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O Câncer
É uma doença fundamentalmente genética: depende de uma alteração
no DNA;
As células que compõem um tumor geralmente são provenientes de uma única célula
ancestral, que formam um único clone (monoclonal).
Epidemiologia
• Principal causa de morte entre 45-60 anos no mundo
Se um dano ocorre em células da linhagem germinativa, entretanto, uma forma alterada
de um desses genes pode ser transmitida aos descendentes e predispor ao câncer.
Este risco aumenta em tais pessoas se deve ao fato de que cada uma de suas células já
deu o primeiro passo dos muitos envolvidos no desenvolvimento do tumor.
No CA familiar, a perda da atividade de um TSG ou ganho de outra por um pro-oncogene,
herdado na linhagem germinativa , é capaz de iniciar um processo de várias etapas que
levam ao CA;
Considerações ambientais
Duas linhas de argumentações adicionais apoiam a ideia de que a exposição aos agentes
ambientais pode alterar significativamente o risco de uma pessoa desenvolver câncer.
1. Uma série de agentes ambientais com propriedades carcinogênicas tem sido
identificada.
O CA gástrico é 3x mais comum entre os japoneses no Japão que nos japoneses no Havaí
e LA (técnicas utilizadas para preservar e temperar peixes?);
Considerações ambientais
O câncer de cólon é 10x mais comum na população dos EUA (dieta rica em gordura e
pobre em fibras).
Além disso, um componente genético é fortemente sugerido, pois há um aumento de várias vezes
no risco de uma pessoa desenvolver câncer de cólon quando um parente de primeiro grau é afetado.
É provável, então, que o risco de câncer seja uma composição de ambos os fatores, genéticos e
ambientais, com a interação entre os dois componentes.
Considerações ambientais
A radiação aumenta o risco de CA;
O risco depende da idade, sendo maior para crianças com menos de 10 anos e para idosos;
A radiação é muito crítica para pessoas que já apresentam defeitos inatos do reparo do DNA.
GENES DO CÂNCER
Os fatores de crescimento externos (proteínas e hormônios
esteroides) se ligam aos receptores na superfície celular,
Oncogenes Genes de
manutenção ou
de reparo
do DNA
Supressores
de Tumores
ONCOGENES
São genes cuja função alterada (genética e epigeneticamente) resulta em estimulação
anormal da divisão e proliferação celular;
Tem efeito dominante de ganho de função e um único alelo é suficiente para iniciar o
estágio de benigno para maligno;
Mutações de oncogenes em linhagem germinativa são mais raras e por isso são mais
vistos no ca esporádico;
Glioma é um tumor de células gliais, células que protegem, nutrem e dão suporte aos neurônios, logo podem ocorrer no encéfalo, na medula
espinhal ou mesmo junto a nervos periféricos.
ONCOGENES
Os oncogenes são tipicamente ativados por mutações com ganho de função, como:
amplificação gênica (ou seja, o aumento do número de genes por trissomias ou outros
mecanismos),
• Quando os retrovírus invadem uma nova célula, eles podem transferir o oncogene para o
genoma do novo hospedeiro, transformando a célula e iniciando o câncer.
Oncogenes ativados nas síndromes do CA
hereditário
Adenomatose Endócrina Múltipla, Tipo 2
Distúrbio autossômico dominante caracterizado por alta incidência de
carcinoma medular da tireoide;
O tratamento inicial pode ser feito com a droga imatinibe e é baseada na inibição dessa
atividade da “tirosina quinase”.
Oncogenes ativados no CA esporádico
Ativação via Translocação Cromossômica
Leucemia Mielóide Crônica
Estes inibidores de tirosina quinase podem induzir uma completa remissão da LMC, confirmando a
importância central da bcr-abl como causa da LMC.
A expressão persistente da telomerase não parece ser algo primário no CA, mas
parece ser importante para as etapas seguintes que permite a sobrevivência das cels.
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Nos oncogenes, o CA ocorre devido a ganho de função destes!
Ex: retinoblastoma infantil (criança herda 1 alelo e sofre mutação de outro ainda
na infância), mas pode ocorrer apenas de forma esporádica (e terá os 2 alelos
mutados na infância/sendo mais raro).
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Retinoblastoma
Raro tumor maligno da retina em crianças (1:20.000 nascimentos);
Estudos moleculares,
celulares e citogenéticos
indicam que a proteína RB1
é necessária para manter a
estabilidade
cromossômica..
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
O gene TP53
gene causador de câncer mais comumente alterado (metade dos casos).
70% dos tumores colorretais, em 40% dos tumores de mama e em 60% dos
tumores de pulmão.
Cerca de 80% a 90% das mutações no gene TP53 estão concentradas na porção
do gene que codifica o domínio de ligação ao DNA, impedindo tipicamente a
proteína p53 de ligar-se ao DNA de outros genes.
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
O gene TP53
• Substâncias carcinogênicas e vírus podem induzir mutações específicas no gene
TP53.
• Por exemplo, o vírus do papiloma humano, que é responsável pela maioria dos
casos de câncer de colo de útero, inativam tanto pRb quanto p53.
• Isso produz células que não podem nem reparar seu DNA, nem submeter-se a
apoptose em resposta ao dano, levando alguns casos ao câncer.
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
O gene TP53
A ingestão da aflatoxina B1, que pode causar câncer de fígado, produz uma substituição
de arginina por serina na posição 249 da proteína p53.
Embora mutações no TP53 que causam tumores tenham sido observadas principalmente
em células somáticas, mutações em linhagens germinativas são responsáveis por uma
condição hereditária de câncer conhecido como síndrome de Li-Fraumeni (LFS).
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Síndrome de Li-Fraumeni
São “cânceres familiares” com história marcante de muitas formas diferentes de
CA (sarcoma de osso e de tecidos moles, CA de mama ou cólon, tumores cerebrais, leucemias, adreno e
outros);
É causado por mutações em um dos 5 genes de reparo do DNA (MLH1, MSH2, MSH6,
PMS2 e EPCAM);
A penetrância é alta, com um risco de câncer colorretal durante a vida de 50% a 80% em
heterozigotos.
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Câncer de cólon esporádico
Existe evidência do envolvimento dos genes responsáveis pelo CA de cólon
familiar, como o MLH1, MSH2 e APC, também agindo no CA de cólon esporádico;
Assim, em 70% de todos os pólipos envolve o modelo dos dois eventos (mutação
germinativa e somática) no gene APC;
Nature Genetics 21, 163 - 167 (1999); Cancer-epigenetics comes of age. Peter A Jones1 & Peter W Laird1
GENES DE MANUTENÇÃO
GENES DE MANUTENÇÃO
Câncer de mama (BRCA1 e BRCA2)
É 3 a 5% mendeliano (hereditário) dominante de alta penetrância que aumenta
o risco de ca de mama de 4 a 7 vezes acima dos 12% de chances na população;
• Ele se liga ao produto do gene BRCA2, que, por sua vez se liga a RAD51, uma proteína
envolvida no reparo de quebras do DNA de fita.
• Além de suas funções na via de RAD51, as proteínas BRCA1 e BRCA2 ajudam a suprimir a
formação de tumores por suas interações com as proteínas p53, pRb e Myc.
GENES DE MANUTENÇÃO
Câncer de mama (BRCA1 e BRCA2)
Ex.
t(4;12)
Alteração cromossômica/ molecular em câncer
Outras mudanças são vistas apenas em metástases, mas não no tumor primário
original;