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Unidade IV

Unidade IV
7 TENDÊNCIAS EM AUTOMAÇÃO INTELIGENTE (PARTE 1)

Um grande aumento no número de objetos conectados à internet, seja por fio ou sem fio, tornou
a internet das coisas (IoT) um dos tópicos mais comentados, tanto na indústria quanto fora dela. Está
previsto que a IoT vai rivalizar com todas as maravilhas científicas do passado, como máquina a vapor,
impressora e eletricidade, e superar todas as revoluções industriais anteriores. A internet das coisas, junto
com robótica, inteligência artificial, nanotecnologia, computação quântica, biotecnologia, impressão 3D
e veículos autônomos, marca a quarta revolução.

Em particular, a IoT é um conceito que não só tem potencial para impactar nossas vidas, mas
também a maneira como trabalhamos. Pode melhorar drasticamente a segurança, eficiência energética,
educação, saúde e muitos outros aspectos da vida diária para os consumidores, por meio de soluções
incríveis, e também aprimorar fatores como tomada de decisões e produtividade das empresas, gestão
da cadeia de suprimentos, manufatura, agricultura e outros setores. Agora, todos os tipos de objetos do
cotidiano podem estar conectados à internet, incluindo carros, termostatos, equipamentos esportivos,
fornos de micro-ondas, geladeiras e até sapatos. A internet das coisas é uma evolução do aplicativo
móvel e integra tudo o que está conectado à internet, para integrar maior capacidade de comunicação
e usar análise de dados para extrair informações significativas.

Os dispositivos de IoT estão conectados à internet e até seu tênis pode enviar dados. A contagem
de passos pode ser visualizada em outros dispositivos conectados à internet, como um smartphone, e
todas as métricas coletadas pelos sapatos podem ser analisadas – por exemplo, quantas calorias foram
queimadas –, o que pode fornecer aconselhamento personalizado sobre fitness. A IoT não se limita a
produtos de consumo. Existem lixeiras urbanas que avisam quando é necessário esvaziá-las, sensores
ligados a pontes podem verificar se há tensão ou danos em sua estrutura e existem muitos outros
exemplos estendendo-se à saúde, manufatura e agricultura.

As empresas precisam considerar a IoT como algo real. A internet industrial fornece uma maneira
de obter melhor visibilidade e percepção das operações da empresa e ativos por meio da integração de
sensores de máquina, middleware, software, em sistemas de back-end de computação e armazenamento
em nuvem. Ela fornece um método de transformar processos operacionais de negócios usando como
feedback os resultados obtidos ao analisar grandes bancos de dados por meio de análises avançadas.
Os ganhos de negócios são alcançados por meio de ganhos de eficiência operacional e produtividade
acelerada, o que resulta na redução do tempo de inatividade não planejado e eficiência otimizada e,
portanto, lucros.

Embora as tecnologias e técnicas usadas em máquinas existentes (machine-to-machine, ou M2M)


nos ambientes industriais de hoje possam ser semelhantes às da internet de todas as coisas (IIoT), a
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escala de operação é muito diferente. Por exemplo, os sistemas de big data de IIoT fornecem enormes
fluxos de dados que podem ser analisados on-line usando análises avançadas de sistemas hospedados
em nuvem com grande velocidade de resposta. Além disso, grandes quantidades de dados podem ser
armazenados em sistemas em nuvem, distribuídos para análises futuras realizadas em formatos de lote.
Essas análises massivas de trabalhos em lote podem coletar dados estatísticos e informações a partir
de dados que nunca seriam possíveis devido aos pools de amostragem relativamente pequenos ou
simplesmente porque não possuem algoritmos com alto poder de processamento.

Observação

Abordaremos a IIoT com mais detalhes neste livro-texto.

Segundo Gilchrist (2016), os defensores da internet industrial referem-se a ela como a terceira onda
de inovação. Isso se relaciona à primeira onda de inovação, a revolução do setor industrial, e à segunda
onda, a revolução da internet. A crença comum é a de que a terceira onda de inovação, a revolução
industrial da internet, está em andamento. No entanto, ainda estamos em sua fase inicial. Apesar de
todo o potencial da tecnologia digital, ela ainda precisa ser amplamente implementada nos setores
da indústria. Estamos começando a ver dispositivos e sistemas inteligentes, que usam interface com
máquinas industriais, processos e nuvem, mas não em uma escala de toda a indústria. Certamente, não
existe padronização de protocolos, interfaces e aplicativos que, sem dúvida, serão necessários para criar
uma cadeia de valor IIoT. Como exemplo disso, existe atualmente uma infinidade de comunicações,
protocolos e tecnologias de rádio, e isso demonstra como os requisitos são tão diversos.

A figura a seguir traz a evolução dos períodos industriais e aponta quais tecnologias eram utilizadas
em diferentes fases.

Indústria 4.0
Indústria 3.0

Indústria 2.0

Indústria 1.0

1784 1870 1969 Hoje

Figura 51 – Evolução da Indústria 4.0

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Avançando para os conceitos e princípios da IIoT para a Indústria 4.0, veremos quais manufaturas
podem ser econtradas para transformar a indústria nos dias atuais. Muitos gestores prevêem que a
quarta Revolução Industrial proporcionará níveis sem precedentes de crescimento e produtividade na
próxima década. Governantes, acadêmicos, negociantes e fornecedores de tecnologia estão trabalhando
em um terremo fértil para que possam juntos aproveitar e realizar esse enorme potencial.

7.1 Indústria 4.0

Segundo Schwab (2018), a palavra revolução denota mudança abrupta e radical. Em nossa história, as
revoluções têm ocorrido quando novas tecnologias e novas formas de perceber o mundo desencadeiam
uma alteração profunda nas estruturas sociais e nos sistemas econômicos. Já que a história é usada
como referência, as alterações podem levar anos para se desdobrarem.

A primeira Revolução Industrial ocorreu entre 1760 e 1840. Associada à construção das ferrovias
e impulsionada pela invenção da máquina a vapor, ela deu início à produção mecânica. Já a segunda
Revolução Industrial começou entre o final do século XIX e o início do século XX, período em que o
surgimento da eletricidade e da linha de montagem possibilitou a produção em massa. Por sua vez,
a terceira Revolução Industrial teve início na década de 1960 e foi chamada de Revolução Digital ou
do Computador, pois foi impulsionada pelo desenvolvimento dos semicondutores, da computação em
mainframe (na década de 1960), da computação pessoal (nas décadas de 1970 e 1980) e da internet
(nas décadas de 1980 e 1990). Hoje estamos vivendo a quarta Revolução Industrial, a qual teve início
na virada do século e se baseia na Revolução Digital e em toda a transformação que ela vem trazendo
nos últimos anos. É caracterizada pela internet ubíqua e móvel, por sensores menores e mais poderosos
que se tornaram mais baratos e pela inteligência artificial e aprendizagem automática (ou aprendizado
de máquina).

A quarta Revolução Industrial não pode apenas ser relacionada a sistemas e máquinas inteligentes
conectadas, pois sua amplitude é bem maior. Novas descobertas vêm ocorrendo em áreas que vão
desde o sequenciamento genético até a nanotecnologia, das energias renováveis à computação quântica.
O que torna a quarta Revolução Industrial fundamentalmente diferente das anteriores é a fusão
dessas tecnologias e a interação entre os domínios físicos, digitas e biológicos.

Ainda segundo Schwab (2018), na quarta Revolução, as tecnologias emergentes e as inovações


generalizadas serão utilizadas cada vez mais e em velocidade exponencial – o que a difere das gerações
anteriores, as quais continuam a desdobrar-se em algumas partes do mundo. A segunda Revolução
Industrial precisa ainda ser plenamente vivida por 17% da população mundial, pois quase 1,3 bilhão de
pessoas ainda não têm acesso à eletricidade. Isso também é válido para a terceira, já que mais da metade
da população mundial, 4 bilhões de pessoas, vive em países em desenvolvimento sem acesso à internet.
O tear mecanizado (a marca da primeira Revolução Industrial) levou quase 120 anos para se espalhar
fora da Europa. Em contraste, a internet espalhou-se pelo globo em menos de uma década.

Em uma escala global, a inovação vem provocando rupturas sem precedentes nas nossas vidas.
A velocidade da inovação em termos de desenvolvimento e ruptura acontece mais rápida do que nunca.
Como disruptores, podemos listar: Airbnb, Uber, Alibaba, iFood e Netflix, entre outros, nomes bem
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familiares atualmente e que eram relativamente desconhecidos há poucos anos. O onipresente iPhone
foi lançado em 2007, mas no final de 2015 já existiam cerca de 2 bilhões de smartphones. Em 2010,
o Google anunciou seu primeiro carro totalmente autônomo, e esses veículos podem rapidamente se
tornar uma realidade comum nas ruas.

Além da velocidade e da amplitude, a quarta Revolução Industrial é a única a causar uma crescente
harmonização e integração de muitas descobertas inovadoras. Essas inovações, consideradas tangíveis,
resultam da interdependência entre tecnologias distintas que não são configuradas como ficção científica.
Hoje, por exemplo, as tecnologias de fabricação digital podem interagir com o mundo biológico. Alguns
designers e arquitetos já estão misturando o design computacional, a fabricação aditiva, a engenharia
de materiais e a biologia sintética para criar sistemas pioneiros que envolvem a interação entre
microrganismos, nossos corpos, os produtos que consumimos e até mesmo os edifícios onde moramos.
Ao fazê-lo, eles estão construindo (e até mesmo “cultivando”) objetos que são continuamente mutáveis
e adaptáveis (as principais características dos reinos animal e vegetal).

Lembrete

Alguns designers e arquitetos já estão misturando o design


computacional, a fabricação aditiva, a engenharia de materiais e a biologia
sintética para criar sistemas pioneiros que envolvem a interação entre
microrganismos, nossos corpos, os produtos que consumimos e até mesmo
os edifícios onde moramos.

Algoritmos como o Siri, da Apple, oferecem um vislumbre do que estamos vivendo com a inteligência
artificial, que está em rápido avanço: os assistentes pessoais inteligentes. Eles surgiram há apenas dois
anos, mas atualmente o reconhecimento de voz e a inteligência artificial progridem em velocidade
tão rápidas, que falar com computadores se tornará algo normal. Em breve, criaremos nossos próprios
algoritmos apenas com o comando de voz; os assistentes pessoais robotizados estão sempre disponíveis
para tomar notas e responder às consultas do usuário. Cada vez mais, nossos dispositivos se tornarão
parte de nosso ecossistema pessoal, nos ouvindo, antecipando nossas necessidades e nos ajudando
quando necessário, mesmo que não tenhamos pedido.

A inovação e as tecnologias possuem características comuns: elas disseminam a digitalização da


tecnologia da informação. Por exemplo: o sequenciamento genético não seria possível sem a análise
de dados e a capacidade de processamento criados com as tecnologias. Da mesma forma, não existiriam
robôs avançados sem a inteligência artificial, que por si só depende em grande parte da capacidade
de processamento. Segundo Schwab (2018), para identificar as megatendências e relatar a enorme
quantidade de impulsionadores tecnológicos da quarta Revolução Industrial, foi criada uma lista que a
divide em três categorias: a física, a digital e a biológica. As três estão profundamente inter‑relacionadas,
e as tecnologias beneficiam-se umas das outras com base em descobertas e progressos realizados por
cada uma delas.

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Saiba mais

A internet trouxe a possibilidade de uma comunicação que envolve voz,


imagem e texto. Hoje milhões de pessoas ficam on-line, transformando as
formas de relacionamento e consumo. Para acompanhar como aconteceram
as revoluções industriais e o desenvolvimento da comunicação, leia o livro:

STEVAN JR., S. L. Indústria 4.0: fundamento, perspectivas e aplicações.


São Paulo: Érica, 2018.

7.1.1 Categoria física

São representadas por quatro principais manifestações físicas das megatendências tecnológicas, que
são as mais fáceis de enxergarmos por causa de sua natureza tangível:

• Veículos autônomos: trata-se de veículos guiados sem motorista. Esse tipo de tecnologia domina
os noticiários, mas existem outros tipos de veículos autônomos, incluindo caminhões, drones,
aviões e barcos. Conforme as tecnologias (os sensores e a inteligência artificial, por exemplo) se
desenvolvem, as capacidades de todas essas máquinas autônomas melhoram em ritmo acelerado.
É só uma questão de poucos anos para que drones e veículos submersíveis de baixo custo e
disponíveis comercialmente sejam utilizados em diferentes processos.

• Impressão em 3D: classificada como fabricação aditiva, a impressão em 3D consiste na criação


de um objeto físico por impressão, camada sobre camada, de um modelo ou desenho digital
em 3D. O processo é o oposto da fabricação subtrativa, isto é, a forma como os objetos foram
construídos até agora: as camadas são removidas de um bloco de material até que a forma
desejada seja obtida. Por contraste, a impressão em 3D começa com um material desarticulado e,
em seguida, cria um objeto em três dimensões por meio de um modelo digital.

• Robótica avançada: o uso de robôs estava confinado às tarefas rigidamente controladas de


indústrias específicas, como a automotiva. Hoje, no entanto, os robôs são cada vez mais utilizados
em todos os setores e para uma ampla gama de tarefas, seja na agricultura de precisão, seja na
enfermagem. Em breve, o rápido progresso da robótica irá transformar a colaboração entre seres
humanos e máquinas em uma realidade cotidiana.

• Novos materiais: com características que pareciam inimagináveis há alguns anos, os novos
materiais estão chegando ao mercado. Em geral, eles são mais leves, mais fortes, recicláveis
e adaptáveis. Agora existem aplicações para materiais inteligentes com autorreparação ou
autolimpeza, metais com memória que retomam suas formas originais, cerâmicas e cristais que
transformam pressão em energia e assim por diante.

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7.1.2 Categoria digital

Ponte entre as aplicações físicas e digitais e criada na quarta Revolução Industrial, é a internet das
coisas (IoT), às vezes chamada de internet de todas as coisas (IIoT). Pode ser descrita como a relação
entre as coisas (produtos, serviços, lugares etc.) e as pessoas que se torna possível por meio de diversas
plataformas e tecnologias conectadas.

7.1.3 Categoria biológica

As inovações no campo da biologia, em especial na genética, são de tirar o fôlego. Nos últimos
anos, foram realizados consideráveis progressos para que o sequenciamento genético fosse possível.
Depois de mais de dez anos, a um custo de US$ 2,7 bilhões, o projeto do genoma humano finalmente
foi completado. Hoje, um genoma pode ser sequenciado em poucas horas e por menos de mil dólares.
Os avanços da capacidade de processamento permitiram que os cientistas não precisem mais trabalhar
com tentativa e erro (SCHWAB, 2018).

A biologia sintética é o próximo passo. Ela oferecerá a capacidade de criar organismos personalizados,
escrevendo o DNA deles. Deixando de lado as profundas questões éticas que isso levanta, esses avanços
não só causarão um impacto profundo e imediato na medicina, mas também na agricultura e na
produção de biocombustíveis, já que são realizados testes a respeito de como as variações genéticas
específicas geram doenças e características particulares (SCHWAB, 2018).

O processo social complexo de inovar é algo tangível. Portanto, mesmo com essa ampla gama
de avanços tecnológicos apresentadas, a capacidade de mudar o mundo é um dos benefícios que a
quarta Revolução Industrial nos proporcionou. Precisamos dar atenção a como tudo isso será gerido
e como garantir que esses avanços continuem a ser realizados e sejam orientados para os melhores
resultados possíveis.

7.2 IoT e IIoT

Estima-se que todas as coisas serão inteligentes e estarão conectadas pela internet, permitindo
maior comunicação e novos serviços orientados por dados com base no aumento das capacidades da
análise desses dados (analytics). Essa rede conecta todos os dispositivos, como smartphones, smartTVs,
smartcars, computadores, impressoras, entre outros, seja através de fios, sem fio, por rádio ou sinais
infravermelhos para transferir as informações de um ponto a outro. Uma rede não precisa ser apenas
para computadores, ela também pode ser do sistema de telefonia analógica ou a interconexão dessas
redes, também conhecida como internet. No entanto, o avanço tecnológico passado transformou a
internet para a rede onde tudo está ligado, e objetos do cotidiano podem ser reconhecidos e controlados
por meio de etiquetas RFID, sensores e smartphones.

A IoT é a rede de objetos físicos que podemos sentir, comunicar e acessar pela internet e passa a ser
parte integrante. Esses objetos são incorporados com eletrônicos (microcontroladores e transceptores),
software, sensores, atuadores e conectividade de rede que lhes permite coletar e trocar os dados usando
vários protocolos. Portanto, a IoT oferece conectividade de dispositivos, sistemas e serviços que vão além
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do M2M – comunicação máquina a máquina – e passaram a atender a uma variedade de aplicações em


diferentes domínios.

A qualidade de vida está passando por uma rápida transformação e será melhorada drasticamente
no futuro. Apenas 500 milhões de dispositivos estavam conectados à internet em 2003, e em 2020,
conforme previsão feita por Stevan Jr. em 2018, 50 bilhões de dispositivos já estavam equipados com
um identificador único (veja a figura a seguir), algo que se mostrou um grande benefício nos campos da
energia, segurança e proteção, indústria, manufatura, varejo, saúde, independência de pessoas idosas,
pessoas com mobilidade reduzida, meio ambiente, transporte, cidades inteligentes, entretenimento e
muito mais (STEVAN JR., 2018).

Figura 52 – População mundial e conectividade de dispositivos

Adaptada de: Stevan Jr. (2018, p. 23).

Essas previsões sobre a internet das coisas (IoT) tiveram um grande impacto sobre a economia global.
No entanto, essas estimativas variam ligeiramente entre si. O crescimento do mercado de IoT entre todo
o mundo seria de 4 a 11 trilhões de dólares em 2025, enquanto a Gartner prevê que será de 2 trilhões e
a IDC vê benefício de 1,7 trilhão em 2020.

Na figura a seguir apresentamos algumas definições de IoT propostas por diferentes formas de uso,
assim como sua história e várias tendências tecnológicas que a impulsionam:

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GPS
Edifícios inteligentes
Segurança
tráfego/logística
Automatização industrial
Gestão de Otimização de tráfego/
energia Hospitais transportes
inteligentes Automação Otimização
Comércio e-health residencial/casas logística
inteligente inteligentes

Smart grid
Setor de esportes Setor industrial
Cidade Equipamentos e entretenimento
inteligente médicos inteligentes
Setor de cuidados Setor de logística
com a saúde e transportes
Monitoramento
Gestão de por câmeras
criações Sistemas de
informação Automóvel
inteligente
Concentradores
Setor do
Monitoramento agronegócio Controladores
agroindustrial
Sensores/Atuadores

Figura 53 – Visão geral dos diferentes setores e sua interação da IoT

Adaptada de: Azizi (2017, p. 3).

7.2.1 Definição

O termo internet das coisas surgiu em 1999 para destacar o poder de conectar tags de identificação
de radiofrequência à internet para o domínio da gestão da cadeia de abastecimento. Múltiplas
definições de internet das coisas evoluíram na última década com base na tecnologia mais recente da
época e na gama de aplicações que atende. No entanto, não existe uma definição universalmente aceita;
o conceito depende da forma como percebemos e concebemos o lucrativo poder da IoT. Diferentes
pesquisadores e cientistas definem o termo à sua maneira: alguns observam objetos, dispositivos,
protocolos e internet, enquanto outros priorizam os processos de comunicação envolvidos.

Atzori, Iera e Morabito (2010) apresentam as seguintes definições de IoT:

• O Internet Architecture Board (IAB) define a IoT como um serviço de comunicação. De acordo
com eles, o termo internet das coisas representa um conjunto de grandes números de dispositivos
incorporados, que fornecem serviços de comunicação com base em protocolos da internet.
Os dispositivos são popularmente chamados de objetos ou objetos inteligentes, os quais se
comunicam entre si e muitas vezes não requerem intervenção humana.

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• A Internet Engineering Task Force (Ietf) refere-se à IoT como objeto inteligente que possui
capacidade limitada, memória e recursos de processamento ou largura de banda. A Ietf se
concentra mais em alcançar a interoperabilidade da rede entre vários tipos de objetos inteligentes.

• A IEEE Communications Magazine relaciona internet das coisas com serviços em nuvem. Eles
definem a IoT como uma estrutura na qual cada objeto é identificado de forma única na internet.
Mais precisamente, a IoT visa oferecer vários aplicativos e serviços para eliminar a lacuna no
mundo físico e virtual usando machine-to-machine communication, ou comunicação máquina a
máquina (M2M), para permitir a interação entre objetos e aplicativos na nuvem.

• O Oxford Dictionaries define que a IoT é muito precisa e se concentra no uso da internet como
meio de conexão entre dispositivos. Ele define IoT como “a interconexão através da internet de
dispositivos de computação incorporados aos objetos do dia a dia, permitindo-lhes enviar e
receber dados”.

Os mesmos autores definem a internet das coisas como três ideias principais, ou seja, middleware,
que é orientado para a internet, sensores, que são orientados para as coisas, e conhecimento, que
é orientado para a semântica. Do ponto de vista da definição, esses três tipos são diferentes uns dos
outros e parecem ser uma entidade individual, no entanto, eles se cruzam, de modo que os potenciais
benefícios da IoT podem ser derivados deles.

A IoT pode ser percebida como um ambiente inteligente para oferecer serviços a vários domínios
como educação, administração, saúde e transporte etc. com a ajuda da tecnologia da informação e
comunicação. No entanto, as definições distintas de IoT são uma constelação de coisas, dispositivos,
tecnologia e protocolos que vão mudar todo o processo de comunicação. Isso pode ser alcançado por
uma estrutura unificada que inclui computação onipresente, computação em nuvem, análise de dados
e representação de conhecimento/visualização.

A primeira ideia de IoT surgiu há quase duas décadas, mas as tecnologias por trás já existiam e
estavam em desenvolvimento há muitos anos.

Vejamos a história da evolução da IoT e suas tecnologias de suporte e associadas em ordem


cronológica:

• 1969: internet, a principal tecnologia por trás da IoT, surgiu com o avanço da Arpanet, que foi usada
principalmente pela sociedade acadêmica e de pesquisa para compartilhar trabalhos de pesquisa,
desenvolver novas técnicas de interconexão e conectar computadores do centro de informática
do departamento de defesa dos Estados Unidos e também nos setores público e privado.

• 1973: outra tecnologia essencial para IoT é a RFID, ou identificação por radiofrequência. Embora
as raízes do RFID possam ser rastreadas até a Segunda Guerra Mundial e os avanços tenham
continuado ao longo dos anos 1950 e 1960, a primeira patente dos EUA para tag RFID com memória
regravável foi recebida por Mario W. Cardullo em 1973. No entanto, um empresário residente na
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Califórnia, Charles Walton, também recebeu no mesmo ano a patente de um transponder passivo
para destravar a porta remotamente.

• 1974: o sistema de computador incorporado foi outra tecnologia importante para a IoT. Esses
sistemas são implementados usando computadores de placa única e microcontroladores e estão
embutidos no sistema maior para formar sua parte integrante.

• 1984: uso inicial da IoT sem ser batizada. Uma máquina de Coca-Cola era conectada à internet
para relatar a disponibilidade e a temperatura da bebida.

• 1990: proliferação da internet em negócios e mercados de consumo. No entanto, o uso ainda era
limitado devido ao baixo desempenho da conectividade de rede.

• 1991: o conceito de computação ubíqua foi proposto por Mark Weiser. A computação onipresente
fez uso da computação embarcada avançada como um computador para estar presente em tudo,
mas invisível. Mais tarde, ficou conhecido como computação pervasiva.

• Meados de 1990: novos sensores foram desenvolvidos para detectar dados de forma exclusiva
em dispositivos incorporados identificados e trocar perfeitamente as informações para perceber a
ideia básica da IoT.

• 1999: a comunicação dispositivo a dispositivo foi introduzida por Bill Joy em sua taxonomia
da internet, e o termo internet das coisas foi usado pela primeira vez por Ashton. Além disso, a
tecnologia RFID foi impulsionada por um estabelecimento do Centro de Identificação Automática
do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) para produzir um chip barato capaz de
armazenar informações e que pudesse ser usado para vincular objetos à internet.

• De 2000 em diante: a conexão com a internet tornou-se normal para muitas aplicações
e esperava-se que todos os negócios e produtos tivessem presença na internet, transmitindo
informações on-line. No entanto, esses dispositivos ainda exigem mais interação e monitoramento
humano por meio de aplicativos e interfaces. O roteiro da IoT dos anos 2000 em diante é mostrado
na figura a seguir:

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Cadeia de suprimentos
Logística acelerada
2000 Etiquetas RFID para facilitar a criação
por demanda de roteamento e prevenção de perdas

Mercado de aplicativos de gestão


Redução de custos resultante da Vigilância, segurança, saúde, transporte,
2010 difusão em 2ª ondas de aplicações alimentação, segurança, gestão
de documentos

Capacidade de localização de dispositivos Posicionamento ubíquo


2015 Presente em todo lugar
dentro de casa coletando sinais geológicos
(pessoas e objetos)

Miniaturizações, eletrônicos com Physical - World Web


2020 Teleoperação e telepresença:
eficiência energética e espectro disponível
capacidade de monitorar e
controlar objetos distantes
Agentes de software e
fusão de sensores avançada

Figura 54 – Roteiro IoT de 2000

Adaptada de: Balas, Solanki e Kumar (2019, p. 34).

7.3 Tendências em IoT

Em 2011, a internet das coisas foi identificada como uma das tecnologias emergentes na área de
tecnologia da informação e foi adicionada ao Gartner hype cycle. Um hype cycle é um gráfico curvo
que representa o surgimento de tecnologia inovadora, pico de expectativas inflacionadas, adoção,
maturidade e produtividade.

De acordo com o ciclo da campanha publicitária do Gartner de 2017 (LHEUREUX; SCHULTE; VELOSA,
2017), estima-se que as plataformas IoT levem de 2 a 5 anos para alcançarem adoção pelo mercado,
conforme mostrado na figura a seguir:

100

75

50

25

Média 11 de set. ... 5 de ago. de 2018 28 de jun. de 2020


Internet das coisas Big data Computação quântica

Figura 55 – Tendências de pesquisa do Google desde 2015 para os termos


internet das coisas, big data analytics e computação quântica

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Tendências do Google permitem comparar os padrões de tendência de várias tecnologias por sua
popularidade através de pesquisas na web. A figura compara três tecnologias recentes, ou seja, internet
das coisas, big data analytics e quantum computing, e mostra que a IoT se tornou uma tendência nos
últimos três anos.

7.3.1 Internet das coisas: estado atual

A taxa de crescimento exponencial da internet das coisas vem permitindo que muita coisa envolvendo
tecnologia aconteça ao nosso redor, em diferentes vertentes e tecnologias. As indústrias são altamente
motivadas a investir em IoT com o objetivo de melhorar os processos de negócios, minimizar riscos e
melhorar as experiências do cliente. No entanto, a IoT não se refere apenas a como instalar sensores em
objetos e chamá-los de “inteligentes”: ela abrange também soluções que precisam de uma infraestrutura
adequada e ambientes de suporte para coleta e análise de dados e aplicativos para desencadear as ações.

7.3.2 Tecnologias presentes

O desenvolvimento da rede IoT permite que objetos sejam identificados de forma única e sejam
capazes de se conectar e se comunicar com outros a qualquer hora e em qualquer lugar. A comunicação
contínua é alcançada por três componentes da IoT que são mencionados a seguir:

• hardware: sensores, atuadores, hardware de comunicação integrado;

• middleware: ferramentas de armazenamento e de computação.

• apresentação: ferramenta de visualização e ferramenta de interpretação.

No tópico a seguir, apresentamos algumas tecnologias que compõem os componentes que acabamos
de citar. Essas tecnologias ajudam a concretizar todo o ecossistema de IoT.

7.3.3 Identificação por radiofrequência (RFID)

A identificação por radiofrequência é uma tecnologia-chave no campo de comunicação que auxilia


no design do microchip transceptor para comunicação sem fio. Ela ajuda a identificar e rastrear objetos
nos quais está implantada como uma etiqueta, que é do tamanho de um grão de arroz e muito barata,
sendo, portanto, fácil de integrar com qualquer objeto.

Existem basicamente dois tipos de tags: a ativa e a passiva. As tags ativas têm sua própria bateria,
o que as ajuda a estar sempre ativas e emitir os sinais de dados, enquanto as tags passivas não são
alimentadas por bateria e precisam ser acionadas para buscar os dados. No entanto, ambas as tags têm
ampla gama de aplicação e podem ser implantadas em objetos vivos ou não vivos.

Sistema RFID consistem em tags que contêm detalhes de um objeto ao qual está anexado e
leitores associados. As tags emitem os sinais de dados que contêm as informações, como identificação,

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localização etc., em relação ao objeto e que é transmitido usando frequências de rádio para os leitores,
que então são compartilhadas com os processadores para análise.

7.3.4 Redes de sensores sem fio (RSSF)

Redes de sensores sem fio são uma tecnologia inovadora em aplicações de sensoriamento remoto,
usada em dispositivo de pequeno porte, confiável, de baixo custo, com eficiência energética baseada
em circuitos integrados e que suporta comunicações sem fio. Portanto, o RSSF é um sensor de rede que
consiste em muitos sensores inteligentes e que coleta, processa, analisa e divulga informações valiosas
coletadas em uma rede.

Cada sensor é uma unidade de comunicação, atuação e detecção, que é basicamente um transceptor
que tem microcontrolador, antena, um circuito que atua como uma interface e uma fonte de alimentação
fonte que pode ser uma bateria ou qualquer outra tecnologia para captação de energia. Todos eles
juntos formam o hardware WSN, que é conhecido como um nó, e geralmente são implantados de
maneira ad hoc para a maioria dos aplicativos.

Espera-se que a rede implantada tenha topologia apropriada, camada MAC e roteamento para garantir
a escalabilidade e durabilidade da rede, e que seja capaz de se conectar à estação base para transmissão
de dados em um ou vários saltos. Os nós podem cair e, consequentemente, a rede pode falhar, portanto,
uma pilha no nó coletor de comunicação RSSF atua como um gateway entre a internet e a sub-rede RSSF
para estabelecer comunicação com o mundo exterior. O middleware WSN fornece acesso a recursos de
sensor que são heterogêneos, integrando infraestrutura cibernética com redes de sensores e arquitetura
orientada a serviços (SOA).

7.4 Computação em nuvem

Cloud computing é uma tecnologia inteligente que permite a convergência de muitos servidores em
uma plataforma de nuvem com o objetivo de compartilhar os recursos e acessá-los de qualquer lugar e
a qualquer hora. A tecnologia da nuvem é parte integrante da IoT, pois armazena os dados agregados de
vários dispositivos IoT, processa-os e apresenta a análise para ação futura. Com o aumento do número
de interfaces de dispositivos IoT com a nuvem, exige-se mais desenvolvimento dessa tecnologia para
liberar seu verdadeiro poder, visto que a IoT é totalmente dependente da computação em nuvem.

7.4.1 Armazenamento e análise de dados

Os dados são gerados em grande quantidade pela IoT. Alguns dos fatores críticos que afetam o
crescimento de dados são seu armazenamento, a propriedade de dados e a expiração de dados. Fora da
energia total gerada, 5% do consumo são feitos pela internet, o que implica que os data centers precisam
ser energeticamente eficientes e confiáveis. A necessidade básica é, portanto, o armazenamento dos
dados e sua análise.

Algoritmos que fazem uso inteligente de dados devem ser projetados e personalizados de acordo
com a necessidade, sendo baseados em algoritmos centralizados ou distribuídos. Novos gêneros de
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TENDÊNCIAS EM TI

algoritmos, que são algoritmos evolutivos, algoritmos genéticos e redes neurais, serão necessários
para uma tomada de decisão eficaz. Os sistemas assim criados devem possuir características como
interoperabilidade, integração e comunicações adaptativas. O sistema deverá ser baseado em arquitetura
modular para desenvolvimento de hardware e software.

7.4.2 Visualização

A visualização é um dos aspectos importantes ao lidar com IoT, pois permite a interação do usuário
com o ambiente virtual. A visualização do aplicativo IoT deve ser desenvolvido a partir de uma interface
simples e fácil. Isso pode ser facilmente alcançado por meio dos avanços nas tecnologias de tela de
toque e reconhecimento de voz. A mudança das telas 2D para 3D implica que as informações são mais
organizadas e estruturadas para o fim utilizado.

A conversão de dados em informação para conhecimento levará a um processo de tomada de


decisão mais rápido. A representação pode ser personalizada conforme os requisitos do usuário final e
visualizada posteriormente.

7.4.3 Dispositivos conectados

Com o crescimento do número de dispositivos conectados, setores comerciais e industriais estimam


um crescimento para setores como automação da construção, automação industrial e iluminação, que
devem ser responsáveis por quase 50% de todos os novos dispositivos conectados entre 2018 e 2030.
Esse segmento terá crescimento 24,4% mais rápido, com 5,4 bilhões de dispositivos habilitados para IoT
e programados para atingir o mercado em 2030. Em números absolutos, comunicação e eletrônicos de
consumo representam a maior parte dos dispositivos conectados à IoT.

A figura a seguir mostra o número de dispositivos conectados (internet das coisas – IoT):
100

80
Dispositivos conectados (em bilhões)

75.44

62.12
60
51.11
42.62
40 35.82
30.73
26.66
20.35 23.14
20 15.41
17.68

0
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025

Figura 56 – Base de dispositivos IoT conectados no mundo entre 2015 e 2025

Fonte: Carrion e Quaresma (2019, p. 55).

159
Unidade IV

A previsão para o mundo inteiro entre 2015 e 2025 é que os dispositivos aumentem para quase
31 bilhões. Além disso, bilhões de dispositivos inteligentes conectados passarão a se comunicar através
da internet, e será necessária a criação de uma arquitetura robusta, capaz de identificar os objetos
inteligentes e estabelecer um caminho de acesso a seus serviços de consumo.

7.4.4 IoT para hackers

A segurança cibernética surgiu como uma das principais preocupações para os usuários de IoT
desde que os dispositivos IoT criam um ambiente de gerenciamento complexo com vários perfis de
tecnologia, capacidades de processamento, casos de uso, locais físicos etc., pois mais dados estão
potencialmente em risco.

No caso de transporte habilitado para IoT, os veículos em movimento podem ser comprometidos
remotamente, o que teria um efeito desastroso sobre os passageiros. Dispositivos IoT também podem
ser incorporados em sistemas que podem afetar a saúde física e a segurança. Em outubro de 2016,
o primeiro malware IoT foi introduzido. Ele possuía um tipo de malware com capacidade de infectar
dispositivos conectados e acessar facilmente outros dispositivos usando seu login padrão (nome de
usuário e senha). Então, transformou aqueles dispositivos em um botnet, o qual foi usado para um
ataque DDoS (negação de serviço distribuída) que levou muitos sites de serviços de internet a uma
parada brusca por horas e também prejudicou muitas empresas de hospedagem.

Esse malware está disponível como código aberto para modificação. Como resultado, depois de
algum tempo desse ataque, uma versão modificada desse código foi introduzida em outros dispositivos,
o que provocou novas infecções em outros dispositivos conectados. Infelizmente, está previsto que os
hackers vão continuar usando IoT para DDoS no futuro também.

7.4.5 A IOT e as cidades inteligentes

Dispositivos de cidade inteligente (smart city) são novos aplicativos de internet das coisas que
aproveitam conectividade onipresente, big data e análises para permitir iniciativas de cidades inteligentes
pelo mundo. Esses novos aplicativos apresentam novos recursos, como a capacidade de monitorar,
gerenciar e controlar dispositivos remotamente e de criar novos insights e informações acionáveis de
fluxos massivos de dados em tempo real.

Segundo Balas, Solanki e Kumar (2019), estima-se que as remessas de dispositivos da cidade
aumentarão de 202 milhões em 2017 para 1,4 bilhão em 2026. O uso de tais tecnologias nas cidades
tornaria mais fácil o gerenciamento e a coleta de dados remotamente, e também será mais fácil
automatizar processos diferentes.

A figura a seguir traz um exemplo de uma smart city.

160
TENDÊNCIAS EM TI

Figura 57 – Modelo de smart city

Adaptada de: canva.com (s.d.).

7.4.6 Roteadores protegidos

Muitos dispositivos IoT permanecem dentro de nossas casas e, portanto, é bastante difícil instalar
qualquer software de segurança neles. Os profissionais de marketing estão negligenciando a segurança
dos produtos IoT. Um roteador doméstico pode executar um papel importante, pois é considerado o
ponto de entrada de dados da internet em sua casa e pode realizar proteção nesse sentido.

Atualmente, os roteadores não têm qualquer software de segurança instalado, o que significa que os
hackers podem facilmente introduzir malwares através deles. No futuro, prevê-se que muitos roteadores
seguros também serão disponibilizados para que as pessoas protejam a internet do ponto de entrada.
Alguns dos recursos que esses roteadores terão são:

• criptografia de dados;

• DNS seguro;

• atualizações de segurança automáticas.

7.5 Sensores inteligentes

Sensores de gás de múltiplas aplicações estão sendo desenvolvidos para detectar ameaças
bioquímicas e são capazes de reconhecer diferentes doenças apenas analisando a respiração da pessoa.
Esses sensores estão impulsionando outras novas tendências em tecnologia, como a diminuição da
poluição do ar por tecnologia, pois haverá um holofote com sensores de vídeo embutidos que serão
capazes de ajustar as luzes verde e vermelha de acordo com o tráfego e o tempo. Essa solução irá reduzir
o congestionamento e também a poluição.

O sistema de estacionamento também será um pouco diferente do modo como funciona atualmente.
Sensores embutidos em sistemas de estacionamento darão informações em tempo real sobre os
pontos vazios por meio de um aplicativo. Dessa forma, os motoristas serão informados sobre pontos
vazios pelo app.
161
Unidade IV

Observação

Quase 30% do congestionamento ocorrem devido a motoristas que


percorrem as ruas por horas em busca de lugares vazios para estacionar
veículos. Além disso, os veículos consomem quase 17% de seu combustível
parados em semáforos vermelhos no trânsito.

A internet das coisas mudou completamente a maneira como vivemos, nos comunicamos, jogamos e
trabalhamos. No entanto, o potencial ainda está para ser explorado. O poder absoluto dessa tecnologia
gigante será totalmente utilizado quando a tecnologia impactar a vida de pessoas a cada momento. Isso
mudará a maneira como as pessoas encaram o uso da tecnologia, e o fator de ondulação assim criado
irá domesticar a IoT.

Os jogadores corporativos estão na produção dos dispositivos, as empresas estão planejando novas
aplicações, os tecnocratas estão projetando novas tecnologias e protocolos e os usuários estão usando
soluções e serviços de IoT. Apesar de tanto trabalho sendo feito, o paradigma da IoT levará mais tempo
para amadurecer, pois a tecnologia e os conceitos relacionados ainda funcionam em estado infantil.

A era econômica e tecnológica será útil para o progresso da IoT em todo o globo. No entanto, não
devemos ser vendados pelo poder dessa tecnologia promissora, pois há muitos problemas e desafios
associados a isso. Estratégias de implementação mais robustas precisam ser projetadas para maximizar
oportunidades de IoT e sua exposição ao mundo no presente e no futuro.

7.6 IIoT

A evolução nas áreas de tecnologia da informação (TI), comunicação, internet das coisas (IoT)
e dispositivos inteligentes conectados não muda apenas a interação homem-máquina, mas também
a maneira como os dispositivos interagem uns com os outros. Uma evolução esta ligada à capacidade e às
inovações estabelecidas por provedores de acesso. Elementos como energia, saúde e veículos estão
começando a ser implantados nas indústrias e máquinas conectadas à internet (IIoT), onde dispositivos
como sensores, robôs e máquinas de linha de produção estão se tornando muito mais conectados.

A IIoT é o aplicativo de IoT nas indústrias de manufatura. Depende da variedade de detecção de


produtos que determinadas indústrias/armazéns possuem, ou seja, grandes quantidades de dados
produzidos pelas máquinas que podem ser analisadas em uma perícia exequível para melhorar a
performance de localização e distribuição. O resultado possível da IIoT está inteiramente regido pela
capacidade de conexão entre os sistemas de automação e os sistemas e infraestrutura de produção
existentes. A influência da IIoT é sentida nas empresa ao redor do planeta, pois vem transformando os
métodos de várias operações de serviço.

A automação industrial surgiu nas indústrias para identificar quais tarefas repetitivas realizadas
pelos trabalhadores no chão de fábrica poderiam ser manuseadas por máquinas. O uso de máquinas para

162
TENDÊNCIAS EM TI

fabricar envolve um produto final com velocidade, consistência, resistência e precisão além da capacidade
de um operador. As máquinas industriais são acionadas utilizando eletricidade, hidráulica, mecânica,
energia pneumática e computadores. A automação moderna começa com a introdução de manufatura
integrada por computador (CIM), controlando virtualmente todo o processo de desenvolvimento de
um produto, do conceito ao projeto, passando pela manufatura. Os tecnólogos industriais introduziram
o uso de robôs, controladores lógicos programáveis (PLC) e controle de supervisão e aquisição de
dados (Scada) junto com campos eletromagnéticos para identificar e rastrear as etiquetas anexadas a
um produto.

A produção automatizada controlada é um método poderoso e comprovado em processos


de produção alcançado pelo PLC e o Scada, os quais, integrados junto ao chão de fábrica, ajudam
a aumentar a eficiência e reduzir o desperdício. A inovação tecnológica ampliada da automação de
processos físicos simples para recursos centrados em dados consiste em análises, modelagem e tomada
de decisões. Sua principal ênfase está em tornar os procedimentos de produção mais eficientes e também
menos onerosos. Grandes indústrias hoje possuem instalações com grande quantidade de serviços
automatizados, incluindo sistemas de fabricação incorporados, dispositivos de detecção inteligente,
sistemas de microcontroladores, robótica colaborativa etc.

A direção das inovações em empresas tem caminhos muito distintos, muitos deles acompanhados
pelo melhor valor. As inovações na transformação da indústria digital na era da Indústria 4.0 envolve o
uso de análises empacotadas com IIoT. À medida que a indústria se move em direção à digitalização, o mundo
industrial está mudando gradualmente os serviços. Seu processamento de dados cresce e fornece
insights excepcionais sobre como os fabricantes podem reconhecer maior economia financeira.

A IIoT se faz presente em todos os aspectos da produção e gerenciamento da cadeia de suprimentos


por sua ampla variedade de implantação e aplicação para aprimorar o processo. Essa tecnologia tem
sido tradicionalmente usada para capturar o passado e apresentar soluções para o futuro. O surgimento
da IIoT dá um grande impulso aos pequenos esforços no setor de produção. Há uma mudança de
paradigma nas indústrias em fabricar produtos a partir do uso de análises para fornecer um serviço
melhor. Ao mesmo tempo, existe redução generalizada de recursos, pessoas e orçamentos. O analytics
faz mais do que melhorar consciência situacional, ele leva a redução de custos e aumento em eficiência.
A tecnologia IIoT traz mudanças massivas e uma nova interrupção ocorre; as empresas precisam
continuar investindo em novas tecnologias, permitindo assim que os produtos manufaturados evoluam
de forma inteligente.

Os usos dos dados dos produtos são enviados para as equipes de desenvolvimento de novos produtos
ou para a criação de novos produtos, os quais passarão por uma análise de dados para fazer melhorias
em design e produção. A troca constante de dados, integrada com a Indústria 4.0 e as tecnologias
modernas que estão surgindo, junto com o desenvolvimento da informação e da análise da produção
das indústrias, pode levar a instalações de indústrias cada vez mais inteligentes. A interseção de IIoT
com a técnica compacta tem o potencial de levar o compacto para o próximo nível. Os dados obtidos de
dispositivos conectados, consistindo no campo de experiência do cliente, com uma gama de produtos,
serão enviados dinamicamente às instalações de indústrias que possuem processos de produção e
controle de desperdício.
163
Unidade IV

Dispositivos inteligentes têm a capacidade de se adaptar dinamicamente aos contextos de


transformação, bem como realizar ações com base em suas situações operacionais. Os fabricantes
investem recursos para pesquisar e implantar automação industrial, que é o maior diferencial da empresa;
assim, a IIoT está transformando a maneira como as empresas trabalham e competem no mundo
conectado de forma inteligente. Uma das características mais essenciais da IIoT é a compreensão do
contexto. Os sensores IoT são principalmente pequenos em tamanho e acessíveis; além disso, consomem
muito menos energia e sabem exatamente como aproveitar esses dados para maiores benefícios. A IIoT
aproveita as conexões de rede para ajudar na comunicação entre equipamentos, dispositivos e sistemas.
As empresas de manufatura têm lançado dispositivos inteligentes em vários métodos totalmente novos
para aprimorar seus estabelecimentos.

A figura a seguir mostra de forma simplificada como acontece a internet das coisas em indústrias
conectadas:

Figura 58 – Internet das coisas: indústrias mais conectadas

Adaptada de: canva.com (s.d.).

7.7 Impressão 3D (ou manufatura aditiva)

A manufatura aditiva (AM) é geralmente definida como um processo de união de materiais para
fazer objetos a partir de dados de modelos de impressão 3D, normalmente camada sobre camada, em
oposição a metodologias de manufatura subtrativa. Uma subclasse de AM, a chamada impressão 3D,
recebeu muita atenção nos últimos anos. Normalmente, esse processo utiliza desenhos feitos em CAD e
os corta em camadas, imprimindo camada por camada.

Figura 59 – Impressora do tipo 3D

Adaptada de: canva.com (s.d.).

164
TENDÊNCIAS EM TI

Um ingrediente-chave desses processos envolve os materiais especializados e os desenhos de suas


propriedades, que possibilitam o uso de partículas “funcionalizantes” em escala fina. O rápido aumento
no uso de materiais à base de partículas permitiu a produção em grande escala de partículas consistentes
e de alta qualidade, que são produzidas de várias maneiras, como: sublimação de um sólido bruto em
um gás, que se condensa em partículas que são recapturadas (colhidas); atomização do líquido de
fluxos em gotas, quebrando jatos de metal; redução de óxidos de metal; e pulverização de material a
granel. Os materiais funcionalizados com partículas desempenham um papel central nesse campo, de
três maneiras principais:

• para melhorar as propriedades gerais do material à base de filamento, incorporando partículas


dentro de um aglutinante, que é então passado por um elemento de aquecimento e depositado
em uma superfície;

• para “funcionalizar” as tintas adicionando partículas a solventes que fluem livremente, formando
uma mistura que é então depositada em uma superfície;

• para depositar diretamente as partículas, como pós-secos, em superfícies e, em seguida, aquecê‑las


com um laser, feixe de elétrons ou outra fonte externa, para fundi-los no lugar.

7.7.1 Opções de impressora 3D

A prática de imprimir objetos tridimensionais existe há anos, mas foi apenas nos últimos cinco ou
seis anos que a impressão 3D se tornou um hobby popular e um tópico favorito na mídia, principalmente
devido à queda nos custos e no tamanho dos componentes. Hoje, a impressão 3D está disponível para
qualquer pessoa com um computador doméstico e interesse em imprimir objetos 3D.

O tipo mais popular de impressão 3D envolve a extrusão de plástico derretido. No entanto, esse não
é o único método para imprimir objetos 3D; existem várias técnicas, mas apenas o método de plástico
extrudado pode realmente ser considerado a solução “acessível” no momento.

Mas não se trata apenas de dinheiro. A lista a seguir não é de forma alguma abrangente, mas
representa os seis fatores que devem ser levados em consideração ao decidir sobre a compra de uma
impressora 3D:

• custo inicial;

• facilidade de montagem e suporte técnico;

• compatibilidade do sistema operacional;

• custo e tipo de filamento;

• resolução/diâmetro do bico;

• tamanho da cama de impressão e nivelamento.


165
Unidade IV

7.7.2 A saúde humana e a impressão 3D: bioimpressão

Schwab (2018) afirmou que um dia as impressoras 3D não irão criar somente coisas, mas também
órgãos humanos, um processo chamado bioimpressão. De forma bastante semelhante à impressão de
objetos, um órgão é impresso camada por camada a partir de um modelo digital em 3D. O material
usado para imprimir um órgão será, obviamente, diferente daquele utilizado para uma bicicleta; os
experimentos são feitos com os tipos de materiais que poderão funcionar, tais como pó de titânio para
fazer ossos. A impressão em 3D tem um grande potencial para servir às necessidades personalizadas dos
projetos, e não há nada mais personalizado que um corpo humano.

7.7.3 Produtos comestíveis e a impressão 3D

Com uma impressora 3D, qualquer pessoa terá a oportunidade de imprimir seus próprios produtos
de consumo, sejam impressos localmente ou em um pedido feito por um cliente, em vez de precisar
comprá-los em lojas. A impressora 3D acabará sendo um serviço ou até mesmo um eletrodoméstico,
o que reduz ainda mais o custo de acesso a bens de consumo e aumenta a disponibilidade de objetos
impressos em 3D. Isso já é realidade em setores relacionados ao desenvolvimento e produção de produtos
de consumo (teste de conceito, protótipo e produção).

8 TENDÊNCIAS EM AUTOMAÇÃO INTELIGENTE (PARTE 2)

As tecnologias de informação e comunicação (TIC) progrediram rapidamente neste milênio para


as pessoas se comunicarem e trocarem informações usando multimídia (fala, vídeo/imagem, texto),
e o mesmo se estendeu à internet das coisas (IoT) e à comunicação máquina-para-máquina e
máquina‑para‑humano. Essa tendência só vai acelerar nos próximos anos, com tecnologias de interação
humano-computador para fornecer envolventes e intuitivas experiências. Mas esses desenvolvimentos
permaneceram confinados apenas para a detecção e transmissão de informação ótica e auditiva no
domínio digital por meio do uso de microfone, câmera, alto-falante e dispositivos de exibição. Contudo,
a capacidade de integrar as outras três características sensoriais – a saber, olfativa (cheiro), gustativa
(sabor) e tátil (toque) – na transferência e replicação de informações para entregar a experiência de
“estar lá em pessoa” ainda estão longe da realidade.

A comunicação por vínculo humano (HBC, ou human bond communication architecture) é um


novo conceito que incorpora todas as informações sensoriais de detecção, digitalização, transmissão e
replicação no receptor para permitir uma interação mais expressiva, envolvente e realista, com informações
holísticas entre humanos e, em alguns casos, entre humanos e máquinas, como sensoriamento remoto
e controle robótico. A falta de inclusão dos outros três sentidos no mundo digital das TIC limita a plena
exploração da capacidade cognitiva da mente humana para uma informação perceptiva mais completa
da experiência.

Há uma interação entre o ambiente e os cinco sentidos humanos, a qual acontece de maneira a
tornar-se um conhecimento completo para a espécie humana, já que, à medida que seu cérebro se
desenvolve, o ser humano passa a desenvolver naturalmente o momento em que nasceu e passou a
existir no planeta. A profundidade de perceber um objeto depende da incisão e extensão dos órgãos dos
166
TENDÊNCIAS EM TI

sentidos. Incisividade se refere à granularidade e detalhes minuciosos ou variações que um órgão pode
detectar, e extensidade se refere ao alcance da propriedade que ele pode detectar.

No mundo tradicional da troca de informações digitais, o assunto é descrito e apresentado


parcialmente por meio de sua renderização ótica e auditiva, que dá uma sensação de incompletude
e insatisfação em compreender totalmente o tema. Na era atual, de competição cada vez maior por
meio da inovação, a inclusão de todos os cinco sentidos para proporcionar uma experiência completa é
o Santo Graal da comunidade de pesquisa. Os produtos começaram a aparecer por meio de wearables
e outros sensores embutidos no corpo, os quais exploram toque, paladar e cheiro. Incorporá-los em
produtos continua sendo uma realidade distante e é uma área de intensa pesquisa hoje.

Figura 60 – Wearables

Adaptada de: canva.com (s.d.).

A detecção auditiva e óptica é baseada em ondas. No áudio, o som viaja através de ondas que
podem ser detectadas e digitalizadas. Da mesma forma, a luz que brilha em um objeto é refletida na
radiação eletromagnética. Uma parte desse espectro (chamada luz visível na faixa de comprimento de
onda 390-700 nm) é visível ao olho humano e, quando renderizada na retina, torna-se uma formulação
visual do objeto no sistema nervoso. A câmera faz isso muito bem, para capturar um objeto visualmente
e digitalizá-lo para transmissão. Quando renderizado remotamente em um dispositivo de exibição em
2D ou 3D, uma pessoa pode ver o objeto como se o estivesse vendo fisicamente no local onde a câmera
estava localizada.

Outros sentidos humanos (tátil, olfativo, gustativo) utilizam sensoriamento baseado em partículas.
Construir tais sensores continua sendo um desafio tecnológico para a comunidade de pesquisa, pois
cada tipo de sensor deve lidar com grande variedade de parâmetros. A digitalização desses parâmetros
também é um grande desafio, e mesmo que alguns valores finitos amplamente prevalentes possam ser
capturados e digitalizados, o domínio digital de sua replicação para o domínio analógico e sua detecção
por uma pessoa em uma maneira discreta é um problema complexo de interface humano-sensor. O HBC
compreende as funcionalidades e as semelhanças entre os trabalhos sensoriais humanos e o sistema
sensorial humano, o que inclui uma compreensão holística de uma percepção de um objeto combinando
todos os cinco sentidos, ou seja, visão, olfato, audição, paladar e tato.

167
Unidade IV

8.1 Experiência imersiva

Nosso cérebro e nossos sentidos são produtos de um experimento de bilhões de anos que
ocorreu em nosso planeta. Assim, classificar quais eventos importam nesse experimento, para
que possamos entender nossas capacidades de perceber o mundo ao nosso redor, requer uma
abordagem evolucionária. Tal abordagem exige que nos concentremos em alguns resultados
importantes da evolução: biodiversidade e exceções.

A figura a seguir traz uma experiência vivida através do uso de óculos de realidade aumentada:

Figura 61 – Experiência imersiva

Uma incrível diversidade de organismos existiu ao longo de 3,5 bilhões de anos, e como a vida
dos organismos evoluiu na Terra é algo que todos nós gostaríamos de poder conhecer. Sem essa
diversidade, não poderíamos examinar muitas nuances de nossa própria capacidade sensorial.
Nossa capacidade de ouvir sons em um intervalo específico, por exemplo, é bem descrito, mas não
saberíamos que nosso alcance auditivo é biologicamente limitado sem nosso conhecimento de
como os morcegos ecolocalizam. Assim, uma exploração da biodiversidade coloca nossas próprias
características biológicas envolvidas no sensoriamento em perspectiva. Exceções na natureza chamam
nossa atenção para o âmago de como a natureza funciona e nos permitem questionar por que eles
ocorrem. Exemplos de detecção excepcional vêm tanto da natureza quanto do registro dos limites
sensoriais humanos.

Muitas exceções evoluíram em relação à nossa linhagem. Algumas dessas exceções sensórias nos
ajudam a entender como um determinado sentido funciona e também como uma resposta sensorial
pode evoluir. Os humanos possuem cerca de quatrocentos genes respeitáveis. Se juntarmos esses
números de genes com a forma como diferentes animais sentem o cheiro, podemos aprender muito
sobre nosso sentido olfativo. A diversidade de organismos neste planeta revela incríveis experiências
naturais e muito poderiam nos dizer a respeito da compreensão dos sentidos.

Marcos sensoriais específicos surgiram, como os ramos da árvore da vida e ramos espalhados.
Os primeiros marcos incluem a evolução da comunicação célula a célula por meio de processos
moleculares, como a detecção. Esses marcos também incluíram a evolução de conjuntos de genes que

168
TENDÊNCIAS EM TI

desempenham funções específicas em células chamadas caixas de ferramentas moleculares para a


transferência de informações por meio de células individuais. Organismos multicelulares que evoluíram
posteriormente se comunicaram entre as células usando processos como transdução de sinal.

Uma vez que a multicelularidade surgiu, surgiram também mais opções de como as células se
comunicam de forma aberta, e esse desenvolvimento influenciou fortemente a biologia de nossos
ancestrais eucarióticos. Esses marcos incluem potencialmente ação, sinapses, células nervosas
diferenciadas, teias neurais, núcleos neurais e sistemas nervosos especializados. E embora esses marcos
tenham alcançado uma evolução de nossa linhagem e possam parecer uma sequência em direção à
perfeição, eles são meros pontos de parada. Outras linhagens evoluíram também, e nossos marcos
neurais provavelmente não significam nada a essas outras linhagens.

Observação

Transdução de sinal refere-se a qualquer processo através do qual


uma célula converte um tipo de sinal ou estímulo em outro. A maioria
dos processos de transdução de sinal envolve sequências ordenadas
(chamadas também de cascatas) de reações bioquímicas dentro da célula,
que são levadas a cabo por enzimas ativadas por mensageiros secundários,
resultando numa via de transdução de sinal.

Charles Darwin comparou as relações do organismo ao que ele chamou de a grande árvore da vida
para representar a interconexão de todos os organismos no planeta pela ancestralidade comum e sua
divergência. A grande árvore da vida tornou-se uma ferramenta comum para biólogos rastrearem a
evolução de características. Seguindo os eventos de divergência dos organismos e das características,
que podem ser considerados neurais, podemos ter uma visão bastante precisa dos cérebros de uma
forma geral, e nosso cérebro, especificamente, evoluiu.

A experiência em tempo real está chegando e, como usuários, estamos percebendo isso como uma
mudança. As interações em blogs possuem contagens de quem leu a reportagem de forma automática,
os blogs ao vivo parecem atualizar um pouco mais rápido, o chat saiu de um cliente de desktop para a
página da web. A partir disso, mais e mais coisas começarão a mudar. Aplicativos que antes eram apenas
sites estáticos estão começando a fazer nossos celulares tremerem em nossos bolsos. Essas experiências
estão cada vez mais presentes no mundo real, e seremos capazes de interagir com elas imediatamente
e em nossos próprios termos. O que os usuários estão percebendo como uma bola de neve rolando
suavemente colina abaixo está atingindo os desenvolvedores muito mais abruptamente. Muito tempo
tem se gastado para aprender a relação entre os bancos de dados e as configurações de servidor que dia
após dia se encontram cada vez mais complicadas.

O conceito atual de internet das coisas (IoT) é caracterizado por bilhões e bilhões de dispositivos
interagindo por meio de uma teia de tecnologias que conecta aplicativos e serviços personalizados
inteligentes, e no centro de tudo isso o usuário (humano) será o responsável pelo próprio cluster
169
Unidade IV

interconectado. Estima-se que no futuro o número de tais clusters irá crescer exponencialmente,
levando a um ambiente ultradenso de dispositivos interconectados pertencentes a clusters iguais ou
diferentes com o usuário em um ponto central, para que as informações sejam detectadas, coletadas
e processadas.

A IoT é um importante paradigma da tecnologia de informação e comunicação (TIC) que permite


fluxos de informações entre dispositivos distribuídos, heterogêneos, reais e virtuais (sensores, atuadores,
dispositivos smart), embora o conceito de IoT tenha se originado para permitir a comunicação entre
vários tipos de dispositivos (ou seja, objetos físicos) para o fornecimento de aplicações.

Ela evoluiu para permitir formas de colaboração e comunicação entre pessoas e coisas, ou seja, para
evoluir ainda mais como um facilitador de comunicações de vínculo humano. Do ponto de vista técnico,
a IoT é definida como a internet que conecta ser humano e coisas com identificadores e capacidades de
processamento de informações. Comparando as redes existentes, a IoT tem as seguintes características
significativas: conexão direta com o mundo físico sem intervenção humana, rede autônoma dos nós de
IoT e interação autônoma entre os nós de IoT.

Em um cenário de IoT, as TICs são combinadas com infraestruturas tradicionais para servir como
plataformas para a coleta de dados que podem ser utilizados para fornecer serviços para o usuário.
Embora um subconjunto de uma IoT envolva máquina-a-máquina (M2M), comunicações e aplicações,
as aplicações IoT evoluíram para serem altamente personalizadas e terem o usuário, não os dispositivos,
como o impulsionador da dinâmica do cenário de IoT. Em um cenário típico, a IoT implica sucesso
e interação cooperativa entre coisas e usuários individuais em um ambiente conhecido como “casa
inteligente” (também conhecido como ambient assisted living – AAL) e se expande além do ambiente de
um edifício inteligente e uma cidade inteligente. Tal interação cooperativa é possibilitada por um grande
número de sensores heterogêneos geograficamente distribuídos e dispositivos habilitados para internet,
coletando e transmitindo dados para serem processados em tempo real, para a entrega de aplicativos IoT
personalizados. Como resultado, um cenário de IoT precisa lidar com muitas centenas (às vezes milhares)
de fluxos de sensores.

No centro desse cenário, a IoT como paradigma para a casa inteligente está possibilitando ao ser
humano uma experiência determinante para o número, a finalidade, a direção e a frequência dos fluxos
dos sensores que podem ser acessados instantaneamente. Portanto, nos referimos a esse cenário como
um cenário HCS. Em conjunto com os benefícios de tal tecnologia surge uma série de desafios críticos,
a saber, o fato de que os elementos e infraestruturas HCS são altamente heterogêneos (por exemplo,
sensores, RFID, smartphones etc.) e específicos do local, assim como os recursos limitados. Além disso,
com o crescimento contínuo de dispositivos habilitados para internet vem o desafio da complexidade e
escalabilidade das redes IoT baseadas em HCS, as quais crescem exponencialmente. Esses desafios exigem
uma nova abordagem para modelar as redes IoT, a qual também reflete na dinâmica da topologia que
vem da imprevisibilidade dos possíveis links de conectividade IoT que pode ocorrer em um período. Isso
obviamente torna a topologia da rede altamente variável e, portanto, os modelos propostos atualmente
não são capazes de refletir corretamente sobre as implicações resultantes em termos de eficiência do
provisionamento de recurso, roteamento, qualidade de serviço (QoS) e mecanismos de segurança, para
mencionar os mais críticos.
170
TENDÊNCIAS EM TI

8.1.1 Experiência imersiva e a IoT

Uma das primeiras experiências imersivas pode ser percebida com o uso do Google Glass, que
possibilita, através dos óculos, lentes, fones de ouvido e dispositivos de rastreamento ocular, produzir
no usuário a sensação de viajar sem sair do lugar, através dos olhos e de experiências sentidas por meio
do acesso direto a aplicações e dados da internet e da visão. As experiências do indivíduo podem ser
reforçadas, mediadas ou completamente aumentadas para oferecer uma realidade diferente e imersiva.
Além disso, com as tecnologias emergentes de rastreamento ocular, os dispositivos podem alimentar
informações por meio de interfaces visuais, e os olhos podem ser a fonte para interagir e responder
às informações. A visão como uma interface imediata e direta, fornecendo instruções, visualização e
interação, poderá mudar a maneira como certos aspectos ajudam as pessoas a se envolverem mais.

8.1.2 A internet das coisas

A IoT é a interconexão de computação incorporada identificável exclusivamente nos dispositivos


dentro da infraestrutura de internet existente. Isso permite que os dispositivos tomem decisões,
comuniquem e forneçam aos humanos informações valiosas. Nenhuma intervenção humana é
necessária e todas as ações serão totalmente automatizadas, as quais são também conhecidas como
máquina-para-máquina (M2M).

Figura 62 – IOT

Adaptada de: canva.com (s.d.).

A IoT permite a comunicação com cada dispositivo preferido. Cada item pode ser conectado à
internet com um endereço IP único para ser reconhecido e controlado e também para analisar melhor os
dados gerados. Por exemplo, nossas geladeiras, lixeiras, máquinas de lavar e até nossas janelas, cada item
que você visualiza pode ser conectado à internet e gerar dados utilizados para tornar nossas vidas mais
fáceis, saudáveis e seguras. Com um sensor simples, cada dispositivo pode ser conectado. Num futuro
próximo, as telas das TVs serão tão finas e flexíveis que poderão ser fixadas em qualquer superfície ou
objeto para fornecer informações e gerar dados.

171
Unidade IV

Saiba mais

Para conhecer mais sobre as tendências de IoT e os paradigmas das


experiências imersivas que podem ser percebidas com o uso de óculos de
realidade virtual, acesse:

KNOTH, P. Aposta de Facebook com um “metaverso” e realidade virtual.


Tecnoblog, 29 jul. 2021. Disponível em: https://cutt.ly/NW9X08k. Acesso em:
13 set. 2021.

8.1.3 A internet dos humanos

A IoH se refere à conectividade de humanos à internet por meio de sensores e/ou dispositivos
vestíveis. Semelhante à IoT, a IoH irá gerar um imenso volume de big data por meio de wearables ou
telefones celulares. Essa tecnologia é mais popular para a indústria de saúde e fitness. Os sensores/
wearables irão monitorar nossa pressão arterial, açúcar no sangue e frequência cardíaca em tempo real
e podem ser usados para qualquer diagnóstico (veja a figura a seguir). A análise dos dados recuperados
pode, por exemplo, prever um ataque cardíaco ou níveis elevados de açúcar no sangue.

Figura 63 – Ilustração das possibilidades de sensores/vestíveis

Adaptada de: canva.com (s.d.).

8.1.4 Comunicação human bond wireless (HBC)

O cérebro humano percebe o mundo externo por meio de seus cinco sentidos e é muito influenciado
por suas experiências. A tecnologia moderna nos deu a oportunidade de nos comunicarmos por meio
da tecnologia usando apenas dois sentidos: óptico e auditivo. A comunicação com esses dois sentidos
acontece via câmera e microfone, respectivamente. Os outros três sentidos (tátil, olfativo e gustativo)
podem ser utilizados na troca de informações.
172
TENDÊNCIAS EM TI

A HBC é uma abordagem holística para descrever e transmitir as características de um assunto no


caminho como os humanos expressam seus sentidos e sensações. Essa comunicação envolverá todos
os cinco sentidos para modelagem do sujeito físico no domínio da informação, atuando e transmitindo
através da plataforma de comunicação. Ouvir e ver são mais fáceis de se transmitir, uma vez que o
objeto pode estar a distância. Para sentir, cheirar e saborear, o objeto precisa estar à distância de um
braço para que as informações sejam trocadas.

Essa tecnologia ainda está em sua infância, mas quando estiver mais desenvolvida, trará mudanças
transformacionais. A HBC pode gerar dados inovadores sobre nossos cinco sentidos, e esses dados
podem ser usados e comparados com os dados IoH, o que pode ser extremamente interessante não
apenas para a prática de saúde, mas também para os setores público e privado.

Veremos agora os fatores determinantes e aqueles que impulsionam a IoE. Existem vários drivers
que podem acionar a IoE para desenvolver, os quais variam e dependem do tipo de empresa, setor ou
produto. Daremos ênfase a três fatores: tecnologia, requisitos de negócios e responsabilidade social.

• Tecnologia:

— Devido ao desenvolvimento e melhoria de armazenamento e largura de banda, o custo da


conexão está reduzindo.

— Com a evolução da internet, há o aumento de seres humanos conectados a ela.

— Uma quantidade cada vez maior de dispositivos é desenvolvida com competências de Wi-Fi e
sensores embutidos.

— Os custos de produção de sensores estão decrescendo.

— O desenvolvimento de wearables e de conectividade onipresente vem sendo realizado.

— A rápida progressão da computação em nuvem e móvel já é uma realidade.

— A capacidade de gerar e analisar big data e de utilizá-lo de forma lucrativa e acionável também
faz parte do nosso dia a dia.

• Requisitos de negócio:

— Aumento da receita e redução dos custos (melhora da logística dos processos de negócios).

— Demanda das empresas por tecnologia para aumentar a produtividade.

— Aumento da inovação.

173
Unidade IV

— Exigência das empresas pela melhoria da experiência e satisfação dos clientes.

— Solicitação de melhorias em marketing e publicidade.

— Necessidade de redução dos custos em cuidados de saúde.

• Responsabilidade social:

— Urgência de melhorar os cuidados de saúde e a boa forma.

— Necessidade de melhorar o bem-estar de indivíduos e famílias.

— Desejo humano inato de explorar terreno não mapeado.

— Exigência do público de melhores experiências holísticas.

— Solicitação dos pacientes para melhorar os serviços de saúde.

A IoE pode tornar nossa vida mais saudável, segura e confortável. Os impactos antecipados podem
ser revolucionários e as novas oportunidades de negócios podem ser numerosos e lucrativos para as
empresas e também para os consumidores. Os impactos previstos e as oportunidades, no entanto,
dependem fortemente do maior desenvolvimento da tecnologia subjacente. Analisar corretamente os
dados gerados para recuperar a inteligência correta é de extrema importância. Questões de segurança
e privacidade surgirão para clientes e para os dados gerados. Particularmente ao produzir e armazenar
dados pessoais confidenciais, a autenticação e a criptografia serão vitais. Ser capaz de se sentir seguro
e protegido do cibercrime terá um papel fundamental nas próximas décadas.

8.2 Fábricas e cidades inteligentes

A população mundial está aumentando rapidamente e, recentemente, houve um significativo


crescimento da população urbana devido à rápida urbanização. Estima-se que as áreas urbanas serão
povoadas por 70% da população mundial em 2050. Hoje, 88% de gases de efeito estufa são produzidos
e 75% dos recursos e da energia do mundo são consumidos pelas cidades.

O crescimento contínuo das populações urbanas pode tornar o cenário pior nas próximas décadas.
Capacitar cidades inteligentes por meio da integração de tecnologias emergentes é uma abordagem
altamente promissora para lidar com o problema do meio ambiente e limitações de recursos. Por exemplo,
a agricultura inteligente pode ajudar a lutar contra doenças mortais como o envenenamento por
salmonela, inspecionando a qualidade dos alimentos processados. Da mesma forma, aplicativos
inteligentes de gerenciamento de água podem ajudar a detectar em tempo hábil uma difusão contínua
de bactérias e contaminação na água fazendo uso de sensores para que as autoridades envolvidas
possam ser prontamente alertadas.

174
TENDÊNCIAS EM TI

Uma das tecnologias facilitadoras das cidades inteligentes é a internet das coisas (IoT), que
compreende bilhões de dispositivos conectados. Ela consiste em um futuro paradigma de comunicação
que atua como uma rede dinâmica de dispositivos, usuários e aplicativos interagindo uns com os outros
e que requer baixo tempo de resposta. Alguns dispositivos IoT têm recursos limitados em termos de
energia, computação e armazenamento, como os de redes de sensores sem fio (RSSF) e especialmente os
de redes corporais sem fio (WBANs). Essa rede crescente de “coisas” interconectadas é usada para coletar
e trocar dados onipresentes via sensores embutidos e para monitorar, analisar e entregar informações
valiosas e acionáveis.

A interação entre dispositivos físicos é ativada por meio de várias tecnologias como redes de
sensores, redes celulares e redes sem fio. A interconexão dos dispositivos para um gateway ou a
internet é fornecida por meio de tecnologias de comunicação sem fio, como Bluetooth, Bluetooth
Low Energy (BLE), ZigBee, Wireless Fidelity (Wi-Fi), LTE-Advanced, Light Fidelity (Li-Fi) e 4G/5G (4,5).

O aumento no número de dispositivos deve desencadear o aumento da demanda em comunicações


wireless devido à sua consistência em boa qualidade e desempenho. O 5G é uma tecnologia de
comunicação móvel emergente de nova geração e é considerada uma das mais confiáveis e eficientes,
bem como a alternativa mais rápida para conectar bilhões de dispositivos em ambientes IoT.

As cidades inteligentes têm um ecossistema complexo e requisitos de segurança e privacidade. No


entanto, a IoT está longe de atender a esses requisitos de segurança e privacidade porque os dispositivos
IoT são projetados para focar mais o cumprimento dos objetivos das aplicações. O número crescente de
dispositivos IoT e seu uso em aplicativos críticos de cidades inteligentes, tais como sistemas de saúde e
infraestruturas críticas, terão impactos destrutivos sobre a segurança dos cidadãos e das economias das
cidades em caso de falha de segurança.

De modo semelhante ao que ocorre com os sistemas de informação tradicionais, as cidades


inteligentes estão abertas a várias ameaças de segurança e privacidade. Ainda assim, o impacto dos
incidentes de segurança nas smart cities pode ser muito mais severo com as grandes infraestruturas
físicas interconectadas e os sistemas de tecnologia da informação e comunicação (TIC) que são
incorporados como componentes-chave em seu design. Em cidades inteligentes, o resultado
de violações de segurança pode indicar que um dispositivo está quebrado ou apresentar mau
funcionamento de aplicativos e serviços, mas também prejudica significativamente uma cidade
inteira. Um exemplo de experiência da vida real é um ataque que ocorreu em outubro de 2016 e
que tinha como alvo empresas de registro que controlam uma grande parte do sistema de nomes
de domínios (DNS). Foi um ataque de serviço de negação distribuído, usado como um novo tipo de
arma cibernética, a botnet Mirai. O ataque, considerado o maior de seu tipo, deixou grande parte
da internet nos Estados Unidos inacessível. O que tornou o ataque devastador foi a utilização de
dispositivos IoT onipresentes.

175
Unidade IV

8.3 Cidades inteligentes

Nesta seção, apresentamos uma visão geral das cidades inteligentes, seus aplicativos e tecnologias
facilitadoras essenciais. Na figura a seguir, destacamos a representação de aplicações de cidades
inteligentes e tecnologias facilitadoras.

8.3.1 O que é uma cidade inteligente?

Existem várias definições de cidades inteligentes fornecidas na literatura. Uma cidade inteligente
é um sistema que valoriza o capital humano e social com sabedoria e que usa os recursos naturais e
econômicos, interage com eles via soluções de tecnologia e inovação para abordar questões públicas
e alcançar com eficiência desenvolvimento sustentável e alta qualidade de vida com base em uma
parceria municipal com múltiplas partes interessadas.

Figura 64 – Cidade inteligente e suas tecnologias

Adaptada de: canva.com (s.d.).

Uma cidade inteligente compreende atividades de gerenciamento de dados junto com a rede e as
tecnologias de computação, que são protegidas usando privacidade e mecanismos de segurança de
dados. Ela incentiva a inovação de aplicativos com o objetivo de elevar a qualidade de vida dos cidadãos
e tem cinco dimensões: serviços públicos, saúde, transporte, entretenimento e governo.

Tem como função promover a inteligência coletiva da cidade ao fundir o social, o físico, os negócios
e as informações de infraestruturas de tecnologia. Outra definição é a de uma cidade inovadora que usa
tecnologias de informação e comunicação (TICs) e outros meios para melhorar a qualidade de vida, a
eficiência da operação e serviços urbanos e a competitividade, garantindo que atenda às necessidades
das gerações presentes e futuras no que diz respeito a aspectos econômicos, sociais, ambientais e
culturais. Três objetivos principais das cidades inteligentes são melhorar a qualidade de vida, alcançar
eficiência (ou reduzir o custo de vida) e obter um ambiente sustentável.

176
TENDÊNCIAS EM TI

As cidades inteligentes buscam utilizar melhor os recursos públicos, para reduzir custos operacionais
dos administradores públicos e melhorar a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos. As partes
interessadas ou usuários finais de cidades inteligentes são os cidadãos, universidades, instituições
intergovernamentais, governos locais e empresas privadas. Cada um tem expectativas diferentes de
uma cidade inteligente, em termos de capacidades e qualidade de serviço (QoS).

8.3.2 Aplicativos de cidade inteligente

As cidades inteligentes consistem em um conjunto de aplicativos em vários domínios diferentes.


Gerenciamento de tráfego, usinas virtuais de energia em grade, saúde e sistemas de emergência
inteligentes são exemplos de sua utilização.

Uma cidade inteligente compreende infraestrutura, transporte, energia, saúde, educação, cidadãos
e tecnologia inteligentes. Outros setores da indústria e de serviços para cidades inteligentes como
governança, mobilidade, serviços públicos, edifícios e ambiente inteligentes também fazem parte do
conceito de cidade inteligente.

Um subconjunto de aplicativos de cidade inteligente, com luzes de rua inteligentes usadas


para reduzir o consumo de energia nas cidades, permite que a energia economizada seja desviada para
diferentes áreas, como clima ou monitoramento de poluição. Isso é conseguido diminuindo as luzes com
base na hora do dia ou quando há pouca densidade de tráfego ou atividades de pedestres.

Um smart grid é um aplicativo de cidade inteligente cujos medidores inteligentes são utilizados
para fins de medição e faturamento precisos. Eles agregam uma rede inteligente que coleta dados de
um grupo de casas em uma área de rede residencial e envia para centros de controle que, por sua vez,
otimizam a distribuição de energia. Usinas virtuais de energia em uma rede inteligente consistem em
um grupo de clientes e são usadas pelas concessionárias para fins como redução de carga, resposta à
demanda e preços.

Os sistemas de emergência inteligentes são usados para fins como realizar a gestão de desastres
naturais, lidar com acidentes e atuar na detecção e prevenção de crimes nas cidades. Os aplicativos de
saúde inteligentes incluem uma variedade de componentes: sensores no corpo, dispositivos vestíveis,
TIC, hospitais inteligentes e resposta de emergência inteligente, para citar alguns. Hospitais inteligentes
utilizam diferentes tecnologias, incluindo computação em nuvem, dados analíticos avançados
e aplicativos móveis. Os dados dos pacientes são abertos para acesso por vários departamentos ou
hospitais para permitir o compartilhamento em tempo real e a tomada de decisões sobre seu diagnóstico
e tratamento.

Citamos ainda os sistemas de gerenciamento de tráfego inteligente, os quais visam monitorar


com eficiência e gerenciar o fluxo de tráfego de cidades inteligentes, reduzindo o congestionamento
do tráfego e o tempo de resposta para acidentes e proporcionando melhor experiência de viagem
aos turistas.

177
Unidade IV

8.3.3 Cidade inteligente: aplicativos IoT

Estima-se que o mercado de cidades inteligentes atingirá centenas de bilhões de dólares nos
próximos anos. O mercado inclui algumas das principais indústrias com conexão com setores de
serviços, como a smart governança da mobilidade.

Uma cidade inteligente precisa derrubar as barreiras políticas, técnicas e financeiras. A infraestrutura
urbana em cidades inteligentes inclui infraestrutura, edifícios e propriedades, ambientes industriais,
serviços e gestão inteligente de energia, de água e de resíduos etc.

8.3.4 Infraestrutura inteligente

São aspectos de uma infraestrutura inteligente:

• Iluminação inteligente: isso ajuda a economizar o consumo de energia em ambientes internos e


externos em diversos cenários. A luz aumentará a eficiência, se tornando menos brilhante quando
ninguém estiver presente e voltando a brilhar mais forte assim que detectar alguém no caminho.
Os sensores de movimento nas unidades de luz irão detectar a situação do tráfego, as condições
meteorológicas e a hora do dia, e com base na presença das pessoas, o funcionamento das luzes
será controlado, o que reduz a manutenção e economiza energia, pois a luz da rua consome
mais energia do que a dos outros ambientes. Para controlar a intensidade da luz, unidades estão
usando diferentes sensores, como de luz e de movimento.

• Ruas conectadas: a cidade inteligente é capaz de adquirir dados e informações entregues por
dispositivos, incluindo tráfego, obras rodoviárias etc. Ruas inteligentes vão ajudar a usar recursos
eficientes e melhorar o transporte público e a paisagem urbana.

• Tecnologia IoT de estacionamento inteligente: usada para encontrar vagas de estacionamento.


As informações de estacionamento são coletadas pelos sensores implantados nos estacionamentos e
entregues ao servidor. As informações, então, serão entregues aos motoristas, que podem tomar
decisões usando várias plataformas, como telefones celulares ou anúncios em placas eletrônicas.
Os sensores incorporados transmitem os dados sobre o período em que ficou estacionado e a
duração usando o processamento de sinal local. Isso reduz o CO2 e também o congestionamento.
Isso pode ser integrado à infraestrutura urbana da cidade inteligente. São usadas tecnologias
como RFID e NFC para realizar as autorizações de entrada e saída dos veículos.

• Estações de carregamento conectadas: devem ser disponibilizadas em vagas de estacionamento,


frotas da cidade, prédios, shoppings etc., dentro e ao redor da cidade. Esse arranjo da estação
ajudará os usuários a carregar seus veículos elétricos em movimento e pode impactar a rede
inteligente da cidade.

• Vigilância do tráfego e vigilância do tráfego de veículos: o sinal de tráfego conectado


será atualizado sobre o surgimento de congestionamento de tráfego, podendo assim reduzir
o congestionamento nas estradas. Esses sensores podem ser conectados ao sistema central de
178
TENDÊNCIAS EM TI

gestão de tráfego, para a apresentação de toda a situação. Usando o padrão de tráfego obtido
junto com a ajuda de algoritmo, ajustes no sistema irão ajudar a gerir os desafios e a reduzir o uso
de combustível.

• Direção autônoma: a introdução da direção autônoma vai contribuir para que o usuário
economize tempo. Isso vai ajudar a acelerar o trânsito e a economizar cerca de 60% do espaço de
estacionamento, permitindo que os carros estacionem próximos uns dos outros. Muitas empresas,
como Renault e Volvo, estão introduzindo veículos autônomos, e o número de empresas que
fazem isso aumenta dia a dia. A experimentação acontece em tempo real a partir do uso de vários
sensores que podem disparar um alerta quando algo incomum acontece, como um acidente ou
uma colisão. A figura a seguir traz um exemplo de um veículo autônomo.

Figura 65 – Automóvel autônomo

Adaptada de: canva.com (s.d.).

Lembrete

A direção autônoma vai ajudar as pessoas a economizar tempo, reduzir


o trânsito e utilizar cerca de 60% do espaço de estacionamento, permitindo
que os carros estacionem próximos uns dos outros. Muitas empresas, como
Renault e Volvo, estão introduzindo veículos autônomos, e o número de
empresas que fazem isso aumenta dia a dia.

8.3.5 Edifícios e propriedades inteligentes

No que se refere a edifícios e propriedades inteligentes, citamos:

• Sistemas de proteção e segurança: a proteção fornecida aos usuários e a toda a infraestrutura


da IoT utilizará biometria e alarmes de vigilância com câmera, não permitindo que partes
não autorizadas entrem na localidade ou casas. Esses sistemas podem até mesmo detectar e
interromper o acesso ao perímetro da propriedade.
179
Unidade IV

• Sistemas inteligentes de jardim e sprinklers: os sprinklers conectados às tecnologias IoT


e nuvem podem ser usados para regar plantas de acordo com a necessidade. Os dispositivos
podem ser usados para saber o nível de fertilizantes e de umidade do solo. Além disso, com base
nas condições meteorológicas, os sprinklers podem programar a rega de plantas. Até mesmo os
cortadores de grama robóticos podem ser usados para impedir o crescimento excessivo da grama.

• Sistema inteligente de aquecimento e ventilação: os dispositivos desse sistema podem ser


usados para monitorar a temperatura, pressão, umidade do edifício etc. Um sensor de rede pode
ser usado para garantir aquecimento e ventilação adequados, assim como coletar as informações
e otimizar os sistemas que podem melhorar eficiência e desempenho.

• Monitoramento da saúde estrutural do edifício: a manutenção contínua dos edifícios


históricos é necessária para saber suas condições reais e identificar quais áreas foram afetadas
pelos agentes externos. A introdução da IoT nesse cenário proporcionará medições de integridade
de edifícios, usando sensores localizados em várias de suas áreas. Alguns sensores – por exemplo,
atmosféricos e de estresse – poderão ser implantados para monitoramento, sendo capazes de
medir a temperatura, a poluição do ar e a caracterização completa desse edifício. Para estudar
o impacto de terremotos sobre os edifícios, a combinação de sensores sísmicos e de vibração
ajudará a atingir a meta. Há banco de dados nos quais essas informações podem ser armazenadas
e disponibilizadas ao público para que todos fiquem cientes do cuidado com a preservação dos
edifícios históricos.

• Casas inteligentes: as casas inteligentes podem ser observadas com base nos dados coletados
pelos sensores. Os métodos de resposta à demanda são aplicados para alertar os usuários sobre os
perigos caso ultrapassem o limite aceitável. A IoT prova muitas aplicações para casas inteligentes,
como TVs inteligentes, sistema de segurança, detecção de incêndio, controle da luz e monitorização
da temperatura ambiente, através de vários sensores. Alguns dos sensores são: de movimento,
físicos, químicos, de vazamento, de detecção de umidade, remotos, biossensores etc. Os sensores
irão sentir e enviar os dados para o controlador central presente em casa para tomar a melhor
decisão, e os dados de vigilância podem ser usados para prever ações futuras. Além disso, casas
inteligentes podem ser conectadas na vizinhança, fazendo a comunidade inteligente.

8.3.6 Ambiente industrial inteligente

A IoT desempenha um papel único no ambiente industrial. Algumas das aplicações da IoT são
descritas a seguir:

• Detecção de incêndios florestais: monitora a combustão de gases e fornece ações preventivas


em caso de incêndio. É útil em zonas de alerta.

• Controle de poluição atmosférica/sonora: a tecnologia pode ser usada para monitorar a


qualidade do ar em áreas onde as pessoas estão em maior número, como locais lotados e parques.
O ruído é visto como poluição acústica, assim como o CO2 no ar. Desse modo, a IoT pode ser

180
TENDÊNCIAS EM TI

apresentada para monitorar a qualidade do ar e o excesso de poluição sonora (ruído) em diferentes


lugares em diferentes horas, para ajudar o município a implementar as medidas de prevenção.

• Monitoramento do nível de neve e prevenção de deslizamentos e avalanches: acompanhar a


condição em tempo real das pistas de esqui pode prevenir uma situação de avalanche. Os sensores
monitoram a umidade do solo, a densidade da terra e vibrações. Se houver perigo nas condições
do terreno, um alerta será emitido na área e na central de monitoramento.

• Detecção precoce de terremotos: a implantação de sensores ajuda na detecção dos tremores


com um sistema de controle distribuído em vários locais em que terremotos costumam ocorrer.

• Presença de líquido: sensores ajudarão a detectar a presença de líquido em qualquer terreno


do edifício e evitarão a corrosão ou qualquer tipo de avaria que possa ser causada devido à
presença de líquido.

• Níveis de radiação: níveis de radiação serão detectados nas estações de energia nuclear. Se for
encontrado algum vazamento, será enviado um alerta.

• Gases explosivos e perigosos: vazamentos nos níveis de gás serão detectados em vários
ambientes, como fábricas de produtos químicos, ambientes industriais e minas.

Observa-se que o crescimento da IoT na situação atual está aumentando, assim como a promessa
de mais cidades e mais inteligentes no futuro. Ela não só fornece as facilidades, mas também será usada
para melhorar a qualidade de vida do cidadão. A implementação da IoT em todas as áreas urbanas
levará tempo e esforço, mas será lucrativa. Os governos estão à frente em todo o mundo para tornar o
mercado amigável para as startups que estão trabalhando nas soluções de cidade inteligente. Exposições
estão sendo exploradas para conscientizar que o uso da IoT em todo o mundo se faz necessário. Isso
aumentará a qualidade, o desempenho e a interatividade dos serviços prestados pela cidade, reduzindo,
assim, o custo pela utilização dos recursos de forma otimizada.

181
Unidade IV

Resumo

Nesta unidade foram apresentados aspectos históricos ocorridos até


a chegada da quarta Revolução Industrial, a qual teve início na virada
do século XXI e se baseia tanto na revolução digital como em toda a
transformação digital que ela vem provocando nos últimos anos. É caracterizada
pela internet ubíqua e móvel e por sensores cada vez menores e mais
poderosos, que se tornaram mais baratos.

Vimos quais as principais tendências em automação inteligente, a


inteligência artificial e a aprendizagem automática (ou aprendizado de
máquina). Na sequência, estudamos como o conceito de Indústria 4.0 está
sendo vivenciado pelas pessoas e organizações e como a IoT (internet das
coisas) e a IIoT (internet de todas as coisas) estão impactando os setores
industriais, de saúde, de educação e de convivência.

Abordamos, ainda, os principais impactos das tendências em impressão 3D,


automação inteligente, experiência imersiva, fábricas e cidades inteligentes.

Exercícios

Questão 1. Leia o texto a seguir:

As três primeiras Revoluções Industriais trouxeram a produção em massa, as linhas de montagem, a


eletricidade e a tecnologia da informação, elevando a renda dos trabalhadores e fazendo da competição
tecnológica o cerne do desenvolvimento econômico. A quarta Revolução Industrial, que terá um impacto
mais profundo e exponencial, caracteriza-se por um conjunto de tecnologias que permitem a fusão do
mundo físico, digital e biológico.

Disponível em: http://www.industria40.gov.br/. Acesso em: 12 abr. 2021.

Com relação à Indústria 4.0, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas:

I – As principais tecnologias que permitem a fusão dos mundos físico, digital e biológico são a
manufatura aditiva, a IA, a IoT, a biologia sintética e os sistemas ciberfísicos (CPS).

porque

II – Os impactos da Indústria 4.0 sobre a produtividade, a redução de custos, o controle sobre o


processo produtivo e a customização da produção, entre outros, apontam para uma transformação
profunda nas plantas fabris.

182
TENDÊNCIAS EM TI

Assinale a alternativa correta.

A) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.

B) As asserções I e II são verdadeiras, e a II não é uma justificativa da I.

C) A asserção é I uma asserção verdadeira, e a II falsa.

D) A asserção é I uma asserção falsa, e a II verdadeira.

E) As asserções I e II são asserções falsas.

Resposta correta: alternativa B.

Análise das asserções

I – Asserção verdadeira.

Justificativa: a Indústria 4.0, ou quarta Revolução Industrial, surgiu na Alemanha em 2011.


Basicamente, ela pode ser encarada como o resultado da introdução de tecnologias digitais nos
processos industriais. Ela tem como princípio fundamental a conexão entre máquinas, sistemas, produtos
e pessoas. As principais tecnologias usadas são: internet das coisas (IoT), internet de serviços (IA), machine
learning, big data, computação em nuvem, realidade virtual, realidade aumentada, impressão 3D, robôs
autônomos e biologia sintética.

II – Asserção verdadeira.

Justificativa: a Indústria 4.0 muda a maneira com que as empresas operam hoje, transformando-as
em fábricas mais inteligentes e capazes de comandar todos os processos da cadeia de produção por
meio de sistemas e dispositivos interconectados, que conversam entre si e com os humanos em tempo
real. Isso significa que as plantas fabris deixam de ter a conformação atual para adquirir uma forma
mais orgânica, em que informações sobre um componente fabricado em um local são transmitidas
para outro.

Podemos notar que as duas asserções são verdadeiras e que abordam aspectos distintos da quarta
Revolução Industrial. A primeira fala da concepção do que é a Indústria 4.0, e a segunda versa sobre
a mudança na forma de produção. Ou seja, a segunda asserção, embora verdadeira, não justifica a
primeira, que também é verdadeira.

183
Unidade IV

Questão 2. Uma cidade inteligente é um sistema que valoriza o capital humano e social com
sabedoria, usa e interage com os recursos naturais e econômicos via soluções de tecnologia e inovação
para abordar questões públicas e alcançar com eficiência desenvolvimento sustentável e alta qualidade
de vida com base em uma parceria municipal com múltiplas partes interessadas.

Tendo como premissa as cidades inteligentes, avalie as afirmativas.

I – Cidade inteligente é aquela que parte da perspectiva de que a tecnologia é fator indispensável
para que as cidades possam se modernizar e oferecer melhor infraestrutura à população.

II – A adoção da tecnologia IoT nas cidades inteligentes cria um cenário muito atraente para
as administrações públicas, promovendo o desenvolvimento de novos serviços para os cidadãos, as
empresas e as administrações públicas.

III – O incentivo a construções que usem menos energia para climatização, iluminação e elevadores
não é uma ação que pode ser encarada como necessária para que uma cidade seja considerada como
cidade inteligente.

É correto o que se afirma em:

A) I, apenas.

B) III, apenas.

C) I e II, apenas.

D) II e III, apenas.

E) I, II e III.

Resposta correta: alternativa C.

Análise das afirmativas

I – Afirmativa correta.

Justificativa: cidade inteligente é aquela que parte da perspectiva de que a tecnologia é fator
indispensável para que as cidades possam oferecer melhor infraestrutura à população. Para que uma
cidade seja considerada inteligente, o importante é a ocorrência da integração da tecnologia à sociedade
com o intuito de melhorar a vida dos cidadãos e estimular a economia. Dessa forma, soluções que
vão desde serviços básicos, como abastecimento de água e o saneamento, até soluções de governo
eletrônico (e-government) são soluções de cidades inteligentes.

184
TENDÊNCIAS EM TI

II – Afirmativa correta.

Justificativa: a internet das coisas (IoT) é um paradigma recente de comunicação que visa à anexação
de vários dispositivos na internet. A adoção dessa tecnologia cria um cenário de cidade inteligente
muito atraente para as administrações públicas, pois existe uma aproximação da administração com o
cidadão no que diz respeito às suas necessidades de locomoção, saneamento, iluminação pública, saúde
etc. Também podemos dizer que a IoT pode fornecer dados para que a administração pública tome
decisões mais adequadas. Além disso, o livre acesso a esses dados pode ajudar a sociedade como um
todo a avaliar a qualidade da administração pública.

III – Afirmativa incorreta.

Justificativa: uma cidade será inteligente se a energia por ela consumida for feita com “consumo
inteligente”. Os edifícios residenciais e comerciais em cidades inteligentes são mais eficientes e usam
menos energia (esse uso é analisado por meio de sistemas de coleta de dados). A iluminação pública é
outro componente que pode ser decisivo para que uma cidade seja considerada inteligente.

185
REFERÊNCIAS

Textuais

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