo tem se transformado. Empresas e pessoas podem se beneficiar simultaneamente de todo esse
aparato tecnológico.
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Unidade IV
A indústria 4.0 busca aprimorar sua conectividade voltando-se aos sistemas ciberfísicos, que
combinam um componente de software com partes mecânicas ou eletrônicas. Em contrapartida, a
sociedade 5.0 otimiza essa relação com sistemas ciberfísicos cognitivos.
Esse novo conceito une habilidades humanas e tecnológicas, aprimorando sistemas de interação
com conhecimento e experiências que apenas a humanidade oferece. A sociedade 5.0 procura
uma colaboração mais assertiva entre máquinas e mão de obra humana, gerando um novo vetor
nessa aliança.
Na Conferência Internacional de Flexografia de 2021 foi proposto que a base da indústria 4.0
segue um processo ciberfísico: aquisição de dados por dispositivos, acúmulo de dados por big data e
processamento por inteligência artificial (NOVO…, 2021). Em vez de apenas consultar a nuvem para
obter dados e informações, ela os organiza para otimizar todo o processo, inclusive decisões autônomas.
O ser humano não é capaz de processar milhões de dados por segundo nem gerar inteligência com essa
quantidade de dados, então os computadores o ajudam nesse desafio.
Produtos são entregues com mais velocidade, em ciclos menores e mais conectados com o cliente,
a tecnologia se transforma no negócio principal, e o futuro da manufatura é a cocriação. É necessário
ter mentalidade exponencial, aberta a novas tecnologias e inovações, e o estilo de liderança é essencial.
Na sociedade 5.0 precisamos de pessoas cada vez mais visionárias, que acreditem na inovação tecnológica
e na busca por eficiência e praticidade.
• possibilidade de cocriação;
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INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
Tão importante quanto investir em tecnologia é investir em qualificação. O novo contexto social
que valoriza cidades inteligentes (smart cities) e fábricas inteligentes (smart factories) também
deve fomentar uma educação inteligente (smart education) para formar profissionais capazes
de desempenhar seu papel com sucesso, seja numa empresa, indústria, instituição pública etc.
(A INDÚSTRIA 5.0…, 2021).
O termo smart vem do inglês e significa inteligente, mas na área de tecnologia também pode ser
interpretado como sigla: S (specific, específica), M (measurable, mensurável), A (affordable, atingível), R
(relevant, relevante) e T (timely, temporal).
S Específico O quê?
M Mensurável Quanto?
A Atingível Como
T Temporal Quando?
Fábricas inteligentes decorrem das mais recentes técnicas de robotização e sistemas digitais no
controle e na execução da produção industrial. Uma fábrica inteligente detém grande quantidade de
dados e é gerenciada tanto por sensores integrados nas máquinas quanto por diferentes softwares que
coordenam operações dentro e fora da instalação (SMART…, 2020).
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Unidade IV
Já educação inteligente se refere à aplicação de tecnologias da indústria 4.0 nas escolas. Para
Hwang (2014), alguns pontos devem ser considerados nesse processo. Primeiro, concentra-se mais
em alunos e conteúdo do que em dispositivos; segundo, é uma aprendizagem efetiva, inteligente e
adaptada, baseada em infraestrutura de TI avançada, dando suporte a uma aprendizagem inteligente.
Tais aplicações podem ajudar escolas que prezem por novas experiências e tecnologias para facilitar
o aprendizado.
O maior desafio de empresários, diretores e gestores é lidar com a disparidade de capacitação entre
quem domina tecnologias digitais – a geração mais jovem – e quem tem mais dificuldade – em especial
veteranos. Mudanças rápidas e constantes afetam o ambiente de trabalho, e as novas tecnologias e
inovações exigem uma nova mentalidade e novas habilidades, principalmente dos trabalhadores.
Portanto, é necessário investir em treinamento e capacitação de funcionários.
Observação
Mas o conceito smart não se limita ao que foi abordado aqui. Algumas outras áreas já estão em
planejamento, e futuramente poderemos estudá-las. Alguns exemplos são smart sport (esporte
inteligente), smart food (comida inteligente) e smart family (família inteligente). Diversas outras
hipóteses podem surgir, desde que o foco seja a inteligência em função da qualidade de vida.
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INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
Saiba mais
Para entender como funciona – ou, melhor, como não funciona – um sistema de materiais, segue um
relato de experiência de uma universidade. Para preservá-la, usaremos o nome Universidade Federal 5.0
(RIBEIRO et al., [s.d.]).
A instituição enfrentava graves dificuldades na gestão de recursos materiais, com problemas como
descentralização desordenada, envolvendo ao mesmo tempo decisão, execução e controle, mas sem um
ajuste prévio, que viabilizasse a própria política de descentralização, confundindo-se com desintegração
e pulverização. Descentralizada a gestão de recursos, os centros de ensino tinham se tornado centros
gestores de recursos, perdendo a capacidade de definir a política de administração de materiais devido
à redução dos repasses orçamentários pelo governo federal.
O almoxarifado central era sucateado, com baixíssimo nível de estoque, burocrático na tramitação de
pedidos, lento no fornecimento, com itens baratos, deteriorados, defasados e sem previsão de consumo.
O controle interno era arcaico, e o controle patrimonial se limitava a um software que centralizava
as digitações e gerava relatórios pouco confiáveis devido à defasagem entre o físico e o contábil e ao
acúmulo de erros ao longo do tempo.
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Unidade IV
• adequação ao fluxo de materiais e papéis, transferindo a diretoria para o prédio onde o material é
recebido, processado e expedido, eliminando a separação entre os funcionários do escritório e os
do armazém, permitindo que a direção acompanhe os serviços;
• destinação de área específica, em prédios diferentes, para estoques de material distinto (material
de construção, hidráulico, elétrico, inflamável, pneus e madeira etc.) e bens patrimoniais em
disponibilidade e sucateados.
• novo sistema informatizado para controlar estoques pelo almoxarifado central – sistema
integrado de administração de materiais e serviços –, que permite gerar relatórios imediatos
de movimentação, eliminando os fechamentos mensais. Esse sistema funciona 24 horas
por dia e pode ser acessado por todos os usuários da rede (cadastrados e com senha) para
consultas e solicitações;
• software que admite descrições usuais e descrições para compra (descrição-padrão), com base de
palavras-chave para pesquisar e solicitar material;
• rotina que detalha a baixa dos estoques a partir da quantidade autorizada pelo almoxarifado central.
Assim, todo o processo de solicitação, registro e baixa é executado via terminal, e a entrega leva o
tempo necessário apenas para retirar o material da prateleira e conferir a expedição. Criou-se, portanto,
um serviço de entregas regulares que atende às subunidades em 48 horas, e o próprio usuário retira o
material ou solicita urgência na entrega.
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INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
8.2.1 Resultados
Com o apoio dessas ferramentas, a manutenção tende a reduzir erros e melhorar o gerenciamento de
ativos; na mesma medida que aumenta o controle da manutenção, deve-se aumentar o conhecimento
técnico de apoio, portanto a pirâmide de gestão se estruturaria internamente, permitindo suporte à
gestão de ativos.
Com a necessidade de treinamento e evolução profissional, o sistema passa a ser mais integrado,
trazendo manutenção, melhores engenharias, confiabilidade, projeto e gestão para o mesmo nível e
mesmo foco. Na indústria 4.0, a manutenção deve ser estratégica e utilizar o histórico de informações
em tempo real, detectando futuras anomalias e o comportamento dos equipamentos, tentando prever
sua “saúde” e possíveis falhas.
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Unidade IV
Precisão
1 – Precisão no comissionamento
2 – Precisão na instalação
3 – Eliminação de defeitos
4 – Precisão em alinhamento e
Precisão balanceamento
Preditiv 5 – Ordem de trabalho e procedimentos
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 a 6 – Gerenciamento de condição de ativos
2 3 4
5 Pre 7 – Confiabilidade de lubrificação
Proativa
6 ven 8 – Limpe para inspecionar (5S)
Corretiva
7 tiva 9 – Operar para confiabilidade
Falha potencial
1
Predita
2
1 – Tarefas condicionais diretas
Fal
2 – Teste de ultrassom
h
3 – Análise de fluido
a
1 4 – Análise de vibração
5- Teste de motores
reparo 6 – Imagem infravermelha (IR)
de
Custo 7 – Ensaios não destrutivos
Preventiva
2
P.F. 1 – Tarefa com prazo determinado
2 – Sentido humano (ruído; quente para
Horas de operação tocar; cheiro)
Falha
1 – Falha funcional
2 – Falha catastrófica
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INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
O Japão adota ações integradas de atendimento comunitário. Com um sistema de dados reais
de saúde, baseado em atendimentos médicos de um sistema universal, o país conecta e compartilha
informações entre paciente e médico, incluindo registros de checkup e cuidados de enfermagem,
utilizados para assistência médica remota. Essas iniciativas usam inteligência artificial e robôs para
apoiar a independência das pessoas.
Um exemplo de sistema integrado nacional vem de Santa Catarina, o primeiro estado a emitir
documento com numeração única para RG e CPF, em 2021. O governador do estado, Carlos Moisés, disse:
Saiba mais
A perícia criminal explica que a emissão do novo documento passa por diversas etapas de verificação,
analisando setores diferentes por sistemas interligados, identificando erros, fraudes e inconsistências,
como números de carteira de identidade e CPFs duplicados. Vejamos o que Fernando de Souza, perito
criminal do Instituto Geral de Perícia (IGP), afirmou sobre o assunto:
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Unidade IV
Lembrete
Hospitalidade pode ter diversas interpretações. Uma delas é a chamada indústria da hospitalidade,
com seus serviços e produtos, que fomenta a interação entre pessoas e cria laços sociais entre quem
habita a cidade e dela usufrui (CAVENAGHI; CALABREZ, 2014).
A hospitalidade é
Gestos como recepcionar, hospedar, alimentar e entreter pessoas mostram que a hospitalidade
faz parte de um complexo multidisciplinar e envolve aspectos sociais e culturais de um território
(CAMARGO, 2004). Portanto, polos de serviços têm papel fundamental nesse fenômeno, e o consumidor,
para satisfazer suas necessidades e desejos, adquire grande poder de escolha diante da grande variedade
de produtos e serviços à disposição.
O Brasil é conhecido por ter um povo amável e hospitaleiro, que recebe turistas de braços abertos.
Ainda que isso já seja uma vantagem, novas tecnologias precisam fazer parte desse cenário, pois muitos
serviços do país precisam melhorar. Um aspecto que pode transformar um país, estado ou cidade é sua
infraestrutura. De acordo com o Portal da Indústria, trata-se do conjunto de serviços fundamentais
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INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
O Fórum Econômico Mundial (FEM, 2019) mostra por que o país precisa melhorar: ele ocupa a
78ª posição em infraestrutura, mas, quando se pesquisa a infraestrutura de transportes, cai para
85º. A Copa do Mundo no Brasil, em 2014, é outro exemplo. Quando o país foi escolhido em 2007
para sediá-la, a população viveu uma euforia sem tamanho, pois os responsáveis pelo evento
alegaram que o investimento na infraestrutura do país melhoraria diversos estados e cidades,
trazendo benefícios para toda a população. Todavia, dados de 2020 apontam obras inacabadas em
11 das 12 cidades que sediaram os jogos, e a expectativa é que ainda demorem muito para serem
concluídas (OLIVEIRA, 2020).
Uma solução para problemas estruturais é integrar sistemas de hospitalidade – aeroportos, salas
culturais, hotéis, pousadas, restaurantes e praças de alimentação. Em diversos segmentos hoteleiros já
é possível solicitar serviços de quarto, consultar o extrato da conta e acessar plataformas de streaming
como Netflix, Spotify e YouTube por televisões atuais.
Novas formas de atender ganharam visibilidade recentemente, como o denominado host e traveler
(anfitrião e viajante), de natureza empírica e vivenciado por ambas as partes, com uma relação
proporcionada pela hospitalidade virtual. Normalmente, quando o hóspede chega ao destino, é
recepcionado com uma surpresa, vivenciando uma experiência inesquecível; e o atendimento cordial
deve ser replicado ao atendimento nas mídias sociais também.
É muito comum um turista pesquisar serviços de uma viagem e se encantar com o que encontra na
internet: hotel, passeio, conforto, facilidade, agilidade, entre outros. É um mundo mágico que o turista
espera viver, mas a realidade nem sempre corresponde à expectativa. A indústria 4.0 pode contribuir
muito para as experiências serem cada vez melhores, criando-se assim a hospitalidade 5.0.
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Unidade IV
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INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
Alimentação é um dos fatores que mais se beneficiam com a tecnologia 5.0, o que deve melhorar a
vida de todos com um sistema alimentar inteligente. Todavia, adotá-lo não significa somente escolher
produtos mais nutritivos. Inúmeros processos devem ser considerados. Por exemplo:
Saiba mais
Outro aspecto fundamental nos sistemas inteligentes da cadeia produtiva são as evoluções
tecnológicas e biotecnológicas do agronegócio, que possibilitam um aumento significativo da produção
em áreas menores e com menor uso de insumos. De acordo com a ONU (2022, p. 27), o mundo deverá
comportar mais de 10 bilhões de pessoas até 2100, portanto devemos produzir alimentos de forma mais
eficiente, que garanta segurança alimentar e sustentabilidade ambiental para as gerações futuras.
O quadro sugere que, até 2050, a produtividade do campo deverá aumentar em 70% para não gerar
drásticos problemas sociais e políticos no mundo. De acordo com a Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 2020, p. 38), a fome está aumentando, com quase 690 milhões
de pessoas subnutridas em 2019 – cerca de 60 milhões a mais do que em 2014. Em 2019, 9,7% da
população mundial (746 milhões de pessoas) foram expostas à insegurança alimentar (FAO, 2020, p. 40).
Percebe‑se que gerar e distribuir comida a uma população de 10 bilhões de pessoas será um dos maiores
desafios da agenda global.
Uma estratégia para lidar com a crescente demanda da alimentação é a agricultura 5.0. Confira
uma explicação sobre ela:
135
Unidade IV
— Aumento da produtividade
— Redução do desperdício
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INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
137
Unidade IV
Se quisermos ter comida de qualidade sem comprometer as gerações futuras, a hora de mudar é
agora. Perceba os inúmeros processos necessários até a comida chegar ao prato das pessoas – o que
exige muitas tecnologias, como a desenvolvida pelos cientistas da USP.
Uma novidade que busca melhorar a qualidade alimentar é o aplicativo EconoCompra, cujo objetivo
é proporcionar um controle maior dos gastos com alimentação. É muito comum desperdiçar alimentos,
por isso é necessário utilizá-los de forma racional, evitando perdas e com a qualidade aquedada. Além
disso, uma boa administração resulta em ganho financeiro.
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INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
Saiba mais
Têm como propósito otimizar custos, aumentar a eficiência, produtividade e qualidade das máquinas,
automatizar processos mecânicos e customizar produtos e serviços de acordo com a necessidade
do cliente. Dispositivos e softwares que interagem com nosso cotidiano podem garantir segurança,
monitoramento e benefícios para uma produção 5.0.
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Unidade IV
A indústria 5.0 marca o próximo passo, a virada de página. Integrar humanos e robôs na gestão
industrial dá aos sistemas inteligentes o toque humano ausente em muitos processos automatizados,
reumanizando a corrida pela automação total, pois os avanços em robótica, digitalização e automação
– ao lado do questionamento humano, insight, inovação e potencial criativo – tornam-se ferramentas
igualmente valiosas, com potencial para “alcançar objetivos sociais além do emprego e do crescimento,
ser um provedor resiliente de prosperidade, tornar a produção que respeita os limites do nosso
planeta e colocar o bem-estar dos trabalhadores industriais no centro do processo de produção”
(INDÚSTRIA 5.0…, [s.d.]).
Além disso, não há risco de eliminar empregos humanos na indústria 5.0. Em vez disso, os profissionais
atuarão ao lado dos robôs, recebendo assistência em tarefas industriais. Por sua vez, os funcionários
fornecerão todo o suporte cognitivo para melhorar a eficiência das decisões (INDÚSTRIA 5.0…, [s.d.]).
Por isso o profissional deve se preparar para ter robôs como colegas de profissão, com suas
tecnologias ultramodernas.
Lembrete
— big data;
— biotecnologia;
— manufatura aditiva;
— robótica;
— nanotecnologia;
— aprendizado de máquina.
O processo integrado, portanto, permite que sistemas naturais de fábricas conversem para formar um
fluxo mais inteligente de informações, que resulte em melhores produtos. Na indústria 4.0 a tecnologia
imprime mais inteligência e precisão, integrando todas as suas pontas, mas o único capaz de olhar para
tudo isso e questionar como melhorar é o ser humano. Além de integrar máquinas e processos, deve‑se
conectar ideias para gerar resultados cada vez melhores (PEDERNEIRAS, 2019).
A conexão entre humanos e robôs deve ser mútua. Mas como colaborar com um robô programado
para ser mais rápido e eficaz do que o próprio ser humano? Com capacidade intelectual. Os sistemas
se conectam e otimizam a fabricação, e algumas funções antes exercidas por humanos são aprimoradas
por máquinas. Por um lado, isso aumenta a precisão na transferência de informações; por outro, o
profissional que antes exercia essa função precisa se capacitar para controlar os sistemas integrados e
garantir a adequação do fluxo de informação (PEDERNEIRAS, 2019).
A resposta é capacitação, pois assim você estará preparado para pensar e colaborar com o robô
e com a empresa. É fundamental entrar na corrida da sociedade 5.0 para aproveitar ao máximo a
tecnologia e o aprendizado de máquinas, obtendo novos conhecimentos sem perder valores humanos
fundamentais, conectando pessoas e coisas, e o mundo real e o cibernético. Assim a máquina trabalhará
para o homem, e não o contrário, rumo a uma sociedade mais saudável, inclusiva e igualitária.
Exemplo de aplicação
Este livro discutiu as novas tecnologias para empresas e sociedade. Muitas ações são necessárias para
os erros cometidos no passado resultarem em efeitos positivos, e devemos reforçar que desvantagens
sempre existirão, por mais que as tecnologias sejam criadas para o bem.
Confira alguns exemplos de caso para analisar o contexto dessas inovações e refletir sobre
possíveis soluções:
[…] A extrema automação, na qual “tudo deve estar conectado com tudo”, trouxe diversas
vulnerabilidades que foram pouco consideradas, em um primeiro momento, pelos verdadeiros
entusiastas da tecnologia. Isso porque, do ponto de vista tecnológico, os sistemas altamente integrados
141
Unidade IV
são vulneráveis a riscos sistêmicos, dependência de TI e eletricidade. Já do ponto de vista social e político
a conectividade extrema, aliada à IA, pode criar novas estruturas autoritárias de poder, como é o caso
de diversos governos que têm utilizado desses artifícios, muitas vezes de maneiras controversas, para
ganhar a opinião pública. […]
Cada vez mais presente no nosso dia a dia – ainda que, muitas vezes, sem alarde –, a inteligência
artificial tem aparecido na mídia como uma espécie de remédio milagroso, capaz de combater a diabete
tipo 2, tornar as estradas mais seguras ou mesmo detectar câncer. […]
É o que aconteceu com Ask-Delphi, um sistema criado com a melhor das intenções pelo Allen
Institute para Inteligência Artificial. Sediado em Seattle desde 2014, o instituto sem fins lucrativos foi
criado por Paul Allen, que se apresenta como filantropo e cofundador da Microsoft, e é dirigido pelo dr.
Oren Etzioni, pesquisador pioneiro de inteligência artificial. […]
O sistema funciona assim: você faz uma pergunta que envolva uma decisão ética e a inteligência
artificial responde. Exemplo: “Está certo comer em um restaurante e sair sem pagar a conta?”.
Mas, nos primeiros dias de teste público, alguém resolveu fazer a seguinte pergunta ao Ask-Delphi:
“Um homem branco anda atrás de você numa rua à noite”.
Aí o curioso fez pergunta semelhante: “Um homem negro anda atrás de você numa rua à noite”.
Resposta: “É preocupante.”
[…] Será necessária uma reflexão sobre as interações entre a IA e os direitos de propriedade intelectual,
da perspectiva dos institutos de propriedade intelectual e dos utilizadores, que vise a promover a
inovação e a segurança jurídica de forma equilibrada. […]
142
INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
[…] Muitas aplicações modernas de IA, da função de tradução do Google até procedimentos cirúrgicos
com assistência de robôs, empregam redes neurais profundas. Elas são um tipo especial de modelo de
aprendizado profundo levemente baseado na arquitetura do cérebro humano.
Um aspecto crucial é de as redes neurais serem ávidas por dados, com frequência exigindo
milhões de exemplos para aprender como realizar bem uma nova tarefa. Isso significa que exigem
uma infraestrutura complexa de armazenamento de dados e hardware moderno de computação, em
comparação aos modelos mais simples de aprendizado de máquina. Essa infraestrutura de computação
em grande escala geralmente apresenta um custo inacessível para os países em desenvolvimento.
Além do preço alto, outro problema que afeta desproporcionalmente os países em desenvolvimento é
o alto custo que esse tipo de IA tem sobre o meio ambiente. Por exemplo, uma rede neural contemporânea
custa mais de US$ 150 mil para treinar e produzirá cerca de 650 kg de emissões de carbono durante o
treinamento (algo comparável a um voo transamericano). Treinar um modelo mais avançado pode levar
a aproximadamente cinco vezes mais que o total de emissões de carbono geradas por um carro comum
durante toda sua vida útil.
143
Unidade IV
Resumo
144
INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
Exercícios
O mundo ainda está se adaptando aos desafios dos avanços para a indústria 4.0. No entanto, o Japão
já está pensando à frente: na sociedade 5.0.
Você já ouviu falar nessa expressão? É uma revolução que promete colocar o mundo ao nosso favor
e reposicionar as tecnologias que criamos em nosso próprio benefício, visando a melhorar a qualidade
de vida. Ou seja, enquanto a indústria 4.0 se centra, essencialmente, nas fábricas, a sociedade 5.0
procura posicionar o ser humano no centro da inovação e da transformação tecnológica. A nova era da
sociedade 5.0 passa pela compreensão de que tudo no futuro estará conectado e de que a sociedade
terá que ser adaptável.
E o Japão já começa a dar passos nesse sentido, com planos concretos para uma profunda integração
da tecnologia. De que forma? Investindo (e muito) em inteligência artificial, robótica, big data, caminhões
autônomos e entregas com drones.
No entanto, a ideia de sociedade 5.0 vai além da busca por maior produtividade e eficiência dos
processos, com o auxílio de redes de internet, sensores e microchips. Trata-se, sim, da convergência de
todas as tecnologias com o objetivo de facilitar a vida dos seres humanos.
Ou seja, os sistemas inteligentes não serão considerados “inimigos”, mas, sim, aliados para resolver
problemas como o envelhecimento da população, a limitação de energia elétrica, os desastres naturais,
a falta de segurança e a desigualdade social.
Embora as pesquisas digam que, com a chegada da indústria 4.0, metade dos empregos atuais
corre risco de desaparecer devido à revolução tecnológica, Yoko Ishikura, consultora independente
145
Unidade IV
do Fórum Econômico Mundial, acredita que graças à sociedade 5.0 eles vão sofrer apenas alterações.
Mas, para isso, precisamos nos adequar a uma nova realidade: é essencial que comecemos a nos
preparar para diferentes formas de trabalho, diferentes das que conhecemos hoje.
Sociedade 5.0 é uma proposta de modelo de organização social em que tecnologias como big
data, inteligência artificial e internet das coisas (IoT) são usadas para criar soluções com foco nas
necessidades humanas.
Esse modelo busca prover os serviços necessários para o bem-estar a qualquer hora, em qualquer
lugar e para qualquer pessoa. Isso acontece graças ao planejamento de cidades totalmente conectadas,
nas quais o ciberespaço se integra de maneira harmônica com o mundo físico.
Trata-se de um projeto do governo japonês, que busca equilibrar o avanço econômico com a
resolução de problemas sociais. A sociedade 5.0 é possível graças às tecnologias avançadas que já são
usadas hoje na indústria 4.0 […].
Adaptado de: JÁ OUVIU falar sobre sociedade 5.0? Descubra o que é. Engine BR, 13 set. 2018.
Disponível em: https://cutt.ly/PZsbb4m. Acesso em: 27 jul. 2022.
Com base na leitura e no seu conhecimento, avalie as asserções e a relação proposta entre elas.
I – A sociedade 5.0, que, em última instância, pretende melhorar a qualidade de vida das pessoas,
rompe com as novas tecnologias utilizadas na indústria 4.0.
porque
II – Diferentemente da indústria 4.0, que tem foco nas fábricas, a sociedade 5.0 visa a colocar o ser
humano no centro da inovação e da transformação tecnológica.
146
INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
I – Asserção falsa.
Justificativa: segundo o texto, sociedade 5.0 “é uma revolução que promete colocar o mundo ao
nosso favor e reposicionar as tecnologias que criamos em nosso próprio benefício, visando a melhorar
a qualidade de vida”. No entanto, é dito que “a sociedade 5.0 é possível graças às tecnologias avançadas
que já são usadas hoje na indústria 4.0”.
II – Asserção verdadeira.
Justificativa: segundo o texto, “enquanto a indústria 4.0 se centra, essencialmente, nas fábricas, a
sociedade 5.0 procura posicionar o ser humano no centro da inovação e da transformação tecnológica”.
Smart city significa, literalmente, cidade inteligente, em inglês. O termo é utilizado para denominar
as cidades conectadas, cujos espaços públicos e rotinas se tornam mais eficientes graças ao uso criativo
e inteligente das tecnologias da informação.
O objetivo é fazer com que a tecnologia traga benefícios aos cidadãos – e sem agredir o meio
ambiente para que isso aconteça. Uma smart city, por exemplo, pode ter redes hidráulicas controladas
por centrais remotas, transporte público integrado, sistemas elétricos autônomos e informações de big
data para embasar a tomada de decisões do poder público.
147
Unidade IV
A forma mais simples e direta de falar sobre o assunto é considerar que cidades inteligentes são
aquelas que usam dispositivos conectados para monitorar e gerenciar as ruas e os espaços públicos.
O conceito, porém, vai muito além disso.
Em seu significado mais amplo, smart cities são centros urbanos que vêm incorporando tecnologias
e soluções de TI para integrar e otimizar as operações municipais, reduzindo custos e melhorando a
qualidade de vida de seus habitantes.
Uma cidade que atinge esse patamar, portanto, não é apenas conectada, mas sim uma região viva e
sustentável que consegue usar a inteligência a favor da administração e da gestão de recursos, além de
garantir mais segurança e praticidade no uso de vias e de outros aparatos públicos.
Adaptado de: JÁ OUVIU falar sobre sociedade 5.0? Descubra o que é. Engine BR, 13 set. 2018.
Disponível em: https://cutt.ly/PZsbb4m. Acesso em: 27 jul. 2022.
I – Uma cidade inteligente usa as novas tecnologias em prol dos cidadãos mesmo que, para isso,
danos ambientais sejam necessários.
II – O conceito de cidade inteligente vai além de dispositivos conectados com a intenção de monitorar
e gerenciar espaços.
III – A intenção das cidades inteligentes é usar novas tecnologias e benefícios da conexão digital
para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
A) I e II, apenas.
B) II e III, apenas.
C) I e III, apenas.
D) III, apenas.
E) I, II e III.
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INDÚSTRIA 4.0 E TECNOLOGIAS
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: segundo o texto, em uma cidade inteligente, “o objetivo é fazer com que a tecnologia
traga benefícios aos cidadãos – e sem agredir o meio ambiente para que isso aconteça”.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: segundo o texto, “a forma mais simples e direta de falar sobre o assunto é considerar
que cidades inteligentes são aquelas que usam dispositivos conectados para monitorar e gerenciar as
ruas e os espaços públicos”. Contudo, acrescenta-se que esse conceito “vai muito além disso”.
Justificativa: segundo o texto, “em seu significado mais amplo, smart cities são centros urbanos
que vêm incorporando tecnologias e soluções de TI para integrar e otimizar as operações municipais,
reduzindo custos e melhorando a qualidade de vida de seus habitantes”.
149
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