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PROPÓSITO
Definir integral tripla, calcular a integral tripla por meio de integrais iteradas em coordenadas cartesianas, cilíndricas e esféricas, e aplicar a integração
tripla em alguns problemas de cálculo integral com três variáveis.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora científica, ou use a calculadora de seu
smartphone/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
Aplicar o conceito de integração tripla
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MÓDULO 1
INTRODUÇÃO
Ao se aplicar procedimentos análogos à integral simples aplicada em funções reais e à integral dupla aplicada em funções escalares com duas
variáveis, também podemos definir a integral tripla por meio de um somatório triplo, que envolverá uma função escalar do R3.
ATENÇÃO
Para definição da integral simples e integral dupla, foi utilizado um somatório denominado Somatório de Riemann.
Para a definição da integral simples, foi criada uma partição P = {u0, u1, ..., un} que dividia um intervalo [a,b] em n subintervalos [ui − 1, ui], tal que a =
u0 < u1 < ... < un − 1 < un = b, com amplitudes de cada subintervalo [ui − 1, ui] dada por Δui = u1 − ui − 1.
Logo após, em cada subintervalo [ui − 1, ui] da Partição P, foi escolhido, arbitrariamente, um ponto pi. Assim, foi definida a soma de Riemann de f(x)
∑I=1NFPI ∆UI
Desse modo, a integral simples, aplicada a uma função de uma variável, foi definida como:
∫ABF(X)DX=LIMN→∞∑I=1NFPI∆UI
Em que:
Diante da integral dupla, de forma semelhante ao realizado no caso da função de uma variável com o intervalo [a,b], foi definida uma Partição, de uma
área S, que envolvia agora duas dimensões em vez de uma só. As amplitudes de cada área particionada eram definidas por ∆xi∆yj. Foram escolhidos,
arbitrariamente, um ponto pi em cada área da partição.
Assim, a integral dupla da função f(x,y) na região S será definida por um limite da Soma Dupla de Riemann:
∬SFX,YDXDY=LIM∆→0∑I=0N ∑J=0MFPIJ∆XI∆YJ
Em que:
Agora, podemos usar um procedimento análogo para definir a integral tripla para uma função escalar com domínio em R3.
A integral Tripla será uma operação matemática definida para uma função escalar com domínio em um subconjunto do R3, isto é, dependendo de três
variáveis reais.
DICA
Conforme realizado nos casos anteriores, vamos definir uma Partição P para o Paralelepípedo definido por V. A diferença, agora, é que essa partição é
por volume e envolve três dimensões.
Seja:
P1:a=x0<x1<…<xn=b
P2:c=y0<y1<…<ym=d
P3:g=z0<z1<…<zp=h
partições dos intervalos [a,b] , [c,d] e [g,h], respectivamente. As amplitudes dos intervalos serão definidas por ∆xi, ∆yj e ∆zk.
Para tal caso, essa partição P determinará m.n.k paralelepípedos, cada um definido por:
Seja, agora, um conjunto B⊂R3. O conjunto B será limitado se existir um paralelepípedo V, tal que todo B está contido nesse paralelepípedo, isto é,
B⊂V.
Neste momento, já podemos usar procedimentos análogos e definir a Soma Tripla de Riemann para a função escalar com domínio no R3. Seja a
função escalar f(x,y,z) com domínio no conjunto B ⊂ R3, com B limitado. Assim, existirá um retângulo V tal que B está totalmente contido em V.
com i , j e k inteiros. Para cada paralelepípedo Vijk da partição P, escolhe-se, arbitrariamente, um ponto pij.
COMENTÁRIO
O problema é que a função f(x,y,z) somente é definida para B, e os pontos pijk podem cair em uma região do paralelepípedo V que não pertence a B.
Agora, podemos definir a Soma Tripla de Riemann da função f(x,y,z) relativa a uma partição P e aos pontos arbitrários pijk, pela expressão:
Repare que, como os pontos que não pertencem a B têm valor de função zero, as parcelas do somatório referentes a eles serão nulas. Portanto, a
Soma Tripla de Riemann em B será igual à Soma Tripla de Riemann em V.
A integral tripla da função f(x,y,z) na região B será definida por um limite da Soma Tripla de Riemann:
Em que:
∆→0: representa que todas as amplitudes de ∆xi ,, ∆yj e ∆zk tendem para zero.
Se o limite existir, então a função f será integrável em B e o valor da integral tripla será o valor obtido pelo cálculo do limite.
De forma similar, f(x,y,z) será denominada integrando, e a integral tripla terá um limite inferior e superior de integração para cada uma das três
integrais.
DICA
A determinação das integrais triplas não será feita pelo cálculo do limite de sua definição.
Em tópico posterior, será estudado como realizar esse cálculo. Antes, vamos analisar as propriedades da integral tripla.
01
02
03
∭BF(X,Y,Z)±G(X,Y,Z)DXDYDZ=∭BF(X,Y,Z)DXDYDZ±∭BG(X,Y,Z)DXDYDZ
∭BK F(X,Y,Z)DXDYDZ=K∭BF(X,Y,Z)DXDYDZ
Se f(x,y) ≥ 0 em S
∭BF(X,Y,Z)DXDYDZ≥0
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
DICA
É possível utilizar a mesma analogia para f(x,y,z) ≤ 0, f(x,y,z) > 0 e f(x,y,z) < 0.
04
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Se f(x,y,z) ≥ g(x,y,z) em B:
∭BF(X,Y,Z)DXDYDZ≥∭BG(X,Y,Z)DXDYDZ
DICA
É possível utilizar a mesma analogia para f(x,y,z) ≤ g(x,y,z), f(x,y,z) > g(x,y,z) e f(x,y,z) < g(x,y,z).
∭BF(X,Y,Z)DXDYDZ=∭BF(X,Y,Z)DXDYDZ+∭BF(X,Y,Z)DXDYDZ
Integral dupla
Para o caso da integral dupla, é usado o Teorema de Fubini por meio do cálculo de duas integrais simples iteradas.
Integral tripla
Para o caso da integral tripla, a solução será transformar a integral em uma integral dupla e uma integral simples.
Quando B é um paralelepípedo — neste caso, os três intervalos de integração serão definidos por números e sem dependência entre as variáveis.
Quando os intervalos de integração de, pelo menos, uma variável depende das demais.
Seja f(x,y,z) uma função escalar, integrável, definida em B⊂R3. O conjunto B é um paralelepípedo definido por:
B=x,y,z ∈R3/ a≤x≤b , c≤y≤d e g≤y≤h, com a, b, c, d, g e h reais
∭BFX,Y,ZDV=∭BFX,Y,ZDXDYDZ=∫AB∫CD∫GHFX,Y,ZDZDYDX
A integral que vemos ao lado direito da expressão apresentada é denominada Integrais Iteradas.
DICA
O nome Integrais Iteradas, indica que, inicialmente, integramos parcialmente em relação a uma variável, depois, integraremos em relação à segunda e,
por fim, em relação à terceira variável.
Em cada caso, similar ao realizado na integração dupla, durante a integração parcial, as demais variáveis são consideradas como constantes.
ATENÇÃO
Para este caso, tanto faz integrar-se parcialmente em relação à variável x, y ou z. Assim, teremos cerca de seis possibilidades, de acordo com a ordem
escolhida de integração.
Os limites de integração em cada integral da direita para esquerda correspondem às diferenciais da direita para esquerda.
No caso do exemplo, o intervalo [a,b] corresponde à variável x, o intervalo [c,d] corresponde à variável y e, por fim, o intervalo [g,h] corresponde à
variável z.
Para fixar o conteúdo, vamos mostrar a integral quando escolhemos integral na ordem das variáveis x, z e y:
∭BFX,Y,ZDXDYDZ=∫CD∫GH∫ABFX,Y,ZDXDZDY
Pode ser provado que, para o caso de se ter f(x,y,z) = g(x)h(y)q(z), a integral é tripla, para quando os limites são numéricos, ela pode ser analisada
como um produto de três integrais simples:
∭BFX,Y,ZDXDYDZ=∫CD∫GH∫ABFX,Y,ZDXDZDY=∫ABGXDX∫CDHYDY∫GHQZDZ
EXEMPLO
∫GH∫CD∫AB8 X(Z+1)Y2DXDYDZ=∫AB8XDX∫CDY2DY∫GH(Z+1)DZ
Como visto, a integral tripla será calculada com a determinação de três integrais simples. É importante relembrarmos as integrais simples imediatas e
os métodos de integração estudados no cálculo de uma variável.
EXEMPLO 1
Determine o valor de ∭B3xy+zy-2xzdxdydz, em que B está contido em uma caixa, definido por 1 ≤ x ≤ 2, 1 ≤ y ≤ 3 e 0 ≤ z ≤ 1.
SOLUÇÃO
Usando as integrais iteradas:
∭B3xy+zy-2xzdxdydz =∫01∫13∫123xy+zy-2xzdxdydz
∫123xy+zy-2xzdx=32y22-12+zy2-1-z22-12
∫123xy+zy-2xzdx=92y+zy-3z
∫1392y+zy-3z dy=18+4z-6z=18-2z
Seja f(x,y,z) uma função escalar, integrável, definida em B⊂R3. O conjunto B é uma região espacial limitada, isto é, um sólido.
COMENTÁRIO
Vamos considerar que o sólido B é um conjunto de pontos (x,y,z) tais que, ao fixar o valor de (x,y), o valor de z estará limitado entre duas funções.
Considere o conjunto S ⊂ R2 um conjunto fechado e limitado, e sejam duas funções escalares g(x,y) e h(x,y) contínuas em S, tais que, para todo (x,y)
∈ S, g(x,y) ≤ h(x,y).
Seja B o conjunto do R3, isto é, dos pontos (x,y,z) tais que g(x,y) ≤ z ≤ h(x,y), para todo (x,y) ∈ S. Na verdade, o conjunto S é a projeção do sólido B no
plano XY, conforme a figura:
Fonte: Autor
∭Bfx,y,zdV=∭Bf(x,y,z)dxdydz =∬S∫g(x,y)h(x,y)fx,y,zdzdxdy
∭BFX,Y,ZDV=∭BF(X,Y,Z)DXDYDZ =∬S∫G(X,Z)H(X,Z)FX,Y,ZDYDXDZ
∭BFX,Y,ZDV=∭BF(X,Y,Z)DXDYDZ =∬S∫G(Y,Z)H(Y,Z)FX,Y,ZDXDYDZ
Em todos os casos, o cálculo da integral tripla iniciará pela solução de uma integral simples, em que uma variável terá limites de integração
dependendo das duas outras variáveis. Por fim, deve ser resolvida uma integral dupla sobre a área S.
Para se determinar a projeção S do sólido B em um dos três planos cartesianos, existe a necessidade de termos uma visão espacial.
ATENÇÃO
Se existirem regiões, dentro da área S, onde g(x,y) ≤ h(x,y), e outras, onde g(x,y) ≥ h(x,y), a integral deve ser separada em integrais em que a ordem
de g(x,y) e h(x,y) seja mantida. Para isso, deve ser usada a propriedade 4, vista no item anterior.
EXEMPLO 2
Determine ∭Bx2+y2 dxdydz, em que B é a região interna ao paraboloide de equação z = x2 + y2 com z ≤ 9
SOLUÇÃO
O sólido B projetado no plano XY forma um círculo de centro na origem e raio 3, que chamaremos de S, com equação x2+y2 = 9, conforme a figura:
Fonte: Autor
Fixando o valor de (x,y), a variável z irá variar do paraboloide até o plano z = 9, assim:
x2+y2≤z≤9
Dessa forma:
Resolvendo a integral em z:
Portanto:
Agora, o problema caiu na resolução de uma integral dupla. Como ela tem simetria polar, mudaremos para variável polar.
TEORIA NA PRÁTICA
Uma das aplicações da integral tripla é o cálculo de massa de um sólido, definido por meio de uma densidade volumétrica de massa. Seja um objeto
sólido que possui a forma de uma esfera de equação x2+y2+z2=4. Esse objeto tem uma densidade volumétrica de massa dada por
δ(x,y,z) = x2 kg/m3. Determine a massa do objeto, sabendo que ela pode ser obtida pela integral:
M=∭VΔX,Y,ZDXDYDZ
SOLUÇÃO
A) 8
B) 15
C) 24
D) 36
E) 48
A) 13
B) 14
C) 15
D) 16
E) 17
3. DETERMINE O VALOR DA INTEGRAL ∭VX2Z DXDYDZ, EM QUE V É O SÓLIDO CONTIDO NO CILINDRO COM EIXO
PRINCIPAL NO EIXO Z E BASE INFERIOR NO PLANO XY. O CILINDRO TEM RAIO DA BASE 2 E ALTURA 4.
A) 4π
B) 8π
C) 32π
D) 48π
E) 64π
A) 2
B) 3
C) 4
D) 5
E) 6
5. DETERMINE O VALOR DA INTEGRAL ∭VX DXDYDZ, EM QUE V É UM SÓLIDO DEFINIDO PELA INTERSEÇÃO DO
PLANO DE EQUAÇÃO X + 2Y + Z = 4 E OS PLANOS COORDENADOS:
A) 43
B) 83
C) 163
D) 323
E) 643
A) 42+72
B) 42-72
C) 162-14
D) 82+7
E) 82-7
GABARITO
∫13∫-11∫02x+y+zdzdydx
Então:
∫13∫-112x+2y+2dydx
Realizando a integral em y:
∫-112x+2y+2dy=2x+21--1+1-1=4x+4
Por fim:
b) ∫-11x2dx=13x3-11=131--1=23
c) ∫0π2cos zdz=sen(z)0π2=senπ2-sen0=1
3. Determine o valor da integral ∭Vx2z dxdydz, em que V é o sólido contido no cilindro com eixo principal no eixo z e base inferior no plano
XY. O cilindro tem raio da base 2 e altura 4.
Analisando o sólido V, a projeção dele sobre o plano XY será a base do cilindro de equação x2+y2=22=4.
Fixando um valor para (x,y), na base inferior, o valor de Z irá variar da base inferior (z = 0) até a base superior (z = 4). Assim:
Portanto:
∭Vx2z dxdydz=∬S8x2dxdy
Como S tem simetria polar, resolveremos a integral dupla por sua forma polar.
Assim:
✓ ∫02ρ3 dρ=14ρ402=1424=4
Os limites de 0 até y – 2z, como dependem das variáveis y e z, obrigatoriamente será o limite da variável x.
Os limites de 2y até 0, como dependem da variável y e já temos a integração em x, obrigatoriamente será o limite da variável z.
∫0y-2z6y dx=6y∫0y-2zdx=6yy-2z=6y2-12yz
∫2y06y2-12yzdz=6y2z2y0-12y 12z22y0=6y20-2y-6y(02-2y2)
∫2y06y2-12yzdz=-12y3+24y3=12y3
∫0112y3dy=3y401=3
5. Determine o valor da integral ∭Vx dxdydz, em que V é um sólido definido pela interseção do plano de equação x + 2y + z = 4 e os planos
coordenados:
6. Determine o valor de ∭V6πdxdydz, em que V é a região limitada inferiormente pelo paraboloide z=x2+y2 e, superiormente, pela esfera
x2+y2+z2=2:
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 4e – 1
B) 8e + 1
C) 28(e + 1)
D) 28(e – 1)
E) 3e2 + 5
A) 1
B) 2
C) 3
D) 4
E) 5
GABARITO
∫02∫01∫126 y2zexdydxdz=∫022zdz∫123y2dy∫01exdx
✓ ∫022zdz=z202=22=4
✓ ∫123y2dy=y312=23-13=7
✓ ∫01exdx==ex01=e-1
∫02∫01∫126 Y2ZEXDYDXDZ=4.7.E-1=28(E-1)
Os limites de 0 até y – x, como dependem das variáveis x e y, obrigatoriamente, será o limite da variável z.
Os limites de x até 0, como depende da variável x e já temos a integração em z, obrigatoriamente, será o limite da variável y.
Assim:
∫x010yx2-10x3dy=10x212z2x0-10x3 yx0=5x20-x2-10x3(0-x)
∫x010yx2-10dy=-5x4+10x4=5x4
MÓDULO 2
Calcular a integral tripla em coordenadas cilíndricas e esféricas
INTRODUÇÃO
Em alguns problemas, devido à sua simetria, às vezes, fica mais fácil de se resolver a integral tripla transformando as coordenadas retangulares para
coordenadas cilíndricas e coordenadas esféricas.
Este módulo apresentará o sistema de coordenadas cilíndricas e esféricas, e o cálculo da integral tripla por meio dessas coordenadas.
Antes de estudarmos o cálculo da integral tripla em coordenadas cilíndricas, vamos definir o sistema de coordenadas cilíndricas.
O sistema de coordenadas cilíndricas é um sistema que permite a representação de um ponto P, no espaço, por meio de três coordenadas (ρ,θ,z).
Fonte: Autor
EM QUE:
z: A coordenada z do ponto P representa a cota, isto é, a distância entre o ponto P e o plano xy. Repare que essa coordenada z é a mesma do
sistema de coordenadas retangulares (x,y,z). O valor de z varia de -∞ até ∞
θ: A coordenada θ é o ângulo no plano XY, medido no sentido anti-horário, entre o segmento OQ e o eixo positivo x. O valor de θ varia de zero
até 2π.
ATENÇÃO
Observe que as coordenadas ρ e θ são as polares do ponto Q, isto é, são as coordenadas polares da projeção do ponto P no plano XY.
A relação entre o sistema de coordenadas retangulares (x,y,z) e o sistema de coordenadas cilíndricas (ρ,θ,z) pode ser obtida por meio de uma análise
geométrica da figura. Dessa forma, para se converter as coordenadas cilíndricas de um ponto para coordenadas retangulares, usamos as equações:
Igualmente, para se converter as coordenadas retangulares de um ponto para as coordenadas cilíndricas, devem ser usadas as equações:
EXEMPLO 3
Converta as coordenadas do ponto P(x,y,z) = (– 1 , – 1, 3) para coordenadas cilíndricas.
SOLUÇÃO
ρ=x2+y2=(-1)2+(-1)2=2
tgθ=yx=1, como x < 0 e y < 0, isto é, o ponto P está no terceiro quadrante do plano XY, assim o valor de θ=π+π4=5π4.
EXEMPLO 4
Converta as coordenadas cilíndricas do ponto Pρ,θ,z=2, π3,4 para coordenadas retangulares.
SOLUÇÃO
x=ρ cosθ=2 cosπ3=212=1
z=z=4
As coordenadas cilíndricas são muito utilizadas em problemas do R3 que envolvem simetria em torno de um eixo, que colocaremos, normalmente,
como eixo z.
EXEMPLO
A integral tripla foi definida por meio de uma Soma Tripla de Riemann, que usou uma filosofia de dividir o volume de integração por paralelepípedos
com volumes ∆V=∆x∆y∆z, usando coordenadas retangulares.
Para representação em coordenadas cilíndricas, o sólido será dividido em volumes que terão, na sua base, retângulos polares com área dada por
ρ∆ρ∆θ.
Assim, o volume de cada sólido será dado pela área da base vezes a altura, dada por ∆θ.
∑I=0N∑J=0M∑K=0PFXPI,YPJ,ZPJ∆XI∆YJ∆ZK=∑I=0N∑J=0M∑K=0PFΡPI,ΘPJ,ZPJ Ρ∆ΡI∆ΘJ∆ZK
∭VFX,Y,ZDXDYDZ=∭VCFΡ,Θ,Z ΡDΡDΘDZ
Em que:
Repare que, como as integrais são calculadas em relação a limites de integração diferentes, torna-se necessário um fator de correção no integrando.
Para o caso da transformação de coordenada retangular para cilíndrica, esse fator valerá ρ, conforme apresentado na equação acima.
A resolução da integral tripla em integrais iteradas segue o mesmo raciocínio apresentado para a integral tripla em coordenadas retangulares.
EXEMPLO 5
Determine a integral ∭Vx2+y2 dxdydz por meio da integração em coordenadas cilíndricas. Sabe-se que V é o sólido contido no cilindro de base
x2+y2=4 e com 0≤z≤5.
SOLUÇÃO
∭VFX,Y,ZDXDYDZ=∭VCFΡ,Θ,Z ΡDΡDΘDZ
Como
✓ x2+y2≤4→0≤ρ≤2
✓ 0≤θ≤2π
✓ 0≤z≤5
Assim:
∫05∫02π∫02ρ2 dρdθdz=∫05dz∫02πdθ∫02ρ2dρ=5-02π-01323-1303=803π
EXEMPLO 6
Determine a integral ∫-44∫-16-x216-x2∫x2+y216y2dzdydz por meio das coordenadas cilíndricas.
RESOLUÇÃO
∭VFX,Y,ZDXDYDZ=∭VCFΡ,Θ,Z ΡDΡDΘDZ
Se analisarmos os limites de integração da integral em coordenadas cartesianas, veremos que V é um cone com vértice em (0,0,0), com altura 16 e
base localizada em z = 16, com raio 4.
Assim:
Logo:
Então:
Outro sistema de coordenadas para representar um ponto no espaço é o sistema de coordenadas esférica. Antes de estudarmos o cálculo da integral
tripla em coordenadas esféricas, vamos definir esse sistema.
O sistema de coordenadas esféricas é um sistema que permite a representação de um ponto P, no espaço, por meio de três coordenadas (r,φ,θ).
Fonte: Autor
EM QUE:
r: A coordenada r é a distância radial do ponto, isto é, a distância entre o Ponto P e a origem do sistema O. O valor de r varia de 0 até ∞.
φ: A coordenada φ é um azimute vertical, isto é, é o ângulo entre o segmento OP e o eixo positivo do z. O valor de φ varia de zero até π.
θ: Por fim, a coordenada θ é um azimute horizontal, isto é, o ângulo que o segmento OQ forma com eixo positivo do x. Ele é a mesma
coordenada θ do sistema cilíndrico. O ponto Q é a projeção do ponto P no plano XY.
A relação entre o sistema de coordenadas retangulares (x,y,z) e o sistema de coordenadas esféricas (r,φ,θ) pode ser obtida por meio de uma análise
geométrica da figura. Assim, para se converter as coordenadas esféricas de um ponto para coordenadas retangulares, usamos as equações:
Da mesma forma, para se converter as coordenadas retangulares de um ponto para as coordenadas esféricas, devem ser usadas as equações:
SOLUÇÃO
r=x2+y2+z2=64+64+1=4=2
tgθ=yx=-1, como x < 0 e y > 0, isto é, o ponto P está no segundo quadrante do plano XY, assim θ=π-π4=3π4.
EXEMPLO 8
Converta as coordenadas esféricas do ponto Pr,φ,θ=4, π4,π6 para coordenadas retangulares.
SOLUÇÃO
x=r senφ cosθ=4 senπ6 cosπ4=41222=2
As coordenadas esféricas são muito utilizadas em problemas do R3 que envolvem simetria em torno de um ponto.
EXEMPLO
Para representação em coordenadas esféricas, o sólido será dividido em volumes que terão a forma de cunhas esféricas. O volume da cunha esférica
será dado por r2senφ ∆r∆φ∆θ.
Repare que, como as integrais são calculadas em relação a limites de integração diferentes, torna-se necessário um fator de correção no integrando.
Para o caso da transformação de coordenada retangular para esféricas, esse fator valerá r2 senφ, conforme apresentado na equação anteriormente
apresentada.
A resolução da integral tripla em integrais iteradas segue o mesmo raciocínio apresentado para a integral tripla em coordenadas retangulares.
EXEMPLO 9
Determine a integral ∭V8ex2+y2+z2dV, em que V é o sólido contido na esfera x2+y2+z2=4.
SOLUÇÃO
A montagem dessa integral em coordenadas retangulares tornaria a sua solução bastante complicada.
Em coordenadas esféricas, o volume V será representado pelas equações 0≤r≤2, 0≤θ≤2π e 0≤φ≤π.
A função fx,y,z=8ex2+y2+z2→f(r,φ,θ)=8er.
=8∫02πdθ∫0πsenφdφ∫02r2 er dr
✓ ∫02πdθ=2π
✓ ∫0πsenφdφ=cos0-cosπ=2
✓ ∫02r2 er dr
Resolveremos essa integral usando duas vezes o método de integração por partes.
Então:
∭V8ex2+y2+z2dV=64π(e2-1)
Este módulo apresentou apenas o caso da mudança de variável para coordenadas cilíndricas e coordenadas esféricas. No entanto, a mudança de
variável na integral tripla pode ser feita de uma forma mais geral. O que mudará em cada caso será o fato de correção que aparecerá no integrando,
por causa da mudança dos intervalos de integração. As mudanças gerais não serão abordadas neste tema, mas podem ser estudadas em nossa
bibliografia.
SAIBA MAIS
RESUMO DO MÓDULO 2
TEORIA NA PRÁTICA
Considere que uma laranja tenha a forma de uma esfera com raio de 4 cm. Sabe-se que a obtenção do volume de um sólido pode ser feita pela
integral tripla:
V=∭VdV=∭Vdxdydz
Considere um gomo da laranja como se fosse uma cunha dessa esfera com abertura de π4. Determine o volume ocupado por este gomo.
RESOLUÇÃO
A) ∫02π∫02∫022z2+ρ2 dρdθdz
B) ∫02π∫04∫02ρρcosθ dρdθdz
C) ∫02π∫04∫04ρ2z2+ρ2 dρdθdz
D) ∫02π∫04∫02ρ2z2+ρ2 dρdθdz
E) ∫0π∫02∫02ρz2+ρ dρdθdz
A) ∫02π∫0π2∫04rersenφ drdφdθ
B) ∫02π∫0π∫04r2er2senφ drdφdθ
C) ∫02π∫0π2∫04r2er3senφ drdφdθ
D) ∫0π∫0π2∫02rer3senφ drdφdθ
E) ∫02π∫0π2∫04r2senφ drdφdθ
A) 13
B) 23
C) 16
D) 47
E) 25
4. DETERMINE A INTEGRAL ∭V 3DXDYDZ, NA QUAL V É O INTERIOR DE UMA PARTE INTERNA DE UMA ESFERA
DEFINIDA COMO
A) 38π
B) 45π
C) 52π
D) 64π
E) 78π
A) 28π
B) 45π
C) 73π
D) 82π
E) 95π
A) 16
B) 32
C) 64
D) 128
E) 256
GABARITO
1. Marque a alternativa que apresenta a integral ∭V2z2+x2+y2dV em coordenadas cilíndricas, na qual V é o sólido contido no cilindro, que
apresenta a base inferior no plano XY com eixo central sobre o eixo z e raio da base 2. A base superior se encontra no plano z = 4.
∭Vfx,y,zdxdydz=∭VCfρ,θ,z ρdρdθdz
fρ,θ,z=2z2+ρ2
Assim:
∭V2z2+x2+y2dV=∭VC2z2+ρ2ρdρdθdz=∫02π∫04∫02ρ2z2+ρ2 dρdθdz
2. Marque a alternativa que apresenta a integral ∭Vex2+y2+z23/2dV em coordenadas esféricas, na qual V é o sólido contido em uma
semiesfera, com z ≥ 0, de centro na origem e raio 4.
fr,φ,θ=er23/2=er3
✓ 0≤θ≤2π: pois a semiesfera percorre toda variação angular horizontal do plano XY.
Assim:
3. Determine o valor da integral ∭Vx dxdydz, na qual V é o sólido contido na interseção do cilindro x2+y2 = 1 e –1 ≤ z ≤ 1 com as regiões
x ≥ 0 e y ≥ 0.
Analisando o volume V pela simetria cilíndrica, ficará mais simples resolver a integral por meio das coordenadas cilíndricas.
V é o solido contido em um cilindro, mas limitado por duas regiões, tendo-se, portanto, apenas um quarto do cilindro, contido em x e y ≥ 0. Em
coordenadas cilíndricas, os intervalos de integração seriam:
Dessa maneira:
∫01ρ2dρ=13ρ301=13-0=13
∫-11dz=z-11=1--1=2
∫0π2cosθdθ=sen θ0π2=1-0=1
Portanto:
∭Vx dxdydz=13.2.1=23
Analisando o volume V pela simetria esférica, ficará mais simples resolver a integral por meio das coordenadas esféricas.
Desse modo:
∫233r2dr=r323=27-88=19
∫0πsen(φ)dφ=(-cos (φ0π=(1-(-1))=2
∫0πdθ=θ0π=π
Assim,
∭V 3dxdydz=19.2.π=38π
5. Determine o valor da integral ∭V (48-96z) dxdydz, na qual V é o interior de uma parte da esfera definida como
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) 12
C) 16
D) 20
E) 24
2. DETERMINE O VALOR DA INTEGRAL ∭V 2Z DXDYDZ, NA QUAL V ESTÁ CONTIDO EM UMA PARTE DA ESFERA
DEFINIDA COMO
A) 55π
B) 45π
C) 35π
D) 25π
E) 15π
GABARITO
1. Determine o valor da integral ∭V2y dxdydz, na qual V é o sólido contido na interseção do cilindro x2+y2 = 4 e 0 ≤ z ≤ 3 com as regiões
x ≤ 0 e y ≥ 0.
Analisando o volume V pela simetria cilíndrica, ficará mais simples resolver a integral por meios das coordenadas cilíndricas.
V é o solido contido em um cilindro, mas limitado por duas regiões, tendo-se, portanto, apenas um quarto do cilindro contido em x≤0 e y ≥0. Em
coordenadas cilíndricas, os intervalos de integração seriam:
Portanto:
∫π2π∫03∫022ρ2senθ dρdzdθ=∫022ρ2dρ∫03dz∫π2πsenθdθ
∫022ρ2dρ=213ρ302=163-0=163
∫03dz=z03=3-0=3
∫π2πsenθdθ=-cos θπ2π=1-0=1
Assim:
∭V2y dxdydz=163.3.1=16
Analisando o volume V pela simetria esférica, ficará mais simples resolver a integral por meio das coordenadas esféricas.
O sólido V já está definido em coordenadas esféricas. Basta definir a função que se encontra no integrando.
fr,φ,θ=2r cosφ
Assim:
∫0π4∫0π2∫24r3sen(2φ) drdφdθ=∫24r3dr∫0π2sen(2φ)dφ∫0π4dθ
∫24r3dr=14r424=14256-16=60
∫0π2sen(2φ)dφ=12(-cos (2φ0π2=12(1+1)=1
∫0π4dθ=θ0π4=π4
∭V2z dxdydz=60.1.π4=15π
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
Existem várias aplicações, no cálculo diferencial e integral com três variáveis, em que a ferramenta da integração tripla é usada.
Entre essas aplicações, podemos citar: cálculo de volume de um sólido, densidades volumétricas, momentos e centro de massa de objetos.
Este módulo apresentará algumas dessas aplicações na resolução de alguns problemas de cálculo.
∭BFX,Y,ZDXDYDZ=LIM∆→0 ∑I=0N∑J=0M∑K=0PFPIJK∆XI∆YJ∆ZK
∆→0: representa que todas as amplitudes de ∆xi , ∆yj e ∆zk tendem para zero.
∭BDXDYDZ=LIM∆→0 ∑I=0N∑J=0M∑K=0P∆XI∆YJ∆ZK
Em que:
∆→0: representa que todas as amplitudes de ∆xi , ∆yj e ∆zk tendem para zero.
Como estudado, a Soma de Riemann será uma soma de paralelepípedos e, quando ∆→0, esse somatório dos paralelepípedos definidos pelo limite da
Soma Tripla de Riemann será igual ao volume do sólido B.
Assim:
VB=∭BDV=∭BDXDYDZ
EXEMPLO 10
Determine o volume do conjunto dos pontos do espaço B definidos como
SOLUÇÃO
O volume de B será dado por:
VB=∭BdV=∭Bdxdydz=∫12∫03∫-11dzdydx
VB=∫12∫03∫-11dzdydx=∫12dz∫03dy∫-11dz=2-13-01--1=6
Verificando que a representação do sólido B é um paralelepípedo de lados a = 2 – 1 = 1, b = 3 – 0 = 3 e c = 1 – (– 1) = 2, o volume seria a.b.c = 1.3.2 =
6.
EXEMPLO 11
Determine o volume de um sólido V definido pelos pontos interiores ao paraboloide z = 4 – x2 – y2 para z≥0.
SOLUÇÃO
O volume V é o paraboloide que tem boca virada para baixo, que será obtido por:
V=∭VdV=∭Vdxdydz
Pela simetria polar, converteremos a integral dupla na sua forma polar, com o círculo tendo a equação 0≤ρ≤2 e 0≤θ≤2π
Como 4 – x2 – y2→4-ρ2
V=∭Vdxdydz=(2π)2ρ202-14ρ402=2π8-4=8π
Quando o objeto tiver apenas uma dimensão, isto é, uma linha, a densidade linear de massa será utilizada δ(x), medida em kg/m. Assim, cada parte
infinitesimal do objeto (dl) terá massa dada por:
δ=lim∆L→0 ∆m∆L=dmdL(kg/m)
dm=δ dL
Desse modo, um objeto que tem a dimensão linear e varia desde x = a até x = b, terá massa dada por:
MASSA L=∫LDM=∫LΔXDX=∫ABΔXDX
Para o caso de um objeto planar, com duas dimensões, a densidade superficial de massa será definida por:
δ=lim∆S→0 ∆m∆S=dmdS(kg/m2)
δ=dmdS→dm=δdS
Então:
MASSA S=∬SΔX,YDS=∬SΔX,YDXDY
Para um objeto com três dimensões, será definida a densidade volumétrica de massa:
δ=lim∆V→0 ∆m∆V=dmdV(kg/m3)
Se a massa se dividir igualmente em todo volume, então, δ será uma constante, e a massa pode ser obtida multiplicando-se δ pelo volume. No
entanto, quando o volume não é homogêneo, tendo densidade volumétrica de massa diferente em cada ponto, teremos:
MASSA V=∭VΔX,Y,Z DV=∭VΔX,Y,Z DXDYDZ
O exemplo de aplicação foi dado para grandeza de massa, mas pode ser utilizado para diversas grandezas físicas que podem ser definidas pelas duas
densidades, como carga elétrica, corrente elétrica etc.
EXEMPLO 12
Determine a massa de um sólido na forma de um cubo, definido por 0≤x≤2,0≤y≤2 e 0≤z≤2, com densidade volumétrica de massa δx,y,z=x+y+z.
SOLUÇÃO
Massa V=∭Vδx,y,z dxdydz=∭V (x+y+z)dxdydz
Massa V=∫02∫02∫02x+y+zdxdydz
∫02x+y+zdz=x+yz02+12z202=x+y2-0+1222-02=2x+2y+2
∫022x+2y+2dy=2x+2y02+212y202=2x+22-0+22-02=4x+8
∫024x+8dx=8x02+412x202=82-0+222-02=16+8=24
A densidade volumétrica de massa também pode ser usada para se obter as coordenadas do centro de massa de um objeto.
O centro de massa é um ponto hipotético, no qual, na mecânica clássica, considera-se que toda massa do sistema físico estará concentrada.
As coordenadas do centro de massa de um objeto são obtidas dividindo-se o momento pela massa total. Para um objeto com densidade volumétrica
de massa dada por δ(x,y,z), as coordenadas do centro de massa podem ser obtidas pelas seguintes expressões:
Em que:
m= ∭Vδx,y,zdxdydz
EXEMPLO 13
Determine as coordenadas do centro de massa do cubo da questão anterior.
SOLUÇÃO
No exemplo anterior, foi calculado que a massa valia 24.
x¯=∭Vxδx,y,zdxdydzm=124∭Vxδx,y,zdxdydz=124∭Vx(x+y+z)dxdydz
x¯=124∫02∫02∫02xx+y+zdxdydz=124∫02∫02∫02x2+xy+xzdxdydz
∫02x2+xy+xzdz=x2+xy z02+x12z202=x2+xy2-0+x222-02
∫02x2+xy+xzdz=2x2+2xy+2x
∫02(2x2+2xy+2x) dy=2x2+2xy02+2x12y202=2x2+2x2-0+x22-02
∫02(2x2+2xy+2x) dy=4x2+4x+4x=4x2+8x
∫024x2+8xdx=413x302+812x202=4323-03+422-03=323+16=803
Assim:
x¯=124∫02∫02∫02xx+y+zdxdydz=124.803=109
y¯=124∫02∫02∫02yx+y+zdxdydz=124.803=109
z¯=124∫02∫02∫02zx+y+zdxdydz=124.803=109
EXEMPLO
Quanto maior for o momento de inércia de um objeto, mais difícil será girá-lo ou alterar sua rotação. Podemos definir o momento de inércia para um
sólido definido no espaço.
Seja um objeto no espaço com massa dada por sua densidade volumétrica de massa δ(x,y,z). Este objeto está definido por um volume dado por V.
Estamos interessados em calcular o momento de inércia desse objeto em relação aos três eixos coordenados.
Dividiremos esse objeto em partículas pontuais de massa dm, localizadas em um ponto (x,y,z). Dessa forma, o momento de inércia, em relação ao
eixo, será dado pela distância ao quadrado de dm ao eixo vezes o valor de dm.
Se somarmos os momentos de inércia de todas as partículas que compõem o objeto, obteremos o momento de inércia do corpo desejado.
Iz=∭Vz2+y2dm=∭Vz2+y2δx,y,zdV=∭Vx2+y2δx,y,zdxdydz
EXEMPLO 14
Determine o momento de inércia em torno dos três eixos coordenados para o cubo dos exemplos anteriores.
RESOLUÇÃO
Solução
Ix=∭Vy2+z2δx,y,zdxdydz=∫02∫02∫02y2+z2x+y+zdxdydz
=y3+y2z+z2y+z3 x02+y2+z212x202=2y3+y2z+z2y+z3+2y2+z2=
=2y3+y2(2z+2)+2yz2+(2z3+2z2)
+2z3+2z2y02=8+832z+2+4z2+4z3+4z2=403+163z+8z2+4z3
∫02403+163z+8z2+4z3dz=403z02+16312z202+813z302+414z402
∫02403+83z+8z2+4z3dz=403.2+163.2+83.8+16=803+323+32+16=2243
Iy=∭Vx2+z2δx,y,zdxdydz=∫02∫02∫02x2+z2x+y+zdxdydz
Iz=∭Vx2+y2δx,y,zdxdydz=∫02∫02∫02x2+y2x+y+zdxdydz
Assim, Iy=Iz=2243.
RESUMO DO MÓDULO 3
TEORIA NA PRÁTICA
Qual o momento de inércia de um sólido na forma de um cilindro de raio b e altura h, em relação a um eixo que passa pelo seu centro? Sabe-se que a
densidade volumétrica de massa do cilindro vale d2, em que d é a distância de um ponto do cilindro ao seu eixo central.
RESOLUÇÃO
MÃO NA MASSA
1. DETERMINE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A INTEGRAL QUE DETERMINA O MOMENTO DE INÉRCIA DO
SÓLIDO V EM RELAÇÃO AO EIXO Z. O SÓLIDO V É O INTERIOR DE UMA ESFERA DE EQUAÇÃO X2+Y2+Z2=1, COM
DENSIDADE DE MASSA ΔX,Y,Z=X2+Y2+Z2.
A) ∫0π∫0π∫01r4sen3θ drdφdθ
C) ∫0π∫0π∫01r2cos2φ drdφdθ
D) ∫02π∫0π∫01r6cos3φ drdφdθ
E) ∫02π∫0π∫01r6sen3φ drdφdθ
2. DETERMINE A CARGA ELÉTRICA DE UMA BOLA NA FORMA ESFÉRICA DE RAIO 4 M, COM UMA DENSIDADE
VOLUMÉTRICA DE CARGA DE ΛR,Φ,Θ=4RC/M3, EM QUE R É A DISTÂNCIA AO CENTRO DA ESFERA.
A) 64π C
B) 128π C
C) 256π C
D) 512π C
E) 1024π C
A) 12
B) 16
C) 32
D) 45
E) 56
A) 112
B) 512
C) 712
D) 912
E) 1112
A) 163
B) 323
C) 643
D) 1283
E) 2563
6. DETERMINE A MASSA DO SÓLIDO, COM DENSIDADE VOLUMÉTRICA E MASSA DADA POR ΔX,Y,Z=XZ, QUE
OCUPA OS PONTOS DEFINIDOS POR
A) 15
B) 25
C) 35
D) 45
E) 75
GABARITO
1. Determine a alternativa que apresenta a integral que determina o momento de inércia do sólido V em relação ao eixo z. O sólido V é o
interior de uma esfera de equação x2+y2+z2=1, com densidade de massa δx,y,z=x2+y2+z2.
Iy=∭Vx2+y2δx,y,zdxdydz=∭Vx2+y2(x2+y2+z2)dxdydz
Como o sólido tem simetria esférica, vamos colocar a integral em coordenadas esféricas:
✓ x2+y2+z2=r2
x2+y2=r2sen2φcos2θ+r2sen2φsen2θ=r2sen2φcos2θ+sen2θ=r2sen2φ
Assim:
Iy=∭VEr2sen2φr2 r2senφdrdφdθ=∭VEr6sen3φdrdφdθ
Iy=∭VEr6sen3φdrdφdθ=∫02π∫0π∫01r6sen3φdrdφdθ
2. Determine a carga elétrica de uma bola na forma esférica de raio 4 m, com uma densidade volumétrica de carga de λr,φ,θ=4rC/m3, em que
r é a distância ao centro da esfera.
A carga elétrica é obtida de forma semelhante ao feito com a massa e densidade volumétrica de massa, pela densidade volumétrica de carga(λ), por
meio equação:
Q=∭Vλ(x,y,z) dxdydz
Pela simetria esférica, essa integral tripla em coordenadas esféricas será dada por:
Q=∭VEλr,φ,θr2senφdrdφdθ
Q=∭VEλr,φ,θr2senφdrdφdθ=∫02π∫0π∫044r r2senφdrdφdθ
Q=2π-0(cos0-cosπ)44-04=1024π C
3. Determine o volume do sólido definido pela interseção de um cilindro parabólico z = y2 com os planos x = 3, z = 4 e x = 0.
Analisando o volume V:
✓ Como z está limitado a 4, o valor de y está no intervalo de – 2 ≤ y ≤ 2, uma vez que, para z=4=y2→y=± 2
✓ Para cada ponto (x,y) desse retângulo, a variável z vai variar do cilindro parabólico y2 até o plano z = 4.
Assim:
V=∭VdV=∭Vdxdydz=∫03∫-22∫y24dz dydx
∫y24dz=zy24=4-y2
Resolvendo a integral em y:
∫-224-y2dy=4y-22-13y3-22=42-(-2)-1323-(-2)3=16-163=323
∫03323dx=323x03=323.3=32
4. Determine a ordenada do centro de massa de um sólido na forma de um cubo, definido por 0≤x≤1, 0≤y≤1 e 0≤z≤1, com densidade
volumétrica de massa δx,y,z=3x2+3y2+3z2.
6. Determine a massa do sólido, com densidade volumétrica e massa dada por δx,y,z=xz, que ocupa os pontos definidos por
Analisando o volume V:
Resolvendo a integral em y:
Resolvendo a integral em x:
∫02-zxz(2-z2)dx=z(2-z2)∫02-zxdx=z(2-z2)12x202-z
∫02-zxz(2-z2)dx=122z-z32-z2
∫02-zxz(2-z2)dx=4z-4z2+z3-2z3+2z4-12z5=4z-4z2-z3+2z4-12z5
Resolvendo a equação em z:
∫024z-4z2-z3+2z4-12z5dz=412z202-413z302-14z402+215z502-1216z602
∫024z-4z2-z3+2z4-12z5dz=4.2-323-4+645-163=645-12=45
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. DETERMINE A MASSA DE UM CUBO DEFINIDO PELAS EQUAÇÕES 0≤X≤4 , 0≤Y≤4 E 0≤Z≤4, COM DENSIDADE
VOLUMÉTRICA DE MASSA ΔX,Y,Z=X+2Y.
A) 384
B) 267
C) 168
D) 123
E) 89
2. DETERMINE O VOLUME DO SÓLIDO QUE OCUPA A REGIÃO DEFINIDA POR X≥0, Y≥0, Z≥0 E X+2Z+2Y=4.
A) 13
B) 83
C) 113
D) 133
E) 173
GABARITO
1. Determine a massa de um cubo definido pelas equações 0≤x≤4 , 0≤y≤4 e 0≤z≤4, com densidade volumétrica de massa δx,y,z=x+2y.
Massa V=∫04∫04∫04x+2ydxdydz
∫04x+2ydz=x+2y z04=x+2y4-0=4x+8y
∫044x+8ydy=4xy04+812y204=4x4-0+442-02=16x+64
2. Determine o volume do sólido que ocupa a região definida por x≥0, y≥0, z≥0 e x+2z+2y=4.
Analisando o volume V:
✓ A projeção do volume sobre o plano XY será um triângulo retângulo de vértices (0,0,0), (0,2,0) e (4,0,0)
✓ Para cada ponto desse triângulo no plano XY, o valor de z varia de zero até o plano z=2–12x–y
Assim:
Então:
Fonte: Autor
Assim, fixando o valor de x entre 0≤x≤4, o valor de y varia de zero até a reta que une os pontos (x,y) = (0,2) e (x,y) = (4,0):
xy1401021=0→8-2x-4y=0→x+2y-4=0→y=2-12x
Resolvendo a equação em y:
Finalmente:
V=∫042-x+18x2dx=2x04-12x204+18 13x304=8-8+83=83
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este tema apresentou e aplicou o conceito da integral tripla de funções escalares.
No primeiro módulo, definimos a integral tripla e estudamos como se calcula a integral em coordenadas retangulares. Vimos que a integral tripla pode
ser obtida por meio de três integrais simples iteradas.
No segundo módulo, apresentamos o sistema de coordenadas cilíndricas e esféricas, bem como a representação e o cálculo da integral tripla nesses
dois sistemas de coordenadas.
Por fim, vimos exemplos de aplicação de integral tripla no cálculo de volumes, no cálculo de massa e centro de massa, e no momento de inércia.
Consideramos que, ao fim deste tema, você saiba definir e trabalhar com a integração tripla de funções escalares.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
APOSTOL, T. M. Cálculo. 2 ed. Estados Unidos da América: John Wiley & Sons, 1969. cap. 11, p. 92-416. Vol 2.
GUIDORIZZI, H. L. Cálculo. 5 ed. São Paulo: LTC, 2013. cap. 5, p. 105-140. Vol 3.
STEWART, J. Cálculo. 5 ed. São Paulo: Thomson Learning, 2008. cap. 16, p. 1020-1051. Vol 2.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, pesquise nas referências e na internet.
CONTEUDISTA
Jorge Luís Rodrigues Pedreira de Cerqueira
CURRÍCULO LATTES