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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO TOCANTINS - UNITINS

CÂMPUS AUGUSTINÓPOLIS
CURSO DE ENFERMAGEM

ALEXANDRE FERREIRA DE CARVALHO

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM HANSENÍASE:


uma revisão integrativa

AUGUSTINÓPOLIS-TO
2019
ALEXANDRE FERREIRA DE CARVALHO

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM HANSENÍASE:


uma revisão integrativa

Projeto de Pesquisa apresentado a Universidade Estadual


do Tocantins-UNITINS, como requisito parcial para a
avaliação da disciplina de Projeto de pesquisa cientifica.

ORIENTADOR: Prof. Esp. - Volmar Morais Fontoura

AUGUSTINÓPOLIS-TO
2019
AGRADECIMENTOS
“A persistência é o caminho do êxito.”

Charles Chaplin
LISTA DE SIGLAS

DNSP – Departamento Nacional de Saúde Pública

MB – Multibacilar

OMS – Organização Mundial da Saúde

PB – Paucibacilares

PQT – Poliquimioterapia

SNL – Serviço Nacional de Lepra

UBS’s – Unidades Básicas de Saúde


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fluxograma representativo do processo de seleção dos artigos .............................. 32


LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Perfil das produções quanto ao ano, tipo de estudo e participantes, 2019 ........ 33

Quadro 02 - Perfil das produções quanto ao ano, tipo de estudo e participantes, 2019 ........ 34
RESUMO

A Hanseníase se apresenta como um grave problema de saúde pública no Brasil. Sendo uma
doença crônica granulomatosa, causada por infecção através do bacilo Mycobacterium Leprae
e ainda atinge um grande número de pessoas, que muitas vezes, não buscam os serviços de
saúde, acarretando um diagnóstico tardio, com riscos de deformidades. Sendo assim, o presente
trabalho objetivou primordialmente, revisar a literatura cientifica nacional sobre a assistência
de enfermagem no controle da hanseníase, bem como, discutir sobre o diagnóstico, agente
etiológico, formas clínicas, sintomas e tratamento da doença, bem como identificar na
bibliografia o papel do enfermeiro no controle da hanseníase. A metodologia usada no estudo
foi uma pesquisa bibliográfica, exploratória, descritiva, de caráter qualitativo, baseado no
método de revisão integrativa, tendo como pergunta norteadora “Quais ações são realizadas
pelo enfermeiro no controle da hanseníase?”. O levantamento dos dados foi realizado no ano
de 2019. As bases de dados pesquisadas foram: A Scientific Electronic Library Online
(SCIELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Bases de dados em enfermagem (BDENF) e
Google Acadêmico, foram usados os seguintes descritores: Enfermagem, Hanseníase,
Prevenção e Cuidados de enfermagem. Através das associações de descritores foram
selecionados 06 artigos encontrados nas bases de dados disponíveis em português. Em relação
as características dos artigos, o ano de 2015 teve maior prevalência em relação aos outros anos.
Dentro das possibilidades da pesquisa, foi possível caracterizar a realidade da atuação do
enfermeiro na Prevenção e cuidado com o paciente portador de hanseníase. Evidenciou nos
estudos que os profissionais da saúde que atuam na atenção primária devem entre outras,
desenvolverem atividades básicas de saúde voltadas para a educação da população a respeito
da prevenção e detecção precoce da doença.

Palavras – Chave: Saúde pública, Hanseníase, Assistência de enfermagem.


ABSTRACT

Keyword:
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12

2. TRAJETO HISTÓRICO DA HANSENÍASE NO BRASIL .......................................... 15

3 HANSENÍASE: agente etiológico ...................................................................................... 20

3.1 Esquema Paucibacilar (PB) ............................................................................................. 22

3.2 Esquema Multibacilar (MB) ............................................................................................ 22

3.3 Prevenção .......................................................................................................................... 23

4 O PAPEL DO ENFERMEIRO NO CONTROLE DA HANSENÍASE .......................... 25

5 METODOLOGIA................................................................................................................ 30

5.1 Desenho do estudo ............................................................................................................ 30

5.2 Escolha do tema e elaboração da pergunta norteadora ................................................ 30

5.3 Escolha da amostra a ser analisada e estabelecimento dos critérios de inclusão e


exclusão .................................................................................................................................... 30

5.4 Categorização dos estudos ............................................................................................... 31

5.5 Avaliação dos estudos inclusos na revisão integrativa .................................................. 31

5.6 Interpretação dos resultados ........................................................................................... 32

5.7 Apresentação da revisão integrativa ............................................................................... 32

6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................................... 33

7. CONCLUSÃO..................................................................................................................... 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 44


12

1. INTRODUÇÃO

De acordo com leituras realizadas sobre o tema em questão, define-se Hanseníase como
uma doença crônica granulomatosa, causada por infecção através do bacilo Mycobacterium
Leprae. Este por sua vez, tem a capacidade de infectar uma grande quantidade de pessoas (alta
infectividade), porém, poucos adoecem (baixa patogenicidade); essas propriedades dependem
de, além das características inerentes do bacilo, de sua relação com o hospedeiro e o grau de
endemicidade do meio. Assim, o alto potencial incapacitante da Hanseníase está diretamente
relacionado ao poder imunogênico do M. Leprae (BRASIL, 2010).
A hanseníase é uma doença de notificação compulsória e de investigação obrigatória.
Os casos diagnosticados devem ser notificados, utilizando-se a ficha de
Notificação/Investigação, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (BRASIL,
2016). Convém ainda lembrar, que pelo fato de ser uma doença infectocontagiosa, nas formas
abertas e não tendo tratamento ou sendo este incontínuo, o risco de incidência da doença se
torna muito mais grave.
Dentre os inúmeros motivos que levaram a escolha da temática em questão, o que mais
se sobressaiu para a realização deste trabalho foi a necessidade de aprofundamento e pesquisa
sobre a assistência de enfermagem à pessoa com hanseníase e principalmente as ações do
enfermeiro no controle e prevenção desta doença.
Nota-se, que é grande o número dos contatos de pessoas com hanseníase que não
buscam os serviços de saúde para fazer o exame, acarretando muitas vezes o diagnóstico tardio
da doença, com riscos de deformidades. De fato, sabe-se que o indivíduo além de correr o risco
de deformidades em muitos casos incapacitantes, pode perder a sensibilidade e também a força
muscular, além de se tornar vítima da exclusão social.
E nesse sentido, este estudo é relevante por procurar contribuir, de forma consistente,
para o desenvolvimento de um corpo de conhecimento próprio em enfermagem relacionado à
assistência prestada ao portador de Hanseníase. Além disso, se justifica por procurar
proporcionar um maior conhecimento e envolvimento do profissional enfermeiro com uma
situação real observada e refletir sobre o interesse dos profissionais em organizar o seu trabalho,
possibilitando estabelecimento de ações na análise da história do paciente.
A Educação em Saúde, entendida como uma prática transformadora deve ser inerente à
todas as ações de controle da Hanseníase, desenvolvidas pelas equipes de saúde e usuários,
13

incluindo familiares, e nas relações que se estabelecem entre os serviços de saúde e a população
(BRASIL, 2010).
É importante destacar que dentro do contexto de assistência de enfermagem ao
hanseniano, o diálogo é algo essencial durante as consultas de enfermagem, pois através de
conversas informais com os pacientes o enfermeiro pode diagnosticar, orientar e prevenir a
disseminação da doença, pois mesmo a maioria dos portadores desta patologia serem pessoas
de baixa renda e baixo nível de instrução, isso não significa que a hanseníase seja uma doença
de classe social.
Nesse cenário, as ações de enfermagem poderão contribuir para que os pacientes
portadores de hanseníase se conscientizem da importância do tratamento da doença, pois, a
maneira como a equipe de saúde conduz essas ações é fator determinante para o sucesso de
prevenção e controle da patologia. O enfermeiro, como parte integrante da equipe e
historicamente um profissional influente na prevenção, controle e tratamento da doença,
configura-se um ator indispensável neste processo.
A consulta de enfermagem se torna fundamental na constituição do vínculo entre
enfermeiro e hanseniano, pois se o profissional durante a consulta construir um processo de
confiança e compromisso com o usuário, motivando-o a não abandonar o tratamento
obviamente diminuirão as chances de disseminação da doença.
Portanto, esta pesquisa trata-se de uma revisão de literatura cuja temática escolhida foi:
Assistência de enfermagem ao paciente com hanseníase: uma revisão de literatura. O presente
estudo pretende responder o seguinte questionamento: Quais ações são realizadas pelo
enfermeiro no controle da hanseníase?
O objetivo geral desse estudo foi revisar a literatura sobre a assistência de enfermagem
no controle da hanseníase. Quantos aos específicos, este trabalho reportou-se em discutir sobre
diagnóstico, agente etiológico, formas clínicas, sintomas e tratamento da doença e identificar
na bibliografia o papel do enfermeiro no controle da Hanseníase.
Para condução desta investigação, adotou-se a revisão de literatura, visto que, ela
contribui para o processo de sistematização e análise dos resultados, visando à compreensão de
um determinado tema a partir de outros estudos independentes.
Este estudo abordou em seus capítulos os seguintes assuntos: trajeto histórico da
hanseníase no Brasil, Hanseníase: agente etiológico, o papel do enfermeiro no controle da
Hanseníase, procedimentos metodológicos e discussão dos resultados. Assim, os resultados
14

obtidos devem comprovar que a assistência de enfermagem constitui o maior e mais eficiente
suporte ao tratamento da hanseníase.
15

2. TRAJETO HISTÓRICO DA HANSENÍASE NO BRASIL

A hanseníase é uma enfermidade existente desde os tempos mais antigos e já


conhecida na Índia, na China e no Japão. Em pesquisas mais atuais, os autores contam que o
surgimento desta enfermidade adveio da África Oriental e do Oriente Médio, alastrando-se com
inúmeras migrações humanas da época, alcançando outras regiões. Enfatiza-se que, um
elemento de extrema relevância relacionado a hanseníase “é a maneira como se construiu a
imagem do sujeito portador da doença, ou seja, este é visto como um “objeto de exclusão, porém
ao mesmo tempo de piedade” (ALVES et al., 2014, p. 19). Este fato está ligado a tradução da
Bíblia da língua hebraica para o grego e, por conseguinte, para a herança judaico-cristã recebida
pelo Ocidente.
A partir desta tradução, se tem a referência à ‘tsaraat’, que é uma enfermidade com
múltiplas manifestações cutâneas e relacionada a alguma coisa contagiosa que, pela sua
natureza condenatória, coagia os portadores a afastar-se da sociedade. Esta enfermidade
contagiosa manifestava-se na pele, acreditando que toda e qualquer dermatose fosse ‘tsaraat’,
que recebeu o seu correspondente no idioma grego como lepra (PINHEIRO, 2019).
Em relação ao conhecimento cientifico sobre a hanseníase, Santos (2019), destaca a obra
dos médicos noruegueses Daniel C. Danielssen e Carl W. Boeck, “Sobre a lepra”, publicada no
ano de 1847. A obra foi analisada pelo patologista alemão Rudolf Virchow como a primeira
“verdadeiramente cientifico” na análise da doença. Danielssen e Boeck, que acreditavam na
capacidade hereditária da lepra, foram os responsáveis pela sua classificação em lepromatosa
(malígna) e nervosa ou tuberculóide(benígna) que permaneceu até 1948.
Neste percurso, no ano de 1873, Gerhard Henrik Armauer Hansen, herdeiro de
Danielssen e Boeck, comprovou a existência do Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen.
“O que estabeleceu a primeira confirmação científica do aspecto infectocontagioso da lepra, e
foi o primeiro agente infeccioso relacionado a uma doença humana” (PINHEIRO, 2019, p. 21).
Na 1ª Conferência Internacional de Lepra realizada em Berlim, no ano de 1897,
presidida por Rudolf Virchow Hansen sugeriu o isolamento como a única medida capaz de
conter o avanço da quantidade de leprosos, uma vez que não se sabia com exatidão como se
dava a transmissão da doença.

Esta sugestão foi aceita pela maioria, quase não havendo discordâncias; foi também
sugerida a notificação compulsória dos casos, a vigilância dos contatos e a observação
rigorosa dos filhos dos doentes (ALVES, et al., 2014, p. 21).
16

A hanseníase chegou ao Brasil juntamente com os colonizadores portugueses. Os


primeiros casos da doença no Brasil, foram notificados no ano de 1600, na cidade do Rio de
Janeiro, onde no decorrer dos anos surgiu o “o primeiro lazareto, lugar proposto a abrigar os
doentes de Lázaro, lazarentos ou leprosos (CARMO, 2014).
No entanto, depois dos primeiros casos da doença no Rio de Janeiro, outros focos da
hanseníase foram encontrados, principalmente na Bahia e no Pará. Este fato segundo o
Ministério da Saúde (CARMO, 2014) levou as autoridades da época a exigirem providências a
Portugal, que logo não foram atendidas.
Alves et al., (2014) salientam que naquela época, até o começo do século XX, todos os
hospitais de lázaros e asilos existentes no Brasil eram mantidos em sua maior parte pela Igreja,
não havia instituição para leprosos de responsabilidade do Estado, pois não havia política de
saúde para tal finalidade.
Durante a monarquia período (1822-1889), os problemas relacionados a saúde do povo
eram de responsabilidade do Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Com o regime
republicano e a Constituição de 1891, a saúde pública passou a ser responsabilidade dos Estados
e a União teria a função de controlar os portos e de realizarações sanitárias restritas a capital
federal ou de agir em eventos epidêmicos (ALVES et al., 2014).
Segundo o relato dos autores, no período da primeira república (1889-1930) o Brasil foi
cenário do movimento sanitarista brasileiro que juntou seus objetivos aos atos do poder público,
configurando um dos importantes meios de definição do projeto de formação da nacionalidade
brasileira, que envolvia o viés da raça e da saúde, logo, do brasileiro saudável.
Por ser uma doença endêmica e por não apresentar surtos epidêmicos como, por
exemplo, os surtos da peste ou da febre amarela, e que solicitam dos poderes públicos uma
constante e efetiva presença, as ações mais categóricas para combater a lepra vem a partir do
século XX. As ações seriam a sugestão de políticas públicas que pudessem proporcionar ao
paciente tratamento apropriado e que o Estado assumisse esta responsabilidade, criando órgãos
que pudessem coordenar estas ações, construindo instituições asilares para abrigar o doente ou
apoiando o avanço no campo das pesquisas laboratoriais (DAMASCO, 2015).
Em 1915, foi criada a Comissão de Profilaxia da Lepra, para tratar de assuntos
pertinentes a hanseníase e sua importância no meio social. Posteriormente, em 1920, com o
Decreto nº. 3.987, foi criado o Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP) e inspetorias
de profilaxia de doenças, onde estava incluída neste contexto a Lepra e as Doenças Venéreas.
O diretor responsável pelo Departamento era Carlos Chagas. A inspetoria era formada por uma
17

equipe de profissionais composta por médico e enfermeiros de saúde pública para tratarem de
pacientes que apresentavam condições de exercer seu isolamento em domicilio. “Foram
criados, em centros de saúde, os primeiros dispensários (TALHARI, 2016, p. 24).
Em 1930, houve uma grande transformação no cenário político brasileiro, a chamada
Revolução de 30 que significou a tomada de poder por Getúlio Vargas, encerrando um ciclo de
políticas de saúde no país. A partir de então foi criado o Ministério da Educação e Saúde, que
“tentou responder a pauta de reclamações e exigência da sociedade e da classe médica e
política” (ALVES, et al., 2014, p. 25).
Em 1941, o Ministério Educação e da Saúde passou por uma importante reformulação.
Foram criados os Serviços Nacionais, e dentre eles o Serviço Nacional de Lepra (SNL),
havendo orientação técnica, gestão e controle das atividades públicas e privadas relacionadas a
doença e que integrasse profissionais capacitados (DAMASCO, 2015).
Em 1948, aconteceram dois acontecimentos importantes, a II Conferência Pan-
Americana de Lepra e o 5º Congresso Internacional de Lepra, em Havana, Cuba. Neste
congresso, foi aprovada a manutenção da política de tratamento da Lepra através do modelo
tripé, ou seja, leprosários, ambulatórios e preventórios (CAVALIERE, 2018).

Este modelo de tratamento era resguardado na existência de três lados de um triangulo


que se comunicavam e se completavam, epidemiológica e socialmente, no controle da
doença. No leprosário, internavam-se os doentes em estados mais graves e com
maiores mutilações físicas, ou seja, os doentes virchowianos, visando afastá-los da
sociedade e, assim, impedindo a contaminação das pessoas sadias; os dispensários
eram o local para exames dos comunicantes dos doentes, dos suspeitos e dos pacientes
da forma indeterminada, além da forma tuberculóide; os preventorios eram o local
para receber os filhos de pacientes que nasciam nos leprosarios. Assim, a medicinada
época buscava bloquear as áreas onde o doente tivesse inserção: família, relações
sociais ou hospitalares (ALVES et al.,2014, p. 28).

Em relação ao tratamento medicamentoso, naquela época, usava-se para combater a


lepra, o óleo de chaulmoogra, em forma de compressas, cápsulas ou injeções, era uma
medicação natural e que não tinha comprovação científica sobre a cura da doença. No entanto,
Cavaliere (2018, p. 02) destaca que “as comprovações promissoras de tratamentos da lepra
através de medicamentos só apareceram em 1945, com o surgimento dos antibióticos e das
sulfas, num contexto já chamado de ‘otimismo sanitário’”.
No início da década de 1960, chegou-se à conclusão que o isolamento em seus diferentes
tipos não reduziria o número de casos que insistia em aumentar em determinadas regiões e
contextos específicos, confirmando a ideia de que a permanência das instituições isolacionistas
deveria ser repensada, onde o dispensário é deveria ser priorizado pelas políticas para controlar
18

a disseminação da doença, assim como priorizar os profissionais que atuava nos serviços
(VELLOZO; ANDRADE, 2012)
Em 1976, o termo Lepra foi substituído oficialmente por hanseníase no Brasil, com o
intuito de diminuir o preconceito e o estigma do doente e favorecer sua inclusão no meio social,
de acordo com o que recomenda a Conferência Nacional para Avaliação da Política de Controle
da Hanseníase, em Brasília, tendo como marco principal Abraão Rotberg, um dos grandes
incentivadores desta mudança (CAVALIERE, 2018).
A Portaria nº165/76 da Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária, determinou uma
política de controle da hanseníase dando prioridade as ações de educação em saúde, a aplicação
da vacina BCG, a descoberta e o tratamento dos doentes, assim como a prevenção e o tratamento
das incapacidades.
Em 1978, o esquema medicamentoso usado para tratar a hanseníase era ministrado
através de monoterapia sulfônica ou com a clofazimina pelo Ministério da Saúde, onde tal
esquema foi modificado com a associação da rifampicina e recomendado nos casos clínicos das
formas Virchowiana, Dimorfa e contidos os casos suspeitos de sulfono-resistencia. Neste
mesmo ano, o Programa Integrado de Controle da Hanseníase, lançou o Manual de Prevenção
e Tratamento de Incapacidades Físicas e o Guia de Controle da Hanseníase. Esse tratamento,
portanto, contribuiu para desativar os antigos hospitais-colônia (SILVA, 2011).
Em 1980, deram início os planos nacionais para o combate da hanseníase como
problema de saúde pública, através da implantação da poliquimioterapia (PQT) no Brasil e a
mudança nas normas técnicas.
Nos anos 1991 e 1992, o Ministério da Saúde assumiu a PQT como o único esquema de
tratamento da hanseníase no Brasil e a dose fixa na rotina dos serviços de saúde,
simultaneamente. “Tal esquema modificou os critérios de alta, uma vez que o doente a receberia
por volta do terceiro ano de tratamento” (ALVES, et al., 2014, p. 34).
Ainda no ano de 1992, a Organização Mundial da Saúde (OMS), aprovou o Plano de
Eliminação da Hanseníase, com o objetivo de exterminá-la universalmente como um agravo de
saúde pública até o ano 2000. No plano constavam as seguintes prioridades: a intensa detecção
dos casos; a vigilância epidemiológica; a atenção as incapacidades; o tratamento com
poliquimioterapia.
Em 2000, o tratamento mais uma vez foi reduzido nos centros de referência e estipulado
para seis doses supervisionadas para os pacientes Paucibacilares e 12 doses supervisionadas
para os pacientes Multibacilares. O esquema ROM (rifampicina, ofloxacina eminociclina) foi
19

seguido em dose única para pacientes Paucibacilares com lesão única de pele, sem
envolvimento de tronco nervoso (ALVES et al., 2014).
E assim, durante todo esse percurso histórico o qual passou o portador da hanseníase, e
sua exclusão social. Sobre a reinserção social do sujeito, que foi internado obrigatoriamente em
leprosários pela política pública adotada no Brasil durante quase 40 anos, destaca-se sobre este
assunto que o Ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva aprovou a Lei nº. 11.520/07, que
estabeleceu uma pensão indenizatória para tais casos.
Carmo (2014, p. 06) menciona que “embora hoje em dia a hanseníase seja rara nos
países desenvolvidos, 15 milhões de pessoas estão contaminadas em todo o mundo,
essencialmente em áreas tropicais”. Pesquisas e estudos apontam que a situação econômica do
sujeito faz com que o mesmo se torne favorável ao tratamento e dê continuidade de maneira
correta, evitando assim a grande quantidade de pessoas com deformidades devido à hanseníase.
Apesar disso, Figueiredo (2015) comenta que a dimensão sociocultural da doença
permanece sendo um desafio para os profissionais de saúde e para a população como um todo.

O sucesso das ações para o combate hanseníase e de outras patologias transmissíveis


consiste em equipar os serviços de saúde e, mais ainda, capacitar os profissionais para
mudar a situação epidemiológica dessas patologias no país, oferecendo-lhes
capacitação, usando métodos de interação teórico-práticas, ensino, serviço e
comunidade como instrumento metodológico eficiente (ALBERICI; JÓIA;
MOREIRA, 2011, p. 57).

E, para isso, Sobrinho (2017) acrescenta que é preciso a descentralização e dispersão da


capacidade pedagógica por “dentro do serviço de saúde”, isto é, entre os trabalhadores, gestores
e formadores com o controle social em saúde-educação permanente em saúde.
20

3 HANSENÍASE: AGENTE ETIOLÓGICO

Mycobacterium leprae (M. leprae) é o agente causador da hanseníase e foi a primeira


bactéria a ser identificada e correlacionada a uma doença infecciosa. Por ter sido descoberto
pelo médico dermatologista e bacteriologista norueguês Gerhard Henrick Armauer Hansen, o
Mycobacterium lepra e também ficou conhecido como bacilo de Hansen (ALVES et al., 2014).
A reprodução do M. leprae se dá de forma bastante lenta, aproximadamente 11-13 dias.
O local das lesões dos pacientes em pele, mucosa nasal e nervos periféricos, indicam que o
bacilo tem preferência por temperaturas menores que 37ºC. No entanto, o homem é reconhecido
como única fonte de infecção (reservatório), da hanseníase, apesar de já ter sido identificado
animais infectados pela doença.
Como já mencionado, o homem é considerado a única fonte transmissora da hanseníase.
O contágio dá-se por meio de uma pessoa doente, portadora do bacilo de Hansen, não tratada,
que o elimina para o meio exterior, contagiando pessoas susceptíveis. A principal via de
eliminação do bacilo, pelo indivíduo doente, e a mais plausível porta de entrada no organismo
passível de ser infectado são as vias aéreas (BRASIL, 2002).
E, Cerqueira (2017) enfatiza que “a hanseníase é transmitida por meio do contado direto,
pela respiração de uma pessoa portadora sem tratamento para outras pessoas comunicantes”.

O contato direto e contínuo com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ou
sem ventilação e falta de luz solar, aumenta a chance de a pessoa se infectar com o
bacilo. Grande parte das pessoas resiste ao bacilo e não adoece (BRASIL, 2016, p.20).

As manifestações da hanseníase acontecem por meio de lesões na pele, em qualquer


região do corpo, predominando nas regiões da face, orelhas, braços, pernas e na cavidade oral,
com redução ou ausência de sensibilidade. “As lesões mais comuns são manchas pigmentares
ou discrômicas, placa, infiltração, tubérculo e nódulo (BRASIL, 2002, p. 14).
O diagnóstico de caso de hanseníase na Atenção Básica de Saúde é basicamente clínico
através do exame dermatoneurológico para identificar lesões ou regiões de pele com alteração
de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo-motor e/ou
autonômico). Em relação ao diagnóstico da hanseníase, autores assinalam que:
21

O diagnóstico da hanseníase é fundamentado na clínica e é confirmado pela


demonstração da presença do bacilo em tecidos infectados, por exame direto, usando
a coloração de Ziehl-Nielen. Nos casos de TT, o bacilo é pouco encontrado e a
confirmação do diagnóstico geralmente é realizado pela caracterização histológica da
lesão (CERQUEIRA, 2017, p. 73)

Brasil (2008) destaca que geralmente os sinais da hanseníase podem aparecer em


qualquer região do corpo com machas ruborizadas, esbranquiçadas ou acastanhadas, caroços
avermelhados ou acastanhados e áreas da pele, mesmo sem manchas que não coçam, porém
formigam ou pinicam e vão adormecendo, com diminuição ou falta de dor, de sensibilidade ao
calor, ao frio e ao toque.
Dessa forma, segundo Cerqueira (2017), a hanseníase pode ser classificada por meio do
número de lesões presentes nos portadores proporcionais ao número de bacilos sendo
classificadas em: indeterminada e tuberculóide (Paucebacilares) e Dimorfa e Virchowiana
(Multibacilares).
Silva (2014) complementa que é preciso um diagnóstico diferencial para evitar confusão
com outras doenças de pele ou patologias neuronais, que tem em comum os mesmos sinais e
sintomas, e ainda as lesões de pele idênticas com lesões da Hanseníase.
O diagnóstico laboratorial da hanseníase é realizado através de baciloscopia, devendo
ser realizado em todos os pacientes com suspeita da doença, muitas vezes podendo não
comprovar a presença do Mycobacterium leprae nas lesões hansênicas.
O tratamento do paciente com hanseníase é de extrema importância para curá-lo, bem
como, contribuir para extinguir a doença, sendo este disponibilizado à população de forma
simples nas Unidades Básicas de Saúde, dando recursos sem custo algum para o portador da
doença (ALVES, et al., 2014). Este deve ser feito regularmente para eficácia total do mesmo.
Como foco principal do tratamento tem-se a prevenção de incapacidades do paciente,
em algumas situações os pacientes são avaliados até depois do fim do tratamento, sendo parte
integrante do mesmo.

O tratamento integral de um caso de hanseníase compreende o tratamento


quimioterápico específico - a poliquimioterapia (PQT), seu acompanhamento, com
vistas a identificar e tratar as possíveis intercorrências e complicações da doença e a
prevenção e o tratamento das incapacidades físicas (BRASIL, 2002, p. 30).

A poliquimioterapia ou PQT reduz o poder de infectividade do Mycobacterium Leprae,


porém, não recupera as deformidades físicas já alojadas. Assim o tratamento medicamentoso,
22

medidas de avaliação e prevenção das incapacidades físicas e atividades de educação para a


saúde deverão ser realizadas para os pacientes.
Segundo Cerqueira (2017), as pessoas que desenvolvem poucos bacilos (neste caso,
considera-se até cinco lesões de pele) adquirem a forma paucibacilar da doença (PB). Havendo
um esquema de tratamento específico para essas pessoas, incluindo crianças ou adultos. As
pessoas que desenvolvem muitos bacilos e consequentemente muitas lesões adquirem a forma
mais grave da doença denominada multibacilar (MB). Havendo também um esquema de
tratamento específico para essas pessoas, incluindo crianças ou adultos. O autor citado
complementa ainda, a classificação das formas PB ou MB será dada pelo profissional de saúde
no momento do diagnóstico.

A poliquimioterapia, recomendada pela OMS, padronizada e distribuída pelo


Ministério da Saúde prevê a alta por cura após 6 doses mensais supervisionadas de
rifampicinae doses diárias auto administradas de dapsona, em até 9 meses, para os
pacientes PB (BRASIL, 2010, p. 12).

3.1 Esquema Paucibacilar (PB)

Algumas pessoas depois da contaminação com o bacilo de Hansen, apresentam


resistência para a doença, representando assim os casos paucibacilares (PB). De acordo com
Brasil, (2002, p. 31) neste caso, é usada uma combinação:

Da rifampicina e dapsona, acondicionados numa cartela, no seguinte esquema –


Rifampicina, uma dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração
supervisionada e Dapsona, uma dose mensal de 100mg supervisionada e uma dose
diária auto-administrada. A duração do tratamento são 6 doses mensais
supervisionadas de rifampicina. E o critério de alta: 6 doses supervisionadas em até 9
meses.

Havendo poucos bacilos no organismo não é capaz de infectar uma pessoa, logo, os
casos paucibacilares não são considerados uma via importante de transmissão da doença pela
baixa carga bacilar e alguns pacientes podem se curar espontaneamente.

3.2 Esquema Multibacilar (MB)

É utilizado na forma contagiosa da doença, baseado em (BRASIL, 2002, p. 32):


23

Usa-se uma combinação da rifampicina, dapsona e de clofazimina, acondicionados


numa cartela, no seguinte esquema – Rifampicina, uma dose mensal de 600 mg (2
cápsulas de 300 mg) com administração supervisionada; Clofazimina, uma dose
mensal de 300 mg (3 cápsulas de 100 mg) com administração supervisionada e uma
dose diária de 50mg auto-administrada e Dapsona, uma dose mensal de 100mg
supervisionada e uma dose diária auto-administrada.

O tratamento é de 12 doses mensais supervisionadas de rifampicina e o critério de alta


é 12 doses supervisionadas em até 18 meses.
A proximidade com pacientes multibacilares aumenta as taxas de transmissão do bacilo.
Ambientes com muitas pessoas fechados e condições socioeconômicas adversas crescem ainda
mais as chances de transmissão.
Algumas pessoas são resistentes ao bacilo de Hansen e, depois da contaminação, o
bacilo se multiplica no organismo e é eliminado para o ambiente externo, sendo a possibilidade
de infectar outras pessoas.
Outra maneira de diagnosticar a hanseníase multibacilar, quando o paciente apresenta
mais de 5 machas na pele. Para esses casos são usadas rifampicina, dapsona e clofazimina
(SILVA, 2014).
Casos multibacilares que começam o tratamento, com inúmeras lesões e/ou extensas
áreas de infiltração cutânea, poderão apresentar diminuição mais lenta das lesões de pele.
Grande parte desses pacientes continuarão melhorando depois do término do tratamento com
12 doses. É possível, no entanto, que alguns apresentem pouca melhora e, por isso, poderão
precisar de até 12 doses adicionais de PQT.

3.3 Prevenção

Os efeitos indesejáveis da hanseníase podem ser diminuídos por meio de ações


preventivas, que podem ser realizadas nas UBS’s onde a enfermagem faz parte da equipe
multiprofissional do trabalho preventivo da doença, pois como afirma Santana (2016), as
medidas preventivas e de controle da hanseníase são absolutamente necessárias.
Neste contexto, os programas de vigilânciasepidemiológicas também possuem
fundamental importância no controle e prevenção das doenças. De acordo com Araújo (2013,
p.42):

A principal prevenção incide no diagnóstico precoce, tratamento poliquimioterápico


correto e tratamento das neurites com corticoterapia, sobretudo durante os estados
24

reacionais. É de suma importância orientar o paciente para que faça o auto-exame


diariamente e evite traumas, calos, ferimentos e queimaduras.

Para tanto, a forma mais eficiente de prevenir as incapacidades decorrentes da


hanseníase é o diagnóstico e tratamento cabíveis dos casos, antes de acontecerem lesões
nervosas. O tratamento apropriado das complicações da hanseníase, envolvendo reações e
neurites, pode prevenir ou reduzir o aparecimento de outras incapacidades. A hanseníase e as
deformidades a ela vinculadas são responsáveis pelo estigma social e pela discriminação contra
os pacientes e suas famílias na maioria das sociedades (BRASIL, 2008).
A forma mais adequada de prevenir a instalação de deficiências e incapacidades físicas
é o diagnóstico oportuno. A prevenção de deficiências (temporárias) e incapacidades
(permanentes) não deve ser separada do tratamento PQT (BRASIL, 2016). As ações devem
fazer parte da rotina dos serviços de saúde e recomendadas para todos os portadores da doença.
De acordo com Brasil (2016) “prevenir as incapacidades ocasionadas pela hanseníase
abrange um conjunto de medidas que vise o caso de danos físicos, emocionais e
socioeconômicos”. Se já existir danos, a prevenção constitui-se em seguir medidas que evitem
complicações das mesmas.
As unidades de saúde são as responsáveis pela prevenção e o tratamento das
incapacidades físicas decorrentes da hanseníase. Tais procedimentos são realizados mediante o
uso de técnicas simples como cita Brasil (2016) “educação em saúde, exercícios de prevenção,
adaptações de calçados, férulas, adaptações de instrumentos de trabalho e cuidados com os
olhos”.
Os casos de incapacidade física que solicitarem técnicas complexas devem ser
encaminhados aos serviços especializados ou serviços gerais de reabilitação, assim, os
elementos preventivos de incapacidades em hanseníase são educação em saúde, diagnóstico
precoce da doença, tratamento regular com PQT e vigilância de contatos, detecção precoce e
tratamento adequado das reações e neurites, apoio à manutenção da condição emocional e
integração social e realização de autocuidado (BRASIL, 2016).
25

4 O PAPEL DO ENFERMEIRO NO CONTROLE DA HANSENÍASE

Como já se sabe a Hanseníase é uma doença crônica infectocontagiosa, transmitida por


meio de precárias condições socioeconômicas, aumentando assim, a disseminação da doença e
seu controle. Destaca-se ainda que fora o preconceito social, a Hanseníase tem poder
incapacitante dificultando o trabalho e a vida social do portador da doença.
Diante desse panorama, é necessário que o tratamento da Hanseníase seja
multidisciplinar. Nesse sentido, Costa (2010) menciona que a enfermagem tem a função de
planejar e oferecer ajuda ao paciente portador de hanseníase, sua família e comunidade,
realizando pesquisa de campo para detectar as condições de saúde do local, e em seguida, dispor
de tratamento apropriado e eficaz.
No entendimento de Bittencourt (2014) hoje em dia, o papel do enfermeiro para as ações
de prevenção, promoção e controle da Hanseníase no Brasil cresceu com a vigorosa expansão
do SUS, onde os enfermeiros cumprem o papel de organização do serviço de saúde em todos
os níveis de complexidade.
As ações desenvolvidas pelos enfermeiros na prevenção e controle da hanseníase se
pautam na busca e diagnóstico dos casos e tratamentos, além da prevenção de incapacidades,
administração do controle e sistema de registro da vigilância epidemiológica.
Numa pesquisa realizada por Lima et al., (2013), no que se refere aos casos de
Hanseníase, a primeira iniciativa seria fazer um diagnóstico da doença, pois quanto mais
depressa dirigir o paciente para o tratamento maior a perspectiva de interromper a continuidade
de sua transmissão.
Nascimento et al., (2011) explicam da importância do alcance da extinção da referida
doença e acrescenta ser necessário que as estratégias realizadas no âmbito da ESF estejam
voltadas para a efetivação dos princípios do SUS, especialmente da integralidade. Nesse
contexto, Borges, (2017) menciona que a enfermagem é parte motivadora para o trabalho
coletivo, onde age diretamente nas ações de controle da hanseníase, fazendo pesquisa com o
portador, família e comunidade que o mesmo está inserido.
Dessa forma, os profissionais de enfermagem possuem um papel primordial nas ações
de controle da hanseníase, tais ações compreendem: “prevenção da doença, busca e diagnóstico
dos casos, tratamento e seguimento dos portadores, prevenção e tratamento de incapacidades,
gerência das atividades de controle, sistema de registro e vigilância epidemiológica e pesquisas
(DUARTE et al., 2015, p. 189).
26

O papel do enfermeiro, na ação da atenção básica, conforme Lima et al., (2013),


simboliza uma dimensão fundamental na diferenciação desses sujeitos com aspectos típicos
para a hanseníase. Para isso, é preciso que esse profissional faça parte de um programa de
assistência à saúde que esteja integrado na comunidade, e logo, tenha acesso direto com essas
pessoas, permitindo uma ação interventiva que ocasione transformações ambientais e nos
fatores modificáveis.
Nessa acepção, Rodrigues et al., (2015) asseguram que a prática da enfermagem é
essencial na ação do papel assistencial a favor da saúde das pessoas, integrando um trabalho
em grupo no enfrentamento da Hanseníase, atuando exatamente em medidas estratégicas
pretendendo, controlar a doença, de forma singular, atendendo os infectados, seus familiares e
comunidades em que vivem.
Na pesquisa de Souza, Nóbrega e Silva (2012, p. 91), indicam que a educação em saúde
é uma das competências de enfermagem que desempenha um papel primordial nesse assunto
de adoecimento por Hanseníase, pois caracteriza uma atividade contemporânea acentuando o
equilíbrio emocional do doente. Os autores mencionam que certos conflitos são normais
decorrentes do convívio entre pacientes e familiares em virtude de fatores exaustivos ou
estressores. Os mesmos autores também afirmam que “é interessante que o enfermeiro tenha
ciência desses problemas, para que possa intervir junto aos familiares, particularmente ou em
grupo”.
Rodrigues et al., (2015), ressaltam que uma das mais notáveis competências da
enfermagem é a consulta realizada entre enfermeiro e paciente. Nesse momento podem ser
identificadas dificuldades acerca da Hanseníase, assim como a descobertas de outras doenças.
A consulta de enfermagem abre as portas para o encontro entre paciente e Unidade de
Saúde. Nela será realizado o histórico, exame físico, diagnóstico, prescrição e evolução de
enfermagem. Silva et al., (2016) assinalam que a escuta deve estar concentrada em todas as
fases, pois um bom diálogo será decisivo para o conhecimento e análise do perfil da saúde e da
doença.
Para Lima et al., (2013), a consulta de enfermagem é importante tanto para o enfermeiro
quanto para a pessoa portadora de Hanseníase, pois significa um verdadeiro encontro
possibilitando fases significativas, envolvendo o registro da história de vida do paciente: o
exame físico, o diagnóstico, a prescrição e a evolução da enfermagem.

O processo de escuta passa por essas fases e, dependendo da qualidade realizada, ela
poderá reconhecer uma série de condições que fazem parte da vida das pessoas e
27

estabelecem nos determinantes dos perfis de saúde e da doença (LIMA et al.,2013. p.


10).

Borges (2017, p. 18) destaca:

A consulta de enfermagem se torna imprescindível no estabelecimento do vínculo


entre enfermeiro e o portador da hanseníase. Se o enfermeiro, durante a consulta,
constrói um processo de confiança e compromisso com o paciente, motivando-o e, ao
mesmo tempo corresponsabilizando-o, em todas as fases do processo de cuidado, a
probabilidade de abandono deste é diminuída.

Outra estratégia particular da enfermagem é a sistematização de cuidados, onde envolve


o diagnóstico precoce, realização dos exames dermatoneurológicos, prevenção de
incapacidades, apoio psicológico durante o tratamento até a cura, segundo visto no Programa
de Eliminação da Hanseníase (BRASIL, 2010).
Oliveira (2014) fala sobre o papel decisivo do enfermeiro, no controle da Hanseníase no
Brasil, o autor apresenta um avanço significativo na participação desse profissional no
enfrentamento da doença, coordenando estratégias em saúde que demonstram complexidade.
Esse progresso só foi possível com a iniciação do tratamento da poliquimioterapia (PQT). Dessa
atividade surgiu o processo de controle e aplicação de novas técnicas realizadas pela
enfermagem. Frente às dificuldades físicas demonstradas pelos pacientes, passou a ser
pertinência da enfermagem as ações que compreendem a prevenção e tratamento dessas
incapacidades (BRASIL, 2011).
De forma mais global, Costa (2010) assegura que as ações realizadas pelo enfermeiro
acabam numa redução da prevalência oculta através de uma redução de espaço entre a
apresentação dos sintomas iniciais e do diagnóstico propriamente dito. Segundo o autor, esse
resultado pode ser alcançado por meio de um trabalho multidisciplinar, organizado e com
planejamento de ações.
De acordo com Souza et al., (2013), a atuação da enfermagem é de extrema relevância
no tratamento de Hanseníase, pois as ações inseridas devem estar aptas para impedir o abandono
do tratamento que pode causar consequências sérias, aumentando o risco de transmissão dos
casos diagnosticados e não tratados corretamente, viabilizando a continuação da transmissão
por causa do intervalo da ação medicamentosa. Este caso pode aumentar o índice de problemas
físicos e deformidades pelo corpo, assim como manter o preconceito social que perpetua até
hoje, marginalizando os doentes e seus familiares.
28

Durante o tratamento, o enfermeiro deve oferecer apoio, abrangendo as principais


ansiedades relacionadas a doença, para que possa orientar sobre a doença, tratamento, e orientar
quanto a prevenção de incapacidades, autocuidado e tudo o que contém no tratamento, como
conduzir as tomadas de medicamentos, além dos principais efeitos adversos que podem
provocar (SILVA, 2014).
Desse modo, para o controle da Hanseníase as ações vão além do enfermeiro permanecer
apenas na unidade. As visitas domiciliares devem ser realizadas pelos enfermeiros e médicos
quando for preciso e pelos Agentes Comunitários de Saúde mensalmente.

Esta ferramenta é compreendida como grande instrumento de trabalho, onde tem


como proposta inicial a atenção domiciliar e a reinserção social dos portadores da
doença. É primordial a reflexão sobre esta atividade no campo da assistência,
sobretudo no que diz respeito ao cuidado prestado pelo enfermeiro, de forma a
compreender o indivíduo no contexto familiar e social em que se encontra inserido
(NASCIMENTO et al., 2011, p. 743-744).

Contemplando tal ideia, Dos Santos et al., (2012, p. 123) frisa a notabilidade da prática
da educação em saúde no cuidado voltado ao paciente do programa de Hanseníase. Tal prática
deve ser uma ação transformadora em conexão com os pacientes, familiares e comunidade.
Assim, compete ao enfermeiro ampliar o seu olhar para as problemáticas sociais, históricas e
culturais. “É fazer com que sujeitos resgatem sua cidadania, pondo-a em destaque na promoção
da saúde”.
Também nessa lógica, Lima et al., (2013) asseguram que a assistência oferecida pelos
profissionais da enfermagem deve estar focada nas ações que abrangem a educação com o
intuito de ampliar o conhecimento de portadores de Hanseníase. Tais ações educativas podem
elevar o nível de consciência desses pacientes e também o grau de aceitação e adesão ao
tratamento.

O enfermeiro deve estar atento às transformações que estão acontecendo a cada dia
no país e no mundo, para que possa ajustar seu conhecimento empírico-prático às reais
necessidades de saúde da população (LIMA et al., 2013, p. 14).

Portanto, é papel do enfermeiro, proporcionar uma educação continuada aos auxiliares


e técnicos de enfermagem, bem como aos agentes comunitários de saúde, e principalmente,
realizar consultas de enfermagem que proporcionem, dentre outras funções, a identificação dos
fatores de risco e de adesão no tratamento de hanseníase.
29

Assim, segundo informa Silva (2014, p. 59) é de suma importância na unidade de saúde
uma perspectiva cultural em que a enfermagem relacione o cuidado e sua influência na
assistência, trabalhando como suporte na facilitação e capacitação a indivíduos ou grupos, para
manter ou reaver o seu bem-estar ou ajudá-los a enfrentar problemas ou a morte, de uma forma
culturalmente significativa e satisfatória.
Portanto, é de extrema relevância que a unidade de saúde tenha uma equipe bem
capacitada onde todos possam ver o paciente não só como um doente, mas sim um cliente que
deve ser bem recebido, orientado, acompanhado, sendo estimulado ao tratamento oferecido, e
de forma alguma discriminado.
O enfermeiro detém o poder da mudança e este quando bem usado provoca em meio a
tantas adversidades, conforto ao paciente que precisa do Serviço Único de Saúde (SUS).
30

5 METODOLOGIA

5.1 Desenho do estudo

O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de natureza monográfica, de


cunho qualitativo, desenvolvido com base no método de revisão integrativa de literatura. A
Revisão Integrativa é uma metodologia específica de pesquisa em saúde que resume um assunto ou
referencial teórico para um melhor entendimento de uma questão, admitindo uma análise holística
da literatura. Este método foi criado de acordo com os desígnios da Prática Baseada em Evidências
(PBE) e apresenta como hipótese um rígido processo de síntese da realidade pesquisada (MENDES;
SILVEIRA; GALVÃO, 2008). A pesquisa foi realizada com base artigos científicos publicados
entre 2010 a 2019, com enfoque na assistência de enfermagem ao paciente com hanseníase. A
abordagem metodológica da revisão integrativa se realiza em seis etapas tais são: escolha do
tema e elaboração da pergunta norteadora, escolha da amostra a ser analisada e estabelecimento
dos critérios de inclusão e exclusão, categorização dos estudos, avaliação dos estudos inclusos
na revisão integrativa, interpretação dos resultados e apresentação da revisão integrativa

5.2 Escolha do tema e elaboração da pergunta norteadora

A temática proposta “assistência de enfermagem ao paciente com hanseníase” e


consequentemente da questão norteadora, quais ações são realizadas pelo enfermeiro no controle da
hanseníase? ”. Se deu por ainda existir muitas pessoas portadoras desta doença, onde é de grande
relevância os cuidados preventivos para a doença.

5.3 Escolha da amostra a ser analisada e estabelecimento dos critérios de inclusão e


exclusão

Foram realizadas buscas em artigos e publicações referentes a assistência de


enfermagem ao paciente com hanseníase nos últimos dez anos, nos bancos de dados A
ScientificElectronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-americana e do Caribe em
Ciências da Saúde (Lilacs), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Bases de dados em
enfermagem (BDENF), Google Acadêmico, associando os descritores (DESCS): Enfermagem,
31

hanseníase, enfermeiro, prevenção. Para relacionar os descritores foi usado o operador booleano
AND.
Em relação ao refinamento mais apropriado dos artigos foi determinada uma amostra,
de 50 de artigos, sendo que todos apresentavam idioma em português. Foi observado os
objetivos, resultados e a conclusão de cada artigo e realizada uma leitura analítica na íntegra
dos mesmos. Depois de leitura minuciosa, foram selecionados 35 artigos cujo conteúdo fez
menção aos descritores “Enfermagem”, “hanseníase”, “Enfermeiro”, “Prevenção”, desses,
somente 08 artigos contemplaram a todos os critérios de inclusão acima pontuados.
Como critérios de inclusão foram usados artigos disponíveis em idioma português, com
ano de publicação de 2010 a 2019. Como critérios de exclusão foram usados: pesquisas
duplicadas, artigos de revisão, teses e dissertações. Depois do procedimento da busca eletrônica
nas bases de dados citadas, as publicações foram pré-selecionadas baseadas na leitura do título
e resumo. Em seguida, leitura na íntegra dos artigos antecipadamente selecionados, foram
detectados os artigos que constituíram a amostra final desta revisão integrativa.

5.4 Categorização dos estudos

Foi realizado o refinamento dos artigos, onde foram analisados integralmente 08 artigos
percebendo que todos atenderam os critérios de inclusão requisitados na metodologia,
correspondendo a questão norteadora deste estudo. Observou-se também a metodologia,
objetivos, resultados e conclusão de cada artigo.

5.5 Avaliação dos estudos inclusos na revisão integrativa

Foi realizada a seleção dos artigos minunciosamente, com o intuito de conseguir


respostas para resultados contrários ou variados na pesquisa. As buscas feitas foram a partir dos
descritores deste estudo, onde foram escolhidos aqueles em que constavam: enfermagem,
hanseníase, enfermeiro e prevenção.
32

5.6 Interpretação dos resultados

Depois de leituras incansáveis nos artigos pesquisados, identificou-se uma gama de


acervos referentes ao assunto abordado. A partir daí foi feito a seleção dos artigos para
composição do quadro sinóptico.

5.7 Apresentação da revisão integrativa

Para concluir esta revisão, foi feita uma tabulação dos temas e informações dos estudos
pesquisados para a discussão.
33

6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Na primeira busca foram encontrados 177 artigos, destes, 120 eram do LILACS e 57
do SCIELO. Na busca de títulos, certos estudos foram excluídos e com a utilização dos critérios
de inclusão e exclusão e leitura dos resumos, foram escolhidos 35 artigos, 26 do LILACS e 9
do SCIELO. Após uma minuciosa leitura obteve-se 08 artigos como mostra o quadro abaixo.

Figura 1: Fluxograma representativo do processo de seleção dos artigos.

Total de estudos Identificados


(177)

Exclusão de duplicados

(76)

Seleção por título e resumos

(102)

Excluídos por seleção de título


e resumos

(67)

Seleção por texto completo (35)

Amostra para síntese (08)


34

A partir da análise dos principais resultados dos onze artigos científicos incluídos no
estudo, surgiram duas categorias temáticas: os fatores de risco para o câncer de mama e as ações
do enfermeiro na prevenção do câncer de mama.

Quadro 01 - Perfil das produções quanto ao ano, tipo de estudo e participantes, 2019
Nº Identificação do estudo Autores Fonte de Periódicos Ano
informação
01 A visão do profissional Mara Dayanne Alves Scielo Revista Brasileira 2017
enfermeiro sobre o Ribeiro, Iraneide da Silva em Promoção a
tratamento da hanseníase na Castillo, Jefferson Carlos Saúde
atenção básica Araujo Silva, Sabrynna
Brito Oliveira

02 Vivência do enfermeiro da Lennara de Siqueira Lilacs Revista de 2015


atenção básica nas ações de Coêlho1, Keila enfermagem da
controle da hanseníase Rodrigues de Universidade
Albuquerque2, Natália Federal de
Maria Freitas e Silva pernambuco
Maia3, Lorena Rocha
Batista Carvalho4,
Camila Aparecida
Pinheiro Landim
Almeida5, Mônica
Pereira da Silva6
03 Ações do enfermeiro no Nascimento, Grazielle Lilac Revista 2011
controle da hanseníase Rodrigues de Carvalho; Eletrônica de
Barrêto, Anne Jaquelyne Enfermagem
Roque; Brandão, Gisetti
Corina Gomes; Tavares,
Clódis Maria.
04 Conhecimento e prática dos Francisco Scielo Revista Brasileira 2015
enfermeiros sobre Feitosa Rodrigues, de Enfermagem
hanseníase: ações de Cinthia Gondim
controle e eliminação Pereira Calou, Tânia
Alteniza Leandro, Franz
Janco Antezana, Ana
Karina Bezerra Pinheiro,
Viviane Martins da Silva
e Maria Dalva
Santos Alves

05 A assistência de Liniker Scolfild Scielo Revista de 2016


enfermagem aos portadores Rodrigues da Silva, Enfermagem da
de hanseníase assistidos Tânia Maria da Silva, Universidade
pelo programa de saúde da Jarede Teles Rocha, Federal do
família Wellington Gomes de pernambuco
Andrade, Eliana Cordeiro
Lessa, Nathália da Silva
Correia.
06 Ação educativa sobre Ana Jotta Moreira, Scielo Revista Saúde 2014
hanseníase na população Juliane Moreira Naves, Debate
usuária das unidades Luciane Fernanda
básicas de saúde de Rodrigues Martinho
Uberaba-MG. Fernandes, Shamyr
Sulyvan de Castro, Isabel
35

Aparecida Porcatti de
Walsh.
07 Detecção da hanseníase e a Paulo Nunes dos Santos, Scielo Revista de 2012
humanização do cuidado: Patrícia Howa Matos Enfermagem
ações do enfermeiro do Zerbinato, André Silva Global.
programa de saúde da da Mota, Diego Pereira
família Rodrigues, Eliza Antunes
Cortez.
08 Consulta de enfermagem ao Cibelly Aliny Siqueira Scielo Revista Brasileira 2018
portador de Hanseníase no Lima Freitas, Antônio de Enfermagem
Território da Estratégia da Vieira da Silva Neto,
Saúde da Família: Francisco Rosemiro
percepções de enfermeiros e Guimarães Ximenes
pacientes. Neto, Izabelle
Mont’Alverne Napoleão
Albuquerque, Isabel
Cristina Kowal Olm
Cunha.

Quadro 02 - Síntese das produções quanto ao ano, tipo de estudo e participantes, 2019
Nº Objetivos Métodos Amostra estudada Principais Resultados
01 Avaliar a visão dos Pesquisa do tipo nove enfermeiros Os enfermeiros afirmaram
enfermeiros atuantes descritiva, com abordagem que trabalham no que a poliquimioterapia é
na Atenção Básica qualitativa município de eficaz para o tratamento da
(AB) sobre o Cocal, Piauí, hanseníase, assim como
tratamento da Brasil, entre os para a redução da carga da
hanseníase. meses de janeiro a doença e cura do paciente.
março de 2016 A supervisão está
relacionada ao tratamento
correto, garantia de cura,
redução de sequelas e
interrupção da transmissão
da doença.
O2 Analisar a vivência do Estudo descritivo e 13 enfermeiros Após análise, emergiram
enfermeiro da atenção exploratório de abordagem das Unidades as categorias analíticas:
básica nas ações de qualitativa realizado a Básicas de Saúde, Caracterizações dos
controle da hanseníase partir de roteiro de no Sudeste de sujeitos, Implementação
entrevista semiestruturado Teresina/PI das ações de controle da
hanseníase pelo
enfermeiro da atenção
básica e As dificuldades do
enfermeiro na execução
das ações de controle da
hanseníase
03 Conhecer a experiência Estudo qualitativo, com Seis enfermeiros O enfermeiro busca
de enfermeiros que dados obtidos por meio da da Estratégia trabalhar todas as ações
atuam na Estratégia entrevista semiestruturada Saúde da Família relativas ao controle da
Saúde da Família, junto hanseníase, desde a
a pacientes com consulta de enfermagem
diagnóstico de até as ações de vigilância
hanseníase epidemiológica.
Concluímos que a pesquisa
proposta traz dados
importantes acerca do
trabalho do enfermeiro na
atualidade, servindo de
subsídio para novas
pesquisas e para melhorar
36

as ações de enfermagem
em relação à problemática
da hanseníase.
04 avaliar o conhecimento Estudo avaliativo, com 16 enfermeiros. Os dados coletados
e a prática de abordagem qualitativa revelaram que os
enfermeiros da atenção profissionais de saúde
primária de saúde possuem conhecimento
quanto às ações de suficiente sobre a Política
controle e eliminação Nacional de Controle e
da hanseníase Eliminação da Hanseníase
(PNCEH) e que as
principais ações
preconizadas foram
executadas, porém, a
notificação de casos
suspeitos ou confirmados e
a reinserção social do
doente não foram citadas.
05 Analisar a assistência Estudo retrospectivo, 14 profissionais Constatou-se que a
de enfermagem prospectivo, com de enfermagem. assistência de enfermagem
utilizada no abordagem quantitativa, no combate e controle da
atendimento de realizada em postos de hanseníase, onde 93% dos
portadores de saúde da família no entrevistados
hanseníase município de Tamandaré mencionaram a consulta de
(PE), enfermagem sendo a
metodologia mais
importante realizada nesta
unidade de saúde.
06 avaliar o efeito de uma Pesquisa de intervenção de 88 mulheres e Observou-se que ainda é
intervenção educativa natureza descritiva, com oito homens com grande a desinformação da
sobre o conhecimento abordagem quantitativa. idade média de 57 população. No entanto, a
acerca da hanseníase a 79 anos. importância da estratégia
em usuários das de educação em saúde
Unidades Básicas de pôde ser confirmada pelo
Saúde de Uberaba- satisfatório acréscimo de
MG. conhecimento,
favorecendo a prevenção e
diagnóstico precoce.
07 Identificar quais as Pesquisa descritiva, 31 enfermeiros As ações realizadas pelos
ações realizadas pelo qualitativa e de campo enfermeiros não
enfermeiro do obedecem a um padrão
Programa de Saúde da único e que alguns não
Família (PSF) para possuem a necessária
detectar a hanseníase e capacitação para atuar
qual o cuidado por ele com os usuários do PSF
oferecido às pessoas atingidos pela hanseníase
atingidas pela doença,
tendo como foco a
humanização.
08 Identificar as Pesquisa qualitativa do 6 enfermeiros e Na consulta de
dificuldades do tipo exploratório- dezesseis enfermagem busca-se
enfermeiro para que descritiva portadores de criar um vínculo de
ele possa refletir e hanseníase em confiança com cliente com
criar estratégias para tratamento de um objetivo do mesmo
melhorar a qualidade total de dezenove receber as informações
da consulta e sobre seu tratamento bem
acompanhamento de como sobre de
enfermagem aos incapacidades
portadores de
hanseníase e conhecer
37

a percepção do cliente
em relação à estrutura
do atendimento e o
acompanhamento de
enfermagem

A assistência de enfermagem é preconizada pelo Ministério da Saúde e padronizada pela


Portaria nº 149/16, que aprova as diretrizes para a vigilância, atenção e eliminação da
hanseníase e visam o fortalecimento das ações de atenção a hanseníase bem como à organização
de rede de atenção integral e promoção da saúde, com base na comunicação educação e
mobilização social (RIBEIRO, 2017).
A discussão sobre a assistência de enfermagem ao portador de hanseníase inicia-se com
um levantamento bibliográfico realizado por Nascimento et al., (2011), sobre hanseníase,
quando os autores analisaram a produção científica que tratam das ações de enfermagem na
prevenção e controle da hanseníase e averiguaram que o papel dos profissionais da área é de
total importância na orientação, sensibilização e acolhimento, formando um vínculo entre o
serviço de saúde e o paciente, porém para os autores enfatizam que para isso de fato acontecer
é necessário que a equipe de enfermagem saiba como realizar este processo.
Esse vínculo é conquistado com mais estabilidade através do atendimento individual a
cada paciente permitindo resultados mais eficientes no tratamento da hanseníase. Os autores
ainda acrescentam que o processo de enfermagem tem sido de extrema importância no trabalho
da equipe, pois para o enfermeiro atuar de modo global no tratamento da hanseníase ele deve
identificar os diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem, para que assim ele possa
melhor oferecer assistência a todos os problemas de saúde do paciente (COÊLHO, 2015).
A assistência de enfermagem oferecida aos pacientes fundamentadas nas taxonomias
NANDA-I, NIC e NOC ofereceram um cuidado permanente, atualizado e de qualidade focado
no bem-estar do paciente e para a aquisição da sua autonomia de saúde FREITAS, et al., 2018).
A prática da equipe de enfermagem em hanseníase é caracterizada por Rodrigues,
(2015) através dos curativos realizados em algumas UBS’s da Direção Regional de Saúde
XXIV-Taubaté, SP. Isso porque de acordo com um estudo realizado pelas pesquisadoras, os
resultados encontrados demonstraram que, dos 56 pacientes com hanseníase pesquisados, 38
(67,8%) realizavam curativos dentre os profissionais que executavam o procedimento, e 18
(32,1%) só orientam o procedimento. Segundo o autor, dos profissionais que realizavam os
curativos 11 (28,9%) eram técnicos de enfermagem, dentre os sujeitos da pesquisa 24 (62,3%)
são auxiliares de enfermagem, 2 (5,3%) são atendentes e 1 (2,6%) estagiário na área da saúde;
38

18 (47,4%) desses funcionários não tiveram nenhum tipo de treinamento para realizarem os
curativos (RODRIGUES, 2015).
Durante as observações, de Moreira et al. (2014) os autores constataram que as
disparidades significativas encontradas entre o grupo dos profissionais capacitados e dos sem
capacitação foram relacionadas à avaliação do leito da ferida e uso de produtos para o
desbridamento. Dessa forma, Silva (2016) conclui que deve-se haver muitos esforços para que
os profissionais de enfermagem exerçam sua prática acerca de curativo à luz dos avanços da
tecnologia no tratamento de lesões.
Dos Santos et al., (2012) realizaram um estudo de caso em um Centro de Saúde em
Teresina – PI, que tratou dos problemas relacionados a assistência de enfermagem prestada a
um paciente com Hanseníase Multibacilar, focando no cuidado de Enfermagem Transcultural,
Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem de acordo com a Taxonomia II da NANDA; os
pesquisadores verificaram que o planejamento da assistência objetivou, sobretudo, colaborar
para a adesão ao tratamento da doença, reduzindo os riscos mais graves e usando a preservação,
negociação e repadronização do sistema profissional. Os autores também averiguaram que a
adesão ao tratamento e a realização de autocuidado voltado para o tratamento da hanseníase
acontece de modo culturalmente benéfico.
Dessa forma, Rodrigues et al., (2015) enfatiza que é indispensável que o enfermeiro
esteja capacitado para conscientizar o paciente da situação em que o mesmo se encontra e de
todas as variáveis que possam lhes beneficiar, e tornarem-se atores principais de suas vidas.
Seguindo nesse contexto discursivo, Silva (2016) adverte quanto a importância de
conhecer as consequências da hanseníase no dia-a-dia dos pacientes, para auxiliar na assistência
de enfermagem oferecida ao mesmo. Tais consequências segundo a autora indicam uma grande
vulnerabilidade desses pacientes, que convivem, simultaneamente, com uma grande fragilidade
ou estigma.
De acordo Silva (2016), o estudo realizado de fato desempenhou seu objetivo de
oferecer elementos para uma assistência de enfermagem que permita a identificação de fatores
que vulnerabilizam pacientes com hanseníase, buscando ações para combater e vencer as
fragilidades, com vista a sua promoção.
O enfermeiro age proporcionando intervenções mútuas com a equipe multiprofissional,
auxiliando a esclarecer e explicar os conceitos e preconceitos relativos à hanseníase,
possibilitando o reconhecimento dos perfis de saúde e doença e estimulando a autonomia e
39

qualidade de vida dos pacientes. Assim, os cuidados isolados restringem-se a educação em


saúde/orientação ao usuário com hanseníase (COÊLHO, 2015).
Contudo, tal orientação tem intensidades variadas tais são: orientar não apenas a acerca
do tratamento, mais também quanto as lesões, medicações e autocuidado, tendo como padrão
um cuidado holístico, humanizado, social, psicológico e integral (RIBEIRO, et al., 2017.
Contudo, Dos Santos et al., (2012) adverte que a maior preocupação dos usuários é
apenas com o tratamento terapêutico medicamentoso, não dando ênfase a importância da
família e da sociedade no tratamento. Os autores ainda destacam que as ações de educação em
saúde no cuidado à saúde do usuário do programa de hanseníase devem ser compreendidas
como prática transformadora que deve ser elaborada pela equipe de saúde em ações de controle
da doença, abrangendo portadores da doença, familiares e comunidade.
Por meio de uma busca na literatura, realizada por Freitas et al., (2018), os autores
pretenderam verificar a atuação dos enfermeiros no diagnóstico e prevenção das incapacidades
causadas pela hanseníase e se os profissionais de enfermagem estão verdadeiramente
capacitados para atuarem com os pacientes de hanseníase. Os autores analisaram um total de
65 artigos e publicações que abordavam o assunto hanseníase, destes, somente 12 tratavam
exclusivamente sobre incapacidades causadas pela doença, os demais abordavam temas sobre
o tratamento, casos novos, transmissão e avaliações quanto ao programa nacional de combate
a hanseníase.
Os autores concluíram nos trabalhos analisados que são poucas as publicações referentes
à prevenção das incapacidades, sendo que grande parte somente as descrevem e as indicam,
concluíram ainda, que são poucas as pesquisas voltadas para o conhecimento e atuação de
profissionais da equipe de enfermagem, deixando evidente a importância de realizar
capacitações sobre a temática (FREITAS, et al. 2018).
Rodrigues (2015) menciona que é extremamente relevante, que o profissional da
enfermagem tenha conhecimentos que promovam e os ajudem a identificar, diagnosticar e tratar
a Hanseníase. Com isso, é recomendado ao enfermeiro, dentre outras imputações, realizar
avaliação clínicadermato-neurológica simplificado, avaliar o estado de saúde do indivíduo e
reencher formulários do sistema de informação em hanseníase.
Rodrigues (2015) ainda ressalta que os profissionais da rede primária de saúde devem
realizar a anamnese e o exame físico do paciente, coletando sua história clínica, identificando
os sinais e sintomas dermato-neurológicos da doença, contestando a ação dos enfermeiros que
simplesmente encaminham o paciente para consulta médica.
40

Segundo Silva (2016), a anamnese realizada pelo enfermeiro deve ser feita da seguinte
forma: investigação sobre os sinais e sintomas da doença e os possíveis vínculos
epidemiológicos; ouvir o paciente com a devida atenção e orientá-lo da melhor forma possível
esclarecendo todas suas dúvidas e procurando criar e/ou reforçar o vínculo de confiança
existente entre o indivíduo e os profissionais de saúde; registrar no prontuário todas as
informações obtidas, pois são úteis para concluir o diagnóstico, tratamento e para acompanhar
o paciente; identificar sintomas como: alteração na pele, manchas, placas, infiltrações,
tubérculos, nódulos, e há quanto tempo eles apareceram; possíveis mudanças de sensibilidade
em alguma região do corpo; presença de neurite, ou fraqueza nas mãos e nos pés.
Neste contexto, Moreira et al., (2014) menciona que o tratamento do paciente
hanseniano está incluso nas ações de controle da doença, que é realizado por meio da
poliquimioterapia, administrada conforme a classificação operacional de cada caso. O tempo
de duração do tratamento da doença pode depender da classificação da mesma, podendo esta
ser paucibacilar ou multibacilar, de seis a doze meses respectivamente.
O enfermeiro tem um papel fundamental nesse processo, pois é no acompanhamento,
ocorrido nas USF, que haverá a formação do vínculo, a prevenção de incapacidades, a
identificação das intercorrências e complicações.
Nascimento et al., (2011), na pesquisa realizada com enfermeiros e a partir dos
depoimentos colhidos os autores identificaram as ações de assistência de enfermagem, no
controle da hanseníase, onde estas são voltadas para o nível individual do paciente, o
desenvolvimento de ações de educação em saúde e de vigilância epidemiológica. Em relação à
assistência prestada pelo enfermeiro para realização do cuidado ao paciente com hanseníase, os
autores constataram que esta é feita através das consultas, supervisão das doses e visita
domiciliar.
Ainda de acordo com Nascimento et al., (2011), as ações de educação em saúde se
abreviam a palestras e campanhas realizadas de forma pontual e com orientações
fundamentadas em sinais e sintomas, estas são orientadas por processos hegemônicos na área
da saúde. Nas ações de vigilância epidemiológica os autores mencionam que denota-se
investigação (busca ativa de casos) e controle dos comunicantes.
Acrescentam ainda que acerca do controle da hanseníase, o enfermeiro deverá levar em
consideração outros aspectos, além dos já citados, que compreendam a produção da
integralidade do cuidado com vista à promoção da saúde. O enfermeiro deve também considerar
as necessidades de saúde existente em sua região, sem perder de vista as condições sociais e
41

econômicas vividas pelos portadores da doença, do mesmo modo, as ações de educação em


saúde devem potencializar, sobretudo, o usuário e seus familiares para o enfrentamento da
doença diante dos medos, preconceitos, reações hansênicas e reações adversas vivenciadas
durante seu tratamento e pós-alta (NASCIMENTO et al., 2011).
Nesse percurso, Dos santos et al., (2012) concluíram que a relação “ações de
enfermagem-hanseníase” consegue transpor a concepção formal, científica e medicamentosa –
ultrapassando os aspectos físicos do paciente que ganha uma nova dimensão, seja mantendo um
caráter passivo ou ativo. Portanto, é de inteira relevância que o enfermeiro esteja capacitado a
conscientizar o paciente da situação em que se encontra ed e todas as variáveis contempladas
nesta, e tornarem-se atores principais de suas vidas.
A partir daí, Rodrigues (2015), afirma que na consulta de enfermagem busca-se criar
um elo de confiança entre paciente e enfermeiro com o intuito do primeiro receber as
informações necessárias acerca do seu tratamento assim como sobre de incapacidades.
Diante do exposto, Freitas et al., (2018) finaliza essa discussão mencionando que o
papel estratégico do enfermeiro no controle da hanseníase é a detecção precoce da doença, o
vínculo com o paciente o desenvolvimento de ações educativas de cuidado à saúde e a
prevenção de incapacidades, apoio psicológico ao portador da doença e seus familiares durante
o tratamento dentre outros.
42

7. CONCLUSÃO

No presente estudo foi realizada uma revisão integrativa de artigos da área de


enfermagem publicados entre os anos de 2010 a 2016 sobre a assistência de enfermagem ao
paciente com hanseníase.
Pode-se dizer que os objetivos dessa revisão de fato foram alcançados, uma vez que se
buscou discutir através das literaturas pesquisadas sobre diagnóstico, agente etiológico, formas
clínicas, sintomas e tratamento da doença, assim como identificar o papel do enfermeiro no
controle da Hanseníase.
A revisão de literatura nos possibilitou um melhor entendimento de que apesar de ser
conhecida desde os tempos mais remotos, a hanseníase até os dias de hoje continua sendo um
caso de saúde pública no Brasil. Tais casos são detectados, registrados e acompanhados pelo
Departamento de Vigilância Epidemiológica. Na maioria desses casos detectados acredita-se
que apenas 1/3 dos doentes sejam notificados e que, dentre esses, muitos não fazem o
tratamento de forma correta ou até mesmo abandonam, dificultando o manejo da doença.
Percebeu-se que ao longo do tempo da trajetória da hanseníase, houve uma redução na
incidência dos casos, o que pode ter sido por consequência da melhora na qualidade dos serviços
de saúde, ou ainda a um problema que ainda atravessa o Brasil, que é a subnotificação de casos
de doenças de notificação compulsória, que pode colaborar para uma falsa impressão de
diminuição de casos e de sua gravidade.
Durante a revisão a pesquisa permitiu maior aprofundamento no conhecimento da
hanseníase e sua interface com o processo de trabalho dos profissionais de saúde em especial o
papel do enfermeiro e as ações de enfermagem ao paciente com hanseníase. Além disso, nos
permitiu perceber quão importante é a presença deste profissional na detecção e tratamento do
portador da doença e verificou que há uma considerável adesão ao tratamento ao identificar que
na maioria dos casos o portador de hanseníase se restitui da enfermidade.
Sugere-se manter as ações de diagnóstico e tratamento, com destaque no diagnóstico
precoce e ações de educação em saúde, objetivando que a extinção da doença como um
problema de saúde pública na população brasileira se torne uma realidade.
Inicialmente, a consulta de enfermagem é realizada pelo enfermeiro, onde no primeiro
atendimento ao paciente é feito os testes necessários para elaboração do diagnostico com o
intuito de identificar os problemas de saúde. Nesse processo são aplicadas as intervenções de
43

enfermagem com o objetivo de promover a promoção de saúde, auxílio, recuperação e


regeneração do paciente.
A assistência da enfermagem deve focar-se em atividades educativas que possam
aumentar o conhecimento desse público afetado por doenças, como a hanseníase, colaborando
dessa forma para aumentar o nível de conhecimento dos pacientes e da comunidade como um
todo na perspectiva do acesso dos mesmos ao tratamento. O enfermeiro deve estar sempre se
capacitando para que possa ajustar seu conhecimento teórico-prático às reais necessidades de
saúde da população.
Apesar dos dados indicarem uma diminuição na quantidade de casos registrados, tal fato
não é satisfatório para confirmar uma redução na quantidade de pessoas acometidas pela
hanseníase. É necessário o desenvolvimento de metas para a prevenção da doença, assim como
cadastro e acompanhamento efetivo de todos os casos. No mais, acredita-se que esses resultados
contribuam satisfatoriamente para a compreensão da amplitude do problema, bem como propor
elementos para o direcionamento de ações de promoção, prevenção e reabilitação da saúde.
Diante do exposto, pode-se dizer que a enfermagem é de fundamental importância na
assistência à saúde do paciente com hanseníase, pois representa o trabalho coletivo dentro da
UBS, onde todos da equipe de enfermagem lutam em prol do combate à doença, atuando no
controle de forma individual, com as famílias e a comunidade. Não deixando de mencionar
também a importância da Educação Básica nesse processo de prescrição ao portador de
Hanseníase sobre o conhecimento que o paciente deve obter para aderir ao tratamento de
maneira global, para realizar a prática do autocuidado e ser um indivíduo ativo na busca da cura
da hanseníase.
44

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