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PROPÓSITO
Apresentar o mundo globalizado e sua relação com a indústria 4.0, bem como o processo de
educação atual e o requerido pelas transformações geradas por ela, além da inteligência
artificial, da inovação e do empreendedorismo,
para uma avaliação das novas demandas do
mercado de trabalho e da qualificação e competência dos profissionais requeridos.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
Listar os impactos da inteligência artificial, da inovação e do empreendedorismo
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
As transformações do mundo industrial e da própria sociedade em decorrência da utilização de
tecnologias na indústria 4.0 fazem com que seja necessário replanejar e reestruturar um
conjunto de características que marca os novos
processos produtivos.
MÓDULO 1
O MUNDO GLOBALIZADO
O emprego do termo globalização se tornou mais corriqueiro após os anos 1980, período em
que houve um novo processo de integração internacional de diversos países. Envolvendo os
aspectos econômico, social,
ambiental, cultural e político, esse fenômeno foi impulsionado pela
ótica da redução de custos dos meios de produção, comunicação, transporte, armazenamento
e entrega de produtos e serviços.
Entretanto, desde os idos do século XV, quando as nações europeias se lançaram em busca
de novas terras e riquezas, o conceito de globalização já era empregado. Dantas e Hart (2020)
o descrevem bem neste trecho:
Como pode ser observado, ao longo da história, foram registrados alguns afloramentos do
termo globalização. Mas sua caracterização mais consistente surgiu em decorrência do
posicionamento do Fundo Monetário
Internacional (FMI), em 2000, ao caracterizar como
aspectos básicos, como a demanda por comércio e transações financeiras; movimentos de
capital e de investimento; migração e movimento de pessoas; e a disseminação de
conhecimento.
A INDÚSTRIA 4.0
1ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
3ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
4ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Conhecida como era da produção mecânica, ela surgiu, entre 1760 e 1840, com a máquina a
vapor descoberta por James Watt e empregada na indústria têxtil.
Conhecida como era da produção em massa, ela se caracterizou, entre os séculos XIX e XX,
pela produção e utilização da energia elétrica, do gás e do petróleo, bem como pela divisão do
trabalho nas fábricas.
Conhecida como era da informação, ela foi, de 1960 a 1990, uma consequência da eletrônica e
da tecnologia da informação, resultando na automação da produção.
Conhecida como indústria 4.0, ela ocorreu após 2012 graças à inter-relação dos “mundos”
físico, biológico e digital, ou seja, os sistemas ciberfísicos (CPS), com ênfase na melhoria da
qualidade de vida e no bem-estar social.
Na figura a seguir, você pode observar melhor as características das quatro revoluções
industriais:
Figura: As quatro revoluções industriais
O CPS é um sistema físico que utiliza algoritmos computacionais estreitamente integrados com
a internet e seus usuários. Em um sistema deste tipo, os componentes físicos e
computacionais estão profundamente entrelaçados, operando
em diferentes escalas espaciais
e temporais com múltiplas e distintas modalidades de comportamento, além de interagirem em
uma miríade de formas que mudam de acordo com o contexto.
O projeto para a indústria 4.0 foi desenvolvido a partir do ano de 2011. Instituído pelo governo
alemão, ele foi pensado para tornar as empresas mais eficientes, além de aumentar sua
produtividade.
De acordo com Khan e Turowski (2016), a indústria 4.0 pode ser descrita como uma revolução
habilitada pela aplicação generalizada de tecnologias avançadas no nível da produção para
trazer novos valores e serviços para os clientes
e a própria organização.
No novo mundo globalizado, as informações transitam em uma velocidade muito rápida,
mostrando que o tempo é uma ferramenta cada vez mais escassa e mais valiosa. Diante disso,
as indústrias começaram a perceber a necessidade
de utilizar a tecnologia e a inovação a seu
favor.
Foram introduzidos, desse modo, a manufatura aditiva e a impressão 3D, a inteligência artificial
(IA), a computação em nuvem, a internet das coisas (IoT), a realidade virtual (VR), o big data, o
block chain,
a robótica, os veículos autônomos, a nanotecnologia, a biologia sintética (SynBio),
o sistema de armazenamento de energia e o CPS.
Tais tecnologias podem agregar valor, aumentando a produtividade por meio da otimização e
da automação dos processos. Com isso, evitam-se os desperdícios e melhora-se a qualidade
de seus produtos.
Segundo Romano (2017), essa transformação significa que todos os processos, produtos e
diversas informações de uma indústria estão conectados digitalmente para uma fabricação
mais rápida, inteligente e eficaz.
Conectando máquinas, sistemas e ativos, seu fundamento básico implica que as empresas
podem criar redes inteligentes ao longo de toda a cadeia de valor, controlando os módulos da
produção de forma autônoma.
Dessa forma, é obtida uma unidade operacional mais inteligente com capacidade de tomar
decisões baseadas nos processos presentes. Tomemos como exemplo disso as seguintes
empresas:
UBER
Sem possuir um único veículo, a maior frota de táxis do mundo modificou o modo com que se
locomove.
AIRBNB
O maior provedor de hospedagem do planeta, que não possui um único imóvel, transformou o
jeito de se viajar.
Hermann, Pentek e Otto (2015) consideram que o novo conceito de indústria possui seis
características básicas:
INTEROPERABILIDADE
A conexão entre os CPS, as fábricas inteligentes e os homens ocorrem por meio da internet e
da computação nas nuvens.
VIRTUALIZAÇÃO
Criação por sensores de dados de uma cópia virtual da unidade com modelos de plantas e de
simulação.
DESCENTRALIZAÇÃO
Os CPS tomam decisões sem a intervenção humana.
ORIENTAÇÃO A SERVIÇOS
Oferta de serviços dos CPS (prestados por humanos ou máquinas das indústrias inteligentes)
por meio da computação nas nuvens e da IoT.
SISTEMA MODULAR
Adaptação flexível das fábricas inteligentes para requisitos mutáveis por intermédio da
reposição ou expansão de módulos individuais.
ACELERAÇÃO TECNOLÓGICA
Agrega novas tecnologias que permitem o aprimoramento contínuo do sistema.
Economia de energia;
Aumento da segurança;
Conservação ambiental;
Como um exemplo de melhores práticas, podemos citar a Siemens, que, operando 24 horas
por dia, produz equipamentos eletroeletrônicos com 1.000 variantes diferentes do controlador
lógico programável (CLP). Eles são encomendadas
automaticamente pelo sistema. Os índices
de defeitos registrados são de apenas 12 unidades por milhão de peças produzidas.
Fabricar peça de reposição necessária a um navio durante uma viagem em curso ou um tênis
personalizado comercializado em um parque de diversões.
Responsável por ter usado, pela primeira vez, o termo inteligência artificial em 1956, John
McCarthy a definiu como “a ciência e engenharia de produzir máquinas inteligentes”. Trata-se,
portanto, da busca,
por meio da computação, para resolver problemas ou realizar melhor
coisas já executadas.
Ferramentas que têm como base a IA conseguem compilar dados de uma maneira bem mais
eficiente que uma pessoa faria. Seu conceito, contudo, é muito difícil de definir. Dessa forma,
ele continua abarcando uma noção com múltiplas
interpretações não raro conflitantes ou
circulares.
EXEMPLO
COMPUTAÇÃO EM NUVEM
Acesso a uma conta bancária, resultado de exames médicos e conexão em nuvem com o
Uber.
A VR pode ser utilizada para convencer o usuário de que ele se encontra em outra realidade,
provocando o seu envolvimento por completo.
EXEMPLO
VEÍCULOS AUTÔNOMOS
A maioria das montadoras de automóveis atualmente já projeta seus veículos autônomos, mas
vale a pena mencionarmos o carro que está sendo desenvolvido pela Toyota: o TRI-P04.
NANOTECNOLOGIA
EXEMPLO
Baterias 10 vezes mais duráveis ou painéis solares que rendem o dobro, partículas invisíveis
que combatem as células cancerígenas e microprocessadores mais rápidos que consomem
menos energia.
BIG DATA
É o termo em tecnologia da informação (TI) que abarca os grandes conjuntos de dados que
tratam, analisam, obtêm e armazenam informações sob cinco condições: velocidade, volume,
variedade, veracidade e valor (informação útil).
Atualmente, são gerados mais de 2,5 quintilhões de bytes diariamente. Isso possui uma grande
importância na definição de estratégias de marketing, como, por exemplo, aumentar a
produtividade, reduzir custos e tomar
decisões mais inteligentes, construindo, assim, um valor
agregado com as análises geradas.
EXEMPLO
Registros eletrônicos de saúde — disponibiliza os dados dos pacientes para qualquer sistema
de saúde público ou privado.
BLOCKCHAIN
O blockchain constitui um banco de dados que, de modo confiável e imutável, atua como um
registro de informações e de dados distribuídos e compartilhados para todas as transações que
ocorrem em um determinado mercado.
Ele ganhou reconhecimento com o lançamento das
criptomoedas bitcoin.
EXEMPLO
ROBÓTICA
Os robôs estão substituindo os seres humanos nas atividades simples e repetitivas das
indústrias, do comércio e das residências, com redução de custos, aumento de produtividade e
diminuição de problemas trabalhistas com funcionários.
BIOLOGIA SINTÉTICA (SYNBIO)
Em maio de 2010, Craig Venter anunciou ter sintetizado, pela primeira vez, a vida
artificial;
Essa flexibilidade é muito desejada pelos operadores no mundo inteiro. No Brasil, esse sistema
pode ser utilizado para apoiar os processos de transmissão e distribuição, tornando-os mais
eficientes e beneficiando os consumidores.
Esclareceremos neste vídeo os exemplos citados acerca das tecnologias utilizadas pela
indústria 4.0.
Nas décadas de 1980 e 1990, o termo globalização tinha a conotação da integração política
internacional da economia e da política entre países. O universo digital, a indústria 4.0 e a
automação dos serviços
transformam o foco nos negócios em posturas de respeito às
mudanças sociais e ambientais, trazendo benefícios aos consumidores e à sociedade em
geral.
Dessa forma, é preciso estar familiarizado com as tecnologias disruptivas e entender como
implantá-las a fim de que não se perca a competitividade e que haja uma melhoria da
qualidade dos processos das organizações. Além do
incremento na qualidade de vida dos
cidadãos, abrindo novos empregos ou mantendo a empregabilidade. Esse processo gera
crescimento e desenvolvimento econômico, além de aprofundar a responsabilidade social.
Quem não acompanhar essa nova onda da globalização estará sujeito a ter de deixar o
mercado para as concorrentes e os novos entrantes nacionais ou internacionais. Para Glenn e
Florescu (2015), se os sistemas socioeconômicos
não se adequarem a um cenário de
aceleração tecnológica, integração e globalização digitalizada, metade do mundo pode estar
desempregado no ano de 2050.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
A EDUCAÇÃO 4.0
O mundo moderno é caracterizado pela alta dinâmica dos processos socioculturais,
econômicos, tecnológicos e demográficos de escala global.
Portanto, o ensino precisa ser reavaliado e se adaptar à realidade do mundo digital, tecnológico
e inovador que está surgindo com a indústria 4.0. A nova educação 4.0 não pode ser
engessada, predefinida e estabelecida segundo
conceitos em processo de obsolescência.
Ela deve ter atratividade e manter o interesse dos alunos mediante a utilização de recursos
tecnológicos para gerar ludicidade, interação e coletividade, desenvolvendo, dessa forma,
competências criativas.
APRENDIZADO PERSONALIZADO
Opera no sentido de lidar com a particularidade oriunda de cada indivíduo.
LIVRE ESCOLHA
Aborda a possibilidade de modificar o processo de aprendizado com as ferramentas desejadas.
EXPERIÊNCIA EM CAMPO
Os currículos abrem espaço para as habilidades do mundo real que sejam representativas de
seus empregos, requerendo muito mais conhecimento humano e interação.
INTERPRETAÇÃO DE DADOS
A habilidade humana de interpretar dados deve ser uma parte muito importante dos currículos.
PROPRIEDADE DO ALUNO
Ele deve se envolver cada vez mais na sua formação.
A IMPORTÂNCIA DA TUTORIA
Com tanta independência em seu processo de aprendizado, os professores precisam atuar
como orientadores das informações adequadas.
Com o conceito das indústrias 4.0 e os diversos motores das transformações do ambiente de
trabalho que estão previstas, o perfil das profissões nos próximos anos e o futuro do trabalho
nas próximas décadas serão mudados. Pode-se
apostar que isso vai ocorrer em áreas da
Computação, Matemática, Engenharia, Saúde, Direito, Agricultura e Arquitetura.
Com toda certeza, a formação do ensino superior atualmente estabelecida será irrelevante
para os empregadores, pois eles desejam contratar pessoas que sejam capazes de resolver
problemas produtivos imediatos e de trabalhar
tanto com possíveis desafios quanto com a
diversidade tecnológica, de informação e de comunicação.
Tendo isso em mente, dois caminhos distintos precisam ser ponderados para a inserção no
mundo da indústria 4.0:
IMEDIATISMO
ADEQUAÇÃO DAS IES
Os jovens tendem a priorizar o investimento em cursos de curta duração para compor um
portfólio de habilidades e competências requeridas.
Trata-se de ser ágil e replanejar suas diretrizes institucionais, além de buscar parcerias com
empresas detentoras de tecnologias que suportem essa indústria.
AS METODOLOGIAS DE ENSINO
Uma metodologia de ensino nada mais é que o direcionamento para a realização de um
objetivo, configurando, portanto, o estudo da forma com que determinado conhecimento é
produzido. Em outras palavras, são todos os métodos e
todas as técnicas e ferramentas que os
professores utilizam para transmitir seus conhecimentos e motivar os estudantes ao
aprendizado.
Trata-se, dessa maneira, do somatório de ações e atitudes que molda a forma como os
docentes ministram as aulas e lidam com o conhecimento transmitido aos alunos.
A metodologia tradicional de ensino empregada atualmente, como você pode perceber, parte
do princípio de que o professor é o provedor das informações e os alunos, os ouvintes.
A metodologia de salas de aula invertidas, em que a parte teórica é aprendida fora das
salas de aula, em estudos dirigidos, enquanto as partes práticas devem ser ensinadas
presencialmente e de forma interativa;
A contribuição crítica dos alunos sobre o conteúdo, a carga horária e a duração de seus
cursos são essenciais para um fluxograma curricular flexível, específico e/ou abrangente.
COMENTÁRIO
Apesar de o futuro da educação se tornar mais remoto, os docentes e a IES continuam sendo
primordiais para o desempenho acadêmico.
Para o sucesso da educação 4.0, é necessário incluir tecnologias em sala de aula, instalar a
infraestrutura requerida e adotar metodologias que propiciem o aprendizado. Com isso,
estimulam-se a descoberta e a utilização pelos
alunos das novas tecnologias, além do trabalho
em equipe.
NOVAS PROFISSÕES
No mínimo, desde os anos 1980, já existiam os elevadores automáticos operados por
ascensoristas. Eles fechavam a porta do equipamento e apertavam o botão do andar em que a
pessoa desejava ir, mesmo não havendo a necessidade
desses trabalhadores.
Com a evolução tecnológica, trabalhos como este, além de muitos outros, simplesmente
desaparecerão. Podemos pensar em alguns casos, como os motoristas de táxi, de aplicativos
de transporte, de entregas em van ou de caminhões,
além de caixas de supermercados e de
casas comerciais.
Uma das maiores dificuldades para qualquer indivíduo contemporâneo é identificar as novas
profissões do amanhã. Mesmo não tendo uma bola de cristal, podemos, com todas as
incertezas do direcionamento e da aplicação das novas
tecnologias, nos aventurar na
avaliação do futuro de algumas profissões de nível médio e superior:
MANUTENÇÃO AUTOMOTIVA
ELETROMECÂNICA
ENGENHEIRO DE SOFTWARES
DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS
Sabe lidar com o fluxo informacional digital em tempo real nos mais diversos domínios.
Ao se preparar para o futuro, é importante que o profissional estabeleça metas bem definidas e
alcançáveis, aliando ao conhecimento técnico da profissão desejada outras capacitações,
como o domínio de língua(s) estrangeira(s)
e alguma noção sobre o mundo tecnológico e suas
inovações. Características pessoais, como, por exemplo, ser paciente, também devem ser
consideradas.
Não fique preso ao seu conhecimento atual. Busque o aprimoramento contínuo e seja
perseverante. Você é capaz de atingir seus objetivos!
MÓDULO 3
Os dois autores ainda oferecem exemplos para a utilização da IA, como as técnicas de
reconhecimento facial das pessoas da fila de um supermercado. O Walmart, por exemplo,
identifica clientes insatisfeitos ou aborrecidos e intervém
rapidamente, podendo abrir novos
caixas ou oferecer lanches e bebidas para eles. Isso também pode ser usado para detectar
fraudes e roubos.
INOVAÇÃO
A inovação tecnológica representa um processo de aprendizagem contínuo e cumulativo da
empresa para melhorar os produtos ou serviços, os processos e a forma de gestão, assim
como o modelo de interação social, de modo a aumentar
sua produtividade, seus
conhecimentos e sua competitividade.
Uma inovação constitui um produto ou um processo novo ou melhorado (ou combinação deles)
que difere significativamente do que foi produzido anteriormente e disponibilizado para
potenciais usuários (produto) ou trazido para
uso (processo).
Inovação é, portanto, a introdução de novas ideias, bens, serviços e práticas que permitam
agregar diferenciais em relação aos padrões anteriores difundidos. O elemento essencial para
que ela possa ocorrer é a aplicação comercial
bem-sucedida.
Ao abordar a Lei nº 11.196/2005 (também conhecida como Lei do Bem), que dispõe sobre os
incentivos fiscais para a inovação tecnológica, a Associação Nacional de Pesquisa e
Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) assim
conceitua a inovação tecnológica:
CONSIDERA-SE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA A
CONCEPÇÃO DE NOVO PRODUTO OU PROCESSO DE
FABRICAÇÃO, BEM COMO A AGREGAÇÃO DE NOVAS
FUNCIONALIDADES OU CARACTERÍSTICAS AO
PRODUTO OU PROCESSO QUE IMPLIQUE MELHORIAS
INCREMENTAIS E EFETIVO GANHO DE QUALIDADE
OU PRODUTIVIDADE, RESULTANDO EM MAIOR
COMPETITIVIDADE NO MERCADO.
TIPOS DE INOVAÇÃO
Listaremos a seguir diversos tipos de inovação:
Exemplo: venda de água de coco em copos por meio de carrinhos com perfuradora do fruto.
Exemplo: internet.
Exemplo: uma fábrica de pneus para automóveis passa a produzir pneus de bicicleta.
Segundo Baxter (2011), de modo geral, de cada dez ideias sobre novos produtos, três são
desenvolvidas. Mesmo assim, nem todas as três são necessariamente lançadas no mercado:
ainda que o sejam, apenas uma é considerada lucrativa.
Trata-se, portanto, de uma corrida em
que apenas 10% dos competidores conseguem chegar ao destino.
A vida média dos produtos está cada vez mais curta no mercado pela obsolescência
programada deles ou por se tornarem não funcionais (como, por exemplo, os itens eletrônicos),
forçando, desse modo, a aquisição das novas gerações
desses bens.
EXEMPLO
Dessa forma, os fabricantes precisam se esforçar para produzir, cada vez mais rápido, um
número maior de novos produtos.
EMPREENDEDORISMO
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A palavra empreendedor (entrepreneur) surgiu na França, por volta dos séculos XVII e XVIII,
com o objetivo de designar as pessoas ousadas que estimulavam o progresso econômico
mediante novas e melhores
formas de agir.
Economista do século XVII, Richard Cantillon é considerado por muitos um dos criadores do
termo empreendedorismo, sendo um dos primeiros a diferenciar o empreendedor (quem
assume riscos) do capitalista (quem
fornece o capital).
No início do século XIX, o economista francês Jean Baptiste Say conceituou o empreendedor
como o indivíduo capaz de mover recursos econômicos de uma área de baixa para outra de
maior produtividade e retorno.
CONCEITO E DEFINIÇÃO
Para o autor, ele opera na percepção e na exploração das oportunidades, assim como no
âmbito dos negócios, utilizando, nesse processo, recursos de maneira inovadora. Sem
inovação, frisa Schumpeter (1982), não há empreendedores;
sem investimentos, tampouco
existe um retorno de capital. Desse modo, o Capitalismo não pode ser alavancado.
Sobre o “processo de destruição criativa”, o autor ainda declara que ele destrói sem cessar
produtos e serviços estabelecidos nos mercados, substituindo-os por novos mais eficientes e
baratos.
Carland, Carland e Hoy (1992), por sua vez, afirmam que o empreendedorismo é uma
integração de cinco elementos:
Os cinco elementos do empreendedorismo
3- 5- Postura
1- Necessidade 2- 4-
Propensão estratégica ou busca
de realização Criatividade Risco
à inovação de oportunidade
Neste vídeo, falaremos sobre o empreendedorismo na era da indústria 4.0 de forma mais
detalhada.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, INOVAÇÃO E
EMPREENDEDORISMO
Yang (2020) postula que, nos próximos dez anos, um grande quantitativo de empresas irá
dispor de plataformas operacionais integradas à tecnologia de IA e associadas a outras
ferramentas e algoritmos de apoio.
Apontaremos a seguir alguns exemplos da aplicação de IA nos quais devem ser analisados a
inclusão de inovações e o empreendedorismo das organizações envolvidas:
INDÚSTRIA
Controla e automatiza processos, além de desenvolver máquinas que criam e executam
projetos de modo autônomo.
MEDICINA
Diagnostica uma doença a partir dos sintomas do paciente, além de recomendar e comprar
remédios. Prevê a deficiência cognitiva em bebês prematuros, faz uma ressonância magnética
em pacientes para entender o TDAH
(distúrbio cerebral que, muitas vezes, causa inquietação
neles e dificulta sua atenção) e identifica os riscos daqueles com doenças cardíacas crônicas.
TRANSPORTE
Sugere rotas, como GPS e Waze, assim como realiza entregas e armazenamento mediante o
emprego de drones, veículos autônomos e empilhadeiras operadas por controle remoto.
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
Substitui os atendentes humanos (sistemas com processamento de linguagem natural, estando
disponíveis 24 horas por dia) para analisar dados do mercado, gerenciar recursos financeiros e
se relacionar com clientes.
COMÉRCIO
Efetua transações online, reconhece padrões de compras para oferecer produtos ou serviços,
trabalha com lojas físicas sem estoquista e check-out, como o Supermercado da Amazon.
JORNALISMO
Elabora matérias com programas capazes de escrever sem a ação humana.
JOGOS
Joga xadrez e desenvolve jogos eletrônicos.
É importante observar que a aplicação da IA, conjugada com outras tecnologias, inovações e
empreendedorismos, não tem limites nem se restringe a certas áreas de negócio.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 4
O CENÁRIO ATUAL
O cenário econômico mundial até 2019 já refletia a dificuldade de crescimento e de geração de
novos empregos no Brasil, processo decorrente do descompasso em uma oferta de empregos
que não seguia na mesma proporção. Para piorar,
no início de 2020, a ocorrência da pandemia
da Covid-19 reforçou a afetação de crescimento econômico no mundo.
A era dos CPS com processos autônomos proporciona indústrias e serviços cada vez mais
tecnológicos. Esses processos acarretam a dificuldade de maior oferta de empregos
decorrente tanto da redução natural da força de trabalho
dos sistemas quanto da falta de
capacitação profissional para operar e manter as tecnologias inteligentes e as inovações
inseridas.
Essa indefinição pode gerar um gap irrecuperável tanto para as organizações dependentes da
utilização dela, como as empresas de comunicação e as de grande porte, quanto para as que
desejam tornar seus sistemas
operacionais mais competitivos e melhores.
APERFEIÇOAR O AMBIENTE REGULATÓRIO
Amplia as oportunidades de investimentos, além de incrementar a competitividade da
economia e a geração de empregos, para fortalecer o sistema regulatório brasileiro.
Não se trata, no entanto, de uma evolução simples. A CNI (2016) pontua que 42% das
empresas brasileiras desconhecem a importância das tecnologias digitais para a
competitividade da indústria, acrescentando que 52% delas não
utilizam nenhuma tecnologia
digital.
Desse modo, o Brasil precisa atuar mais estrategicamente e desejar ser competitivo para não
perder o bonde da história.
A REALIDADE MUNDIAL
Após a Alemanha introduzir os conceitos da indústria 4.0, outros países imediatamente contra-
atacaram com seus programas de fomento da manufatura inteligente, baseando-se, para isso,
em tecnologias de interconexão e internet.
O programa Made in China 2025 foi introduzido com objetivo de tornar seu mercado industrial o
centro fabril do mercado mundial. Inspirado na indústria 4.0 iniciada pela Alemanha, ele
objetiva especialmente a implementação de tecnologias de fabricação
digital para competir
com o mercado industrial global.
A história da manufatura na China possui três etapas básicas.
O programa Made in China 2025 busca substituir a tecnologia estrangeira pela chinesa com o
propósito de se tornar
o principal fabricante no mundo. O país pretende produzir 40% dos chips
de telefone celular, 70% dos robôs industriais e 80% dos equipamentos para energias
renováveis da população mundial.
Originada no Japão em 2016, a Society 5.0 é a quinta versão deste programa por suceder a
sociedade da caça, agrária, industrial e da informação. Ela tem como objetivo a implementação
da digitalização em 12 grandes campos para contribuir com a melhoria
da qualidade de vida da
sociedade do mundo.
O pano de fundo tecnológico da Society 5.0 é a integração do sistema ciberfísico (CPS) com as
tecnologias da informação e da computação, em segundo plano, e a criação de valor dessa
tecnologia impulsionada por robôs de IA associados aos CPS.
De incubação, a etapa inicial durou até 1991, quando, após uma reforma estrutural, as zonas
econômicas especiais foram estabelecidas e as empresas privadas estavam autorizadas a
participar do negócio de fabricação.
O segundo período perdurou até 2001, ano em que se
estabeleceram os desenvolvimentos infraestruturais, as zonas especiais financeiras e o acesso
à Organização Mundial de Comércio. A última etapa foi a da manufatura
e industrialização,
fazendo com que a China acabasse se tornando a segunda maior economia do mundo.
Até o momento, a maioria das indústrias chinesas tem pouca tecnologia de automação, sendo
essencialmente dependente da produção orientada por humanos. O Made in China 2025 visa a
implementar a tecnologia mais automatizada
em seus sistemas de fabricação e migrar para o
tema da tecnologia de fabricação inteligente até o ano de 2025.
Made in
Indústria Internet
China Society 5.0
4.0 industrial
2025
Pequenas e Smart
Indústrias
Área de foco médias Indústrias Society no
da China
empresas Japão
Digitalização
Digitalização Digitalização Torna a
da
dos das indústrias China um
Contribuição sociedade
sistemas por meio da país líder
maior em 12
das introdução da mundial na
grandes
indústrias internet fabricação
campos
A REALIDADE BRASILEIRA
A realidade dos países emergentes é demarcada pela forte desigualdade social e por uma mão
de obra desqualificada, além das contradições existentes entre o homem e sua produção nas
relações do trabalho. Outro ponto que merece
ser observado é o baixo grau de escolaridade
(inferior aos sete anos de estudo) do trabalhador brasileiro, o que se torna mais um obstáculo a
ser superado.
SAIBA MAIS
Em meados do século XX, lutava-se por uma estabilidade duradoura no emprego, pois isso
permitia a possível construção de um projeto de vida de longo prazo. Neste novo século, existe
a sinalização de mudanças na contratação
do trabalho, com um maior encaminhamento para o
sistema de terceirização, pois isso permite a liberação do trabalhador para realizar negociações
contratuais diretas com o empregador.
Em entrevista para a Rede Brasil Atual (2020), Batista Júnior informa que a taxa de
desemprego medida pelo IBGE em abril de 2020 (12,6%) mostra um cenário degradante e de
desalento ao se procurar colocações no mercado
de trabalho, sinalizando uma realidade que
pode ser ainda pior com a crise mundial advinda da Covid-19.
Tendo em vista os grandes desafios do Governo Federal para os próximos anos de mandato,
listaremos os principais a serem abordados:
Proteção das empresas e dos empregos: Os governos devem criar meios para facilitar a
manutenção dos negócios. Em alguns setores, existe o risco de fechamento das
atividades de mais de 30% das empresas existentes;
Atendimento das pessoas socialmente vulneráveis: Não basta só subsidiar, e sim manter
os desfavorecidos por um período;
Estes são os grandes desafios do governo, dos empresários e do povo brasileiro para enfrentar
a nova realidade da indústria 4.0: ser produtivo e competitivo no cenário mundial.
Nosso alento é que as atividades não poderão ser totalmente substituídas por uma tecnologia
inteligente; na verdade, surgirão novas profissões e outras oportunidades de negócios. A
introdução de tecnologias é inevitável e sem
caminho de volta.
Podemos citar alguns exemplos de mudanças em diversas áreas. Pode haver nelas a extinção
da atividade do trabalhador, o deslocamento profissional, a demanda de especialização ou o
surgimento de novas vagas profissionais com
uma formação mais tecnológica.
TRANSPORTES
Haverá mudanças nos serviços de aplicativos de transporte, carros de entregas e motoristas de
caminhão. As empresas automobilísticas, além de Uber, Tesla e Google, poderão deixar mais
de 47% de seus trabalhadores
no mundo inteiro desempregados graças à utilização de drones,
carros e caminhões autônomos que podem ser operados durante as 24 horas do dia.
MEDICINA
Usar braços robóticos para videocirurgias permite uma maior capacidade de precisão e
facilidade de execução, sendo menos invasivo e favorecendo a recuperação mais rápida e com
menor grau de dor. Além disso, será
possível realizar exames por meio de aparelhos de
ultrassom com dimensões reduzidas: semelhantes ao smartphones, eles facilitarão a execução
e o treinamento do operador.
AGRICULTURA
Operação de equipamentos de plantio, cultivo e colheita a distância e sem fio.
INDÚSTRIA
A automatização de processos e a instalação de robôs tornará possível produzir mais com
menos funcionários. A tendência é haver fábricas sem operadores.
GRÁFICAS E EDITORAS
Produção de publicações digitais, atendimento e comercialização online.
AGENTES DE VIAGENS
Conexão de empresas operadas a distância. Exemplo: AirBnb.
CASAS INTELIGENTES
Instalação de automação residencial, como, por exemplo, iluminação adequada para cada
ambiente, operação de equipamentos elétricos e eletrônicos a distância, segurança e
assistentes pessoais.
CIDADES INTELIGENTES
As tecnologias serão utilizadas para monitorar o trânsito, executar o planejamento urbano,
realizar as conexões internacionais e garantir a segurança pública. São sistemas de pessoas
interagindo e usando energia,
materiais, serviços e financiamento para catalisar o
desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida.
CHECK-IN EM AEROPORTOS
Mais de 60% dos check-ins são feitos por totens eletrônicos ou smartphones.
A certeza é a de que muitas profissões desaparecerão, como, aliás, ocorreu em todas as eras
das revoluções industriais. Alguns empregos se transformarão, mas outros tantos surgirão.
Afinal, as empresas buscam para seus consumidores
menores custos e mais qualidade final,
tempo de entrega, segurança operacional, transparência e aderência aos aspectos éticos e
morais.
As organizações que refutarem essas mudanças ficarão pelo caminho. Podemos mencionar
como exemplos as locadoras de vídeos, as lojas de jogos eletrônicos e a famosa loja de
departamento Sears.
Não é possível parar a evolução científica e tecnológica no mundo. Qualquer mudança traz
benefícios e desvantagens. Para cada robô instalado, existe a perda de cinco empregos para
os homens. As novas vagas abertas com a automação
vão requerer trabalhadores com
formação em áreas de tecnologias. É preciso aceitar isso – e não nadar contra a corrente.
EXEMPLO
Denominado Olli, o micro-ônibus autônomo é produzido nos EUA pela empresa Local Motors.
Da linha de produção até a de montagem, sua fabricação é feita por uma impressora 3D em
apenas 11 horas. O veículo possui capacidade
para 12 passageiros, tem partes recicláveis e é
movido a energia elétrica. Sua plataforma cognitiva para o comando de voz foi desenvolvida
em parceria com a IBM.
Alvin Toffler (2020) declara que “o analfabeto do século XXI não será quem não sabe ler e
escrever, mas sim aquele que não souber aprender, desaprender e reaprender”.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apresentamos, no módulo 1, o termo globalização, fornecendo ainda seu conceito introduzido
no século XVI e empregado com mais abrangência após a 4ª Revolução Industrial.
Mencionamos, em seguida, as novas tecnologias
inteligentes utilizadas pela indústria 4.0 para
enaltecer as transformações e a operacionalização dos processos produtivos.
No módulo seguinte, descrevemos a educação para o futuro, fazendo, com isso, uma ligação
com o módulo 3. Afinal, abordarmos nele os impactos da implementação da inteligência
artificial, que, associada à inovação e ao empreendedorismo,
gerará consequências até na
área da educação.
No último módulo, estimamos o trabalho no futuro. Estabelecendo essa previsão como uma
consequência natural do que apresentamos neste tema, destacamos que o mercado de
trabalho vai precisar de profissionais mais qualificados
e competentes. Por fim, frisamos que
países em desenvolvimento como o Brasil podem não conseguir acompanhar essa
necessidade.
PODCAST
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Agenda brasileira para a
indústria 4.0: O Brasil preparado para os desafios do futuro. 2016.
BAXTER, M. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. São Paulo:
Blucher, 2011.
FISK, P. Education 4.0… the future of learning will be dramatically different, in school and
throughout life. Publicado em: 24 jan. 2017.
HERMANN, M.; PENTEK, T.; OTTO, B. Design principles for industrie 4.0 scenarios: a
literature review. In: Working paper. n. 1. 2015.
KABASHKIN, I. University 4.0: reality and expectations. In: Actual problems of education. Riga,
2018.
KAPLAN, A.; HAENLEIN, M. Siri, Siri in my hand, who's the fairest in the land? On the
interpretations, illustrations and implications of artificial intelligence. In: Business horizons. v. 62.
n. 1.
2018.
OECD. Oslo Manual 2018: guidelines for collecting, reporting and using data on innovation. 4.
ed. In: The measurement of scientific, technological and innovation activities. 2018.
PHUYAL, S.; BISTA, D.; BISTA, R. Challenges, opportunities and future directions of smart
manufacturing: a state of art review. In: Sustainable futures. n. 2. 2020.
RANZATO, G.; JOPPERT JUNIOR, N.; BLANCO, R.; NICHIOKA, J. Introdução conceitual da
Indústria 4.0: desafios e benefícios. In: III Seminário da indústria 4.0 - desenvolvendo novos
modelos de negócios.
Limeira, 2018.
TOFFLER, A. Alvin Toffler: O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler
e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender. In: Pensador.
Consultado em meio
eletrônico em: 15 ago. 2020.
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atividades bancárias e videoconferências;
Sobre a Woven City, que é a cidade de teste dos carros autônomos da Toyota;
Para aprofundar seu conhecimento sobre a educação 4.0 e a indústria 4.0, leia este artigo:
FÜHR, R. C. O dilúvio digital e seus impactos na educação 4.0 e na indústria 4.0. In: VI
Congresso Ibero-Americano de Investigação em Governança e I Encontro Regional de Gestão
Educacional em Diferentes
Contextos. v. 1. Canoas. 2018.
Assista a este filme que conta a história de um menino-robô programado para amar:
A.I.: inteligência artificial. Direção: Steven Spielberg. Estados Unidos, 2001. 146 min.
CONTEUDISTA
Julio Nichioka
CURRÍCULO LATTES