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Genética do Câncer

O Câncer
É uma doença fundamentalmente genética: depende de uma alteração
no DNA;

Um processo multifatorial: mutação genética, agentes químicos, físicos


e virais, baixas condições imunológicas; epigenética alterada.

Proliferação celular x ausência da morte


celular programada.
Os tumores são classificados de acordo com o tipo de tecido em que eles surgem.

de tecido epitelial (carcinomas, os tumores mais comuns),

de tecido conjuntivo (sarcomas),

de tecido linfático (linfomas),

de células gliais do sistema nervoso central (gliomas)

e de órgãos hematopoiéticos (leucemias).

As células que compõem um tumor geralmente são provenientes de uma única célula
ancestral, que formam um único clone (monoclonal).
Epidemiologia
• Principal causa de morte entre 45-60 anos no mundo

14 milhões casos/ano


8 milhões mortes/ano
Se não tratado é fatal!
O tratamento precoce é importante...
80 bilhões de dólares de gastos/ano/EUA
Causas do câncer
A causa básica do câncer é o dano de genes específicos.

Geralmente, as mutações gênicas se acumulam em células somáticas ao longo dos anos,


até que uma célula chega a um número de erros suficiente para dar início a um tumor.

Se um dano ocorre em células da linhagem germinativa, entretanto, uma forma alterada
de um desses genes pode ser transmitida aos descendentes e predispor ao câncer.

Este risco aumenta em tais pessoas se deve ao fato de que cada uma de suas células já
deu o primeiro passo dos muitos envolvidos no desenvolvimento do tumor.
No CA familiar, a perda da atividade de um TSG ou ganho de outra por um pro-oncogene,
herdado na linhagem germinativa , é capaz de iniciar um processo de várias etapas que
levam ao CA;
Considerações ambientais
Duas linhas de argumentações adicionais apoiam a ideia de que a exposição aos agentes
ambientais pode alterar significativamente o risco de uma pessoa desenvolver câncer.

1. Uma série de agentes ambientais com propriedades carcinogênicas tem sido
identificada.

a. Ex: a fumaça do cigarro causa câncer de pulmão e outros tipos de câncer.

b. Ex: o pó de urânio no câncer de pulmão entre mineiros e a exposição ao amianto no


câncer de pulmão e no mesotelioma (membrana das paredes toráxicas e abdominal).
Considerações ambientais
2. Comparações epidemiológicas entre populações com diferentes estilos de vida.

Ex: O câncer da mama é prevalente entre europeus e americanos de origem europeia,


mas relativamente raro entre as mulheres de países em desenvolvimento.

O CA gástrico é 3x mais comum entre os japoneses no Japão que nos japoneses no Havaí
e LA (técnicas utilizadas para preservar e temperar peixes?);
Considerações ambientais
O câncer de cólon é 10x mais comum na população dos EUA (dieta rica em gordura e
pobre em fibras).

Também é interessante notar que a incidência de câncer de cólon, no Japão, tenha


aumentado devido a uma dieta mais parecida com a da América do Norte e da Europa.

Normalmente, é difícil determinar se essa disparidade reflete diferenças no estilo de


vida ou nas frequências gênicas.
Considerações ambientais
Para explicar a distinção na incidência de câncer de cólon entre japoneses que moram nos EUA
(mais alta) e naqueles que vivem no Japão, é argumentado que as características ambientais no
Japão tornam os genes de predisposição ao câncer menos penetrantes.

Além disso, um componente genético é fortemente sugerido, pois há um aumento de várias vezes
no risco de uma pessoa desenvolver câncer de cólon quando um parente de primeiro grau é afetado.

É provável, então, que o risco de câncer seja uma composição de ambos os fatores, genéticos e
ambientais, com a interação entre os dois componentes.
Considerações ambientais
A radiação aumenta o risco de CA;

Os dados de sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki mostraram um longo período de latência na


faixa de 5 anos para leucemia e até 40 anos, para outros tumores;

O risco depende da idade, sendo maior para crianças com menos de 10 anos e para idosos;

A radiação é muito crítica para pessoas que já apresentam defeitos inatos do reparo do DNA.
GENES DO CÂNCER
Os fatores de crescimento externos (proteínas e hormônios
esteroides) se ligam aos receptores na superfície celular,

ativando vias de transdução de sinais em que genes, como o RAS,


participam.

Componentes da via de transdução de sinais, por sua vez,


interagem com fatores de transcrição nucleares, como os produtos
dos genes Myc e FOS, que podem se ligar a regiões reguladoras no
DNA.
Classes de Genes envolvidos no câncer

Oncogenes Genes de
manutenção ou
de reparo
do DNA
Supressores
de Tumores
ONCOGENES
São genes cuja função alterada (genética e epigeneticamente) resulta em estimulação
anormal da divisão e proliferação celular;

Tem efeito dominante de ganho de função e um único alelo é suficiente para iniciar o
estágio de benigno para maligno;

Mutações de oncogenes em linhagem germinativa são mais raras e por isso são mais
vistos no ca esporádico;

Oncogenes codificam proteínas que agem em todas as etapas da divisão celular...


ONCOGENES

Glioma é um tumor de células gliais, células que protegem, nutrem e dão suporte aos neurônios, logo podem ocorrer no encéfalo, na medula
espinhal ou mesmo junto a nervos periféricos.
ONCOGENES
Os oncogenes são tipicamente ativados por mutações com ganho de função, como:

amplificação gênica (ou seja, o aumento do número de genes por trissomias ou outros
mecanismos),

b. hipometilação na região 5’ (o que aumenta a transcrição) ou

c. rearranjos cromossômicos que ativam o oncogene (p. ex., a translocação do cromossomo


Filadélfia)
Mutações que levam à ativação de proto-oncogenes
ONCOGENES
• Por exemplo, o oncogene HER2/NEU, está amplificado em aproximadamente 20% a 30%
dos carcinomas invasivos/agressivos de mama.

• O produto proteico do HER2R/NEU é um receptor de fator de crescimento localizado na


superfície das células do câncer de mama.

• Identificado por (FISH) ou (array CGH).


ONCOGENES
• Os retrovírus (RNA em DNAc) podem causar câncer.

• Alguns retrovírus carregam versões alteradas de genes que promovem crescimento


celular (Ex, oncongene Ras que ocorre tanto em retrovírus como em humanos).

• Quando os retrovírus invadem uma nova célula, eles podem transferir o oncogene para o
genoma do novo hospedeiro, transformando a célula e iniciando o câncer.
Oncogenes ativados nas síndromes do CA
hereditário
Adenomatose Endócrina Múltipla, Tipo 2
Distúrbio autossômico dominante caracterizado por alta incidência de
carcinoma medular da tireoide;

As mutações estão no gene RET (variante MEN2) que codifica um


receptor de tirosina quinase (os receptores, mesmo na ausência do
ligante, permanecem sempre ligados e prontos para fosforilar);

Pessoas com mutações em RET tem 60% de chance de desenvolvimento


sintomático de carcinoma medular da tireiode!
O gene RET quando mutado codifica um receptor
tirosina quinase permanentemente fosforilado
mesmo na ausência do ligante;
Oncogenes ativados no CA esporádico
Ativação via Translocação Cromossômica

Nem sempre os oncogenes resultam de mutações no DNA;

Podem surgir por alterações cromossômicas – translocação, com mais de


40 identificadas (leucemias (tumores do sangue) /sarcomas (do tecido
conjuntivo/osso/músculo) e carcinomas (origem no tecido epitelial);

A quebra ocorre entre dois íntrons de 2 genes que fusionados, originam


uma proteína quimérica com nova propriedade;
Oncogenes ativados no CA esporádico
Ativação via Translocação Cromossômica
Leucemia Mielóide Crônica
o caso mais conhecido é a “Translocação recíproca 9/22” que aproxima os genes bcr/abl
(proto-oncogene silenciado).

origem do “cromossomo Filadélfia” – Leucemia Mielóide Crônica


Oncogenes ativados no CA esporádico
Ativação via Translocação Cromossômica
Leucemia Mielóide Crônica
Proteína p210 kD (abl/bcr) – ativa uma cascata de proteínas que controla o ciclo celular,
acelerando a divisão celular e inibição da reparação do DNA;

O tratamento inicial pode ser feito com a droga imatinibe e é baseada na inibição dessa
atividade da “tirosina quinase”.
Oncogenes ativados no CA esporádico
Ativação via Translocação Cromossômica
Leucemia Mielóide Crônica
Estes inibidores de tirosina quinase podem induzir uma completa remissão da LMC, confirmando a
importância central da bcr-abl como causa da LMC.

Mais comum em adulto ocorrendo em apenas 4% na infância.


Oncogenes ativados no CA esporádico
Ativação via Translocação Cromossômica
Linfoma de Burkitt

É um tumor da mandíbula comum em crianças e restrito à África Equatorial;

Ocorre via translocação 8;14 que coloca o acentuador ou outros ativadores


transcricionais, pertencentes aos genes das imunoglobulinas, perto do gene MYC;

MYC é um fator transcricional com efeito


potente na expressão de vários genes da
proliferação celular.
Oncogenes ativados no CA esporádico
A telomerase como um oncogene

À medida que as cels se dividem em 50 a 70x, a atividade das telomerases


diminui em todos os tecidos do corpo, exceto na medula óssea.

Consequência - a diminuição dos telômeros e envelhecimento celular.

Em alguns tumores, os genes para síntese de telomerase estão


superexpressados.

A superexpressão anormal é encontrada em 85% a 90% das células tumorais.


Oncogenes ativados no CA esporádico
A telomerase como um oncogene

 Evidências indicam que a telomerase estimula a proliferação celular


independentemente do seu efeito no comprimento do telômero (não é claro!)

 A expressão persistente da telomerase não parece ser algo primário no CA, mas
parece ser importante para as etapas seguintes que permite a sobrevivência das cels.
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Nos oncogenes, o CA ocorre devido a ganho de função destes!

Nos TSGs, ocorre através da perda de função (deleção/substituição ou


silenciamento epigenético) de ambos os alelos de um gene.
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Os TSGs,foram descobertos em 1960 para explicar a origem do CA esporádico e
hereditário, simultaneamente;

O gene RB1 foi o primeiro exemplo de gene supressor de tumor identificado,


uma classe de genes que controla a divisão celular.

Ex: retinoblastoma infantil (criança herda 1 alelo e sofre mutação de outro ainda
na infância), mas pode ocorrer apenas de forma esporádica (e terá os 2 alelos
mutados na infância/sendo mais raro).
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Retinoblastoma
Raro tumor maligno da retina em crianças (1:20.000 nascimentos);

Herança autossômica dominante (90% de penetrância);

40% dos retinoblastomas são de origem hereditária com mutação de 1 alelo no


locus RB1 na linhagem germinativa seguida por outra mutação somática;
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Retinoblastoma
Os outros 60% dos casos são esporádicos (ambos os alelos RB1, em uma única
cel da retina, foram
inativados independentemente);

Como os dois eventos na


mesma cel são raros, há apenas
um único tumor clonal em
apenas um olho;
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Retinoblastoma
As crianças com retinoblastoma hereditário que
sobrevivem aos seus CA de infância tem um risco de
400x para outros CA na vida adulta;

A perda do gene RB1 priva a cels dos pontos de


checagem, permitindo a proliferação acelerada!
Silenciamento da pRb (supressor tumoral) via mutação

1. A pRb atua como um importante inibidor ligado


ao E2F, interrompendo o ciclo antes do início da
fase S.

2. O complexo ciclina D-CDK4 fosforila e inativa pRb


liberando o complexo E2F, e permitindo que a
célula progrida para a fase S.

3. Mutações de ponto na pRb a tornam


permanentemente fosforilada, liberando
permanentemente o fator transcricional E2F.
Silenciamento da pRb (supressor tumoral) via epigenética

Estudos moleculares,
celulares e citogenéticos
indicam que a proteína RB1
é necessária para manter a
estabilidade
cromossômica..
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
O gene TP53
gene causador de câncer mais comumente alterado (metade dos casos).

70% dos tumores colorretais, em 40% dos tumores de mama e em 60% dos
tumores de pulmão.

Cerca de 80% a 90% das mutações no gene TP53 estão concentradas na porção
do gene que codifica o domínio de ligação ao DNA, impedindo tipicamente a
proteína p53 de ligar-se ao DNA de outros genes.
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
O gene TP53
• Substâncias carcinogênicas e vírus podem induzir mutações específicas no gene
TP53.

• Por exemplo, o vírus do papiloma humano, que é responsável pela maioria dos
casos de câncer de colo de útero, inativam tanto pRb quanto p53.

• Isso produz células que não podem nem reparar seu DNA, nem submeter-se a
apoptose em resposta ao dano, levando alguns casos ao câncer.
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
O gene TP53
A ingestão da aflatoxina B1, que pode causar câncer de fígado, produz uma substituição
de arginina por serina na posição 249 da proteína p53.

A exposição ao benzopireno encontrado na fumaça do cigarro, alteram o gene TP53 em


tumores de pulmão.

Embora mutações no TP53 que causam tumores tenham sido observadas principalmente
em células somáticas, mutações em linhagens germinativas são responsáveis por uma
condição hereditária de câncer conhecido como síndrome de Li-Fraumeni (LFS).
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Síndrome de Li-Fraumeni
São “cânceres familiares” com história marcante de muitas formas diferentes de
CA (sarcoma de osso e de tecidos moles, CA de mama ou cólon, tumores cerebrais, leucemias, adreno e
outros);

Exibe padrão autossômico dominante (50% apresentam tumores invasivos antes


dos 30 anos e 90% até os 70 anos);

O supressor tumoral TP53 (proteína P53) está mutado em todas as SLF.


GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Síndrome de Li-Fraumeni
Mutações no gene TP53 são responsáveis por
aproximadamente 75% dos casos de LFS;

outros casos resultam de mutações no TSG CHEK2 que


fosforila p53 em resposta à radiação ionizante.

Mutações com perda de função no CHEK2 resultam na


falta de ativação da p53, causando LFS pela via da p53.
PERDA DA FUNÇÃO DE GENES TP53 e RB1
NO CA ESPORÁDICO
A mutação somática (deleção e/ou epigenética) que causa a perda de função de
ambos os alelos de TP53 é uma das alterações genéticas vistas no CA esporádico;

Estes incluem o CA de mama, de ovário, de bexiga, cervical, esofagiano,


colorretal, de pele, pulmão e vários outros;

O gene RB1 está frequentemente mutado em vários cânceres,incluindo o CA de


mama;
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Neurofibromatose Tipo 1
É herança autossômica dominante e afeta o
sistema nervoso periférico;

O gene está localizado no cromossomo 17;

O gene mutante regulador falha na regulação


do crescimento em cels normais, formando
neurofibromas que formam tumores;

O gene NF1 é um supressor tumoral.


GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Neurofibromatose Tipo 1
Localização do gene NF1 no cromossomo 17q
identificou dois pontos de substituição.

A proteína RAS é um componente-chave da


via de transdução de sinal, transmitindo sinais
de crescimento positivos em sua forma ativa.

O produto do gene NF1, a neurofibromina,


também desempenha um papel na transdução
de sinal inibindo a RAS.
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
CA de Cólon Familiar
De 3 a 5% dos casos exibe herança autossômica dominante
(polipose adenomatosa familiar);

As chances duplicam-triplicam caso um parente de 1º grau


seja afetado.

Nos heterozigotos para FAP, numerosos pólipos benignos


tornam-se malignos após segunda mutação somática;

 o gene responsável, APC, é regulador da proliferação.


GENES SUPRESSORES DE TUMOR
CA de Cólon Familiar
A perda de APC leva ao acúmulo de b-
catenina citoplasmática livre que é
translocada para o núcleo...

....onde ativa a transcrição de genes de


proliferação celular, incluindo o MYC
(oncogene);

Logo, APC é um gene supressor


controlador importante para dosar a
quantidade de catenina ideal no B-catenina deve ser degrada pelo produto do
citoplasma. APC e normalmente encontra-se em pequena
quantidade no citoplasma!!
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Progressão do CA de Cólon Familiar
1. Via do câncer de cólon (sucessão de perdas de TSGs).

2. A perda do gene APC (TSG) transforma o tecido


epitelial normal do intestino em hiperproliferativo.

3. A hipometilação promove a ativação do proto-


oncogene KRAS (potencializa a proliferação celular)

4. A perda do gene SMAD4 (TSG) promove a progressão


para adenoma benigno.

5. A perda do gene TP53 (TSG) e outras alterações


culminam na progressão para carcinoma maligno e
metástases..
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
CA de Cólon Familiar
Em alguns casos, a perda da função de APC ocorre devido à hipermetilação de sua
região promotora, o que resulta na redução da transcrição.

A hipermetilação, assim como outras alterações na regulação gênica, tem sido


observada na inativação de diversos genes supressores de tumor e de reparo do DNA:
P53 (vários tipos de ca),
 retinoblastoma (RB1),
câncer de mama e ovário (BRCA1),
câncer colorretal não polipomatoso hereditário (MLH1),
melanoma maligno (CDKN2A) e outros...
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
CA hereditário Não-polipose do cólon
Ocorre numa fase mais adulta e sem os pólipos (ou poucos);

É causado por mutações em um dos 5 genes de reparo do DNA (MLH1, MSH2, MSH6,
PMS2 e EPCAM);

É herança autossômica dominante, com mutação do segundo alelo normal na cel.


mitótica;

A penetrância é alta, com um risco de câncer colorretal durante a vida de 50% a 80% em
heterozigotos.
GENES SUPRESSORES DE TUMOR
Câncer de cólon esporádico
Existe evidência do envolvimento dos genes responsáveis pelo CA de cólon
familiar, como o MLH1, MSH2 e APC, também agindo no CA de cólon esporádico;

Assim, em 70% de todos os pólipos envolve o modelo dos dois eventos (mutação
germinativa e somática) no gene APC;

Outros 30% de caráter estritamente esporádico, as duas mutações estão


presentes nos pólipos, mas não nos tecidos vizinhos.
Modelo dos 2 eventos

Nature Genetics 21, 163 - 167 (1999); Cancer-epigenetics comes of age. Peter A Jones1 & Peter W Laird1
GENES DE MANUTENÇÃO
GENES DE MANUTENÇÃO
Câncer de mama (BRCA1 e BRCA2)
É 3 a 5% mendeliano (hereditário) dominante de alta penetrância que aumenta
o risco de ca de mama de 4 a 7 vezes acima dos 12% de chances na população;

O risco é aumentado de 4x até 7x se um parente de 1º grau é afetado;

Parece estar mais relacionado á herança multifatorial (95%) que mendeliana


(mas sempre com um componente genético/epigenético);

mutações em dois genes principais (BRCA 1 no 17q21 e BRCA2 no 13q12) levam


à maior suscetibilidade.
GENES DE MANUTENÇÃO
Câncer de mama (BRCA1 e BRCA2)
• Os genes BRCA1 e BRCA2 não semelhantes participam do processo de reparo do DNA.

• O produto proteico do BRCA1 é fosforilado pelas quinases ATM/CHEK2 em resposta a


danos no DNA.

• Ele se liga ao produto do gene BRCA2, que, por sua vez se liga a RAD51, uma proteína
envolvida no reparo de quebras do DNA de fita.

• Além de suas funções na via de RAD51, as proteínas BRCA1 e BRCA2 ajudam a suprimir a
formação de tumores por suas interações com as proteínas p53, pRb e Myc.
GENES DE MANUTENÇÃO
Câncer de mama (BRCA1 e BRCA2)

1. Mutações em todos os genes de todas as etapas


levam ao câncer.

Ex.

a. Mutações no gene CHEK2 podem causar LFS


(tanto pelo BRCA1 como pela p53).

b. Mutações no gene ATM podem causar ataxia-


telangiectasia (vasos dilatados)
GENES DE MANUTENÇÃO
Câncer de mama (outros genes)
Estima-se que os principais genes do câncer da mama, como BRCA1, BRCA2, PTEN, PALB2
e CHEK2, representem menos de 25% da predisposição hereditária geral.

Outros genes no ca de mama não-hereditário envolvidos são:

1. receptor 2 de fator de crescimento de fibroblastos (FGFR2)


2. Mutações em um gene supressor de tumor chamado PTEN.
3. Mutações no gene PALB2, que forma um complexo com BRCA1 e BRCA2 no reparo de
quebras de dupla fita
A relação entre o risco relativo do câncer de mama devido a uma variante associada ao
câncer (eixo y) e a frequência da variante na população (eixo x).
Metilação e câncer
Genes supressores de tumores podem ser silenciados pela
hipermetilação da região promotora CpGs;

Oncogenes são ativados pela hipometilação (perdem o silenciamento);

Instabilidade cromossômica ocorre devido a hipometilação de regiões


não promotoras como DNA centromérico;

Acredita-se que mais de 50% do ca são de forma Epigenética (terapia da


reversibilidade)?
MUDANÇAS CITOGENÉTICAS NO CÂNCER
Aneuploidia e Aneussomia

Mudanças citogenéticas são marcos no CA, especialmente nos estágios mais


avançados;

Essas alterações envolvem defeitos nos genes envolvidos na estabilidade


cromossômica e na integridade e segregação mitótica precisa;

Quando cels tumorais são cariotipadas, várias alterações são observadas e em


todos os tipo de canceres;

As alterações são diretamente proporcionais ao estágio do CA.


t(1;11)

t(4;12)
Alteração cromossômica/ molecular em câncer

NEOPLASIA TRANSLOCAÇÃO CASOS PROTO-ONCOGENE

L. BURKITT t(8;14)(q24;q32) 80% myc

LMC t(9;22)(q34;q31) 90-95% BCR-abl

LLC t(11;14)(q13;q32) 10-30% bcl-1

LINFOMA t(14;18)(q32;q21) bcl-2


FOLICULAR
MUDANÇAS CITOGENÉTICAS NO CÂNCER
Aneuploidia e Aneussomia

As anomalias citogenéticas encontradas repetidamente em um certo tipo de CA


estão provavelmente envolvidas na iniciação ou na progressão de uma neoplasia
maligna;

Outras mudanças são vistas apenas em metástases, mas não no tumor primário
original;

Um foco atual nas pesquisas é a definição molecular e citogenética dessas


anomalias, muitas delas relacionadas com pro-oncogenes e genes supressores.
MUDANÇAS CITOGENÉTICAS NO CÂNCER
Amplificação gênica

Amplificações são comumente vistas no CA, incluindo o neuroblastoma,


carcinomas de cabeça e pescoço, CA colorretal e outros;

O DNA amplificado é visto na HGComparativa e são compatíveis com os achados


citogenéticos: os duble minutes e regiões de coloração homogêneas
(eucromatina) que carregam os pro-oncogenes ativos (Myc, Ras e o receptor para
fatores de crescimento – proliferação cel e bloqueio da apoptose);

Myc é amplificado mais de 200x em 40% dos neuroblastomas avançados!


Ocorrência Familiar
Ocorrência Familiar

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