Você está na página 1de 16

1- Compreender células do sistema imune (Capítulo 2 do Abbas - Imunologia

Básica)
2- Compreender propriedades gerais das respostas imunológicas (Capítulo 1 do
Abbas - Imunologia Básica)
3- Compreender vírus (Capítulo 13 do Tortora - Microbiologia)
4- Compreender vacinas
5- Compreender crenças populares em saúde

Abbas capítulo 1
O sistema imune é constituído: Células e moléculas responsáveis pela
imunidade

Na China o costume de tornar as crianças resistentes a varíola com o pó de


lesões cutâneas de pacientes que se recuperaram da doença.

Jenner médico inglês constatou que as vacas que se recuperaram da varíola


nunca tinham contraído a forma mais grave da doença. Com essa informação,
ele injetou o material de uma pústula bovina no braço do menino de 8 anos e
quando o médico depois de um tempo foi inoculado/ vacinado/ injetado com a
varíola ele não desenvolveu, isso ocorreu em 1789. Assim surgiu a vacina e que
erradicou a varíola em 1980.

RESPOSTAS IMUNES
IMUNIDADE INATA E ADAPTATIVA
Como é mediada a defesa contra microorganismos?
Pelas reações iniciais da imunidade inata e pelas respostas tardias da
imunidade adaptativa.

Imunidade inata consiste: proteção inicial, Barreiras físicas e químicas (epitélio,


agentes microbianos produzidos nas superfícies do epitélio)
Células fagociticas (neutrófilos, macrófagos), células dendriticas e células
assassinas (NK), células linfóides.
Proteínas sanguíneas (membros do sistema complemento e outros mediadores
da inflamação

Imunidade adaptativa: se desenvolve mais lentamente.


Os antígenos, são substâncias estranhas que induzem as respostas imunes
específicas/ são reconhecidas pelos linfócitos/ anticorpos.

Imunidade ativa/induzida: A forma de imunidade induzida, ocorre pela


exposição a um antígeno estranho. Por exemplo, pela inoculação do vírus,
como a vacinação.
Imunidade passiva: Quando a imunidade é transferida pelo soro ou linfócitos
de um indivíduo imunizado. Exemplo disso, ocorre quando nascemos nossas
mães passam os anticorpos dela através da placenta para o feto.

Antígenos/ imunógenos: Substâncias que se ligam aos receptores específicos


em linfócitos, quer estimulem ou mais respostas imunes.

A Imunidade Adaptativa é dividida em imunidade humoral e imunidade celular.


Imunidade humoral, faz defesa contra microorganismos extracelulares.
Imunidade celular, faz defesa contra microorganismos intracelulares.

Imunidade humoral, é feita pelos anticorpos, produzidas pelos linfócitos B,


a função dos anticorpos é impedir que os patógenos que estão nas mucosas e
no sangue entrem e colonizem as células e tecidos conjuntivos do hospedeiro,
por isso a maioria dos anticorpos estão na circulação sanguínea e fazem a
defesa contra microorganismos extracelulares. Já a imunidade celular, é feita
pelos linfócitos T, alguns linfócitos T ativam os fagócitos para destruir
microorganismos ingeridos pelas células fagocitárias nas vesículas fagocíticas.
Outros linfócitos T destroem qualquer célula do hospedeiro que tenha
microorganismo infeccioso no citoplasma, fazendo a defesa contra
microorganismos intracelulares.

É importante ressaltar que a imunidade adaptativa/adquirida possui


propriedades que a definem. A especificidade e a memória são as propriedades
mais importantes, a habilidade de distinguir diferentes substâncias, é a
especificidade e a habilidade de responder fortemente a cada exposição, é a
memória.

Especificidade, quando a pessoa se expõe a um antígeno as exposições


futuras ao mesmo antígeno terá uma resposta imunológica mais acentuada/
forte. Essa especificidade, acontece porque os linfócitos são diversos para cada
antígeno, os linfócitos expressam receptores antigênicos distribuídos por
clonalidade, a população de linfócitos é formada por diversos clones diferentes
(cada clone têm uma célula e sua prole), e cada clone expressa um receptor
antigênico diferente dos outros clones.
OBS.: A especificidade e diversidade do repertório dos linfócitos é gerada
durante a junção dos diferentes segmentos de genes.

Memória, para cada exposição a um mesmo antígeno, as respostas ao


antígeno ficam mais fortes. A primeira exposição ao antígeno/ resposta
imunológica primária é feita pelos linfócitos virgens (linfócitos que nunca
responderam a um antígeno). Quando se tem exposições seguidas com um
mesmo antígeno leva a respostas imunológicas secundárias, que são mais
rápidas e mais fortes e eficazes na eliminação do antígeno. Essas respostas
secundárias ocorrem pela ativação dos linfócitos de memória, células de longa
duração originada na primeira resposta imunológica, a memória imunológica
otimiza o sistema imunológico no combate as infecções persistentes e
recorrentes, porque gera mais células de memória e ativa as células de
memória anteriores. A memória também é a razão pela qual as vacinas
protegem contra as infecções.
No caso das vacinas a memória imunológica teria um tempo, e por isso temos
que tomar vacinas em anos e anos, como a vacina do tétano que temos tomar
essa vacina a cada 10 anos?

O antígeno X provoca a produção de anticorpos pela célula B virgens (células


imunologicamente inexperientes), ou seja, uma resposta imunológica primária
ao antígeno X. Depois da resposta que eliminou o patógeno X, as células B
ativadas pelo antígeno x morrem, mas células B de memória criadas durante a
resposta anti-x primária e as células B virgens ficam. E quando acontece uma
nova exposição ao antígeno X, as células de memória são ativadas e fazem
uma resposta secundária que é mais rápida, mais forte e eficaz na eliminação
do antígeno. E essa nova exposição do antígeno X, também auxilia na resposta
secundária mais acentuada, a propriedade da especificidade (que é o repertório
diverso dos linfócitos para cada tipo de antígenos).
O antígeno Y, entra as células B virgens, produzem anticorpo, mas como os
linfócitos não tem experiencia com o antígeno Y, ele faz uma resposta primária
que via resultar na produção de linfócitos de memória, e quando houver uma
exposição ao antígeno Y novamente a memória será ativada e fará uma
resposta imunológica secundária, que é mais eficaz do que a primeira.

Os antígenos X e Y provocam a produção de diversos anticorpos pelas células


B (essa produção especificidade), a resposta secundária ao antígeno X é mais
rápida e mais forte em comparação com a resposta primária (memória) e
também é diferente da resposta primária contra o antígeno Y (especificidade.

Todos os linfócitos se originam de células-tronco na medula óssea. Os linfócitos


B amadurecem na medula óssea e os linfócitos T amadurecem no timo, os
linfócitos maduros são produzidos nos órgãos linfóides geradores. Os linfócitos
maduros saem dos órgãos linfóides geradores e vão para a circulação e nos
órgãos linfóides periféricos, local que podem encontram o antígeno que
expressam receptores específicos.
Quando os linfócitos virgens reconhecem os antígenos microbianos e recebem
sinais adicionais estimulado pelos patógenos, os linfócitos específicos para o
antígeno proliferam e se diferenciam em células efetoras e células de memória.
As células virgens expressam receptores para antígenos, e elas ficam entre os
órgãos linfóides periféricos esperando algum antígeno pra responder a ele. Com
o reconhecimento de algum antígeno, e com a resposta imunológica específica,
as células efetoras de linhagem dos linfócitos B secretam anticorpos,
plasmócitos.
As células efetoras T CD4 produzem proteínas, citocinas, que ativam as células
B e os macrófagos, mediando a função auxiliar dessa linhagem e as células T
citolíticas CD8 possuem engrenagens para destruir as células do hospedeiro
infectadas. As células efetoras morrem assim que o antígeno é eliminado, mas
algumas vivem como a células, plasmócitos, que se desenvolvem nos órgãos
linfóides periféricos podem migrar para medula óssea e continuar a produzir
anticorpos. As células de memória formadas a partir da resposta imunológica
primária fica em repouso até que o antígeno. a estimule e ative ela, e responda
rapidamente respostas imunológicas secundárias.

Os linfócitos T e os linfócitos B são segregados/expelidos em compartimentos


anatômicos diferentes nos órgãos linfóides periféricos.
Os órgãos linfóides periféricos, os linfonodos, baço e os sistemas
imunológicos das mucosas e cutâneo, são organizados de maneira que os
antígenos, células apresentadoras de antígenos e linfócitos para otimizar a
interação entre essas células e o desenvolvimento da imunidade adquirida.
A organização anatômica dos órgãos linfóides periféricos permite que os
linfócitos que aí se encontram localizem e respondam aos microorganismos. Os
linfócitos também têm a capacidade de circular pelo corpo, de forma que os
linfócitos virgens se encaminhem para os órgãos especializados onde os
antígenos estão concentrados e as células efetoras se desloquem pros locais de
infecção para os microorganismos serem eliminados.

Os linfonodos são agregados nodulares de tecido linfóide localizados ao longo


dos canais linfáticos por todo o corpo. O líquido dos epitélios, tecido conjuntivo e
da maioria dos órgãos parenquimatosos é drenado pelos vasos linfáticos que
transportam a linfa, dos tecidos aos linfonodos (a linfa contém uma mistura de
substâncias que são absorvidas dos epitélios e dos tecidos), a linfa quando
passa pelos linfonodos, as células apresentadoras de antígenos (APCs)
examinam os antígenos dos vírus/patógenos que podem ter entrado nos
tecidos. As células dendríticas capturam antígenos dos microorganismo do
epitélio e os transportam para os linfonodos.
Esse processo de tomada e transporte de antígenos resulta que os antígenos
dos microorganismos que entram pelo epitélio ou ocupam os tecidos se
concentram nos linfonodos que drenam a região.
O baço, o sangue que entra no baço circula uma rede de canais (sinusóides),
os antígenos que estiverem no sangue são presos e concentrados nas células
dendríticas e macrófagos no baço, e as células fagocitárias ingerem e destroem
os patógenos no sangue.
Os sistemas linfóides cutâneo e mucoso, fica no epitélio da pele e dos tratos
gastrointestinal e respiratório. As amídalas, farínge, placas de Peyer, no
intestino, são tecidos linfóides associado às mucosas.

Os linfócitos T e os Linfócitos B são expelidos em áreas diferentes nos


órgãos linfóides periféricos.
Nos linfonodos, as células B se concentram nos folículos, localizados no
córtex, os folículos tem células dendríticas foliculares (FDCs) que estão
envolvidas na ativação das células B. Os linfócitos T estão concentrados no
paracórtex, o paracórtex contém as células dendríticas que apresentam os
antígenos aos linfócitos T.
No baço os linfócitos T estão concentrados na bainha linfóide periarteriolar que
circunda as pequenas arteríolas enquanto as células B residem nos folículos.
A organização anatômica dos órgãos linfóides periféricos é controlada para
permitir o desenvolvimento das respostas imunológicas.

Os linfócitos B estão localizados nos folículos porque as células dendríticas


foliculares secretam as quimiocinas (uma proteína) e as células B expressam
um receptor para elas. A quimiocina é produzida continuamente, atraindo as
células B do sangue para os folículos dos órgãos linfóides.
De forma similar, as células T são segregadas no paracórtex dos linfonodos e
na bainha linfóide periarteriolar do baço, pois expressam receptores para uma
quimiocina produzida pelas células que estão presentes nessas regiões. Os
linfócitos T são recrutados do sangue para a região do córtex parafolicular do
linfonodo e bainhas linfóides periarteriolares do baço. Quando os linfócitos são
ativados por antígenos microbianos, eles gradualmente reduzem sua expressão
de receptores de quimiocinas, não sendo mais restritos anatomicamente. Desse
modo as células B e T migram em direção umas às outras, encontrando-se na
periferia dos folículos, onde as células T auxiliares interagem com e ajudam as
células B a se diferenciarem em células produtoras de anticorpos. Os linfócitos
ativados saem do linfonodo, pelos vasos linfáticos eferentes, e do baço, pelas
veias. Esses linfócitos ativados entram na circulação sanguínea, e vão aos
locais de infecção.

Circulação dos linfócitos


Os linfócitos circulam constantemente entre os tecidos de forma que os
linfócitos virgens cruzam os órgãos linfóides periféricos, onde as respostas
imunológicas são iniciadas e os linfóides efetores migram para os locais de
infecção onde os patógenos infecciosos são eliminados.

Os linfócitos, em cada estágio de sua vida migra para os locais onde sua função
é necessária. Como os linfócitos B não precisam migrar pros locais de
infecções, pois secretam os anticorpos. É mais relevante saber sobre a
circulação dos linfócitos T.
Os linfócitos T virgens que amadurecem no timo e entraram na circulação
migraram para os linfonodos, local que podem encontrar antígenos que entram
pelos vasos linfáticos que drenam os epitélio e órgãos parenquimatosos. Essas
células entram nos linfonodos pelas vênulas pós-capilares especializadas,
vênulas de endotélio alto (HEVs). As células T virgens expressam um receptor
de superfície (L-selectina), que se une a ligantes de carboidratos expressos
pelas células endoteliais das vênulas de endotélio alto. Pela interação da L-
selectina com o ligante, as células T virgens se ligam fracamente às vênulas de
endotélio alto.
Em respostas as quimiocinas produzidas nas regiões paracorticais do linfonodo,
as células T virgens se ligam firme ás vênulas de endotélio alto e migram por
elas para os linfonodos, onde os antígenos são apresentados pelas células
apresentadoras de antígenos profissionais.
Se a célula T virgem encontra o antígeno ela é ativada. Em resposta ao
antígeno microbiano, as células T virgens são ativadas para proliferar e se
diferenciar. Durante isso tudo, os receptores de quimiocina nas células T muda
e as células T efetoras começam a siar dos linfonodos e entrar na circulação
sanguínea, para irem até os tecidos com os microorganismos infecciosos.

Fases das Respostas Imunológicas


Reconhecimento do antígeno, ativação dos linfócitos, eliminação do antígeno,
declínio (apoptose da célula) e memória.
A resposta imunológica adquirida corresponde nas fases:
Fase de reconhecimento do antígeno feito pelos linfócitos virgens específicos
para determinado antígeno que localizam e reconhecem os antígenos do
vírus/patógeno. Depois acontece a ativação dos linfócitos que demanda dois
tipos de sinais.
Sinal I – é preciso a ligação do antígeno aos receptores de antígenos dos
linfócitos, para iniciar as respostas imunológicas.
Sinal II – é preciso de outros sinais providos pelos microorganismos e pela
resposta imunológica inata aos patógenos, para iniciar a ativação dos linfócitos
na resposta imunológica primária.
Fase de ativação, os clones de linfócitos que encontraram os antígenos
passam por divisões celulares rápidas, gerando uma grande prole, expansão
clonal. Alguns linfócitos ao se diferenciarem, passam de linfócitos virgens para
linfócitos efetores, que produzem substâncias para eliminar os antígenos.
Ex.: os linfócitos B se diferenciam em células efetoras que secretam anticorpos,
quando alguns linfócitos T se diferenciam em células que destroem células do
hospedeiro infectadas.
Fase efetora, as células efetoras eliminam o patógeno, com ajuda do sistema
imunológico inato, quando a infecção é eliminada o estímulo para a ativação dos
linfócitos acaba, assim grande parte das células que foram ativadas pelos
antígenos sofre apoptose, morte celular, e os fagócitos retiram essas células.
Quando a resposta imunológica chega ao fim, os linfócitos de memória ficam e
podem sobreviver por meses até anos e respondem rápido a uma nova
exposição com o mesmo patógeno/vírus.

Células do sistema imunológico


Linfócitos, células especializadas que capturam e apresentam antígenos
microbianos e células efetoras que eliminam os patógenos.
Linfócitos
Únicas células que têm receptores específicos para antígenos, por isso elas são
os principais mediadores da imunidade adquirida. Hoje em dia, os linfócitos são
diferenciados pelas proteínas de superfície que podem ser identificadas por
painéis de anticorpos monoclonais, chamada de CD (grupo de diferenciação),
usada para delinear proteínas de superfície que definem um determinado tipo
ou estágio de diferenciação celular, sendo reconhecidas por um grupo de
anticorpos.
Os linfócitos B são as únicas células que produzem anticorpos – responsável
pela imunidade humoral.
Elas expressam os anticorpos em suas membranas que servem de receptores
para reconhecer antígenos e iniciam o processo de ativação das células, os
antígenos solúveis e antígenos na superfície de patógenos se ligam aos
receptores antigênicos dos linfócitos B, estimulando respostas imunológicas
humorais.
Os linfócitos T responsáveis pela imunidade celular. Os receptores de antígenos
dos linfócitos T reconhecem só fragmentos peptídicos de proteínas antigênicas
que são ligadas a moléculas de apresentação especializadas, moléculas do
complexo de histocompatibilidade maior (MHC), na superfície de células
especializadas, células apresentadoras de antígenos (APCs).
As células T CD4, células T auxiliares, ajudam os linfócitos B a produzir
anticorpos e as células fagocitárias a ingerir os microorganismos. Os linfócitos T
CD 8, linfócitos T citolíticos ou citotóxicos (CTLs), destroem células infectadas
por microorganismos intracelulares. Células natural killer (NK), são mediadoras
da imunidade natural, não expressa receptores antigênicos.

Reconhecimento dos microorganismos pelo sistema imunológico inato

Os componentes da imunidade inata reconhecem estruturas que são comuns a diversas


classes de microorganismos e que não estão presentes nas células do hospedeiro.

os vírus são entidades que:


-Contêm um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA.
-Contêm um invólucro proteico (às vezes recoberto por um envelope de
lipídeos, proteínas e carboidratos) que envolve o ácido nucleico.
-Multiplicam-se no interior de células vivas utilizando a maquinaria de síntese
celular.
- Induzem a síntese de estruturas especializadas na transferência do ácido
nucleico viral para outras células

Os vírus possuem poucas ou mesmo nenhuma enzima própria para seu


metabolismo.

O espectro de hospedeiros de um vírus consiste na variedade de células


hospedeiras que o vírus pode infectar. No entanto, a maioria é capaz de
infectar tipos específicos de células de uma única espécie de hospedeiro.
Os vírus que infectam bactérias são denominados bacteriófagos ou fagos.
O espectro de hospedeiros de um vírus é determinado pela exigência viral
quanto à sua ligação específica à célula hospedeira e pela disponibilidade de
fatores celulares do hospedeiro em potencial necessários para a multiplicação
viral.

Para que ocorra a infecção da célula hospedeira, a superfície externa do vírus


deve interagir quimicamente com receptores específicos presentes na
superfície celular. Os dois componentes complementares são unidos por
ligações fracas, como ligações de hidrogênio. A combinação de muitos sítios
de ligação e receptores resulta em uma forte associação entre a célula
hospedeira e o vírus. Para alguns bacteriófagos, o receptor faz parte da
parede da célula hospedeira; em outros casos, faz parte das fímbrias ou dos
flagelos.

Vírus diferentes variam consideravelmente em tamanho. Apesar de a maioria


deles ser um pouco menor que as bactérias, alguns dos maiores vírus (como o
vírus da vaccínia) são praticamente do mesmo tamanho de algumas bactérias
pequenas (como micoplasmas, riquétsias e clamídias)

Estrutura viral:
Um vírion é uma partícula viral completa e infecciosa composta por um ácido
nucleico envolto por uma cobertura de proteína, que o protege do ambiente e
serve como um veículo de transmissão de uma célula hospedeira para outra.
Os vírus são classificados de acordo com as diferenças na estrutura desses
envoltórios

Ácido nucleico
Os vírus podem possuir tanto DNA como RNA, mas não os dois.
O ácido nucleico dos vírus pode ser de fita simples ou dupla. Assim, existem
vírus com DNA de fita dupla, DNA de fita simples, RNA de fita dupla e RNA de
fita simples. Dependendo do vírus, o ácido nucleico pode ser linear ou circular.
Em alguns vírus (como o vírus da gripe), o ácido nucleico é segmentado.

O ácido nucleico dos vírus é protegido por um envoltório proteico chamado de


capsídeo, o capsídeo é uma estrutura de genoma viral e constitui a maior
parte da massa viral, especialmente em partículas pequenas. Cada capsídeo é
composto por subunidades proteicas chamadas de capsômeros. Em alguns
vírus, as proteínas que compõem os capsômeros são de um único tipo; em
outros, vários tipos de proteínas podem estar presentes. A organização dos
capsômeros é característica para cada tipo de vírus.
Em alguns vírus, o capsídeo é coberto por um envelope (Figura 13.3a), que
normalmente consiste em uma combinação de lipídeos, proteínas e
carboidratos.
o envelope contém proteínas codificadas pelo genoma viral juntamente com
materiais derivados de componentes normais da célula hospedeira.
Dependendo do vírus, os envelopes podem ou não apresentar espículas,
constituídas por complexos carboidrato-proteína que se projetam da superfície
do envelope.
Alguns vírus se ligam à superfície da célula hospedeira através dessas
espículas, que são tão características de muitos vírus que são usadas na sua
identificação. A capacidade de determinados vírus, como o vírus da gripe
(Figura 13.3b), de agregar eritrócitos está associada à presença das
espículas. Esses vírus se ligam aos eritrócitos formando pontes entre eles. A
agregação resultante é chamada de hemaglutinação e é a base para vários
testes laboratoriais úteis.

Os vírus cujos capsídeos não estão cobertos por um envelope são conhecidos
como vírus não envelopados, assim o capsídeo protege o ácido nucleico viral
do ataque das nucleases presentes nos fluidos biológicos e promove a ligação
da partícula às células suscetíveis
Quando um hospedeiro é infectado por um vírus, o sistema imune é
estimulado a produzir anticorpos.
Os vírus podem ser classificados em vários tipos morfológicos diferentes, com base na
arquitetura do capsídeo.

Vírus helicoidais: Os vírus helicoidais lembram bastões longos, que podem ser rígidos ou
flexíveis. O genoma viral está no interior de um capsídeo cilíndrico e oco com estrutura
helicoidal (Figura 13.4). Os vírus que causam raiva e febre hemorrágica são helicoidais.
Vírus poliédricos: Muitos vírus animais, vegetais e bacterianos são poliédricos. O capsídeo
da maioria dos vírus poliédricos tem a forma de um icosaedro, um poliedro regular com 20
faces triangulares e 12 vértices (veja a Figura 13.2a). Os capsômeros de cada face formam
um triângulo equilátero. O adenovírus é um exemplo de um vírus poliédrico com a forma de
um icosaedro (veja a Figura 13.2b). O poliovírus também é icosaédrico.
Vírus envelopados: Como mencionado anteriormente, o capsídeo de alguns vírus é
coberto por um envelope. Os vírus envelopados são relativamente esféricos. Os vírus
helicoidais e os poliédricos envoltos por um envelope são denominados vírus helicoidais
envelopados ou vírus poliédricos envelopados. Um exemplo de vírus helicoidal envelopado
é o vírus influenza (veja a Figura 13.3b). O vírus do herpes (gênero Simplexvirus) é um
exemplo de vírus poliédrico (icosaédrico) envelopado (veja a Figura 13.16b).
Vírus complexos: Alguns vírus, particularmente os vírus bacterianos, possuem estruturas
complicadas e são denominados vírus complexos. Um bacteriófago é um exemplo de um
vírus complexo. Alguns bacteriófagos possuem capsídeos com estruturas adicionais
aderidas (Figura 13.5a). Nesta figura, note que o capsídeo (cabeça) é poliédrico e a bainha
é helicoidal. A cabeça contém o genoma viral. Mais adiante neste capítulo, serão descritas
as funções de outras estruturas, como a bainha, as fibras da cauda, a placa e o pino. Os
poxvírus são outro exemplo de vírus complexos que não possuem capsídeos claramente
definidos, mas apresentam várias coberturas ao redor do genoma viral (Figura 13.5b).

Taxonomia dos vírus

As espécies virais são designadas por nomes descritivos vulgares, como vírus da
imunodeficiência humana (HIV), e as subespécies (se existirem) são designadas com um
número (HIV-1).

Você também pode gostar