Hematopoieticas: Citogenética, Imunofenotipagem e Eletroforese de Proteínas Thayne Woycinck Kowalski Retomando a Biologia Tumoral
Carcinogênese tem, especialmente, três fases de evolução:
Iniciação: primeiro passo para tumorigênese, mutação no DNA irreversível.
Promoção: agentes promotores que não possuem capacidade de iniciação,
mas contribuem com a proliferação celular. Carcinógenos muitas vezes biológicos (hormônios e fatores de crescimento).
Progressão: desenvolvimento tumoral, surgimento de novas mutações e
consequentes subclones tumorais. Biologia Tumoral Diferentes tipos de mutações podem atingir os proto-oncogenes, tornando-os oncogenes. Porém, em neoplasias hematológicas, as quebras cromossômicas são as mais comuns, em especial as translocações, que produzem proteínas modificadas, denominadas oncoproteínas.
Dois tipos de genes estão envolvidos no
processo da tumorigênese: proto-oncogenes (proliferação) e genes supressores tumorais (apoptose). Translocação Recíproca Translocações recíprocas ocorrem quando não há perda de material genético, sendo, portanto, consideradas translocações balanceadas. Podem interferir na meiose.
As translocações podem quebrar genes
ao meio, alterando a expressão (exemplo 1), gerando proteínas quiméricas (exemplo 2) ou levando à perda de função da proteína (exemplo 3) Etiologia das Neoplasias Hematológicas
Alta heterogeneidade justifica a necessidade de classificação
Desde 2008: OMS em associação às Sociedades de Hematologia sustentam uma classificação baseada em: Achados morfológicos e contagem de blastos Provas citoquímicas Imunofenotipagem Citogenética Apresentação clínica Imunofenotipagem
Identificação de antígenos leucocitários específicos, associados à linhagem e ao
grau de maturação e diferenciação das células sanguíneas
Técnica se baseia no uso de anticorpos monoclonais conjugados a fluorocromos
Células são lidas, uma a uma, no citômetro de fluxo
Células em suspensão passam por um laser
Excita os fluorocromos conjugados
Populações celulares reconhecidas pelo desvio do feixe
de luz e medida do comprimento de onda
Citometria de Fluxo
Recomendada na classificação das leucemias agudas, sendo
também aplicada para avaliação de prognóstico e avaliação de doença residual mínima (marcadores preliminares → específicos) Ângulos de Dispersão
FSC: ângulo de dispersão frontal → detecta o tamanho celular
SSC: ângulo de dispersão lateral → detecta a composição, a complexidade celular
Exemplo - Diferenciação do Neutrófilo Exemplo - Linfócito CD4+ e CD8+
Das células avaliadas, qual o percentual de células
CD4+, CD8+ e CD4+/CD8+?
Qual o percentual de células que não possui nenhuma
das duas imunofenotipagens? Pode se afirmar qual o tipo celular desse percentual? Imunofenotipagem Preliminar e Complementar Citogenética
Avaliação citogenética permite mais
informações sobre prognóstico Verificação da remissão completa ou parcial Doença residual mínima Melhor material: aspirado de medula óssea Sangue periférico pode ser utilizado se > 10% de blastos Citogenética - Classificações
Clone: duas metáfases analisadas com a mesma alteração estrutural (se
hiperploidia) ou três metáfases, se hipoploidia → difícil na LLC
Alterações primárias: originam as neoplasias hematopoiéticas
Exemplo: Cromossomo Philadelphia
Alterações secundárias: auxiliam a avaliar o prognóstico ou tratamento
Exemplo: trissomia do 8 ou 19 na LMC
Cariótipo FISH Citogenética + Imunofenotipagem Leucemia Mieloide Aguda
Apesar de características clínicas similares,
as LMAs possuem causas citogenéticas e alterações morfológicas distintas
Geralmente os genes afetados são fatores
de transcrição
Em virtude do alto número de rearranjos,
indica-se realização de RT-PCR e FISH (55% dos casos)
GATA1: associado à Síndrome de Down
Leucemia Mieloide Aguda Cromossomo Philadelphia (t9:22)
Causa citogenética da Leucemia Mieloide Crônica
Translocação recíproca entre 9q34 e 22q11.
Formação de proteínas quiméricas BCR-ABL com alta proliferação (oncogenes),
conforme o sítio de quebra:
p190: Leucemia Linfoblástica Aguda
p210: Leucemia Mieloide Crônica
p230: Leucemia Neutrofílica Crônica
Outras Classificações LLA: t12;21(12p13;21q22), gene TEM-AML1 → 25% dos casos de crianças LLC: não se caracteriza por anormalidades citogenéticas Translocações também vistas em Linfoma Não-Hodgkin Neoplasmas mieloproliferativos: Se positivo para Ph (BCR-ABL1): LMC Se positivo JAK2 V617F: neoplasma mieloproliferativo JAK2 Se negativo para ambos: testar exon 12 de JAK2 (policitemia vera) e MPL (trombocitopenia essencial e mielofibrose) Mieloma Múltiplo
Neoplasia dos plasmócitos
Causa desconhecida, porém diversas alterações citogenéticas já visualizadas: del13q14, del17p13, anormalidades 11q, t(11;14)(q13;q32) e t(4;14)(p16;q32) Alterações de expressão de MYC e RAS, além de mutações em p53 e pRb-1 Células do mieloma múltiplo são hiperprodutoras de imunoglobulina monoclonal denominada proteína M Pico de imunoglobulinas na eletroforese de proteínas Eletroforese de Proteínas
Método diagnóstico que separa as proteínas plasmáticas em frações
Tal como na eletroforese de ácidos nucleicos, consiste na aplicação da amostra
(soro) em matriz sólida (celulose ou agarose) e submissão à potencial elétrico
Conforme a característica de cada proteína (peso molecular e carga elétrica), a
distância percorrida será diferente
Forma bandas: albumina, alfa-1-globulina, alfa-2-globulina, betaglobulina e
gamaglobulina
Bandas são quantificadas
Eletroforese de Proteínas Eletroforese de Proteínas Pico Policlonal X Pico Monoclonal
Pico policlonal - representa resposta imunológica Pico monoclonal - consiste no aumento
simultânea de diversos clones plasmocitários a homogêneo e fusiforme da fração gama, determinado estímulo antigênico, seja inflamatório, que representa a produção por um único imune ou infeccioso. Curva de base larga, clone plasmocitário de um tipo específico demonstrando a produção de todas as classes de de imunoglobulina. Esse padrão está imunoglobulinas associado às gamopatias monoclonais.