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CARCINOGÊNESE As células cancerosas utilizam uma série de estratégias

para impulsionar sua proliferação e se tornar insensíveis


A hipótese genética sugere que uma massa tumoral
aos reguladores do crescimento normal
resulte da expansão clonal de uma só célula progenitora
que sofreu dano genético (tumores são monoclonais) Os genes que promovem o crescimento celular
autônomo nas células cancerígenas são chamados de
4 CLASSES DE GENES REGULADORES SÃO ALVOS DE
oncogenes
MUTAÇÕES:
Os oncogenes são criados por mutações nos proto-
- proto-oncogenes
oncogenes
- genes supressores de tumor
Os oncogenes codificam as oncoproteínas que possuem
- genes que regulam a morte celular programada capacidade de promover a proliferação celular na
(apoptose) ausência de sinais promotores de crescimento

- genes envolvidos no reparo de DNA ETAPAS ENVOLVIDAS NA PROLIFERAÇÃO CELULAR:

A carcinogênese resulta do acúmulo de mutações 1. Ligação de um fator de crescimento ao seu


complementares de forma gradual ao longo do tempo receptor específico na membrana celular
2. Ativação transitória e limitada do receptor do
As modificações epigenéticas também contribuem para fator de crescimento, que por sua vez ativa
a formação de neoplasias malignas várias proteínas transdutoras de sinal no
ETAPAS DA CARCINOGÊNESE folheto interno da membrana plasmática
3. Transmissão do sinal transduzido através do
Uma célula normal sofre uma mutação induzida por citosol para o núcleo por meio de segundos
carcinógeno mensageiros ou de uma cascata de moléculas
Esse precursor, assemelha-se a célula tronco. A partir de transdução de sinal
daí, essa mutação afeta a integridade genômica, 4. Indução e ativação de fatores reguladores
formando um precursor fenotipicamente mutado nucleares que iniciam e regulam a transcrição
do DNA
Após a primeira célula cancerosa estar formada, 5. Entrada e progressão da célula em um ciclo
mutações adicionais, formaram subclones, dando celular, acabando por resultar em divisão
origem ao câncer geneticamente heterogêneo celular
O CÂNCER EXIBE 8 ALTERAÇÕES FUNDAMENTAIS EM PROTEÍNA RAS
SUA FISIOLOGIA QUE CONFIGURAM SUA MARCA
REGISTRADA: É um proto-oncogene mutado com mais frequência nos
tumores humanos (30%)
- autossuficiência nos sinais de crescimento
RAS ativado (ligado ao GTP) x RAS quiescente (ligado ao
- insensibilidade aos sinais inibidores do crescimento GDP)
- metabolismo celular alterado A estimulação de células por fatores de crescimento,
como EGF e PDGF, leva a troca de GDP por GTP e a
- evasão do apoptose
alterações subsequentes de conformação que geram
- potencial de replicação ilimitado (imortalidade) RAS ATIVA

- angiogênese sustentada RAS ativa estimula as vias de sinalização MAKP e


PIK3/AKT que ativam fatores de transcrição que atuam
- capacidade de invadir e metastizar
sobre genes envolvidos com o crescimento celular
- evasão da resposta imune do hospedeiro
Mutações nas GTPases permitem a ativação
AUTOSSUFICIÊNCIA NOS SINAIS DE CRESCIMENTO descontrolada de RAS

GENE ABL
Tirosina cinase não associada a membrana Gene do retinoblasto (RB) e gene TP53

O gene ABL é translocado de seu sítio normal no GENE RB (REGULADOR DA PROLIFERAÇÃO)


cromossomo 9 para o cromossomo 22 onde ele se
O primeiro gene supressor de tumor a ser descoberto
fusiona com o gene BCR
Duas mutações (eventos), envolvendo ambos os alelos
O gene quimérico resultante codifica uma tirosina
do RB no lócus cromossômico 13q14, são requeridas
cinase BCR-ABL oncogênica, consecutivamente ativa
para produzir retinoblastoma
Mutação presente na LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA
Em casos familiares, as crianças herdam uma cópia
Resposta terapêutica notável por meio de inibidores da defeituosa do gene RB na linhagem germinativa, a outra
cinase BCR-ABL (vício ao oncogene) cópia é normal

ONCOGENE MYC Em casos esporádicos, ambos os alelos RB normais se


perdem por mutação somática em um dos retinoblasto
Fatores de transcrição ativado pela sinalização
RAS/MAPK A proteína RB regula negativamente a transição do ciclo
celular G1/S
Funções:
O gene RB está inativo na maioria dos cânceres
- ativa a expressão de genes envolvido no crescimento
humanos
celular (ciclina D)
A proteína RB existe em um estado ativo
- regula a expressão telomerase
hipofosforilado nas células quiescentes e em um estado
- regula a reprogramação celular inativo hiperfosforilado em células que passam através
da transição entra o ciclo G1/S
Amplificação gênica desregulada
RB em sua forma ativa se liga a família dos fatores de
CICLINAS E CINASES DEPENDENTES DE CICLINAS transcrição E2F, impedindo a transcrição de genes da
O ciclo celular consiste em fases G1 (pré-sintética), S fase S
(síntese de DNA), G2 (pré-mitótica) e M (mitótica) Muitos vírus DNA oncogênicos, como HPV (que possui o
A progressão das células através do ciclo celular é gene E7) codificam proteínas que se ligam a RB e a
orquestrada por cinases dependentes de ciclina (CDK) tornam não funcional
que são ativas através da ligação as cinases GENE TP53 (GUARDIÃO DO GENOMA)
Inibidores de CDK (CDKI) exercem controle negativo O TP53, um gene supressor de tumor que regula a
sobre o ciclo celular progressão do ciclo celular, o reparo de DNA, a
Existem dois pontos principais de checagem do ciclo senescência celular e a apoptose, e é o gene que sofre
celular, um na transição de G1/S e outro em G2/M mutação e, cânceres humanos com mais frequência

Mutações de ganho função em genes de ciclina D e Genes cuja transcrição é deflagrada por P53 suprimem a
CDK4 promovem a progressão G1/S transcrição neoplásica por 3 mecanismos:

CDKI sofrem mutações ou estão silenciados em muitas - interrupção do ciclo celular mediada por P53 em
malignidades humanas resposta primordial ao dano no DNA

INSENSIBILIDADE A INIBIÇÃO DO CRESCIMENTO - senescência induzida por P53 é a interrupção


permanente do ciclo celular
Os produtos dos genes supressores de tumores freiam a
proliferação celular - apoptose induzida por P53 de células com dano
irreversível ao DNA
A quebra de tais genes torna as células refratárias a
inibição de crescimento e simula os efeitos promotores Em síntese, P53 é ativada por estresses, como o dano
de crescimento dos oncogenes ao DNA, e auxilia no reparo do DNA causando a
interrupção de G1 e induzindo os genes ao reparo do A reprogramação metabólica é produzida por cascatas
DNA de sinalização a jusante dos receptores de fatores de
crescimento, as mesmas vias que são desreguladas por
Uma célula com DNA danificado sem possibilidade de
mutações nos oncogenes e genes supressores de
reparo é direcionada por P53 para entrar em
tumores em cânceres
senescência ou sofrer apoptose
EVASÃO DA MORTE CELULAR PROGRAMADA
Com a perda homozigótica do gene TP53, o dano ao
(APOPTOSE)
DNA não é reparado, as mutações se tornam fixas nas
células em divisão e a célula entra em uma via de mão O acúmulo de células neoplásicas pode resultar de
única que leva a transformação maligna mutações nos genes que regulam a apoptose

APC (GUARDIÃ DA NEOPLASIA DO CÓLON) VIA INTRÍNSECA (MITOCONDRIAL)


o agente APC (polipose adenoma colônica) codifica uma
Perda de P53, levando a função reduzida de fatores pró-
proteína citoplasmática cuja função dominante é
apoptóticos, tais com BAX, BAK E PUMA
regular os níveis intracelulares de B-catenina
A maioria dos tumores sólidos e hematopoiéticos
A B-catenina é um importante componente da chamada
superexpressam pelo menos um membro da família
via de sinalização WNT que regula a proliferação celular
BCL2
Na ausência da sinalização WNT, a APC provoca a
Isso leva a redução da saída do citocromo C e perda de
degradação da B-catenina, impedindo o seu acúmulo no
ativação de peptidase apoptótica (APAF-1)
citoplasma
Regulação positiva de inibidores de apoptose
A sinalização através da WNT bloqueia a formação do
complexo de destruição, estabilizando a B-catenina e VIA EXTRÍNSECA (RECEPTORES DE TNF)
permitindo que ela se transloque do citoplasma para o
núcleo Redução do nível de CD95

A B-catenina forma um complexo de ativação de Inativação do complexo de sinalização induzido por


transcrição como o fator TCF aumentando a transcrição morte
de MYC, ciclina D1, e outros genes associados ao POTENCIAL DE REPLICAÇÃO ILIMITADO
crescimento celular (IMORTALIDADE)
METABOLISMO CELULAR ALTERADO Todos os cânceres contêm células que são imortais e
As células cancerígenas demonstram uma forma que possuem potencial replicativo ilimitado
distinta de metabolismo celular caracterizada por altos 3 fatores que contribuem:
níveis de absorção de glicose e aumento da conversação
de glicose para a lactose (fermentação) através da via - evasão da senescência: hipótese da regulação negativa
glicolítica (EFEITO WARBURG) de supressores tumorais

Glicólise aeróbica- resulta em 2 moléculas de ATP - evasão da crise mitótica: ação da telomerase

Fosforilação oxidativa- resulta em 36 moléculas de ATP - autorrenovação: células tronco cancerígenas

Por que é vantajoso para uma célula cancerígena contar ANGIOGÊNESE SUSTENTADA
com a glicólise aparentemente ineficiente, ao invés da Crescimento de novos vasos a partir de capilares
fosforilação oxidativa? previamente existentes
- A glicólise aeróbica proporciona as células tumorais de Por que é importante para o crescimento tumoral?
divisão rápida intermediários metabólicos que são
necessários para a síntese de componentes celulares, - provê nutrientes e oxigênio e remoção de resíduos
ao passo que a fosforilação oxidativa mitocondrial não
- células endoteliais secretam fatores de crescimento
- contribuem para metástase - baixo nível de TIMPs (inibidores de
metaloproteinases de matriz)
Fatores pró-angiogênicos são regulados pelas células
3. alterações na fixação das células tumorais as
tumorais e pelo estroma associado:
proteínas da MEC
- hipóxia aumento VEGF e B-FGF - perda de receptores de adesão na membrana
celular tumoral
- mutações de perda de função em P53 aumento - clivagem das proteínas da membrana basal,
VEGF e diminuição Trombospondina-1 (TSP-1) colágeno IV e laminina, por MMP-2 ou MMP-9,
- mutações de ganho de função em RAS ou MYC gera novos sítios que se ligam aos receptores
aumento VEGF e B-FGF nas células tumorais e estimulam a migração
4. locomoção
Inibidores de VEGF são utilizados para tratar um - participação de proteínas envolvidas com a
número de cânceres avançados e prolongar o curso migração no citoesqueleto de actina
clínico, mas não curativos - produtos de clivagem dos componentes da
INVASÃO E METÁSTASE matriz e alguns fatores de crescimento possuem
atividade quimiotática para as células tumorais
Principais causas de morbidade e mortalidade - sinalização recíproca entre as células tumorais
relacionadas ao câncer e as células do estroma podem promover a
tumorigênese e a progressão tumoral
Processo complexo que envolve uma série de etapas
sequenciais chamadas de DISSEMINAÇÃO VASCULAR E INSTALAÇÃO DAS CÉLULAS
TUMORAIS
cascata de invasão-metástase
Na circulação sanguínea, algumas células tumorais
A cascata metastática é dividida em 2 fases:
formam êmbolos por agregação a leucócitos e
- invasão da matriz extracelular (MEC) plaquetas

- disseminação vascular, instalação das células tumorais Muitos tumores metastizam-se para o órgão que
e colonização apresenta o primeiro leito capilar que encontram após
entrar na circulação
INVASÃO DA MATRIZ EXTRACELULAR
Pode haver também tropismo órgão-específico
A invasão da MEC é um processo ativo que requer
quatro etapas: Como isso é explicado?

1. Afrouxamento das interações célula tumoral – - expressão de moléculas de adesão nas células
célula tumoral tumorais cujos ligantes são expressos no endotélio de
- as E-caderinas medeiam as junções órgãos específicos
intercelulares
- receptores de quimiocinas presentes nas células
- função perdida em quase todos os cânceres
tumorais
epiteliais
- mutação no gene E-caderina, ativação dos - alguns tecidos não apresentam um ambiente
genes B-catenina permissivo para a fixação do tumor
2. degradação local da membrana basal e do
tecido conjuntivo intersticial IMUNOLOGIA DOS TUMORES
- secreção de enzimas proteolíticas (MMP; Vigilância imune uma função fisiológica do sistema
catepsinas) ou indução pelas células estromais imune é reconhecer e destruir clones de células
(fibroblastos e células inflamatórias) a elaborar transformadas e eliminar tumores depois de formados
proteases
- remodelamento de componentes da MEC e Características da imunidade tumoral:
liberação de fatores de crescimento - tumores estimulam respostas imunes específicas
sequestrado na MEC
- as respostas imunes frequentemente falham em evitar - a-fetoproteína (AFP)- carcinoma
o crescimento de tumores hepatocelular, cânceres gástrico e pancreático
 antígenos glicolipídicos e glicoproteicos
1. tumores apresentam mecanismos especializados para
- tumores humanos e experimentais expressam
evadir da resposta imune do hospedeiro
níveis elevados ou formas anormais de
2. as células tumorais tendem a ser fracamente glicoproteínas e glicolipídios de superfície, que
imunogênicas podem ser marcadores de diagnóstico e alvos
para terapia
3. o crescimento rápido e a disseminação do tumor - gangliosídeos, ex: GM2, GD2 e GD3 em
pode superar a capacidade de ação do sistema imune neuroblastoma; Mucinas, ex: MUC-1 em
ANTÍGENOS TUMORAIS carcinoma de mama
 antígenos de diferenciação tecido-específicos
A existência de uma imunidade antitumoral específica - os tumores podem expressar moléculas que
indica que tumores devem expressar antígenos são normalmente expressas apenas nas células
reconhecidos como estranhos pelo hospedeiro de origem do tumor e não nas células de outros
Principais classes de antígenos tumorais: tecidos
- CD10 e CD20- linfomas de células B
 produtos de genes mutados - CD30- linfomas de célula T específicos e na
- os oncogenes e genes supressores de tumores maioria dos linfomas de Hodgkin
mutados produzem proteínas diferentes das
proteínas celulares normais e, portanto, podem RESPOSTA IMUNE AOS TUMORES
induzir respostas imunes LINFÓCITOS T
- RAS, P53, BCR-ABL
 proteínas celulares superexpressas ou expressas O principal mecanismo de imunoproteção contra
de forma aberrante tumores é o killing de células tumorais por CTLs CD8+
- os antígenos tumorais também podem ser O prognóstico dos tumores humanos é mais favorável
proteínas celulares normais que estão quando mais CTLs estão presentes no tumor
expressas de forma anormal nas células
tumorais As respostas de células T CD8+ específicas para
- tirosinase, antígenos do “câncer de testículo”, antígenos tumorais podem requerer apresentação
gene do antígeno do melanoma (MAGE) cruzada dos antígenos tumorais pelas células
 antígenos tumorais produzidos por vírus dendríticas
oncogênicos
Células T CD4+ Th1 contribuem intensificando respostas
- as proteínas de vírus oncogênicos funcionam
dos LT CD8+ e na ativação de macrófagos via secreção
como antígenos tumorais e induzem respostas
de TNF e IFN-y
de células T especializadas
-vírus Epstein-Barr (EBV)- linfoma de células B e CÉLULAS NATURAL KILLER
carcinoma nasofaríngeo
As células tumorais se tornam suscetíveis ao killing
- Papiloma vírus humano (HPV)- carcinoma do
pelas células NK quando regulam negativamente a
colo do útero
expressão de MHC de classe 1 ou quando regulam
 antígenos oncofetais
positivamente a expressão de ligantes que ativam
- proteínas expressas em níveis elevados nas
receptores de célula NK
células cancerosas e em condições normais de
desenvolvimento de tecidos fetais, mas NÃO Tumores expressam ligantes do receptor ativador
em adultos NKG2D em células NK
- antígeno carcinoembrionário (CEA)-
carcinomas do colo do intestino, pâncreas, As células NK também podem ser ativadas para matar
fígado células tumorais cobertas com anticorpos antitumorais,
por citotoxicidade celular dependendo do anticorpo
MACRÓFAGOS (agentes promotores) e transforma-se em
células malignas ou cancerosas
Os macrófagos são capazes tanto de inibir como de
 progressão
promover o crescimento e disseminação dos cânceres,
- multiplicação descontrolada das células
dependendo de seu estado de ativação
alteradas
Macrófagos M1 presentes em tumores podem ser - acúmulo de células cancerosas
ativados para matar células tumorais via IFN-y
CARCINÓGENOS QUÍMICOS
produzindo CTLs ou células Th1 tumor-específica
Os carcinógenos químicos são eletrófilos (possuem
Macrófagos M2 contribuem para a progressão tumoral
átomos deficientes em elétrons) altamente reativos que
através da secreção de fatores de crescimento (VRGF,
podem reagir com sítios nucleofílicos (ricos em elétrons)
TGF-B) que promovem o crescimento tumoral
nas células
EVASÃO TUORAL DAS RESPOSTAS IMUNES
Os seus alvos são o DNA, RNA e proteínas
A capacidade de evasão da imunidade do hospedeiro é
Classificados em:
uma das principais características dos tumores
Agentes de ação direta
A maioria dos mecanismos de evasão podem ser
classificados como inibição ativa de respostas imunes - não requerem conversão metabólica para se tornaram
antitumorais ou perda dos antígenos que dirigem essas carcinogênicos
respostas
- ex: agentes alquilantes causam alterações nas
3 principais mecanismos: cadeias do DNA impedindo sua replicação

- produção de proteínas imunossupressoras ou Agentes de ação indireta


expressão de proteínas inibidoras de superfície celular
- substâncias químicas que requerem conversão
- perda da expressão de antígeno tumoral metabólica para um carcinógeno final
(imunoedição)
- ex: hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HPAs):
- perda ou redução da expressão de moléculas de MHC carvão mineral, petróleo, tabaco

ETIOLOGIA DO CÂNCER Os hidrocarbonetos policíclicos são agentes de ação


indireta
O câncer é uma doença genética
Polimorfismos nos genes que codificam mono-
Agentes carcinogênicos atuam promovendo desordens
oxigenases dependentes de citocromo P-450 aumente a
genéticas que predispõem a ocorrência de neoplasias
susceptibilidade a carcinogênese química
3 classes de agentes carcinogênicos:
CARCINOGÊNESE FÍSICA
- químicos
Compreende vários tipos de radiação que podem
- físicos transformar células in vitro e induzir in vivo, em
modelos animais e humanos
- biológicos
Efeito direto: lesão no DNA
ETAPAS DA CARCINOGÊNESE
Efeito indireto: produção de radicais livres que levam a
 iniciação danos no DNA
- a célula sofre ação dos agentes cancerígenos
iniciadores, que alteram a estrutura do DNA 1895: descoberta do raio x (Wilhelm Conrad)
 promoção
1896: descoberta da radioatividade (Marie Curie)
- a célula alterada continua a sofrer ação de
agentes que estimulam a sua multiplicação A radiação, seja qual for sua fonte (raio UV solar, raios
X, fissão nuclear) é um carcinógeno estabelecido
Exposição a raios UV está associada a carcinoma de - o ebv infecta células B e as torna imortais
células escamosas, carcinoma basocelular e melanoma através da ação da proteína oncogênica LMP-1
da pele
- LMP-1 promove a sobrevivência e evita a
A carcinogênese da luz UVB ocorre devido a indução da apoptose de células B
formação de dímeros de pirimidina no DNA
vírus da hepatite B
Radiação ionizante
- estima-se que 70-80% dos carcinomas
- raios x hepatocelulares em todo o mundo se devem a
infecção por HBV ou HCV
- bomba atômica e acidente nuclear Chernobyl
- o efeito oncogênico dominante parece ser a
- as quedas na dupla fita do DNA parecem ser a forma
inflamação crônica e a morte dos hepatócitos
mais importante de dano ao DNA causado por radiação
levando a regeneração e, com o tempo, dano
- mutações em oncogenes e genes supressores tumorais genômico

CARCINOGÊNESE BIOLÓGICA - proteína HBx inibe a transcrição de GYS2 que


atua protegendo a P53 de ser degradada
Capacidade de vírus de DNA e RNA e a bactéria
helicobacter pylori em promover o câncer - ativação da via NFkB inibe a apoptose e
contribui para o acúmulo de mutações em
Vírus oncogênicos de RNA Vírus T-linfotrópico hepatócitos
humano do tipo 1 (HTLV-1)
helicobacter pylori
- o HTLV-1 causa leucemia/linfoma da célula T em
adultos - envolvido na gênese dos adenocarcinomas
gástrico e dos linfomas gástricos
- possui tropismo para as células T CD4+
-o surgimento de neoplasias associados ao h.
- a leucemia se desenvolve em somente 3% a 5% dos pylori acomete 3% dos pacientes infectados
indivíduos infectados, geralmente após um período
latente de 20 a 50 anos - citotoxina A (CagA) penetra nas células do
epitélio gástrico e inicia uma cascata de
- proteína TAX relacionada a transformação maligna sinalização que estimula a produção de fatores
Vírus oncogênico de DNA HPV, EBV, HBV de crescimento

papiloma vírus humano (HPV) ASPÉCTOS CLÍNICOS DA NEOPLASIA


- hpv 1, 2, 4 e 7 provocam papiloma escamoso Consiste nos efeitos das neoplasias sobre o paciente
benigno
- hpv 16 e 18 estão implicados com carcinoma Tumores malignos e benignos estão associados a
de células escamosas do colo do útero, da morbidade e mortalidade:
cabeça e pescoço
- localização e compressão de estruturas adjacentes
- em cânceres o genoma do hpv é integrado ao
genoma do hospedeiro - ulcerações, infecções e sangramentos. Ex: neoplasias
- o potencial oncogênico do HPV pode ser bem de intestino e do trato urinário
explicado pelas atividades dos dois genes virais
- caquexia
codificados E6 E E7
vírus Epstein-Barr - síndromes paraneoplásicas
- membro da família de herpesvírus associado a
diversas neoplasias malignas. Ex: linfoma de CAQUEIXA
Burkitt; carcinoma nasofaríngeo Perda progressiva da gordura corporal e da massa
magra corpórea, acompanhada por profunda fraqueza,
anorexia e anemia
A caquexia resulta da ação de fatores solúveis (citocinas CLASSIFICAÇÃO E ESTADIAMENTO DOS TUMORES
produzidas pelo tumor) e não da redução na ingestão
Classificação em graus: I, II, III, IV
de alimentos
Baseia-se no grau de diferenciação das células tumorais,
O TNF-a suprime o apetite e inibe a ação da
quanto menos diferenciada (anaplasica), menor o grau
lipoproteína lipase, inibindo a liberação de ácidos
graxos livres ESTADIAMENTO
Quebra das proteínas da musculatura esquelética pelo Baseia-se no tamanho da lesão primária
fator indutor de proteólise encontrado no soro de
pacientes com câncer Sistema TNM

SÍNDROME PARANEOPLÁSICAS T descreve o tumor primário: T1, 72, T3 e T4

Conjunto de sinais e sintomas que acompanham os N significa envolvimento de linfonodo regional: N0, N1,
tumores benignos e malignos em qualquer órgãos ou N2 e N3
sistema, não estando relacionados aos efeitos de M significa metástase: M0, M1 e M2
massa, invasão ou com as metástases
MARCADORES TUMORAIS
Ocorrem em 10-15% dos pacientes com câncer
São moléculas que indicam a presença do câncer ou
Por que é importante identificar as síndromes fornecem informações a respeito da doença
paraneopláscicas?
Podem ser produzidas por células tumorais ou por
- podem indicar a manifestação precoce de uma células normais em resposta ao câncer
neoplasia oculta
Podem ser encontradas no sangue, fluidos corporais ou
- podem causar problemas clinicamente significativos e expressos pelo próprio tumor
podem até ser letais
EXEMPLOS DE CÂNCERES E MARCADORES DE
- podem mimetizar a doença metastática e, assim, PREDISPOSIÇÃO DE ORIGEM HEREDITÁRIA
atrapalhar o tratamento
- câncer de mama e ovário: BRC1 e BRCA2
Síndrome de Cushing
- polipose adenomatosa familiar: APC
- produção excessiva de corticotrofina (ACTH)
- câncer colorretal: FGF e K-RAS
- pacientes com câncer de pulmão e síndrome de
Cushing possuem níveis séricos aumentados de - retinoblastoma: RB
corticotrofina CÂNCER DE MAMA
- 50% dos indivíduos com essa endocrinopatia - BRCA1 e BRCA2, são responsáveis por 25% dos casos
apresentam carcinoma de pulmão de câncer de mama familiar
Hipercalcemia - HER2 é o receptor do EGF e sua expressão está
- mais comum das síndromes paraneopláscicas aumentada em 20% dos cânceres mamários

- mecanismos associados a síntese de uma proteína α-FETOPROTEÍNA (AFP)


relacionada ao hormônio paratireóideo pelas células - produzida no fígado durante o desenvolvimento
tumorais embrionário
Manifestações hematológicas - indica diferenciação celular
- coagulação intravascular disseminada associada - indicador de câncer de fígado
leucemia pró-mielocítica aguda e ao adenocarcinoma
prostático CÂNCER DE PRÓSTATA
- o antígeno da próstata (PSA)

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

O diagnóstico do câncer é feito com base no histórico


do paciente, dados clínicos, mas também é preciso
confirma-lo por meio de biópsia e exame
histopatológico

BIÓPSIA

 aspiração por agulha fina

- aspiração de células e fluidos presentes com uma


agulha de calibre pequeno

- geralmente para a avaliação de lesões palpáveis


(mama, tireoide, linfonodos)

 esfregaço citológico

- o material é colhido por esfoliação da superfície de


mucosas

- Papanicolau, utilizado para carcinomas de colo de


útero

IMUNOHISTOQUÍMICA

Refere-se ao processo de localizar antígenos em tecidos

- utilizada na categorização de tumores malignos


indiferenciados

- determinação do local de origem dos tumores


metastáticos

- detecção de moléculas que apresentam significado


prognóstico e terapêutico

CITOMETRIA DE FLUXO

- utilizado para identificar antígenos expresso em


tumores por líquidos

- linfoma e leucemias de células T e B

MICROARRANJOS DE DNA

DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

TOMOGRAFIA POR EMISSÃO DE POSÍTRONS

- o paciente recebe uma injeção intravenosa de glicose


marcada com um composto radioativo que se distribui
pelo corpo e se concentra em maiores quantidades nos
tecidos tumorais

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