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Vitória da Conquista
2022
ARTUR SILVA GONÇALVES; IRIS LARISSA OLIVEIRA SOARES; JOSÉ DO CARMO
BATISTA SOUZA JUNIOR; REGIANE COSTA
Vitória da Conquista
2022
RESUMO
Esse presente artigo em síntese mostra os agravos relacionados à tuberculose no Brasil e o seu
alto poder de acometimento em populações vulneráveis, sejam elas: provocadas por
determinantes sociais, por outras doenças pré-existentes, alto poder de virulência e resistência
de novas cepas, ou pelo abandono do tratamento ao longo do tempo, evidencia a necessidade
de discorrer sobre maneiras mais eficientes que sejam capazes de melhor abarcar o
tratamento, ressaltando o papel intersetorial das instituições da sociedade brasileira e o
protagonismo multidisciplinar do enfermeiro frente ao avanço da doença nessas populações.
Com a finalidade de sensibilizar o doente, fazendo com que o mesmo seja capaz de ser o seu
principal promotor de saúde, aliado com novas técnicas de cuidado e acompanhamento
psicológico continuado, sendo necessário o desenvolvimento de novas políticas que sejam
capazes de promover melhores condições de vida a essas populações acometidas pela
tuberculose.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 4
2. OBJETIVO ........................................................................................................................ 6
3. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................ 6
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 9
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 10
1. INTRODUÇÃO
3. REVISÃO DA LITERATURA
No nosso país a tuberculose é uma doença que possui caráter social, sendo relacionada
com uma parcela da população em extrema pobreza e privação de liberdade, assim sendo em
situação de vulnerabilidade social. De 2001 até junho de 2022 o Brasil já teve 1.858.037 casos
confirmados de tuberculose e 1.594 apenas em 2022, segundo dados obtidos através do
(SINAN, 2022). Isso demonstra que ainda temos que evoluir quanto à prevenção e tratamento
dessa doença, sendo necessárias ações factíveis que possam contribuir para a resolução do
problema dessa parcela da população.
As medidas de promoção à saúde para a população com maior risco de contaminação
são essenciais para que os indivíduos realizem o descobrimento precoce e tenham acesso a um
tratamento adequado para a tuberculose. De acordo com uma revisão sistémica por Aragão et
al. (2021) em que foram analisadas pesquisas que correlacionaram o tratamento da
tuberculose aos programas de assistência social, no Brasil, foram obtidos resultados positivos
em pacientes que passaram a receber auxílios sociais em razão da doença, tendo em vista que
o tratamento envolve despesas diárias, como exames, consulta e medicamentos, além de
impossibilitar o paciente de trabalhar, o apoio monetário impede que o paciente interrompa o
tratamento por razões financeiras, a partir dessa revisão sistémica constatou-se que o acesso à
segurança social diminui a vulnerabilidade social e melhora as expectativas de cura.
A depressão, conhecida como mal do século, é uma enfermidade que todos os
humanos podem a vir desenvolver, caso exposto a certas situações, em que, resumidamente, a
pressão psicológica é capaz de desequilibrar a homeostase neurológica. Nesse cenário,
tratamentos contra outras patologias, a exemplo da tuberculose pode ser uma dessas fontes,
não obstante a isso, pessoas que já portam essa enfermidade estão ainda mais vulneráveis,
fatos estes comprovados recentemente por Vieira et al (2021) ao concluir que o
desenvolvimento da tuberculose não é um caso definitivamente isolado, pois devido ao seu
estressante tratamento há possíveis consequências de surgimento de sintomas depressivos.
Nessa realidade, é fulcral que exista uma atenção adaptada para aqueles que sofrem de ambas
patologias, pois de acordo com Vieira (2021, p.677):
O Brasil enfrenta dificuldades no controle da Tuberculose, uma vez que é uma doença
agravada pelo contexto social da população, marcada pela precariedade de vida das pessoas
vulneráveis. Esses indivíduos, sendo mais expostos a danos à saúde, possuem desvantagens
para mobilidade social em função da sua cidadania fragilizada, levando a uma desigualdade
ao acesso de bens e serviços. Assim, os determinantes sociais da saúde estão associados ao
risco de adoecimento desses grupos desfavorecidos, pois a desigualdade afeta negativamente
o acesso à saúde, tendo como consequência a pouca possibilidade de prevenção, diagnóstico
de qualidade e tratamento completo. Desse modo, abordagens efetivas no combate à
tuberculose devem envolver estratégias de proteção social, inclusão e intervenções
socioeconômicas associadas ao acesso do diagnóstico, com o objetivo de combater a
estigmatização.
Portanto, a respeito das implicaturas diante do tratamento da tuberculose é plausível
destacar o profissional da enfermagem como agente fundamental na modelagem e adaptação
equivalente às particularidades do paciente que portará diferentes contextos sociais, sejam
econômicos ou culturais, podendo necessitar de uma conscientização completa acerca do que
o aflige. Outrossim, essa enfermidade requer de uma visão analítica, intersetorial e racional do
enfermeiro, com ênfase para o estado psicológico do enfermo durante o desenvolver do seu
tratamento, para que o mesmo seja capaz de adequar seus limites e não prejudicar o seu
prognóstico.
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