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Opsoninas: proteínas, presentes no sangue, que ao se ligar/aderir à superfície
de determinada estrutura, agem como um sinalizador para a fagocitose;
Obs.: a maior parte das opsoninas são produzidas no fígado.
Opsonização: processo de facilitação da fagocitose, por meio das opsoninas;
Distúrbios do sistema imune:
Doenças autoimunes: há geração de uma resposta imune contra uma
proteína própria. Ex.: lúpus;
Imunodeficiências: desordem do sistema imune caracterizada pela
incapacidade de se estabelecer uma imunidade efetiva e uma resposta
eficiente aos desafios dos antígenos. Ex.: AIDS;
Hipersensibilidades: reações exageradas do sistema imune frente a um
antígeno que pode ser estranho ou próprio. Essas reações causam danos
ao hospedeiro. Ex.: choque anafilático.
Obs.: perceba que uma reação de hipersensibilidade pode ser característica
de uma doença autoimune.
Epítopos/Determinantes antigênicos: são as regiões/áreas/sítios
imunologicamente ativos dos antígenos, ou seja, capazes de induzir uma
resposta imune;
Hapteno: substância de baixo peso molecular que, isoladamente, não gera
uma resposta imune. Porém, quando associada a uma proteína carreadora,
torna-se um imunógeno. Ex.: substâncias presentes em bijuterias que, ao se
associarem com a queratina da pele, tornam-se imunógenos;
Adjuvantes: substâncias inoculadas com a vacina que têm como objetivo
aumentar a imunogenicidade vacinal, pois induzem participação da resposta
inata na estimulação da resposta adaptativa, expressão de co-estimuladores e
maior apresentação de antígenos.
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Imunidade inata
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Humorais: pentraxinas, ficolinas, colectinas, proteínas do sistema
complemento e citocinas.
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Imunidade adaptativa
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durante o processo de maturação, essas células são apresentadas aos
antígenos próprios.
Linfócitos B
Possuem, em sua estrutura, o BCR (Receptor de Célula B) que é específico
para cada antígeno/epítopo;
Quando o BCR se liga ao antígeno, a célula B é ativada e sofre expansão
clonal;
A partir da expansão clonal, são geradas células B efetoras (plasmócitos) e
células B de memória;
Obs.1: os plasmócitos são responsáveis pela produção dos
anticorpos/imunoglobulinas;
Obs.2: as células B de memória se dirigirão à medula óssea e aos órgãos
linfoides secundários, enquanto que os plasmócitos, após o estímulo agressor
cessar, sofrerão apoptose;
Obs.3: conforme, contatos subsequentes com o mesmo antígeno vão
ocorrendo, a magnitude da resposta aumenta, pois, os clones de memória são
mantidos e é produzida maior quantidade de células B efetoras e de
anticorpos a cada expansão clonal.
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Fazem parte da resposta imune adaptativa humoral, pois os anticorpos que os
plasmócitos secretam são proteínas.
Linfócitos T citotóxicos/citolíticos
Possui, em sua estrutura, o TCR (Receptor de célula T) que é específico para
cada antígeno/epítopo apresentado pelas moléculas de MHC (Complexo
Principal de Histocompatibilidade) de classe I;
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Desgranulam perforinas e granzimas;
As perforinas formam poros na célula alvo;
As granzimas adentram a célula alvo por meio dos poros formados a
partir das perforinas e ativam as caspases, induzindo, assim, a
apoptose da célula.
Obs.: O linfócito TCD8+, ao desgranular, secreta também catepsinas B
que formam uma barreira protetora em torno dele, protegendo-o da
ação das perforinas e das granzimas.
Expressam o ligante da proteína FAS/CD95+;
A proteína FAS é expressa nas células nucleadas. Quando o FAS-L (do
linfócito) se liga ao FAS (da célula alvo) é induzido o processo de
apoptose da célula alvo, por meio da ativação das caspases.
Fazem parte da resposta imune adaptativa celular.
Linfócitos T auxiliar/helper
Possui em sua estrutura o TCR (Receptor de célula T) que é específico para
cada antígeno/epítopo apresentado pelas moléculas de MHC (Complexo
Principal de Histocompatibilidade) de classe II;
O MHC de classe II é expresso pelas APCs (Células Apresentadoras de
Antígenos). Ele apresenta antígenos exógenos (ex.: peptídeos de bactérias
extracelulares, de fungos e de parasitos) ao linfócito TCD4+;
Quem são as APCs?
Macrófagos/Monócitos;
Células dendríticas;
Células B;
Células epiteliais medulares do timo.
Após ser ativado, o linfócito T CD4+ sofre expansão clonal, dando origem a
células TCD4+ efetoras e células T CD4+ de memória;
Obs.1: os linfócitos T CD4+ podem se diferenciar, de acordo com o ambiente
de citocinas e do tipo de antígeno, em T H1, TH2, TH9, TH17, TH22, Treg
(regulatório) e TFH (folicular);
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Obs. 2: além do reconhecimento do antígeno apresentado pelo MHC de
classe II, é preciso um segundo sinal (que será estudado no capítulo “Ativação
dos linfócitos T”) para ativar o linfócito T CD4+;
Obs.3: as células T CD4+ de memória se dirigirão à medula óssea e aos
órgãos linfoides secundários, enquanto que os linfócitos TCD4+, após o
estímulo agressor cessar, sofrerão apoptose;
Obs.4: conforme, contatos subsequentes com o mesmo antígeno vão
ocorrendo, a magnitude da resposta aumenta, pois, os clones de memória são
mantidos e são produzidas maior quantidade de células T CD4+ efetoras.
As células T CD4+ efetoras agem secretando citocinas que induzem a melhor
resposta contra aquele determinado antígeno;
Os linfócitos T CD4+ são os coordenadores do sistema imune, sendo, assim,
importantes no combate aos diversos tipos de antígeno;
Fazem parte da resposta imune adaptativa celular.
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Imunidades ativa, passiva e adotiva
Imunidade ativa: é a que acontece após o contato com o antígeno e que induz
geração de clones de memória. Pode ser:
Naturalmente adquirida: quando a via de exposição é por meio de
contaminação;
Artificialmente adquirida: quando a via de exposição é por meio da
vacinação.
Imunidade passiva: é aquela na qual se transfere linfócitos e/ou anticorpos de
um indivíduo imunizado para um não imunizado. Pode ser:
Naturalmente adquirida: quando ocorre por meio da amamentação ou da
gestação;
Artificialmente adquirida: quando ocorre por meio da transferência de soro
policlonal ou hiperimune em um serviço de saúde.
Imunidade adotiva: é aquela que ocorre após um transplante de medula óssea
alogênico, no qual o receptor herda as células hematopoiéticas do doador.
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(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2012, pág. 5)
Citocinas
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Antagonismo: quando 2 ou + citocinas agem na mesma célula, exercendo
funções contrárias. Ex.: IFN-γ estimula a diferenciação no perfil T H1 e IL-4
que inibe a diferenciação no perfil TH1.
Leucócitos:
Granulócitos / Polimorfos nucleares:
Neutrófilos;
Basófilos;
Eosinófilos.
Agranulócitos / Mononucleares:
Monócitos;
Linfócitos.
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GM-CSF (Fator Estimulante de Colônia de Granulócitos e Monócitos).
Alta concentração dessas células é chamada de neutrofilia, enquanto baixa
concentração é chamada de neutropenia;
Geralmente, observa-se neutrofilia em infecções bacterianas.
Basófilos
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Seus grânulos são ricos em histamina;
Aumentam em processos alérgicos e neoplasias do sangue (ex.: leucemia
mieloide crônica).
Mastócitos
Eosinófilos
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Seus grânulos possuem, dentre outras proteínas: a proteína básica principal e
a proteína catiônica eosinofílica que rompem o tegumento dos helmintos.
Linfócitos
Linfócitos NK
São componentes da resposta imune inata;
Agem contra antígenos endógenos, independentemente, da apresentação via
MHC de classe I e aumentam o potencial microbicida dos fagócitos;
Possuem os marcadores: CD16+, CD56+, CD57+;
Possuem os receptores KIR que se ligam ao MHC de classe I de outras
células e os receptores KAR que se ligam às moléculas ubíquas presentes em
outras células;
Quando as ligações KAR-moléculas ubíquas predominam em relação as
KIR-MHC de classe I, a célula NK é ativada.
Possuem 4 formas de serem ativados:
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Ausência ou diminuição das moléculas de MHC de classe I na célula alvo.
Nesse estado, há um maior número de receptores KAR interagindo com o
seu ligante, em comparação aos KIR, o que faz com que a célula NK seja
ativada;
Nesse caso, a célula NK libera perforinas e granzimas, induzindo a
apoptose da célula alvo.
Obs.: viroses e tumores suprimem a expressão de MHC de classe I.
Excesso de moléculas ubíquas na célula alvo. Nesse estado, também há
um maior número de receptores KAR interagindo com o seu ligante, em
comparação aos KIR, o que faz com que a célula NK seja ativada.
Nesse contexto, a célula NK também libera perforinas e granzimas,
induzindo a apoptose da célula alvo.
Obs.: é comum tumores elevarem o número de moléculas ubíquas nas
células.
Citotoxicidade Celular Dependente de Anticorpo (ADCC): acontece quando
as células NK se ligam, por meio do CD16+, a fração cristalizável dos
anticorpos que estão aderidos em uma superfície celular. Isso leva a
ativação da célula NK.
Nessa situação, a célula NK libera perforinas e granzimas, induzindo a
apoptose da célula alvo.
Quando os macrófagos realizam fagocitoce, liberam IL-12, IL-15 e IL-18
que agem na célula NK, ativando-a.
Nesse panorama, a célula NK passa a secretar IFN-γ que age nos
macrófagos, aumentando o potencial microbicida dessas células (induz
maior expressão de co-estimuladores e de MHC de classe I e II, síntese
de EROS, de enzimas lisossomais, de NO).
Obs.: recentemente, foram descobertas Células Linfoides Inatas (ILC) que
apresentam funções análogas aos linfócitos TCD4+, por conta da
similaridade entre as citocinas secretadas. Porém, essas células não
apresentam TCR. A célula NK corresponde a ILC-1, por secretar um roll de
citocinas similiar ao da célula TH1.
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Figura 12 – Ativação de NK por ausência de expressão de MHC I na célula alvo
(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2013, pág. 35)
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Células NKT
São componentes da resposta inata e adaptativa;
Apresentam os marcadores: CD3+, CD16+;
Reconhecem lipídios e glicolipídios por meio de apresentação via CD1d, que é
uma molécula semelhante ao MHC de classe I;
Quando ativada, secreta citocinas inflamatórias.
Células dendríticas
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Induz a síntese da enzima 2’-5’ oligosintetase que sintetiza
oligômeros ricos em adenina. Esses oligômeros induzem a síntese
de RNase, enzima que degrada o RNA;
Induz a síntese de proteínas multiméricas que impedem a
montagem do vírion.
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Órgãos linfoides
Medula óssea
Apresenta duas funções:
Hematopoiese;
Células tronco;
Apresentam o marcador CD34+;
Realizam divisão assincrônica (divisão na qual é gerada uma célula
filha idêntica à célula mãe e uma célula filha mais diferenciada do
que a célula mãe);
Podem ser embrionárias (as totipotentes e as pluripotentes) ou
adultas (as multipotentes e as unipotentes);
As diferentes linhagens hematopoiéticas são estimuladas por fatores de
crescimento ou citocinas hematopoiéticas produzidas, geralmente, pelo
estroma medular. Assim temos:
IL-3 – Principal citocina hematopoiética que estimula a produção de
todas as linhagens;
IL-5 – Citocina que estimula a produção de eosinófilos;
IL-7 – Citocina que estimula a produção de linfócitos;
IL-8 – Citocina que estimula a produção de neutrófilos;
IL-9 – Citocina que estimula a produção de mastócitos;
GM-CSF (Fator Estimulante de Colônia Granulocítica e Monocítica)
– Estimula produção de granulócitos e monócitos;
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G-CSF (Fator Estimulante de Colônia Granulocítica) – Estimula
produção de granulócitos;
M-CSF (Fator Estimulante de Colônia Monocítica) – Estimula a
produção de monócitos;
IL-11 – Estimula a produção de megacariócitos e,
consequentemente, de plaquetas;
Trombopoietina – Estimula a produção de megacariócitos e,
consequentemente, de plaquetas;
Obs.: a trombopoietina é 90% produzida no fígado e 10% produzida no
rim.
Eritropoietina – Estimula a produção de eritrócitos.
Obs.: a eritropoietina é 90% produzida no rim e 10% produzida no
fígado.
Amadurecimento dos linfócitos B
Os linfócitos B são apresentados aos antígenos próprios com o objetivo
de induzir tolerância imunológica. As células B autorreativas sofrem
apoptose, enquanto que as células B tolerantes deixam a medula e
completam seu amadurecimento nos órgãos linfoides secundários.
Timo
Localiza-se no mediastino anterior;
É um órgão bilobado;
Apresenta como função o amadurecimento dos linfócitos T;
As células epiteliais corticais tímicas produzem a citocina IL-7 que estimula
a proliferação dos linfócitos T;
As células epiteliais medulares tímicas funcionam como APCs próprios;
Quando os linfoblastos T (timócitos) chegam ao timo, são apresentados
aos antígenos próprios e ao MHC próprio, com o intuito de induzir
tolerância. Os timócitos autorreativos (aos antígenos próprios e/ou ao
MHC próprio) sofrem apoptose. Contudo, alguns linfócitos T CD4+
autorreativos podem se diferenciar em linfócitos nTreg, que realizam
imunossupressão por contato via CTLA-4 (os subtipos de linfócitos Treg
serão abordados no capítulo “Subpopulações de linfócitos T auxiliares”).
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As células T tolerantes deixam o timo e completam seu
amadurecimento nos órgãos linfoides secundários.
O timo involui com a idade, mas há um tecido residual que permanece.
Linfonodos
São os locais onde se iniciam as respostas imunes adaptativas contra
antígenos tissulares transportados pela linfa;
Histologicamente, são divididos em 3 regiões:
Córtex – Local onde residem os folículos linfoides. Esses folículos são
povoados por linfócitos B e células dendríticas foliculares. As células
dendríticas produzem a quimiocina CXCL13 que se liga ao receptor
CXCR5 dos linfócitos B.
Obs.: os folículos que apresentam apenas células B virgens são chamados de
primários, enquanto, os que apresentam linfócitos B ativados são chamados
de secundários. Nos secundários, é possível ver o centro germinativo.
Paracórtex – Área povoada de linfócitos T e APCs (macrófagos e células
dendríticas). Os linfócitos T e as células dendríticas expressam o receptor
CCR7 que se liga as quimiocinas CCL19 E CCL21 produzidas pelo
estroma do paracórtex;
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Obs.: no paracórtex, existem vasos denominados vênulas de endotélio alto
(HEV). São pelas HEVs que os linfócitos B e T penetram no linfonodo.
Medula – Área, esparsamente, povoada por macrófagos e células
dendríticas. Dessa região, emerge o hilo linfonodal que apresenta, dentre
outras estruturas, um único vaso linfático eferente.
Baço
Órgão linfoide secundário responsável pelo início das respostas imunes
adaptativas contra antígenos oriundos do sangue;
Os antígenos e as células linfoides entram no baço por meio da artéria
esplênica, que se ramifica na artéria trabecular, a qual origina várias arteríolas
foliculares que convergem para uma arteríola central;
As funções imunológicas são realizadas pela polpa branca do baço, a qual
pode ser dividida em 3 regiões:
Folículos linfoides – Áreas ricas em células B e células dendríticas
foliculares;
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Bainha linfoide periarteriolar – Área rica em linfócitos T e APCs
(macrófagos e células dendríticas);
Zona marginal – Área, esparsamente, povoada por macrófagos e células
dendríticas.
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Tecido linfoide cutâneo
Na epiderme, encontramos as células de Langerhans (células dendríticas
convencionais) e os queratinócitos (secretam citocinas pró-inflamatórias);
Na derme, encontramos as células dendríticas plasmocitoides;
Além disso, encontramos na pele os peptídeos antimicrobianos: defensinas e
catelicidinas.
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Figura 20 – Mecanismos de defesa do GALT
(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2013, pág. 16)
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Receptores da resposta inata
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Expressão de moléculas de adesão endotelial.
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Receptor langerina
Está presente nas células de Langerhans;
O desfecho é a função da própria célula: captura do antígeno e
apresentação aos linfócitos T no linfonodo mais próximo.
Receptor n-formil-metil-leucil-fenil
Presente na membrana plasmática;
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Reconhece o PAMP de mesmo nome;
O desfecho é quimiotaxia.
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Inflamação
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Obs.: devido ao extravasamento de plasma e a vasodilatação, os leucócitos que
“corriam” no centro do vaso passam a “correr” marginalmente.
Expressão, no endotélio, da P e da E-selectina que se ligam com o carboidrato
Sialyl Lewis x presente nos leucócitos. Como essa ligação é de baixa
afinidade, o leucócito se liga e se solta continuamente ao endotélio, sendo
esse processo conhecido como rolamento;
Síntese de quimiocinas pelos macrófagos. Essas quimiocinas se ligam aos
proteoglicanos presentes no vaso que funcionam como uma estrutura de
suporte para quimiocinas;
Quando o receptor de quimiocina dos leucócitos interage com as
quimiocinas, durante o processo de rolamento, as integrinas se ativam e
passam a ser moléculas de adesão de alta afinidade (segunda etapa do
processo inflamatório). Ocorre, então, a adesão estável dos leucócitos ao
endotélio (terceira etapa do processo inflamatório), por meio da interação
entre as integrinas ativadas (presentes nos leucócitos) e os ligantes das
integrinas (presentes no endotélio).
Obs. 1: há bactérias que secretam toxinas que contêm, por exemplo, o n-
formil-metil-leucil-fenil, o qual, ao interagir com seu receptor presente nos
leucócitos, também pode promover ativação das integrinas.
Obs.: Ocorre, então, a adesão estável dos leucócitos ao endotélio (terceira etapa
do processo inflamatório), por meio da interação entre as integrinas ativadas
(presentes nos leucócitos) e os ligantes das integrinas (presentes no endotélio).
Após a adesão estável, ocorre a transmigração do leucócito, que pode ser de
forma transcelular (não é a mais comum) ou paracelular (os CD31+ dos leucócitos
e do vaso interagem, permitindo a passagem dos leucócitos).
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Induzem leucocitose por neutrofilia (lembrando que estou usando um antígeno
bacteriano como exemplo), pois há liberação pelos leucócitos de citocinas que
recrutam mais neutrófilos para o foco inflamatório.
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Com isso, a concentração das citocinas inflamatórias pode atingir altos níveis e,
assim, provocar:
Hipotensão severa;
Resistência à ação da insulina;
Inibição da lipase lipoproteica. Essa enzima quebra os triglicerídeos,
permitindo que os adipócitos captem os ácidos graxos que serão
reesterificados e armazenados. Como está ocorrendo resistência à insulina,
está mais difícil utilizar a glicose para obter energia. Por conta disso, o
organismo começa a usar o tecido gorduroso. No entanto, diante da inibição
da lipase lipoproteica, novo tecido lipídico não está sendo armazenado.
Quando as reservas lipídicas se esgotarem, o corpo vai começar a usar
proteínas, o que levará o indivíduo a desenvolver um quadro de caquexia.
Inibem a trombomodulina e induzem a expressão do fator tecidual
(componente da cascata de coagulação), o que favorece o desenrolar de
processos coagulativos. O paciente pode desenvolver CIVD (Coagulação
Intravascular Disseminada).
Obs.: fisiologicamente, a trombomodulina se combina com a trombina e ativa a
proteína C que, então, cliva os fatores V e VIII ativados, o que induz menor
produção de trombina e, portanto, desfavorece a coagulação.
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Imunoglobulinas (Ig) / Anticorpos (Ac)
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Figura 23 – Estrutura de uma IgG e de uma IgM
(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2013, pág. 75)
IgM
Possui quatro domínios na região CH;
Não tem dobradiça;
É secretada na forma pentamérica (5 anticorpos unidos pela cadeia J) pelos
plasmócitos;
Existe na forma de monômero na célula B, funcionando como BCR (receptor
de célula B);
É sempre o primeiro anticorpo a ser secretado (resposta primária);
Marca a fase aguda das doenças;
Ativa, fortemente, o sistema complemento.
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IgG
Possui três domínios na região CH;
Apresenta dobradiça;
Pode ser subdividida em 4 tipos: IgG1, IgG2, IgG3, IgG4;
É o único anticorpo que atravessa a placenta (imunidade materno-fetal);
Está presente no leite materno (imunidade neonatal);
Obs.: as IgGs ficam na circulação do bebê até seis meses depois da mãe parar
de amamentar.
Marca a fase crônica das doenças ou a imunidade;
É o anticorpo das infecções secundárias;
Age como opsonina;
Obs.: quem o reconhece é o CD64+ (FCγRI) presente nos neutrófilos e macrófagos
e o CD32+ (FCγRIIA e FCγRIIC) presente nos neutrófilos.
Realiza ADCC para NK;
Obs.: quem o reconhece é o CD16+ (FCγRIIIA) presente nas células NK.
Realiza feedback negativo nos linfócitos B;
Obs.: quem o reconhece é o CD32+ (FCγRIIB) presente nos linfócitos B.
Ativa o sistema complemento.
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O que significa: fase de convalescença ou de transição entre a fase aguda e a
imunidade/cura.
Em recém-nascido:
IgM – T. palidum = negativo
IgG – T. palidum = positivo
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O que significa: imunidade da mãe (transplacentária e da amamentação).
Nos casos em que se faz análise do soro do paciente nos primeiros dias da
infecção por dengue, se houver um número maior de IgGs, em comparação
com o de IgMs, provavelmente, esse indivíduo já teve algum outro sorotipo de
dengue.
IgA
Possui três domínios na região CH;
Apresenta dobradiça;
Pode ser subdividida em 2 tipos: IgA1 e IgA2;
É secretada na forma de dímero ou de trímero;
Possui a peça S e a cadeia J em sua estrutura;
Obs.: devido à proteção fornecida pela peça S, as proteases presentes na
mucosa não degradam a IgA.
As células dendríticas de mucosa presentes no GALT secretam as citocinas
APRIL, BAFF e TGF-β que induzem os plasmócitos a produzirem IgA;
É o anticorpo das mucosas;
Está presente no leite materno;
Marca a toxoplasmose congênita e patologias de mucosa;
IgD
Possui três domínios na região CH;
Apresenta dobradiça;
Não é secretada no soro;
Marca a maturidade dos linfócitos B;
Age como BCR.
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IgE
Possui quatro domínios na região CH;
Não tem dobradiça;
Atua contra helmintos e alérgenos;
Realiza ADCC para eosinófilos, basófilos e mastócitos (células que
apresentam receptor FCεRI);
Alergia
Presença de basófilos (em minoria) e mastócitos (em maioria)
principalmente;
Mastócitos, ao desgranular, liberam histamina que provoca
broncoconstricção, vasodilatação e aumento da produção de muco;
Infecção por helmintos
Presença de eosinófilos principalmente;
Secretam a proteína básica principal que rompe o tegumento do
helminto
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Maturação dos linfócitos B
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Proliferação da célula pré-B;
Parada da expressão das cadeias leves substitutas;
Estimula o rearranjo da cadeia leve, cuja região constante é do tipo K;
Obs.: existe uma enzima associada com a transdução de sinal do pré-BCR
denominada tirosina-quinase de Bruton (BTK). Mutações no gene BTK
induzem uma imunodeficiência denominada agamaglobulinemia ligada ao X,
caracterizada por parada maturativa no estágio pré-B, o que implica em
ausência ou diminuição de linfócitos B maduros e de imunoglobulinas. Esse
quadro gera aumento da susceptibilidade a infecções.
O próximo estágio maturativo é a célula B imatura caracterizada pela
expressão de IgM de membrana (BCR), dos co-receptores Ig α e Igβ e do
CD19+;
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Não, o que implica em seleção positiva (a célula deixa a medula óssea
e vai para os órgãos linfoides secundários).
Obs.: linfócitos B autorreativos podem não sofrer apoptose nem ser
reeditados. Isso aumentará a chance de o indivíduo desenvolver uma
doença autoimune.
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Medula óssea – Nesse caso, são chamados linfócitos B2 e podem ser
subdivididos em B2 da zona marginal (apresentam as mesmas
características do B1) e B2 foliculares. Os B2 foliculares apresentam as
seguintes características:
Alta taxa de recombinação em seu BCR, o que implica em
reconhecimento de uma ampla diversidade de antígenos;
Reconhecimento de antígenos proteicos;
Interagem com os linfócitos CD4+ e, assim, trocam o isótipo IgM por
outro;
Maturam a afinidade;
Geram plasmócitos de vida longa;
Geram células de memória.
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Ativação dos linfócitos B
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As células dendríticas foliculares capturam esses imunocomplexos e passam,
então, a produzir grandes quantidades de CXCL13;
Alguns linfócitos B do foco extrafolicular, que ainda expressam o receptor
CXCR5, retornam ao folículo linfoide e iniciam a reação de centro germinativo;
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de integrinas. A ligação entre o CD40 e o CD40-L e ação das citocinas
(recordar do IL-21) secretadas pelo linfócito T FH resultam em:
Expressão do BCL6 na célula B;
Geração de plasmócitos de vida longa;
Geração de células B de memória;
Troca de isótipo das imunoglobulinas na célula B;
Maturação da afinidade dos BCRs.
Obs.1: a troca de isótipo vai depender da citocina secretada pelo linfócito T FH.
Ex.: se for secretado TGF-β, o isótipo mudará de IgM para IgA, no entanto se
for secretado IL-4 mudará de IgM para IgE. Caso seja secretado IFN-γ,
mudará de IgM para IgG.
Obs.2: caso o indivíduo possua uma mutação no gene que codifica o CD40-L
ou o CD40+, sofrerá da síndrome de hiper-IgM, na qual a célula B não matura
a afinidade do BCR, não gera plasmócitos de vida longa, não dá origem a
células B de memória e nem troca o isótipo das imunoglobulinas. Isso causará
uma maior susceptibilidade a infecções, sobretudo, bacterianas. No caso das
mutações no gene do CD40-L, o indivíduo também terá dificuldade para
combater antígenos intracelulares, pois essa molécula é importante para a
ativação dos macrófagos.
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Sistema complemento
Via clássica
Componentes: C1 (C1q, C1r, C1s), C4, C2, C3, C5, C6, C7, C8 e C9;
Obs.: os componentes estão descritos em ordem de ativação;
Início da via: quando, pelo menos, 2 cabeças globulares de C1q interagem
com um imunocomplexo, formado por um antígeno + 1 IgM ou 2 IgGs, C1q
sofre uma alteração conformacional e se torna ativado (C 1 q );
C 1 q ativa C1r;
C 1 r ativa C1s;
C 1 s ativa C4 e C2, gerando os fragmentos C4a, C2a, C4b e C2b;
Obs.: C4a e C2a ficam no plasma, enquanto C4b e C2b se ligam a superfície do
patógeno;
C 4 b 2 b é chamada de C3 convertase, pois cliva C3 em C3a e C3b;
Obs.1: C3 convertase também pode ser escrita como C 4 b 2 a.
Obs.2: C3a fica no plasma e C3b se liga à superfície do patógeno.
C 4 b 2 b 3 b é chama de C5 convertase, pois cliva C5 em C5a e C5b;
Obs.: C5a permanece no plasma.
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C5b se une a C6, C7 e C8, para juntos se inserirem na membrana do
patógeno, na qual induzem o polímero de C9;
O polímero de C9 se insere, em forma de poro, na membrana do patógeno, e
junto com C5b, C6, C7 e C8 forma o MAC (Complexo de Ataque à Membrana)
que causa um desequilíbrio osmótico no patógeno seguido de morte.
49
Obs.1: C3 convertase também pode ser escrita como C 4 b 2 a.
Obs.2: C3a fica no plasma e C3b se liga à superfície do patógeno.
C 4 b 2 b 3 b é chamada de C5 convertase , pois cliva C5 em C5a e C5b;
Obs.: C5a permanece no plasma.
C5b se une a C6, C7 e C8, para juntos se inserirem na membrana do
patógeno, na qual induzem o polímero de C9;
O polímero de C9 se insere, em forma de poro, na membrana do patógeno, e
se liga à C5b, C6, C7 e C8, formando o MAC (Complexo de Ataque à
Membrana) que causa um desequilíbrio osmótico no patógeno seguido de
morte.
Via alternativa
Componentes: C3, fator D, fator B, fator P, C5, C6, C7, C8 e C9;
Início da via: C3 (proteína do complemento de maior concentração plasmática)
sofre hidrólise, espontaneamente, formando ic3;
ic3 se liga ao fator B;
O fator B, quando está ligado ao ic3, sofre clivagem pelo fator D, formando ic3-
Bb;
ic3-Bb é a C3 convertase de fase fluida da via alternativa, pois cliva C3 em
C3a e C3b;
Obs.1: ic3-Bb é uma molécula instável que sofre inativação rapidamente;
Obs. 2: C3a fica no plasma e C3b se liga à superfície do patógeno.
C 3 bBb é chamada de C3 convertase da via alternativa, pois cliva C3, em C3a e
C3b;
Obs.1: note que C3b também reage com o fator B;
Obs.2: a C 3 bBb é estabilizada pelo fator P (properdina) que é chamado de
regulador positivo do sistema complemento;
Obs. 3: C3a fica no plasma e C3b se liga à superfície do patógeno.
C 3 bBbC 3 b é chamada de C5 convertase da via alternativa, pois cliva C5 em
C5a e C5b;
Obs.: C5a fica no plasma.
50
C5b se une a C6, C7 e C8, para juntos se inserirem na membrana do
patógeno, na qual induzem o polímero de C9;
O polímero de C9 se insere, em forma de poro, na membrana do patógeno, e
se liga à C5b, C6, C7 e C8, formando o MAC (Complexo de Ataque à
Membrana) que causa um desequilíbrio osmótico no patógeno seguido de
morte.
51
Funções do sistema complemento
Lise osmótica do patógeno, a partir do MAC (C 5 b 6789 );
Opsonização e fagocitose;
Obs.1: C3b, C4b e C2b agem como opsoninas;
Obs.2: os macrófagos e neutrófilos têm o receptor CR1 que reconhecem C3b e
C4b como opsonina.
Anafilaxia e inflamação;
Obs.1: C5a, C3a e C4a são anafilotoxinas, pois ativam mastócitos (o C5a é a
mais potente) causando desgranulação, com consequente liberação de histamina
que provoca vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular,
broncoconstricção e aumento da secreção de muco. Além disso, a C5a contribui
para o processo inflamatório, ao promover explosão respiratória nos neutrófilos,
com formação das moléculas de EROS, por exemplo, aumentando, assim, o
potencial microbicida dessas células e ao estimular a expressão da E e da P-
selectinas no endotélio;
Obs.2: C2a é uma cinina que contribui para a dor e para o aumento da
permeabilidade vascular;
52
Feedback positivo nos linfócitos B, induzindo sua proliferação e maior
produção de anticorpos;
Obs.: esse feedback acontece, em decorrência da interação entre C3d (gerado a
partir da clivagem do C3b) e a molécula de CR2 presente nos linfócitos B;
Remoção de imunocomplexos circulantes.
Obs.: os eritrócitos têm os receptores CR1 que reconhecem as opsoninas C3b e
C4b. Quando as hemácias se ligam a essas opsoninas, carreiam o
imunocomplexo para o fígado ou para o baço, onde vai acontecer a fagocitose do
imunocomplexo por outras células.
53
com que C3b seja uma importante opsonina atuante no combate aos patógenos
extracelulares;
54
Complexo principal de histocompatibilidade
55
Os genes MHC de classe II codificam a molécula MHC de classe II, a qual é
composta por uma cadeia alfa (subdividida em α 1 e α2) e por uma cadeia β
(subdividida em β1 e β2);
α1 e β1 formam a fenda de ligação ao antígeno;
β2 interage com a molécula CD4+ do linfócito T auxiliar durante a
apresentação de antígenos;
α2 estabiliza a molécula de MHC de classe II.
56
Os genes MHC são expressos em codominância (ou seja, tanto o da mãe
como o do pai são expressos) e sem rearranjo gênico;
Os alelos dos genes HLA-A, HLA-B e HLA-C codificam a cadeia alfa dos
MHCs de classe I;
Para formar o MHC de classe II, é preciso ao menos dois alelos HLA-DQ
ou HLA-DP ou HLA-DR. Um alelo codifica a cadeia alfa e outro a cadeia
beta. Ex.: HLA-DPA1 (para codificar a cadeia alfa) + HLA-DPB1 (para
codificar a cadeia beta);
Todas as pessoas expressam o HLA-DRB1;
As pessoas podem expressar também um terceiro alelo HL1-DR que
pode ser HLA-DRB3, HLA-DRB4 ou HL-DRB5;
O conjunto de alelos do MHC presentes em cada cromossomo é
chamado de haplótipo do MHC.
57
Processamento de antígenos endógenos
58
onde o antígeno vai ser apresentado, via MHC de classe I, ao linfócito T CD8+.
59
O complexo peptídeo-MHC de classe II segue na vesícula até a membrana
citoplasmática, onde o antígeno é apresentado, via MHC de classe II, aos
linfócitos T CD4+.
Obs.: na membrana do REG, existe uma proteína chamada SEC61 que realiza
translocação retrógrada, ou seja, transfere peptídeos do REG para o citosol. Se o
fagossomo se fundir com o REG, os antígenos exógenos presentes no fagossomo
podem ser transportados por meio da SEC61 para o citosol e seguirem a via de
expressão dos antígenos endógenos, sendo apresentados pelo MHC de classe I.
Dá-se o nome de apresentação cruzada ou cross-priming a esse fenômeno.
60
Transplantes
61
Alogênico: acontece entre 2 indivíduos geneticamente diferentes da
mesma espécie;
Xenogênico: acontece entre 2 organismos de espécies diferentes.
Em casos de transplante de medula óssea, não se fala em rejeição, mas em
doença do enxerto contra o hospedeiro. Os linfócitos reagem contra todos os
tecidos do receptor, por não o reconhecerem como próprios.
62
Ser responsável por parar a transcrição da cadeia α substituta;
Estimular o rearranjo da cadeia α definitiva;
Estimula a expressão das moléculas CD4+ e CD8+.
Obs.: a célula pré-T expressa também o c-KIT.
O próximo estágio maturativo é a célula T duplo positiva (timócito duplo
positivo), caracterizada pela expressão do TCR (cadeias α e β rearranjadas),
de duas moléculas de CD3+, de duas cadeias zeta, de CD4+ e CD8+. Esse
estágio ocorre na junção córtico medular do timo;
Ainda, na junção córtico medular tímica, a célula T duplo positiva deverá se
diferenciar em uma célula T monopositiva para CD4+ ou CD8+. Existem duas
hipóteses que tentam explicar a formação desse estágio:
Hipótese probabilística: afirma que a APC (célula epitelial medular tímica)
define o estágio monopositivo de acordo com o MHC utilizado na
apresentação dos antígenos próprios. Dessa forma, antígenos
apresentados pelo MHC de classe I induziriam estado monopositivo CD8+
e os apresentados pelo MHC de classe II induziriam estado monopositivo
CD4+;
Hipótese instrucional: afirma que o TCR vem instruído e restrito a
reconhecer o MHC de classe I ou restrito a reconhecer o MHC de classe II.
Segundo essa hipótese, quando o TCR vem restrito a reconhecer o
MHC de classe I, após o reconhecimento é gerado um sinal fraco que
ativa o fator de transcrição RUNX3, gerando-se, assim um linfócito T
citotóxico;
No entanto, quando o TCR vem restrito a reconhecer o MHC de classe
II, após o reconhecimento é gerado um sinal forte que ativa o fator de
transcrição ThPOK, gerando-se, assim um linfócito T helper.
A célula T monopositiva será apresentada aos antígenos próprios, por meio da
célula epitelial medular tímica. Se a interação com o antígeno próprio e com o
MHC próprio ocorrer com alta avidez, a célula T imatura sofre seleção
negativa ou se diferencia em um linfócito regulatório natural. Contudo, se a
interação entre o linfócito T imaturo com o antígeno próprio e com o MHC for
de baixa avidez, a célula T monopositiva deixa o timo e entra nos órgãos
linfoides secundários, onde alcança sua maturidade;
63
Obs.1: Só poderá haver diferenciação em nTreg se a célula for um linfócito T
CD4+ autorreativo;
Obs.2: a medula tímica expressa várias proteínas próprias, principalmente,
antígenos das diversas glândulas, devido ao gene AIRE. Mutações nesse gene
podem provocar síndrome autoimune poliendócrina, na qual há linfócitos T
autorreativos contra proteínas presentes nas glândulas corporais.
O processo de maturação dos linfócitos T envolve 3 pontos de controle:
Pré-T – O pré-TCR foi expresso?
Sim, o que implica em seleção positiva;
Não, o que implica em seleção negativa.
Célula T duplo positiva – O TCR reconhece o antígeno e/ou o MHC próprio
com alta avidez?
Não, o que implica em seleção positiva;
Sim, o que implica em seleção negativa.
Obs.: O TCR pode não reconhecer o antígeno e/ou o MHC próprio. Nesse
caso, fala-se em negligência clonal e a célula sofre seleção negativa.
Célula T monopositiva – O TCR reconhece o antígeno e/ou o MHC próprio
com alta avidez?
Não, o que implica em seleção positiva;
Sim, o que implica em seleção negativa. Se for linfócito T CD4+
autorreativo, a célula pode se diferenciar em nTreg.
64
Figura 34 – Processo maturativo da célula T
(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2013, pág. 89)
65
O segundo sinal é importante para:
Induzir o linfócito T a produzir IL-2;
Induzir o linfócito T a expressar a cadeia alfa do receptor da citocina IL-2,
permitindo, assim, que a citocina possa se ligar. Obs.: constitutivamente, o
linfócito T já expressa as cadeias gama e beta do receptor da citocina IL-2.
66
Figura 35 – Ativação dos linfócitos T e anergia clonal
(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2013, pág. 176)
Célula TH0
É uma célula intermediária que existe após o linfócito T ser ativado e antes
dele se diferenciar nos perfis citados acima;
Produz diversas citocinas em baixas concentrações;
Na ausência da resposta inata e da resposta regulatória, a quantidade de IL-4
produzida por essa célula (mesmo em baixas concentrações) é capaz de
induzir o perfil TH2.
Perfil TH1
Macrófagos, após fagocitarem o antígeno, são ativados e passam a secretar
IL-12.Também liberam IL-12 quando o IFN-γ secretado por células NK age
67
sobre eles. Além disso, os macrófagos ativados processam o antígeno e o
apresentam às células T CD4+, induzindo sua ativação e diferenciação, na
qual as citocinas IL-12 e IFN- γ agirão induzindo o perfil TH1;
A célula TH1 secreta IFN- γ e TNF;
Age contra patógenos intracelulares, aumentando o potencial microbicida dos
macrógafos;
Funções do IFN- γ:
Feedback positivo na célula TH1, amplificando seus efeitos;
Inibe o perfil TH2;
Induz a troca do isótipo IgM por IgG;
Aumenta o potencial microbicida dos macrógafos ao induzir maior
expressão de MHCs (classe I e II), de co-estimuladores e de CD40+ e
elevação na síntese de quimiocinas, NO, EROS e enzimas lisossômicas.
Atenção:
O TNF é uma citocina pró-inflamatória! Suas funções estão detalhadas na
aula de inflamação!
68
Figura 36 – Mecanismo de ação da célula T H1
(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2013, pág. 111)
Perfil TH2
A citocina IL-4 induz a diferenciação da célula T H0 em TH2. A IL-4 é produzida
por mastócitos diante da exposição a alérgenos e por eosinófilos diante de
parasitoses por helmintos;
A célula TH2 secreta IL4, IL-5 e IL-13;
Age contra helmintos e alérgenos;
Funções da IL-4:
Induz o perfil TH2;
Inibe o perfil TH1;
Induz a troca do isótipo IgM por IgE;
Quando em conjunto com IL-13, induz peristalse e maior secreção de muco
tanto no trato respiratório quanto no gastrointestinal. Além disso, IL-4,
quando em conjunto com IL-13, induz diferenciação dos macrófagos em
macrófagos alternativos (M2).
Função da IL-5:
69
Induz eosinofilia.
Função da IL-13:
Induz proliferação de fibroblastos.
Perfil TH9
As citocinas IL-4 e TGF-β agem, conjuntamente, na célula T H0, induzindo-a a
se diferenciar em TH9;
A célula TH9 secreta IL-9;
Funções da IL-9:
Induz mastocitose;
Induz produção de quimiocinas;
Participa das doenças alérgicas, asmáticas e inflamatórias intestinais.
Obs.: com relação às doenças inflamatórias intestinais, a IL-9 inibe a
síntese de claudina, proteína presente nas junções oclusivas. Dessa forma,
70
a IL-9 torna o epitélio mais permeável a patógenos o que favorece
processos inflamatórios intestinais.
Perfil TH17
As citocinas IL-6 e TGF-β agem, conjuntamente, na célula T H0, induzindo-a a
se diferenciar em TH17;
A célula TH17 secreta IL-17, IL-21, IL-22 e IL-23;
Atua contra patógenos extracelulares e está presente nas doenças
autoimunes;
Funções da IL-17:
71
Induz extrema inflamação neutrofílica, pois age nas células inatas
estimulando a produção das citocinas inflamatórias e na medula óssea,
estimulando a produção das granuloquinas CSF-GM e CSF-G;
Induz produção de defensinas (peptídeos antimicrobianos) que podem
atuar tanto por efeito tóxico direto (rompendo a parede do microorganismo)
como por indução do processo inflamatório.
Função da IL-21:
Induz feedback positivo na célula TH17.
Funções da IL-22:
Induz produção de defensinas, contribuindo, assim, para a imunidade de
barreira, ao ajudar a manter a pele íntegra;
Induz proliferação de queratinócitos que podem secretar citocinas
inflamatórias.
Função da IL-23:
Mantém os sinais de sobrevivência e proliferação da célula.
Perfil TH22
As citocinas IL-6 e TNF agem, conjuntamente, na célula T H0, induzindo-a a se
diferenciar no perfil TH22;
A célula TH22 secreta IL-22;
Está presente nas doenças autoimunes da pele e outras dermatoses.
Perfil Treg
Inibe a resposta imunológica;
Possui os marcadores: FOXP3+, CD4+, CD25+;
Pode ser nTreg ou iTreg;
nTreg:
Realiza supressão das respostas imunes por contato via CTLA-4. Quando
o CTLA-4 do Treg se liga aos co-estimuladores das APCs induzem down
regulation na expressão das moléculas co-estimulatórias. Vale destacar
que o CTLA-4 tem uma maior afinidade pelos co-estimuladores das APCs
do que o CD28+;
72
São originadas de linfócitos auto reativos do timo;
Possuem plasticidade celular, podendo se diferenciar em células T H17 em
ambientes ricos em IL-6.
iTreg:
Atuam por meio da secreção das citocinas imunossupressoras TGF-β e IL-
10;
Possuem origem no GALT;
Não apresentam plasticidade celular.
73
Características de um alérgeno
Os alérgenos possuem:
Epítopos repetitivos;
Molécula estável;
Glicosilações;
Alta solubilidade;
Baixo peso molecular.
Quais fatores determinam se uma pessoa irá desenvolver ou não alergia a certo
antígeno?
Grande influência da genética;
Frequência da exposição e dose do antígeno ao qual a pessoa está sendo
exposta. Obs.: baixas doses e frequência diminuída costumam não acionar os
mecanismos da resposta inata e os mecanismos regulatórios, o que favorece
o desenvolvimento das alergias, já que na ausência da resposta inata e dos
mecanismos regulatórios, as baixas concentrações de IL-4 produzidas pelas
células Th0 podem induzir o perfil Th2. A célula Th2, dentre outras funções,
por meio da secreção da citocina IL-4, induz a troca do isótipo IgM pelo IgE,
contribuindo para o processo alérgico. O objetivo das vacinas para alergia são
promover por meio da inoculação de doses crescentes do antígeno, a troca do
perfil Th2 para o Th1 ou para o Treg. Busca-se ativar a resposta inata ou os
mecanismos regulatórios para se atingir essa troca de perfil.
74
Hipersensibilidades
75
(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2013, pág. 208)
Hipersensibilidade tipo I ou imediata
É mediada por IgE;
Possui como células efetoras os mastócitos, basófilos e eosinófilos (células
que apresentam o receptor FcεRI), sendo o mastócito a principal célula;
No primeiro contato com o antígeno, ocorre apenas a sensibilização do
organismo, tendo em vista que as células efetoras passam a ficar carregadas
de IgE (produzido pelos linfócitos B em decorrência do contato com o
antígeno). Não há manifestações clínicas durante esse momento. Obs.: vale
lembrar que a troca do isótipo IgM por IgE é induzida na célula B pela ação da
citocina IL-4;
76
A partir da segunda exposição, o antígeno se liga as moléculas de IgE das
células efetoras que se ativam e desgranulam. Ressaltando, novamente, que a
principal célula responsável pela hipersensibilidade tipo I é o mastócito.
Quando o mastócito é ativado ocorrem três fenômenos:
Desgranulação
O receptor FcεRI possui uma cadeia alfa (na qual a IgE se liga), uma
cadeia beta (com ITAMs e domínios tirosina quinase, a exemplo do Lyn)
e duas cadeias gama (com ITAMs). Quando o antígeno se liga ao IgE
que está acoplado ao receptor, há uma transdução de sinal que fará
com que as tirosinas quinase da cadeia beta fosforilrem os ITAMs das
cadeias beta e gama. Os ITAMs fosforilados propiciam o desenrolar das
cascatas de fosforilação e ativação de diversas proteínas como a Syk, a
LAT, a PLCγ e a MAP quinase;
A PLCγ ativada cliva o PIP2 de membrana em IP3 e DAG que
funcionarão como segundos mensageiros, cujos sinais propiciarão o
processo de exocitose dos grânulos dos mastócitos (desgranulação);
Os mastócitos desgranulam: histamina (promove vasodilatação,
broncoconstricção, aumento da secreção de muco e da permeabilidade
vascular), heparina (anticoagulante), quimase e triptase (promovem
ativação das colagenases), serotonina. O prurido característico se dá
por uma ação conjunta da histamina, da quimase e da triptase.
Obs: a desgranulação dos mastócitos ocorre de 20 a 30min após a exposição
ao antígeno.
77
plaquetários), enquanto que a LOX dará origem ao leucotrienos
(importantes broncoconstrictores);
Grande parte dos alérgenos são alimentares. Devido isso, há três tipos de
células regulatórias no GALT: Treg, macrófagos regulatórios e células
dendríticas regulatórias;
Patologias associadas: rinite, conjuntivite, asma, eczema, anafilaxia, síndrome
látex/frutas.
Medicamentos utilizados para tratar a hipersensibilidade tipo 1:
78
Adrenalina (vasoconstrictor e broncodilatador);
Anti-histamínicos (antagonista do receptor da histamina);
Corticosteroides (suas ações culminam na inibição da PLA2, impedindo
assim a síntese de ácido araquidônico e de seus intermediários);
Obs.: corticosteroides são imunossupressores. Por conta disso, pode haver
redução da imunidade do indivíduo quando a medicação é mantida por muito
tempo.
Antagonistas de leucotrienos;
Teofilina (inibidor da fosfodiesterase);
Cromoglicato (impede a desgranulação dos mastócitos);
Agonistas β adrenérgicos.
79
Patologias associadas: lúpus eritematoso sistêmico (LES), doença do soro,
reação de Arthus.
80
Patologias associadas à hipersensibilidade tipo I
Reações anafiláticas
Reações de hipersensibilidade tipo I sistêmicas e rápidas nas quais há intensa
desgranulação dos mastócitos e altas taxas de síntese dos mediadores
lipídicos do ácido araquidônico (prostaglandinas, leucotrienos, tromboxanos);
Em casos mais graves, pode levar a hipotensão severa, edema laríngeo,
arritmias, estridor respiratório, intensa urticária;
Geralmente, ocorre em decorrência de alérgenos que alcançam a corrente
sanguínea e em pessoas com altas doses de IgE contra aquele determinado
alérgeno;
Principais alérgenos que podem desencadear um choque anafilático:
Medicamentos: anti-inflamatórios, anestésicos, antibióticos,
anticoncepcionais, insulina. Merecem destaque os anti-inflamatórios e
anestésicos;
Vacinas, a exemplo das que possuem sua constituição a proteína do
ovo;
Picadas de inseto, etc.
Obs.: quando a intensa desgranulação de mastócitos e a alta taxa de síntese dos
mediadores lipídicos do ácido araquidônico não são mediadas por IgE, a reação
recebe o nome de anafilactoide. Ex.: reação que acontece quando se vai fazer um
exame com contraste, com o qual nunca se teve contato.
Rinite
É caracterizada por:
Espirros, principalmente, matinais;
Obstrução nasal;
Rinorreia;
Prurido.
Pode ser sazonal ou perene. Obs.: exemplo de perene é a que acontece em
decorrência de alergia a uma proteína presente nas fezes de ácaro, enquanto
que exemplo de sazonal é a que acontece em decorrência de alergia a
proteínas presentes nos grãos de pólen.
Obs.: a rinite pode ser não alérgica, ou seja, não mediada por IgE. Exemplo de tal
rinite é a que acontece em decorrência de infecções, variações hormonais e
irritantes, a exemplo de odores fortes.
Conjuntivite
É caracterizada por edema, prurido e eritema.
Obs.: presença concomitante de rinite e conjuntivite é chamada de rinoconjutivite
ou febre do feno.
Asma
A dificuldade respiratória, no quadro clínico da asma, é devida:
À hipertrofia do músculo liso brônquico;
À hiperreatividade aos broncoconstrictores;
À inflamação eosinofílica;
Obs.: além de eosinófilos, podem ser encontrados, por exemplo, células Th2 e
Th9, neutrófilos e mastócitos.
Ao aumento da secreção de muco.
Obs. 1: parte dos pacientes asmáticos, ao longo da evolução da doença, passam
a não depender de mecanismos mediados por IgE, para desencadear uma crise,
a exemplo das crises asmáticas provocadas por exercícios físicos.
82
Obs. 2: existe um anticorpo monoclonal chamado de Omalizumabe/Xolair que
pode ser usado em pacientes asmáticos graves não responsivos aos tratamentos
convencionais. Esse anticorpo é uma IgG anti a porção Fc da IgE. Em vista disso,
atua antes que a IgE se liga ao seu receptor. A IgE que já está ligada ao receptor
possui determinado tempo de vida. Dessa forma, o Xolair impede a ligação de um
novo anticorpo ao receptor. Esse é um tratamento bastante caro.
83
Eczema atópico
Lesão na pele que faz com que ela tenha um aspecto esfoliativo/descamativo,
podendo haver ou não a presença de bolhas.
Clinicamente, tem características similares ao eczema de contato. Qual a
diferença? O eczema atópico é decorrente de uma hipersensibilidade tipo 1
(causado principalmente pela desgranulação dos mastócitos mediada por IgE),
enquanto que o eczema de contato é decorrente de uma reação de
hipersensibilidade tipo IV (causado pela desgranulação de linfócitos T CD8+ e
pela inflamação induzida pelas citocinas pró-inflamatórias secretadas pelos
linfócitos T CD4+.
Atopia
Predisposição genética a desenvolver a resposta Th2, caracterizada,
clinicamente, por apresentação alternada ou concomitante de 4 patologias:
Rinite;
Conjuntivite;
Asma;
Eczema atópico.
Síndrome látex/frutas
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É caracterizada pela presença de IgE contra epítopos compartilhados entre o
látex e algumas frutas e oleaginosas, a exemplo de Kiwi, amendoim,
amêndoas, abacate, banana, nozes, etc;
Pode provocar edema, eritema, prurido, entre outras manifestações clínicas
Patologias associadas à hipersensibilidade tipo II
85
Figura 47 – Foto de manchas que são características da púrpura
trombocitopênica autoimune
Disponível em: <http://www.ebc.com.br/infantil/para-pais/2016/05/o-que-e-
purpura-de-henoch-schonlein> Acesso em jan. 2019
Tireoidite de Hashimoto
Há geração de anticorpos contra o receptor de TSH, contra a tireoglobulina e
contra a peroxidase da tireoide (os três alvos dos anticorpos estão presentes
na tireoide);
Os mecanismos de ação: opsonização e fagocitose, ADCC para NK,
desgranulação dos fagócitos e ativação do sistema complemento;
Culmina com a destruição das células da tireoide o que gera um
hipotireoidismo autoimune;
86
A mãe é RhD negativo e já teve contato com sangue RhD positivo (parto de
um filho RhD positivo/aborto de uma bebê RhD positivo/transfusão
incompatível) e está grávida de um feto RhD positivo. O mecanismo clássico
de se explicar a doença é o primeiro: a mãe já teve um filho RhD positivo.
Durante o parto, o sangue da mãe e do primeiro filho RhD positivo entraram
em contato, o que fez com que ela fosse sensibilizada, formando anticorpos
contra o RhD. Na segunda gestação de um filho RhD positivo, os anticorpos
IgG da mãe anti-RhD atravessarão a placenta e se ligarão às hemácias do
feto. Serão ativados os mecanismos de ação da hipersensibilidade tipo II:
opsonição e fagocitose, ativação do sistema complemento, ADCC para NK e
desgranulação dos fagócitos.
Obs. 1: como as hemácias fetais estão morrendo, eritroblastos são liberados na
circulação do feto;
Obs. 2: há uma profilaxia: administrar um soro em mãe RhD negativo em até 72 h
após o parto de filho RhD positivo, para evitar, assim, a sua sensibilização;
Obs. 3: no pré-natal é realizado o teste de Coombs em gestantes RhD negativas,
com o intuito de avaliar eritroblastose fetal;
Obs. 4: caso a profilaxia não tenha sido adotada e a eritroblastose fetal tenha
acontecido pode-se realizar uma exsanguineotransfusão no recém-nascido, com
o intuito de baixar os títulos de anti-RhD presentes na circulação;
Obs.:5: perceba que a eritroblastose fetal e a reação pós-transfusional não são
doenças autoimunes, pois a resposta imune não foi gerada contra células
próprias.
Febre reumática
Diante de uma infecção por Streptococcus pyogenes, há a geração de
anticorpos contra proteínas dessa bactéria;
A bactéria possui epítopos compartilhados com proteínas presentes nas
válvulas cardíacas (tricúspide e mitral);
Os mecanismos de ação: opsonização e fagocitose, ADCC para NK,
desgranulação dos fagócitos e ativação do sistema complemento;
Culmina com lesões teciduais nas válvulas do coração, o que gera problemas
cardíacos;
87
Perceba que essa é uma doença de caráter autoimune, pois a resposta imune
está atacando proteínas próprias, mas não foi, originalmente, gerada contra
antígenos endógenos.
Anemia perniciosa
É uma doença autoimune, na qual há autoanticorpos contra o fator intrínseco
e/ou contra as células parietais que produzem o fator intrínseco. Dessa forma,
há uma deficiência de vitamina B12, tendo em vista que o fator intrínseco é
necessário para a absorção dessa vitamina.
Sem a vitamina B12 as hemácias se tornam megaloblásticas;
Os mecanismos de ação: opsonização e fagocitose, ADCC para NK,
desgranulação dos fagócitos e ativação do sistema complemento;
Diabetes autoimune
É uma doença autoimune, na qual há autoanticorpos contra as ilhotas B
pancreáticas;
Os mecanismos de ação: opsonização e fagocitose, ADCC para NK,
desgranulação dos fagócitos e ativação do sistema complemento;
Doença de Graves
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Há a geração de anticorpos contra o receptor TSH da tireoide;
O mecanismo de ação é alteração da função celular, pois o anticorpo é um
agonista do receptor, o que gera um hipertireoidismo autoimune;
Perceba que aqui não há opsonização e fagocitose, ativação do sistema
complemento, desgranulação dos fagócitos e ADCC para NK.
Miastenia gravis
Há a geração de anticorpos contra o receptor da acetilcolina;
O mecanismo de ação é alteração da função celular, pois o anticorpo é um
antagonista do receptor, o que gera fraqueza muscular que pode ser
percebida, por exemplo pela ptose palpebral e pela dificuldade em movimentar
os músculos da respiração, como o diafragma;
Perceba que aqui não há opsonização e fagocitose, ativação do sistema
complemento, desgranulação dos fagócitos e ADCC para NK.
Pênfigo
Doença autoimune bolhosa, na qual há anticorpos contra proteínas presentes
na pele e nas mucosas;
Os mecanismos de ação: opsonização e fagocitose, ADCC para NK,
desgranulação dos fagócitos e ativação do sistema complemento.
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Figura 51 – Lesão característica de pênfigo
Disponível em: <http://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-
problemas/penfigo/17/>
Doença do soro
É desencadeada após a inoculação de soro, no indivíduo, contra algum
antígeno solúvel com o qual ele teve contato. Ex.: após uma picada de inseto;
Os imunocomplexos podem ser formados pela junção do antígeno solúvel
com os anticorpos presente no soro ou pela ligação de anticorpos formados
pelo indivíduo contra alguma proteína presente no soro e a referida proteína;
Obs.: esse segundo tipo de imunocomplexo acontece quando o soro é feito em
animais e não consegue ser totalmente purificado, restando, assim, proteínas do
animal, no soro, que desencadeiam uma resposta imune no indivíduo, no qual o
soro foi inoculado.
Nos locais onde o imunocomplexo se depositar, vai haver: opsonização e
fagocitose, ADCC para NK (com consequente desgranulação, liberando
perforinas e granzimas que causarão danos teciduais), desgranulação dos
fagócitos (com consequente liberação de EROS, NO e enzimas lisossomais
que também causarão danos teciduais), ativação do sistema complemento
(que também causará danos teciduais);
O paciente pode apresentar febre, calafrio, erupções cutâneas,
glomerulonefrite, vasculite, artrite.
90
Lúpus eritematoso sistêmico
Doença autoimune em que há uma predisposição genética, provavelmente em
decorrência dos genes HLA DRB1-02 E DRB1-03, ao escape de linfócitos
autorreativos contra o DNA de dupla fita, contra as nucleoproteínas, contra as
proteínas da carioteca, do fuso mitótica, do complexo de Golgi, do retículo
endoplasmático, do citoplasma, a exemplo da de Smith;
91
Figura 52 – Fisiopatologia do lúpus
(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2015, pág. 420)
92
Disponível em: <https://g.co/kgs/sRMq6P> Acesso em jan. 2019
Critério alternativo
Biópsia renal que demonstre padrão de nefrite lúpica (nefrite
generalizada) + FAN positivo e/ou detecção de anti-dsDNA.
Obs.1: o FAN positivo não é específico para lúpus.
Obs.2: na síndrome de Goodpasture também há nefrite, mas o padrão é
diferente.
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Patologias associadas à hipersensibilidade tipo IV
Eczema/dermatite de contato
Lesão na pele que faz com que ela tenha um aspecto esfoliativo/descamativo,
podendo haver ou não a presença de bolhas;
Ocorre quando o antígeno é grande, resistente e persistente, geralmente um
hapteno, a exemplo dos presentes em bijuterias, couro, próteses;
A lesão é decorrente da citotoxicicidade proveniente das perforinas e
granzimas liberadas pelos linfócitos T CD8+ e pela inflamação ocasionada
pelas citocinas pró-inflamatórias liberadas pelas células T CD4+. Essa
inflamação ocasiona a desgranulação de fagócitos que liberam enzimas
lisossômicas, EROS, NO.
Patologias granulomatosas
A exemplo de hanseníase, tuberculose, leishmaniose e esquistossomose;
Obs.: todos os testes intradérmicos que buscam identificar essas patologias são
exemplos de reação de hipersensibilidade tipo IV. Cita-se:
Teste tuberculínico/ de Mantoux/ PPD
É inoculado, no paciente, tuberculina purificada, proveniente da cepa
RT23;
A leitura é realizada entre 48h e 96h após a inoculação, medindo-se o
tamanho da reação formada na pele;
Como resultados, considera-se, abaixo de 5mm como não reator, entre
5 e 9mm como reator fraco e a partir de 10mm como reator forte.
Teste de Montenegro
Busca identificar infecção por Leishmania;
Mede-se o tamanho da reação formada na pele 48h após a inoculação;
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Como resultados, considera-se abaixo de 5 mm como negativo e acima
de 5mm como positivo.
Teste de Mitsuda
Busca identificar infecção pelo Micobacterium leprae;
Mede-se o tamanho da reação formada na pale entre 21 e 28 dias após
a inoculação;
Como resultados, considera-se abaixo de 5 mm como negativo e acima
de 5mm como positivo.
Artrite reumatoide
Doença autoimune, na qual há uma predisposição genética, provavelmente
por conta de genes do alelo HLA, para escape de linfócitos autoreativos;
Fatores externos como tabagismo e infeções virais podem induzir proteólise
de uma proteína da membrana sinovial e induzir a formação da citrulina. Os
peptídeos formados em decorrência de tal proteólise incorporam a citrulina em
sua estrutura e se tornam cíclicos, formando o CCP (peptídeo cíclico
citrulinado).
O CCP é reconhecido pelos linfócitos autorreativos, o que gera 2
consequências:
Produção, por parte dos linfócitos B, de um anticorpo anti CCP;
Infiltrado de linfócitos T autorreativos contra a proteína da membrana
sinovial. São encontrados, principalmente, o perfil Th17, podendo ser
encontrados também o Th1. A IL-17, dentre outras funções, induz intensa
neutrofilia e o IFN- γ, dentre outras funções, potencializa a capacidade
microbicida dos fagócitos. Dessa maneira, forma-se um infiltrado celular
rico em Th1, Th17, neutrófilos e macrófagos que secretam citocinas e
desgranulam enzimas, EROS e NO, causando danos teciduais. Em
estágios avançados da artrite reumatoide, pode haver desvio cubital e até
mesmo destruição do osso e da cartilagem;
O paciente com artrite reumatoide também apresenta uma IgG modificada
(com glicosilações na sua porção Fc). É gerado um anticorpo contra essa
IgG. Dá-se a esse anticorpo o nome de fator reumatoide e ele geralmente é
uma IgM, mas também pode ser uma IgA ou uma IgG.
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Figura 55 – Fisiopatologia da artrite reumatoide
(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2015, pág.421)
Esclerose múltipla
Doença autoimune, na qual há uma predisposição genética, provavelmente
por conta de genes do alelo HLA, para escape de linfócitos autoreativos contra
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proteínas da bainha de mielina. Vale relembrar que a bainha de mielina é
necessária para que o impulso nervoso se propague de forma saltatória;
Geralmente, o gatilho para os linfócitos autorreativos perceberem o
autoantígeno, na esclerose múltipla, são infecções ou fatores emocionais;
Os linfócitos B autoreeativos produzem anticorpos contra proteínas da bainha
de mielina;
Os linfócitos T CD4+ autorreativos secretam citocinas inflamatórias, que dentre
outras funções, recrutam fagócitos. Esses fagócitos desgranulam enzimas
lisossomais, NO e EROS que provocam destruição da bainha de mielina. É
comum a célula T CD4+ se diferenciar no perfil Th17, que dentre outras
funções, por meio da secreção da citocina IL-17 induz intensa neutrofilia.
Os linfócitos T CD8+ autorreativos desgranulam perforinas e granzimas,
levando à destruição da bainha de mielina;
Obs. 1: doença autoimune é diferente de doença de caráter autoimune. Na
doença autoimune, há geração de um anticorpo contra uma proteína própria,
enquanto que na doença de caráter autoimune há geração de um anticorpo contra
uma proteína de um patógeno que possui epítopos compartilhados com uma
proteína própria. Exemplo de doença de caráter autoimune: a síndrome de
Guillain-Barré. Tal síndrome pode ser provocada após uma infecção pelo Zyca
vírus, por exemplo. Esse vírus possui epítopos compartilhados com as proteínas
da bainha de mielina. Na dengue, há uma autoimunidade transitória contra as
plaquetas, devido aos epítopos compartilhados entre o vírus da dengue e essas
células. Os anticorpos gerados opsonizam as plaquetas, facilitando a fagocitose.
Vale lembrar que além de realizar fagocitose, os fagócitos presentes
desgranulam, liberando EROS, enzimas lisossomais e NO, causando, também
assim, danos às plaquetas.
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Prick teste e patch teste
Prick teste
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(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2015, pág. 438)
Avalia hipersensibilidade do tipo I;
Inocula-se na face ventral do antebraço do paciente o antígeno do qual se
suspeita que o paciente tenha alergia;
A leitura é feita de 20 a 30min após a inoculação, medindo-se o diâmetro da
reação formada na pele;
Obs.1: essa reação é composta de uma pápula decorrente do extravasamento de
plasma causado pela vasodilatação provocada pela histamina proveniente da
desgranulação dos mastócitos. Ao redor da pápula, forma-se um halo
eritematoso;
Obs. 2: também podem ser solicitados para auxiliar no diagnóstico de alergia:
dosagem de IgE total, dosagem de IgE específica, hemograma (com o intuito de
se avaliar eosinofilia e basofilia).
Patch teste
Avalia hipersensibilidade do tipo IV;
Inocula-se, geralmente, nas costas do paciente, o antígeno do qual se
suspeita que o paciente tenha hipersensibilidade do tipo IV;
É formada um halo endurecido em decorrência de um infiltrado celular rico em
células T. Pode haver eritema, edema, prurido, formação de bolhas.
A leitura é feita após 48h, por ser tratar de uma reação de hipersensibilidade
tardia que depende da migração de linfócitos T.
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Figura 57 – Representação do PATCH teste
(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2015, pág. 416)
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Referências:
ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia Celular e
Molecular. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia Básica. 4. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia Celular e
Molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
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