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Mecanismos pós-sinápticos
• Facilitação e neuromodulação.
Plasticidade da sinapse
A transmissão de informação entre neurónios ocorre através das sinapses: relações estruturais e
funcionais entre as membranas celulares de neurónios adjacentes. Em adição, há sinapses entre
neurónios e outro tipo de células (e.g. fibras musculares).
Nas sinapses elétricas, há passagem de corrente elétrica de forma direta entre neurónios adjacentes, de
forma semelhante à transmissão de corrente elétrica ao longo do axónio não mielinizado. Nestas sinapses,
a membrana celular de neurónios adjacentes está em contacto intimo e a transmissão de informação é
mais rápida do que nas sinapses químicas, no entanto, as sinapses elétricas são, em geral, menos
frequentes no sistema nervoso do que as sinapses químicas.
A maior parte da transmissão de informação entre neurónios e entre neurónios e outros tipos celulares
ocorre através de sinapses químicas. O espaço entre a membrana celular de neurónios adjacentes é a
fenda sináptica (ca. 20 nm) e a transmissão de informação é mediada por substâncias químicas
(neurotransmissores) libertadas pelo neurónio pré-sináptico na fenda sináptica, em consequência da
ocorrência de potenciais de ação.
Há mais de 100 neurotransmissores conhecidos; estes são sintetizados nos neurónios, por vezes a partir
de moléculas percursoras obtidas pela dieta (e.g. aminoácido tirosina) e são libertados na sinapse onde se
ligam a moléculas recetoras específicas localizadas na membrana da célula pós-sináptica.
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Potenciais Recetores - Sensorais
Recetores Ionotrópicos Recetores metabotrópicos
Molécula
Pressão Quente gustativa/olfativa Canal Na+
Luz
Sinapses
Proteína
Recetor
Proteína G Mensageiro Proteína G Mensageiro
Canal catiónico Canal catiónico Canal Ca2+ Enzima 2ário Enzima 2ário
sensível à sensível à dependente da Canal Na+ ou
pressão temperatura voltagem canal K+ Canal Na+
Célula gustativa
SNC
Neurónio
SNC
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Arco-reflexo Motor
Neurónio sensorial
Sinapses excitadoras
Neurónio
Sinapses
Neurónio
motor Dorsal
sensorial
Via Interneurónio
polissináptica
Contração Neurónio Sinapse inibidora
do músculo extensor motor
Via
monossináptica
Relaxamento do músculo flexor
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Sinapses Químicas Excitadoras e Inibidoras
Neurónios sensoriais
Interneurónios
Neurónios motores
Sinapses
Medula espinal
Sinapses excitadoras
Início de PAs
Neurónio motor
Sinapses inibidoras
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Sinapses Químicas Excitadoras e Inibidoras
A. Excitador Potencial de ação
Potencial de membrana pós-sináptico
Limiar de excitação
Sinapses
B. Inibidor
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Tipos de sinapses
Sinapse Química - neurotransmissores
Característica Sinapse elétrica
Ionotrópica Metabotrópica
Mecanismo Direto ou rápido Indireto ou lento Fluxo de corrente
Sinapses
contínuo
Função Transmissão de Transmissão de Transmissão
sinal sinal; neuro- elétrica
modulação
Efeito Excitação ou Excitação ou Sincronização
inibição pós- inibição pós- elétrica
sináptica sináptica; outros,
incluindo efeitos
citoplasmáticos e
genéticos.
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Sinapses Elétricas
Membranas
celulares
Espaço
intercelular
Canal hidrofílico
Sinapses
Conexinas
Iões, AAs,
Açucares,
Proteínas,
Nucleótidos
péptidos, ácidos
nucleicos
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Sinapses Elétricas – Onde?
Onde é necessário sincronizar o funcionamento de células excitáveis
(neurónio ou células musculares) por ligação elétrica direta entre
células adjacentes.
Sinapses
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Sinapses Químicas
Reciclagem
Potencial de membrana
Axónio pré sináptico Ação vesículas
Vesícula
sináptica
Sinapses
Exocitose
~20 nm Fenda sináptica neurotransmissor
Membrana Inativação e
Recetor
pós-sináptica Potencial
pós-sináptico remoção do
pós-sináptico
neurotransmissor
Vesículas Vesículas
pequenas grandes
Recetor
Recetor metabotrópico Canal
ionotrópico Proteína G iónico
Nas sinapses químicas rápidas ou diretas (e.g. sinapse neuromuscular), o neurotransmissor (e.g. acetilcolina)
libertado pela célula pré-sináptica atua diretamente sobre canais iónicos (recetores ionotrópicos) na membrana da
célula pós-sináptica, alterando a sua condutância iónica. As vesículas são pequenas, formadas e empacotadas no
terminal do axónio. O neurotransmissor é libertado diretamente na fenda sináptica, em zonas especificas da célula
pré-sináptica – zonas ativas.
Nas sinapses químicas lentas (alterações de Vm microssegundos mais lentas) ou indiretas (e.g. gânglios simpáticos
do sistema nervoso autónomo), os neurotransmissores (e.g. acetilcolina, aminas biogénicas ou neuropéptidos)
podem incluir moléculas maiores, ligam-se a recetores metabotrópicos, ativando uma via bioquímica sinalizadora
na membrana da célula pós-sináptica; esta via causa alterações em canais iónicos através da ação de mensageiros
secundários. As vesículas podem ser de maior dimensão quando o neurotransmissor é uma molécula
relativamente grande e, neste caso, são formadas no corpo celular e transportadas para o terminal do axónio. O
neurotransmissor pode ser libertado em diferentes zonas da membrana pré-sináptica.
Um mesmo neurónio pré-sináptico pode estar envolvido nos dois tipos de transmissão sináptica, bastando para tal
que a membrana da célula pós-sináptica tenha recetores ionotrópicos e metabotrópicos.
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Exocitose do Neurotransmissor
Sinapses
Os neurotransmissores são libertados na fenda sináptica na sequência da fusão da membrana da vesícula sináptica
com a membrana do axónio. Esta fusão é conseguida pela ação de proteínas específicas: sinaptotagmina, NSF,
SNAP e SNARE.
NSF é uma proteína de fusão e SNAP é uma proteína de ligação à NSF; T-SNARE é uma proteína recetora para
SNAP e a sinaptotagmina é uma proteína na membrana da vesícula para ligação da SNAP.
A abertura dos canais de cálcio pela inversão de polaridade do potencial de membrana durante o potencial de
ação, permito um fluxo de cálcio para o axoplasma que despoleta a exocitose do neurotransmissor.
Os componentes da membrana da vesícula sináptica são reciclados por um processo endolítico (endocitose).
Figura tirada de: Wilkinson, M. & Brown, R.E. (2015). An Introduction to Neuroendocrinology. 2nd Ed. Cambridge
University Press. Chapter 5 – Neurotransmitters.
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Sinapse Química Rápida - Neuromuscular
Axónios
mielinizados Mielina
Célula de Schwann
Feixe nervoso
Terminação
Terminações
axonal
axonais
Fibras
Sinapses
musculares
Fibra
muscular
Zona
ativa Fenda
sináptica Prega
sináptica
Vesículas
sinápticas
Fenda
sináptica
0,2 mm
Prega sináptica 0,5 mm
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Sinapse Química Rápida - Neuromuscular
Axónio mielinizado
Neurónio pré-sináptico
(motor)
1
Sinapses
2 Acetilcolina
Na+
3 Ca2+
6
Fenda sináptica
Recetores nicotínicos 5
Na+
Permeáveis Na+ e K+
Célula pós-sináptica
4 (muscular)
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Sinapse Química Rápida – Recetores Nicotínicos
Sinapses
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Associação entre PA e Contração Muscular
PAN
Ca++
Membrana axónio
Sinapses
PAM PAM
VGSC Placa
Neuromotora
PAM
Contração
Abreviaturas:
PAN – Potencial de ação no neurónio.
PAM – Potencial de ação na fibra muscular.
VGSC – Canais de sódio dependents-da-voltage.
SR – Retículo sarcoplasmático.
RR – Filamentos proteícos organizados em sarcómeros.
Figura adaptada de: Czarnetzki, Christoph. (2017). Drug interactions in the context of neuromuscular
blockade: clinical implications and safety issues.
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Sinapses Químicas Excitadoras e Inibidoras
Neuromuscular
SNC SNC
Excitadora tipo 1 Inibidora tipo 2
Sinapses
PPSE
-70
PPSI
Acetilcolina Glutamato GABA ou glicina
Na+ e K+ Na+ e K+ Cl-
Os mecanismos de transmissão sináptica são semelhantes na junção neuromuscular e no sistema nervoso central (SNC), mas o
potencial pós-sináptico excitador (PPSE) é menor no SNC do que na junção neuromuscular porque no SNC as terminações dos
axónios pré-sinápticos são menos extensas e menor número de vesículas libertam neurotransmissor. Os mecanismos iónicos
do PPSE na junção neuromuscular e no SNC são semelhantes, embora o neurotransmissor mais comum no SNC seja o
glutamato e não a acetilcolina.
No SNC, uma sinapse inibidora causa potenciais pós-sinápticos inibidores (PPSI), frequentemente, por abertura de recetores
ionotrópicos (canais) de cloro (Cl-) que permitem um fluxo de entrada deste anião no neurónio e consequente hiperpolarização
do potencial de membrana no sentido do potencial eletroquímico de equilíbrio do Cl- (mais negativo do que o potencial de
repouso de -70 mV); os neurotransmissores envolvidos nas sinapses inibidoras são, normalmente, o ácido gama aminobutírico
(GABA) e a glicina.
No SNC há algumas diferenças estruturais entre as sinapses excitadoras (tipo 1) e inibidoras (tipo 2), com as sinapses inibidoras
a apresentarem menor área pré-sináptica de libertação de neurotransmissor e menor área pós-sináptica de localização de
recetores de membrana para o neurotransmissor. Nem todas as sinapses excitadoras e inibidoras podem ser diferenciadas por
estas diferenças estruturais.
As diferenças estruturais entre as sinapses neuromusculares e as sinapses no SNC refletem uma adaptação funcional:
• A sinapse neuromuscular permite a passagem direta de informação entre neurónios motores pré-sinápticos e fibras
musculares esqueléticas pós-sinápticas, em que cada potencial de ação motor provoca um potencial de ação na fibra
muscular.
• As sinapses no SNC são integradoras; a atividade nos neurónios pós-sinápticos depende da atividade integrada de
múltiplos neurónios pré-sinápticos, em que cada potencial de ação em cada neurónio pré-sináptico é responsável por uma
fração da despolarização pós-sináptica; de outro modo é necessário uma dada frequência de potenciais de ação pré-
sinápticos para gerar um único potencial de ação pós-sináptico.
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