Os mecanismos de tratamentos e diagnóstico de câncer estão em
aprimoramento. Ao suspeitar de um paciente com câncer, o médico pede para que ele realize a biópsia. Por meio do exame observa-se a morfologia das células. Ex.: Em uma biópsia de células epiteliais de um paciente saudável, há a disposição das células-tronco (se destacam das demais por possuírem núcleo maior) na base do epitélio e células diferenciadas em seguida. Se o exame é repetido em um portador de câncer, células com núcleos grandes são dominantes na constituição do epitélio. Essas alterações morfológicas simbolizam na verdade, células cancerígenas. O câncer se desenvolve em função de estímulos químicos. Esses estímulos químicos que causam câncer são também chamados de carcinogênicos. A aflatoxina B1 é um exemplo de carcinogênico. Os vírus também são agentes causadores de câncer. Há o exemplo do Papiloma vírus humano, que produz proteínas (E6 e E7) que se acoplam às proteínas inibidoras de quinase (p53 e p21), estimulando a continuidade do ciclo celular e levando as células para a fase S. Esse mecanismo resulta na disseminação das células virais invasoras, podendo causar câncer em casos graves. Outros fatores são estímulos para que o câncer se desenvolva: se houver fator de crescimento estimulando a proliferação celular e não houver Rb controlando a proliferação, um câncer pode ser gerado com maior facilidade. MECANISMOS • Transformação de proto-oncogene para oncogene
- Pode ocorrer por meio de três genes: tirosino-quinase, Ras e Myc
- Esses genes são receptores de estímulos químicos, que quando encaixados provocam a proliferação celular. São genes essenciais para o controle da proliferação, mas, mutações transformam proto-oncogenes em super proto- oncogenes (over-expression). - A tirosino-quinase possui duas funções. A primeira é como receptor de fator de crescimento e a segunda é como transportador do fator de crescimento até a núcleo. No núcleo, a fator de crescimento chega até a quinase, a quinase fosforila a proteína retinoblastoma e por fim E2F é gerado para que ocorra a expressão de genes começar.
Esse processo (mutação) pode ocorrer de três maneiras:
Transformação celular I – Mutação em ponto: o proto-oncogene sofre mutação em ponto, tendo aminoácidos alterados. Com isso, há uma hiperatividade do proto- oncogene, gerando uma produção exacerbada de células. Esse mecanismo ocorre em função das falhas da enzima DNA polimerase e acontece aleatoriamente.
II – Amplificação de gene: a cópia de genes feita por deslizamento é
amplificada, causando um número maior de cópias de DNA. Esse mecanismo é causado em função de químico-estimuladores.
III – Alteração de proto-oncogene: pedaços de DNA entram ou na região
promotora ou entre os éxons 1 e 2 do proto-oncogene. Ocorre então a alteração dos genes constituintes do proto-oncogene. Esse mecanismo é feito por vírus, e eles visam a produção de RNA mensageiro mutados com DNA
Ex.: Retrovírus (ALV – Avian Leukemia Virus) se integra ao proto-oncogene do
hospedeiro Myc na região intermediária dos éxons 1 e 2 (alteração de proto- oncogene). Esse vírus pode ainda causar câncer por outro mecanismo; ele carrega v-Myc ou v-tirosino-quinase, podendo se integrar em qualquer lugar do genoma do hospedeiro. Este segundo mecanismo é possível por conta de o vírus produzir seu próprio proto-oncogene viral. - A transformação de proto-oncogene em oncogene pode ser causada ainda por disfunção de gene supressor tumoral (p53, pRb, e proteínas de reparo de DNA). Nesse caso, o vírus controla o ciclo celular, de modo que aciona pRb e induz a entrada das células na fase S. P53 pode ativar p21 e quando não exerce essa função pode fazer reparo de DNA e realizar morte programada de células (apoptose). Genes de reparo de DNA, têm função de eliminar mutações causadas por erros de DNA polimerase. Mutações em genes de supressor tumoral são nocivas e podem ser aberturas para surgimento de câncer. Há a imunoterapia para tratar câncer, mas o tratamento não é acessível.