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Brazilian Journal of Development 11870

ISSN: 2525-8761

Intervenções de enfermagem em idosos depressivos: uma revisão da


literatura

Nursing interventions in depressed elderly: a literature review

DOI:10.34117/bjdv7n2-014

Recebimento dos originais: 21/01/2021


Aceitação para publicação: 02/02/2021

Taciana Maria Lima


Graduanda na UNIFACOL

Valdenice de Santana Silva


Graduanda na UNIFACOL
E-mail:vallcunha10@gmail.com

Larissa Lais Maria da Silva Dantas de Moura


Enfermeira pela UFPE

Ana Karina de Andrade Araújo Galvão


Residência em hematologia/hemoterapia UPE,

Vanessa Karla Santos de Souza


Mestre em saúde humana e meio ambiente UFPE/CAV

Samia Dayana Lemos de Lacerda


Mestre em saúde humana e meio ambiente UFPE/CAV

RESUMO
O envelhecimento é um evento do ciclo de vida do ser humano, que necessita de atenção
por parte da saúde pública, pois este período de vida traz consigo diversas mudanças e
desafios e a enfermagem tem um papel indispensável nessa fase da vida. Esse estudo tem
como objetivo buscar na literatura as principais intervenções de enfermagem nos
pacientes idosos com quadros depressivos. É importante ressaltar que a intervenção dos
enfermeiros na fase depressiva do idoso faz a diferença, é através dessa interação que a
evolução acontece na vida dos idosos, a depressão é um mal que acomete muita gente
independente da idade, mas, os idosos tem um índice maior para desenvolver essa
patologia. O presente estudo consiste em uma revisão sistemática da literatura, sendo este,
um estudo baseado em revisão de outras pesquisas já realizadas por outros autores e que
abordam a mesma linha de pesquisa ou assunto. Foram utilizados artigos para todos
embasamentos teórico e elaboração do atual estudo. Segundo a literatura conclui-se que
a população idosa tem crescido em grande escala e os casos de depressão nessa faixa
etária também, porém a enfermagem tem feito grande diferença com suas intervenções
de forma direta e indireta, proporcionam saúde e bem estar para esses idosos, atuam

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preventivamente e durante a fase de instalação da doença, não é fácil o enfrentamento da


depressão e é preciso de apoio de uma terceira pessoa.

Palavras-chave: Enfermagem, Depressão, Idosos, Benefícios, Intervenções.

ABSTRACT
part of public health, as this period of life brings with it several changes and challenges
and nursing has an indispensable role in this phase of life. This study aims to search the
literature for the main nursing interventions in elderly patients with depressive conditions.
It is important to emphasize that the intervention of nurses in the depressive phase of the
elderly makes a difference, it is through this interaction that the evolution happens in the
lives of the elderly, depression is a disease that affects many people regardless of age, but
the elderly have an index greater to develop this pathology. The present study consists of
a systematic review of the literature, which is a study based on a review of other
researches already carried out by other authors and which address the same line of
research or subject. Articles were used for all theoretical bases and preparation of the
current study. According to the literature, it can be concluded that the elderly population
has grown on a large scale and the cases of depression in this age group too, however
nursing has made a big difference with their interventions in a direct and indirect way,
providing health and well-being for these elderly people, they act preventively and during
the onset of the disease, coping with depression is not easy and a third person needs
support.

Keywords: Nursing, Depression, Seniors, Benefits, Interventions.

1 INTRODUÇÃO
O envelhecimento é um evento do ciclo de vida do ser humano, que necessita de
atenção por parte da saúde pública, pois este período de vida traz consigo diversas
mudanças e desafios (MENES, 2014).
A partir do que foi proposto na Constituição Federal de 1988 e posteriormente
com a criação da Política de Atenção Integral à Saúde do Idoso, com a Lei de n. 8. 842/94,
os idosos passaram a ter de forma mais efetiva seus direitos sociais assegurados, trazendo
perspectivas relacionadas à autonomia, integração e participação efetiva na sociedade,
como também garantir o direito à saúde em todos os níveis assistenciais oferecidos pelo
Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 1988; BRASIL, 1994).
O processo de envelhecimento saudável e o aumento da expectativa de vida, dão
espaço para se implementar formas mais pontuais de cuidado, que se tornam importantes
já que muitos idosos, ao aposentarem-se, passam a se isolarem socialmente, o que pode
repercutir em várias consequências a este grupo etário (VIEIRA et al., 2016).

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De acordo com Trevisan (2016), o indivíduo durante o envelhecimento passa por


várias mudanças morfológicas, fisiológicas, bioquímicas, psicológicas, que podem
contribuir para o aparecimento de várias doenças, entre elas, a depressão.
A depressão é conceituada como uma doença de ordem psíquica que apresenta
como sintomas uma tristeza considerada incomum, ou seja, uma sucessão de eventos em
que o indivíduo apresenta sentimentos negativos que com a recorrência, tornam-se
permanentes, que acabam comprometendo a qualidade de vida das pessoas que
apresentam a doença, sendo uma doença de importante repercussão na saúde pública no
Brasil e no mundo (TREVISAN, 2016).
As repercussões da depressão na população idosa devem ser estudadas, pois entre
as graves consequências que a depressão pode trazer aos idosos, pode-se ressaltar àquelas
relacionadas com as dificuldades em executar e vivenciar várias modalidades presentes
nas Atividades de vida Diária (AVD) que conferem qualidade de vida, como atividades
relacionadas ao autocuidado, atividades laborais, reuniões sociais, entre outros
(GERRITSEN et al, 2011).
Alguns eventos que podem contribuir para o aparecimento de problemas
relacionados à depressão em idosos, como ansiedade, questões relacionadas às
afetividades e aos suportes sociais, além de eventos que promovem grande carga de
estresse: morte de entes queridos, viuvez, solidão, falta de cuidado por parte dos parentes
ou abandono (SOUZA et al, 2012; CANTÃO et al, 2015).
O enfermeiro na Atenção Primária à Saúde (APS), através da consulta de
enfermagem, pode detectar sintomas depressivos no idoso. A partir deste panorama, as
ações do enfermeiro junto ao idoso com quadro depressivo não está limitado apenas ao
esclarecimento de dúvidas quanto à terapia medicamentosa, mas atua na escuta
terapêutica, na compreensão sobre as dúvidas e anseios do paciente, e a partir disso,
orientá-lo com instruções de fácil compreensão, estendendo estas orientações também aos
familiares que acompanham o idoso (SILVA, 2018; SILVA; SANTOS; SILVA, 2017).
Diante de tais aspectos, este estudo objetiva investigar na literatura quais são as
principais intervenções de enfermagem, que englobam as orientações e contribuição
destes profissionais aos idosos com quadros depressivos.

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2 METODOLOGIA
O presente estudo consiste em uma revisão sistemática da literatura, sendo este,
um estudo baseado em revisão de outras pesquisas já realizadas por outros autores e que
abordam a mesma linha de pesquisa ou assunto. Nesse tipo de pesquisa é feito um
cruzamento de palavras em bases de dados seguras, na sequência é realizada uma seleção
de artigos e/ou outras fontes associadas como livros e sites, nessa pesquisa foram
utilizados apenas artigos, que apresentaram relevância para o trabalho. A revisão de
literatura permite que textos sejam lidos e interpretados com uma nova perspectiva sem
fugir do assunto exposto. A revisão sistemática integrativa nada mais é, que a interação
entre literaturas de forma organizada e metódica. (GALVÃO, 2019).
Essa por sua, vez, teve como pergunta norteadora: quais são as intervenções de
enfermagem em idosos depressivos atendidos na Atenção Primária à Saúde apresentadas
na literatura, que implicam relevância no tratamento?
A coleta de dados foi conduzida por busca nas bases de dados eletrônicas
Literatura Latino Americana e do Caribe em ciências da Saúde (LILACS), Scientific
Eletronic Library Online (SCIELO), Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE/PUBMED). Para a seleção dos artigos foram usados dois descritores
catalogados no Desc e Mesh: Depression AND Old man, Nursin AND care. Para o
cruzamento dos pares de descritores foi utilizado o operador “AND”. Foram considerados
como critérios de inclusão artigos publicados entre os anos de 2014 a 2020; artigos
relacionados à enfermagem e idosos depressivos e artigos sem nenhuma restrição
linguística. Adotou-se como critérios de exclusão Teses, dissertação e livros.
Os artigos encontrados foram submetidos a uma leitura completa e minuciosa
onde foi observado o nível de relevância para à pesquisa, pós leitura foram excluídos os
artigos que não correspondiam aos critérios de inclusão, os que apresentaram divergência
no assunto,

Tabela 1 mostra as bases de dados e os descritores utilizados na pesquisa.


Scielo
Lilás Desc
Medline/Pubmed Mesh

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Gráfico 1 mostra a quantidade de artigos encontrados em cada base de dados referenciada.

3 RESULTADO E DISCUSSÃO
Foram realizadas buscas nas bases de dados citadas a cima na metodologia, que
levaram aos respectivos artigos, os quais serão destrinchados na tabela abaixo, os artigos
foram um total geral de 20 artigos encontrados, nos termos gerais do tema, logo em
seguida foram selecionados 10 e descartados 10 por fugir do tema, não condizer com a
proposta da pesquisa, por ser muito resumido e por apresentar víeis. Ao final foram
classificados cinco que mostraram relevância para a construção desta pesquisa.

Tabela 1: Resultados de artigo referente a intervenção do enfermeiro em pacientes idosos depressivos.


Autor Título Objetivo Tipo de estudo Resultado Conclusão
(Ano)

MENESES Cuidados de O objetivo deste Revisão de O processo de Cuidar de idosos


et al, enfermagem a estudo foi analisar literatura reabilitação no depressivos não
(2014) pacientes a abordagem e idoso tem é uma tarefa fácil
portadores de cuidados de englobado e requer
depressão na enfermagem estratégia de profissionalismo
terceira idade recomendados aos educação em além da
pacientes com saúde com os humanização.
depressão na idosos.
terceira idade
CIMINO As intervenções Descrever as Pesquisa A observação do A necessidade do
et al, do enfermeiro intervenções do bibliográfica paciente para acompanhament
(2014) frente ao Enfermeiro frente evitar a o dos idosos por
paciente idoso ao paciente Idoso concretização das enfermeiros é
depressivo depressivo ideias suicidas, crescente.
institucionaliza institucionalizado. mesmo quando os
do

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sintomas
começarem.

SANTOS Diagnósticos e Propor Pesquisa qualitativa O diagnóstico de A população


et al, intervenções de intervenções de exploratória enfermagem é idosa está
(2010) enfermagem enfermagem que descritiva. uma forma de crescendo e os
para idosos poderão ser expressar as profissionais de
deprimidos e realizadas para necessidades de enfermagem
residentes em minimização e/ou cuidados que devem estar
uma instituição prevenção de identificamos atentos a tais
de longa sinais e sintomas naqueles de quem necessidades.
permanência da depressão, cuidamos.
(ilp)
TREVISAN O papel do destacar as Revisão de A família propicia A família tem
et al, enfermeiro na contribuições do literatura o aporte de que está atrelada
(2016) recuperação de enfermeiro no esperança e força ao processo de
idosos processo de para os idosos acompanhament
depressivos. recuperação com depressivos. o do idoso.
foco na
importância da
inserção da família
nesse processo.
SILVA Assistência de identificar o Revisão A intervenção O idoso e a
et al, enfermagem a conhecimento bibliografica. correta leva o família precisam
(2018) pessoa idosa científico idoso amenizar os de
com depressão. produzidos sobre sintomas acompanhament
os cuidados de depressivos. os.
enfermagem ao
idoso.
SILVA Prevalência e avaliar a Coorte transversal Idosos Conclui-se que a
et al, fatores prevalência de institucionalizado institucionalizaç
(2012) associados a sintomas de s apresentam ão não é uma
depressão entre depressão maior índice de escolha que
idosos em idosos para depressão. acrescenta a
institucionaliza institucionalizados saúde do idoso.
dos: Subsídio e verificar
aos cuidados de possíveis
enfermagem fatores associados,
além de verificar
possíveis fatores
associados
que possam
subsidiar a
assistência de
enfermagem.
MALACRIDA Pré-projeto de analisar como Revisão de A intervenção do É importante e
et al revisão tem sido literatura enfermeiro eficaz a
(2017) integrativa da desenvolvida as contribui para a participação e
literatura intervenções de prevenção e intervenção da
enfermagem controle da enfermagem,
voltadas ao idoso depressão nos com os idosos
com sintomas idosos. depressivos.
depressivos,
abordadas nas
produções

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científicas em
publicações da
área da saúde.

RODRIGUES O papel do identificar as Pesquisa descritiva A depressão é um O papel do


et al enfermeiro na causas da transtorno que se enfermeiro é
(2016) recuperação de depressão no reflete no humor, fundamental no
idosos idoso, destacar as causado por uma tratamento da
depressivos contribuições do alteração depressão na
enfermeiro no psicológica que terceira idade.
processo de prejudica o estado
recuperação com físico e funcional
foco na da pessoa
importância da acometida.
inserção da família
nesse processo.
GUIMARÃES A contribuição
et al de enfermeiro depressão em
(2016) em idosos idosos apresenta
complexidade,
que pode levar a
maiores índices
de mortalidade.
É preciso que o
enfermeiro
realize a
anamnese do
paciente, junto
com a família,
para que sérias
consequências
sejam evitadas.
ASSIS Processo de Analisar a Revisão de O processo de O enfermeiro é
et al envelhecimento produção literatura envelhecimento um dos
(2014) e enfermagem: científica nacional já traz inúmeras profissionais
Análise de acerca das relações dificuldades e inseridos no
determinantes entre depressão e precisa-se de contexto da
da depressão em idosos no período profissionais com multidisciplina-
idosos 2003 - 2011 conhecimento e ridade e,
responsabilidade. portanto,
necessita estar
presente nas
Instituições de
Longa
Permanência e
nos Centros de
Convivência.
Fonte: própria, 2020.

A Depressão é uma patologia que acomete muita gente nos últimos anos, além de
ser considerada uma das mais modernas doenças do século XXI, independentemente de
sexo e idade. Boa parte da população mundial tem sido acometidas sendo as mulheres o
grupo mais afetado em comparação com o grupo dos homens. Relatos mostram que os

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Estados Unidos da América, tem uma porcentagem crescente já com o diagnóstico de


depressão. A depressão também é considerada como transtorno de humor. O sujeito
apresenta uma diversificação no humor. (MENES, 2014).
A depressão tem uma classificação especifica dividida em três tipos: leve,
moderada e grave e o indivíduo pode ou não apresentar sintomas psicóticos. Nos quadros
considerados leves o indivíduo consegue realizar praticamente tudo. Nos quadros
moderados apresenta algumas dificuldades para realizar tarefas aparentemente simples.
Já nos quadros considerados graves, o indivíduo apresenta surtos, tem desejos de morte e
muitos chegam a ter frequentes pensamentos suicida. (SANTOS, 2010).
A depressão é considerada um dos maiores problemas que possui a saúde pública
mundial. Devido ao potencial de morbidade e mortalidade. De acordo com dados
estatísticos nacionais, a prevalência da depressão na população da terceira idade chega a
atingir uma porcentagem entre 4,7% e 36,8% do total (TREVISAN, 2016).
No idoso, essa patologia é muito difícil e os principais determinantes da depressão
são: Idade avançada, isolamento, solidão, aposentadoria, as perdas ao longo da vida, o
medo continuo da morte, as doenças, a diminuição das finanças, e em maior parte o
surgimento de doenças associadas ao envelhecimento. É frustrante para o idoso viver
nesse novo cenário de limitações. (TREVISAN, 2016).
Segundo Silva (2018), os sintomas da depressão foram descobertos por Santiago
e Holanda, e apresenta uma sintomatologia como diminuição da capacidade de
concentração, fadiga acentuada, insônia, falta de apetite, perda de interesse pelas coisas
que proporcionavam prazer essas por sua vês, passaram a fazer parte do passado, hoje
não interessa mais isto é denominado de (anedonia), baixa autoestima, insegurança
passam a fazer parte da vida dos idosos (SILVA, 2018).
Não é fácil diagnosticar a depressão em idosos, e isso favorece a morbidades e
mortalidade na terceira idade, um idoso depressivo favorece as comorbidades que podem
surgir ao longo do tempo. Para prevenir serias consequências é importante que o
enfermeiro realize uma anmenese minuciosa e detalhada, baseando-se nas informações
dos familiares e cuidadores, para melhor contribuir com o diagnóstico. (SILVA, 2018).
Os enfermeiros em sua abordagem utilizam a Escala de Depressão Geriátrica
(EDG) para identificar a depressão. Por ser de extrema confiança e de fácil aplicabilidade,
ela não precisa de profissionais habilidosos, especialistas na área de saúde mental. Está

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escala gradua a doença e representa seu resultado em graus, a partir deles poder ser
traçado o tratamento dos idosos. (RODRIGUES, 2016).
A aplicação da escala se dá com a soma de todos os itens obtida com a aplicação
de sua versão breve, ou seja entre 0 e 4 pontos, os idosos são considerados não
deprimidos, entre 5 e 10 pontos, são considerados com suspeita de depressão leve, e com
11 ou mais pontos, considerados com possível depressão moderada/grave assim é
realizada (SILVA, 2012).
O tratamento da depressão na terceira idade tem por finalidade a diminuição do
sofrimento psicológico e prevenir suas comorbidades. Além de evitar demais
consequências graves como suicídios e melhorar o estado geral e proporcionar qualidade
de vida. (MALACRIDO, 2017).
A prevalência da depressão no idoso está associado a um grupo de fatores
formados por agentes biológicos, fisiológicos, psicológicos, físicos e econômicos. Além
do luto, abandono por familiares e amigos, tem o fator incapacidade que os deprime com
muita intensidade, os faz pensar que não vale apena viver se for para depender de
terceiros. (ASSIS, 2014).
Viver em isolamento social é um dos determinantes de maior relevância, é ele que
desencadeia os primeiros sintomas da depressão nos idosos. A falta de contato com outros
diariamente leva a uma tristeza profunda e ao desanimo. Fisiologicamente o
envelhecimento desenvolve declínios, como os cerebrais, dos órgãos, dessa forma os
idosos começam a entender que não podem sair para festas e encontros, evitam a
sociedade para evitar incômodos e constrangimentos, que venham passar ou fazer outros
passarem e por fim ficam apenas em suas casas isolados. (MESES, 2014).
Durante essa fase da terceira idade os idosos passam por um fator estressante, a
aposentadoria e ao verem os valores sendo diminuídos a maioria dos idosos se
entristecem, pois, além das perdas sociais, há redução dos ganhos, fazendo-os por muitas
vezes enfrentarem dificuldades financeiras, A depressão leva a alterações nos neurônios,
o cérebro reduz em seu tamanho que por sua vez diminui suas funções. (SILVA, 2012).
O idoso institucionalizado, juntamente com a presença das condições corporais e
emocionais do envelhecimento, pode evoluir um quadro depressivo com sintomas
correspondentes como tristeza e dor emocional, especialmente, quando terminam
separando-se dos seus familiares. Mas o fato de ser institucionalizados não interrompe

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sua ligação com a família, pois a mesma pode manter-se em contato, mantendo o vínculo
com o idoso, a instituição tem a função de dar apoio aos idosos e dividi a responsabilidade
com a família. (GUIMARÃES, 2016).
O fator genético é importante principalmente nas mulheres, pois, são elas que mais
sofrem com a depressão na fase do envelhecimento, elas já começam desenvolver sua
fase de pré disposição no período de menopausa, nessa fase muitas delas já começam
apresentar sintomas depressivos. As mulheres tem um indicativo de sobrevida maior que
os homens e tendem a ficarem viúvas e sofrerem perdas muito dolorosas ao longo do
processo de envelhecimento. (SANTOS, 2010).
Destaca-se como fator depressivo, o estresse excessivo e preocupações ao
perceberem e sentirem a instalação das doenças em seu corpo. Dentre as quais podem ser
citadas, o câncer, o acidente vascular cerebral (AVC), o Parkinson, distúrbios metabólicos
e endócrinos, é essas desenvolvem danos irreversíveis no ancião geriátrico, a depressão
diante dessa situação é uma consequência das patologias instaladas, mas também podem
estar associados ao uso de medicamentos, como os antidepressivos, os pacientes ao
perceberem que estão sendo medicados também podem ficar tristes e se sentirem
dependentes ou controlados por um remédio e isso, pode levar a quadros depressivos de
leve a grave. (ASSIS, 2014).
Guimarães (2016), ainda relata que os idosos que tem algum diagnóstico de
doenças graves, cometem suicídio. Cerca de 17% de todos as tentativas de suicídio no
mundo é presenciado na terceira idade. Também é registrada como a 10° causa de morte
entre as demais que acometem os idosos.
Na fase do envelhecimento o idoso começa demonstrar sua necessidade de
carinho, amor e atenção, diante disso muitos começam a fazer coisas para chamar a
atenção ou se comportar de forma que atraia a atenção para se, isso acontece por que
muitos se sentem abandonados ou trocados e até mesmo substituídos por coisas ou por
outros. Diante disso é importante ter a família por perto para que o idoso não se sinta só
ou desprezado, o afeto os faz sentir-se bem. (SILVA, 2012).
A família tem o poder de proporcionar o que o idoso precisa para ter paz
emocional como: amor, carinho, pois para eles toda dedicação é importante e lhes diz o
quanto são importantes ainda. OS idosos que tem o apoio da família tende a desenvolver
níveis mais leve de depressão quando comparados com os que não tem ninguém. O

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afastamento da família propicia o surgimento da depressão e importante que nessa fase o


idoso se relacione com amigos e família com amor frequência. Realizar atividades
prazerosas e que favoreça a distração é uma boa alternativa. (CIMINO, 2014).
Vale destacar que a família é o suporte que o idoso mais necessita para ter saúde
psicológica ou ao menos estabilidade nos sintomas da depressão, nos que já estão
acometidos. Esse apoio favorece para a melhora do humor e dos aspectos psíquicos,
considerado ser uma das principais fonte de apoio durante a aceitação do tratamento e no
seu decorrer do mesmo. Uma das tarefas do enfermeiro é incentivar a família a esta por
perto e participando das intervenções, além de acompanha-lo diariamente. Com o
incentivo do enfermeiro para essa união família e idoso. (GUIMARÃES, 2016).
O ambiente familiar influencia no comportamento dele melhorando ou piorando
o seu quadro depressivo, por que não é apenas a presença física da família é a interação
da família que faz a diferença. Por isso, é importante que a família oferte um ambiente
saudável, sem conflitos entre os familiares, na tentativa de manter um ambiente tranquilo
para não deixar o estresse afeta-los, favorecer um pouco de lazer e reuniões em família
leves e descontraídas é o ideal. (TRIVISAN, 2016).
Para enfermagem, o cuidado vai além da teoria, envolve empatia, amor, carinho,
dedicação e domínio das técnicas, sem esquecer da humanização que deve estar presente
em seu trabalho. Devem ser considerados os aspectos biopsicossocial e espiritual do
idoso. De modo geral, os enfermeiros contribuem para proporcionar, funcionalidade,
autonomia e independência do idoso, é papel desses profissionais orientar e alertar sobre
as doenças crônicas, e como agir em momentos de urgências e emergências clínica.
(GUIMARÃE, 2016).
É importante orientar e explicar sobre a importância do tratamento
medicamentoso e psicológico, pois os psicoterápicos ajudam no equilíbrio e regulação
dos sintomas depressivos. Fazê-los entender que os medicamentos servem para melhorar
os surtos e pensamentos ruins é de extrema necessidade. Os efeitos do medicamento
podem na redução do problema ou erradicalo, além de reestabelece o humor alterado pela
depressão. Esses medicamentos não deixam o indivíduo eufórico e não os viciam, porém,
não evita que novos episódios aconteçam, nem curam definitivamente a depressão.
(RODRIGUES, 2016).

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Os antidepressivos mais utilizados entre os idosos são: a nortriptilina, imipramina


e amitriptilina, os quais pertencem à classe dos tricíclicos (ISRS) e, os inibidores seletivos
de receptação da serotonina, a exemplo da flooxetina, sertralina e paroxetina. Esses
medicamentos apresentam uma melhora progressiva nos quadros da depressão, mas,
podem ter efeitos adversos ou colaterais em outros sistemas do corpo. O tempo de
tratamento ocorre em uma média de seis e nove meses nos casos de primeiro episódio,
entre dois e quatro nos casos recorrentes. (SANTOS, 2012).
A depressão pode surgir apenas na terceira idade, por conta de todos os fatores e
perdas já mencionadas e nesse caso o fator hereditário não conta tanto, ou seja, a doença
está muito mais relacionada com o envelhecimento em si. Mas há também casos onde o
problema já acompanha o paciente e se intensificou nesta fase, apresentando
características de cronificação.
Os sintomas que surgem na depressão em idosos são bem atípicos, muitos nem
parecem ou se sentem tristes. A falta de memória pode muitas vezes ser um sinal forte de
depressão, que acaba se confundindo com demência nessa fase. Essa apresentação da
doença de forma diferente acaba dificultando o diagnóstico e a adesão ao tratamento, pois
muitos pacientes não aceitam a doença (GUIMARÃES, 2016).
A depressão, em qualquer fase da vida, pode prejudicar muito a qualidade de vida
do paciente. Em idosos, isso tende a se intensificar, uma vez que a recuperação de
qualquer problema se torna ainda mais lenta. A doença pode interferir em aspectos físicos,
já que o idoso irá perder a vontade de praticar exercícios, se alimentar saudavelmente,
participar de programas sociais e até mesmo tomar os remédios para as enfermidades que
surgem com a idade (RODRIGUES, 2016).
O sexo é um aspecto importante na vida de todo adulto, inclusive dos idosos. As
mulheres quando entram na menopausa podem sentir baixa libido e dificuldades na hora
da relação sexual, assim como os homens podem sofrer com a impotência e esses
problemas sexuais contribuem para o desenvolvimento da depressão nos idosos. Por isso
estimular uma vida sexual ativa, mesmo na terceira idade, contribui muito para a saúde
física e mental.
A consequência mais grave da depressão é o risco de suicídio, o que aumenta
ainda mais na terceira idade. Dados apontam que os idosos chegam a tentar suicídio até
sete vezes mais do que o adulto jovem. Por achar que está abandonado, sozinho.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto ao longo da pesquisa, entende-se que a presença e participação
da enfermagem no período depressivo dos idosos é indispensável, o enfermeiro tem
ferramentas exclusivas para intervir o desenvolvimento da patologia. A enfermagem trata
as feridas externas, previne o surgimento das morbidades físicas, além de favorecer na
melhora da depressão, diminuição da solidão, supri à necessidade de atenção de forma
parcial.
O cuidado com o idoso tem se tornado uma discussão continua na sociedade, e as
famílias tem entendido a importância dos cuidados com o mesmo, o envelhecimento por
si, só, já demonstra alterações fisiológicas e estruturais, diminuição de mobilidade,
dificuldades e até incapacidades físicas e psicológicas. Diante disso a enfermagem tem se
destacado como uma das principais intervenções, não deixando de fazer parte de uma
equipe multiprofissional, que oferece apoio e cuidados para com o idoso.
Conclui-se que os idosos depressivos que tem um bom acompanhamento por um
ou mais enfermeiros em sua rotina diário ou de forma esporádica apresentam melhora do
quadro clinico, previne os agravos da depressão, orienta e incentiva o paciente.

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REFERÊNCIAS

CIMINO B.O., as intervenções do enfermeiro frente ao paciente idoso depressivo


institucionalizado. Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas.
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