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CÂMPUS AUGUSTINÓPOLIS
CURSO DE ENFERMAGEM
AUGUSTINÓPOLIS-TO
2019
ALEXANDRE FERREIRA DE CARVALHO
AUGUSTINÓPOLIS-TO
2019
AGRADECIMENTOS
“A persistência é o caminho do êxito.”
Charles Chaplin
LISTA DE SIGLAS
MB – Multibacilar
PB – Paucibacilares
PQT – Poliquimioterapia
Quadro 01 - Perfil das produções quanto ao ano, tipo de estudo e participantes, 2019 ........ 33
Quadro 02 - Perfil das produções quanto ao ano, tipo de estudo e participantes, 2019 ........ 34
RESUMO
A Hanseníase se apresenta como um grave problema de saúde pública no Brasil. Sendo uma
doença crônica granulomatosa, causada por infecção através do bacilo Mycobacterium Leprae
e ainda atinge um grande número de pessoas, que muitas vezes, não buscam os serviços de
saúde, acarretando um diagnóstico tardio, com riscos de deformidades. Sendo assim, o presente
trabalho objetivou primordialmente, revisar a literatura cientifica nacional sobre a assistência
de enfermagem no controle da hanseníase, bem como, discutir sobre o diagnóstico, agente
etiológico, formas clínicas, sintomas e tratamento da doença, bem como identificar na
bibliografia o papel do enfermeiro no controle da hanseníase. A metodologia usada no estudo
foi uma pesquisa bibliográfica, exploratória, descritiva, de caráter qualitativo, baseado no
método de revisão integrativa, tendo como pergunta norteadora “Quais ações são realizadas
pelo enfermeiro no controle da hanseníase?”. O levantamento dos dados foi realizado no ano
de 2019. As bases de dados pesquisadas foram: A Scientific Electronic Library Online
(SCIELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Bases de dados em enfermagem (BDENF) e
Google Acadêmico, foram usados os seguintes descritores: Enfermagem, Hanseníase,
Prevenção e Cuidados de enfermagem. Através das associações de descritores foram
selecionados 06 artigos encontrados nas bases de dados disponíveis em português. Em relação
as características dos artigos, o ano de 2015 teve maior prevalência em relação aos outros anos.
Dentro das possibilidades da pesquisa, foi possível caracterizar a realidade da atuação do
enfermeiro na Prevenção e cuidado com o paciente portador de hanseníase. Evidenciou nos
estudos que os profissionais da saúde que atuam na atenção primária devem entre outras,
desenvolverem atividades básicas de saúde voltadas para a educação da população a respeito
da prevenção e detecção precoce da doença.
Keyword:
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12
5 METODOLOGIA................................................................................................................ 30
7. CONCLUSÃO..................................................................................................................... 42
1. INTRODUÇÃO
De acordo com leituras realizadas sobre o tema em questão, define-se Hanseníase como
uma doença crônica granulomatosa, causada por infecção através do bacilo Mycobacterium
Leprae. Este por sua vez, tem a capacidade de infectar uma grande quantidade de pessoas (alta
infectividade), porém, poucos adoecem (baixa patogenicidade); essas propriedades dependem
de, além das características inerentes do bacilo, de sua relação com o hospedeiro e o grau de
endemicidade do meio. Assim, o alto potencial incapacitante da Hanseníase está diretamente
relacionado ao poder imunogênico do M. Leprae (BRASIL, 2010).
A hanseníase é uma doença de notificação compulsória e de investigação obrigatória.
Os casos diagnosticados devem ser notificados, utilizando-se a ficha de
Notificação/Investigação, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (BRASIL,
2016). Convém ainda lembrar, que pelo fato de ser uma doença infectocontagiosa, nas formas
abertas e não tendo tratamento ou sendo este incontínuo, o risco de incidência da doença se
torna muito mais grave.
Dentre os inúmeros motivos que levaram a escolha da temática em questão, o que mais
se sobressaiu para a realização deste trabalho foi a necessidade de aprofundamento e pesquisa
sobre a assistência de enfermagem à pessoa com hanseníase e principalmente as ações do
enfermeiro no controle e prevenção desta doença.
Nota-se, que é grande o número dos contatos de pessoas com hanseníase que não
buscam os serviços de saúde para fazer o exame, acarretando muitas vezes o diagnóstico tardio
da doença, com riscos de deformidades. De fato, sabe-se que o indivíduo além de correr o risco
de deformidades em muitos casos incapacitantes, pode perder a sensibilidade e também a força
muscular, além de se tornar vítima da exclusão social.
E nesse sentido, este estudo é relevante por procurar contribuir, de forma consistente,
para o desenvolvimento de um corpo de conhecimento próprio em enfermagem relacionado à
assistência prestada ao portador de Hanseníase. Além disso, se justifica por procurar
proporcionar um maior conhecimento e envolvimento do profissional enfermeiro com uma
situação real observada e refletir sobre o interesse dos profissionais em organizar o seu trabalho,
possibilitando estabelecimento de ações na análise da história do paciente.
A Educação em Saúde, entendida como uma prática transformadora deve ser inerente à
todas as ações de controle da Hanseníase, desenvolvidas pelas equipes de saúde e usuários,
13
incluindo familiares, e nas relações que se estabelecem entre os serviços de saúde e a população
(BRASIL, 2010).
É importante destacar que dentro do contexto de assistência de enfermagem ao
hanseniano, o diálogo é algo essencial durante as consultas de enfermagem, pois através de
conversas informais com os pacientes o enfermeiro pode diagnosticar, orientar e prevenir a
disseminação da doença, pois mesmo a maioria dos portadores desta patologia serem pessoas
de baixa renda e baixo nível de instrução, isso não significa que a hanseníase seja uma doença
de classe social.
Nesse cenário, as ações de enfermagem poderão contribuir para que os pacientes
portadores de hanseníase se conscientizem da importância do tratamento da doença, pois, a
maneira como a equipe de saúde conduz essas ações é fator determinante para o sucesso de
prevenção e controle da patologia. O enfermeiro, como parte integrante da equipe e
historicamente um profissional influente na prevenção, controle e tratamento da doença,
configura-se um ator indispensável neste processo.
A consulta de enfermagem se torna fundamental na constituição do vínculo entre
enfermeiro e hanseniano, pois se o profissional durante a consulta construir um processo de
confiança e compromisso com o usuário, motivando-o a não abandonar o tratamento
obviamente diminuirão as chances de disseminação da doença.
Portanto, esta pesquisa trata-se de uma revisão de literatura cuja temática escolhida foi:
Assistência de enfermagem ao paciente com hanseníase: uma revisão de literatura. O presente
estudo pretende responder o seguinte questionamento: Quais ações são realizadas pelo
enfermeiro no controle da hanseníase?
O objetivo geral desse estudo foi revisar a literatura sobre a assistência de enfermagem
no controle da hanseníase. Quantos aos específicos, este trabalho reportou-se em discutir sobre
diagnóstico, agente etiológico, formas clínicas, sintomas e tratamento da doença e identificar
na bibliografia o papel do enfermeiro no controle da Hanseníase.
Para condução desta investigação, adotou-se a revisão de literatura, visto que, ela
contribui para o processo de sistematização e análise dos resultados, visando à compreensão de
um determinado tema a partir de outros estudos independentes.
Este estudo abordou em seus capítulos os seguintes assuntos: trajeto histórico da
hanseníase no Brasil, Hanseníase: agente etiológico, o papel do enfermeiro no controle da
Hanseníase, procedimentos metodológicos e discussão dos resultados. Assim, os resultados
14
obtidos devem comprovar que a assistência de enfermagem constitui o maior e mais eficiente
suporte ao tratamento da hanseníase.
15
Esta sugestão foi aceita pela maioria, quase não havendo discordâncias; foi também
sugerida a notificação compulsória dos casos, a vigilância dos contatos e a observação
rigorosa dos filhos dos doentes (ALVES, et al., 2014, p. 21).
16
equipe de profissionais composta por médico e enfermeiros de saúde pública para tratarem de
pacientes que apresentavam condições de exercer seu isolamento em domicilio. “Foram
criados, em centros de saúde, os primeiros dispensários (TALHARI, 2016, p. 24).
Em 1930, houve uma grande transformação no cenário político brasileiro, a chamada
Revolução de 30 que significou a tomada de poder por Getúlio Vargas, encerrando um ciclo de
políticas de saúde no país. A partir de então foi criado o Ministério da Educação e Saúde, que
“tentou responder a pauta de reclamações e exigência da sociedade e da classe médica e
política” (ALVES, et al., 2014, p. 25).
Em 1941, o Ministério Educação e da Saúde passou por uma importante reformulação.
Foram criados os Serviços Nacionais, e dentre eles o Serviço Nacional de Lepra (SNL),
havendo orientação técnica, gestão e controle das atividades públicas e privadas relacionadas a
doença e que integrasse profissionais capacitados (DAMASCO, 2015).
Em 1948, aconteceram dois acontecimentos importantes, a II Conferência Pan-
Americana de Lepra e o 5º Congresso Internacional de Lepra, em Havana, Cuba. Neste
congresso, foi aprovada a manutenção da política de tratamento da Lepra através do modelo
tripé, ou seja, leprosários, ambulatórios e preventórios (CAVALIERE, 2018).
a disseminação da doença, assim como priorizar os profissionais que atuava nos serviços
(VELLOZO; ANDRADE, 2012)
Em 1976, o termo Lepra foi substituído oficialmente por hanseníase no Brasil, com o
intuito de diminuir o preconceito e o estigma do doente e favorecer sua inclusão no meio social,
de acordo com o que recomenda a Conferência Nacional para Avaliação da Política de Controle
da Hanseníase, em Brasília, tendo como marco principal Abraão Rotberg, um dos grandes
incentivadores desta mudança (CAVALIERE, 2018).
A Portaria nº165/76 da Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária, determinou uma
política de controle da hanseníase dando prioridade as ações de educação em saúde, a aplicação
da vacina BCG, a descoberta e o tratamento dos doentes, assim como a prevenção e o tratamento
das incapacidades.
Em 1978, o esquema medicamentoso usado para tratar a hanseníase era ministrado
através de monoterapia sulfônica ou com a clofazimina pelo Ministério da Saúde, onde tal
esquema foi modificado com a associação da rifampicina e recomendado nos casos clínicos das
formas Virchowiana, Dimorfa e contidos os casos suspeitos de sulfono-resistencia. Neste
mesmo ano, o Programa Integrado de Controle da Hanseníase, lançou o Manual de Prevenção
e Tratamento de Incapacidades Físicas e o Guia de Controle da Hanseníase. Esse tratamento,
portanto, contribuiu para desativar os antigos hospitais-colônia (SILVA, 2011).
Em 1980, deram início os planos nacionais para o combate da hanseníase como
problema de saúde pública, através da implantação da poliquimioterapia (PQT) no Brasil e a
mudança nas normas técnicas.
Nos anos 1991 e 1992, o Ministério da Saúde assumiu a PQT como o único esquema de
tratamento da hanseníase no Brasil e a dose fixa na rotina dos serviços de saúde,
simultaneamente. “Tal esquema modificou os critérios de alta, uma vez que o doente a receberia
por volta do terceiro ano de tratamento” (ALVES, et al., 2014, p. 34).
Ainda no ano de 1992, a Organização Mundial da Saúde (OMS), aprovou o Plano de
Eliminação da Hanseníase, com o objetivo de exterminá-la universalmente como um agravo de
saúde pública até o ano 2000. No plano constavam as seguintes prioridades: a intensa detecção
dos casos; a vigilância epidemiológica; a atenção as incapacidades; o tratamento com
poliquimioterapia.
Em 2000, o tratamento mais uma vez foi reduzido nos centros de referência e estipulado
para seis doses supervisionadas para os pacientes Paucibacilares e 12 doses supervisionadas
para os pacientes Multibacilares. O esquema ROM (rifampicina, ofloxacina eminociclina) foi
19
seguido em dose única para pacientes Paucibacilares com lesão única de pele, sem
envolvimento de tronco nervoso (ALVES et al., 2014).
E assim, durante todo esse percurso histórico o qual passou o portador da hanseníase, e
sua exclusão social. Sobre a reinserção social do sujeito, que foi internado obrigatoriamente em
leprosários pela política pública adotada no Brasil durante quase 40 anos, destaca-se sobre este
assunto que o Ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva aprovou a Lei nº. 11.520/07, que
estabeleceu uma pensão indenizatória para tais casos.
Carmo (2014, p. 06) menciona que “embora hoje em dia a hanseníase seja rara nos
países desenvolvidos, 15 milhões de pessoas estão contaminadas em todo o mundo,
essencialmente em áreas tropicais”. Pesquisas e estudos apontam que a situação econômica do
sujeito faz com que o mesmo se torne favorável ao tratamento e dê continuidade de maneira
correta, evitando assim a grande quantidade de pessoas com deformidades devido à hanseníase.
Apesar disso, Figueiredo (2015) comenta que a dimensão sociocultural da doença
permanece sendo um desafio para os profissionais de saúde e para a população como um todo.
O contato direto e contínuo com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ou
sem ventilação e falta de luz solar, aumenta a chance de a pessoa se infectar com o
bacilo. Grande parte das pessoas resiste ao bacilo e não adoece (BRASIL, 2016, p.20).
Havendo poucos bacilos no organismo não é capaz de infectar uma pessoa, logo, os
casos paucibacilares não são considerados uma via importante de transmissão da doença pela
baixa carga bacilar e alguns pacientes podem se curar espontaneamente.
3.3 Prevenção
O processo de escuta passa por essas fases e, dependendo da qualidade realizada, ela
poderá reconhecer uma série de condições que fazem parte da vida das pessoas e
27
Contemplando tal ideia, Dos Santos et al., (2012, p. 123) frisa a notabilidade da prática
da educação em saúde no cuidado voltado ao paciente do programa de Hanseníase. Tal prática
deve ser uma ação transformadora em conexão com os pacientes, familiares e comunidade.
Assim, compete ao enfermeiro ampliar o seu olhar para as problemáticas sociais, históricas e
culturais. “É fazer com que sujeitos resgatem sua cidadania, pondo-a em destaque na promoção
da saúde”.
Também nessa lógica, Lima et al., (2013) asseguram que a assistência oferecida pelos
profissionais da enfermagem deve estar focada nas ações que abrangem a educação com o
intuito de ampliar o conhecimento de portadores de Hanseníase. Tais ações educativas podem
elevar o nível de consciência desses pacientes e também o grau de aceitação e adesão ao
tratamento.
O enfermeiro deve estar atento às transformações que estão acontecendo a cada dia
no país e no mundo, para que possa ajustar seu conhecimento empírico-prático às reais
necessidades de saúde da população (LIMA et al., 2013, p. 14).
Assim, segundo informa Silva (2014, p. 59) é de suma importância na unidade de saúde
uma perspectiva cultural em que a enfermagem relacione o cuidado e sua influência na
assistência, trabalhando como suporte na facilitação e capacitação a indivíduos ou grupos, para
manter ou reaver o seu bem-estar ou ajudá-los a enfrentar problemas ou a morte, de uma forma
culturalmente significativa e satisfatória.
Portanto, é de extrema relevância que a unidade de saúde tenha uma equipe bem
capacitada onde todos possam ver o paciente não só como um doente, mas sim um cliente que
deve ser bem recebido, orientado, acompanhado, sendo estimulado ao tratamento oferecido, e
de forma alguma discriminado.
O enfermeiro detém o poder da mudança e este quando bem usado provoca em meio a
tantas adversidades, conforto ao paciente que precisa do Serviço Único de Saúde (SUS).
30
5 METODOLOGIA
hanseníase, enfermeiro, prevenção. Para relacionar os descritores foi usado o operador booleano
AND.
Em relação ao refinamento mais apropriado dos artigos foi determinada uma amostra,
de 50 de artigos, sendo que todos apresentavam idioma em português. Foi observado os
objetivos, resultados e a conclusão de cada artigo e realizada uma leitura analítica na íntegra
dos mesmos. Depois de leitura minuciosa, foram selecionados 35 artigos cujo conteúdo fez
menção aos descritores “Enfermagem”, “hanseníase”, “Enfermeiro”, “Prevenção”, desses,
somente 08 artigos contemplaram a todos os critérios de inclusão acima pontuados.
Como critérios de inclusão foram usados artigos disponíveis em idioma português, com
ano de publicação de 2010 a 2019. Como critérios de exclusão foram usados: pesquisas
duplicadas, artigos de revisão, teses e dissertações. Depois do procedimento da busca eletrônica
nas bases de dados citadas, as publicações foram pré-selecionadas baseadas na leitura do título
e resumo. Em seguida, leitura na íntegra dos artigos antecipadamente selecionados, foram
detectados os artigos que constituíram a amostra final desta revisão integrativa.
Foi realizado o refinamento dos artigos, onde foram analisados integralmente 08 artigos
percebendo que todos atenderam os critérios de inclusão requisitados na metodologia,
correspondendo a questão norteadora deste estudo. Observou-se também a metodologia,
objetivos, resultados e conclusão de cada artigo.
Para concluir esta revisão, foi feita uma tabulação dos temas e informações dos estudos
pesquisados para a discussão.
33
Na primeira busca foram encontrados 177 artigos, destes, 120 eram do LILACS e 57
do SCIELO. Na busca de títulos, certos estudos foram excluídos e com a utilização dos critérios
de inclusão e exclusão e leitura dos resumos, foram escolhidos 35 artigos, 26 do LILACS e 9
do SCIELO. Após uma minuciosa leitura obteve-se 08 artigos como mostra o quadro abaixo.
Exclusão de duplicados
(76)
(102)
(67)
A partir da análise dos principais resultados dos onze artigos científicos incluídos no
estudo, surgiram duas categorias temáticas: os fatores de risco para o câncer de mama e as ações
do enfermeiro na prevenção do câncer de mama.
Quadro 01 - Perfil das produções quanto ao ano, tipo de estudo e participantes, 2019
Nº Identificação do estudo Autores Fonte de Periódicos Ano
informação
01 A visão do profissional Mara Dayanne Alves Scielo Revista Brasileira 2017
enfermeiro sobre o Ribeiro, Iraneide da Silva em Promoção a
tratamento da hanseníase na Castillo, Jefferson Carlos Saúde
atenção básica Araujo Silva, Sabrynna
Brito Oliveira
Aparecida Porcatti de
Walsh.
07 Detecção da hanseníase e a Paulo Nunes dos Santos, Scielo Revista de 2012
humanização do cuidado: Patrícia Howa Matos Enfermagem
ações do enfermeiro do Zerbinato, André Silva Global.
programa de saúde da da Mota, Diego Pereira
família Rodrigues, Eliza Antunes
Cortez.
08 Consulta de enfermagem ao Cibelly Aliny Siqueira Scielo Revista Brasileira 2018
portador de Hanseníase no Lima Freitas, Antônio de Enfermagem
Território da Estratégia da Vieira da Silva Neto,
Saúde da Família: Francisco Rosemiro
percepções de enfermeiros e Guimarães Ximenes
pacientes. Neto, Izabelle
Mont’Alverne Napoleão
Albuquerque, Isabel
Cristina Kowal Olm
Cunha.
Quadro 02 - Síntese das produções quanto ao ano, tipo de estudo e participantes, 2019
Nº Objetivos Métodos Amostra estudada Principais Resultados
01 Avaliar a visão dos Pesquisa do tipo nove enfermeiros Os enfermeiros afirmaram
enfermeiros atuantes descritiva, com abordagem que trabalham no que a poliquimioterapia é
na Atenção Básica qualitativa município de eficaz para o tratamento da
(AB) sobre o Cocal, Piauí, hanseníase, assim como
tratamento da Brasil, entre os para a redução da carga da
hanseníase. meses de janeiro a doença e cura do paciente.
março de 2016 A supervisão está
relacionada ao tratamento
correto, garantia de cura,
redução de sequelas e
interrupção da transmissão
da doença.
O2 Analisar a vivência do Estudo descritivo e 13 enfermeiros Após análise, emergiram
enfermeiro da atenção exploratório de abordagem das Unidades as categorias analíticas:
básica nas ações de qualitativa realizado a Básicas de Saúde, Caracterizações dos
controle da hanseníase partir de roteiro de no Sudeste de sujeitos, Implementação
entrevista semiestruturado Teresina/PI das ações de controle da
hanseníase pelo
enfermeiro da atenção
básica e As dificuldades do
enfermeiro na execução
das ações de controle da
hanseníase
03 Conhecer a experiência Estudo qualitativo, com Seis enfermeiros O enfermeiro busca
de enfermeiros que dados obtidos por meio da da Estratégia trabalhar todas as ações
atuam na Estratégia entrevista semiestruturada Saúde da Família relativas ao controle da
Saúde da Família, junto hanseníase, desde a
a pacientes com consulta de enfermagem
diagnóstico de até as ações de vigilância
hanseníase epidemiológica.
Concluímos que a pesquisa
proposta traz dados
importantes acerca do
trabalho do enfermeiro na
atualidade, servindo de
subsídio para novas
pesquisas e para melhorar
36
as ações de enfermagem
em relação à problemática
da hanseníase.
04 avaliar o conhecimento Estudo avaliativo, com 16 enfermeiros. Os dados coletados
e a prática de abordagem qualitativa revelaram que os
enfermeiros da atenção profissionais de saúde
primária de saúde possuem conhecimento
quanto às ações de suficiente sobre a Política
controle e eliminação Nacional de Controle e
da hanseníase Eliminação da Hanseníase
(PNCEH) e que as
principais ações
preconizadas foram
executadas, porém, a
notificação de casos
suspeitos ou confirmados e
a reinserção social do
doente não foram citadas.
05 Analisar a assistência Estudo retrospectivo, 14 profissionais Constatou-se que a
de enfermagem prospectivo, com de enfermagem. assistência de enfermagem
utilizada no abordagem quantitativa, no combate e controle da
atendimento de realizada em postos de hanseníase, onde 93% dos
portadores de saúde da família no entrevistados
hanseníase município de Tamandaré mencionaram a consulta de
(PE), enfermagem sendo a
metodologia mais
importante realizada nesta
unidade de saúde.
06 avaliar o efeito de uma Pesquisa de intervenção de 88 mulheres e Observou-se que ainda é
intervenção educativa natureza descritiva, com oito homens com grande a desinformação da
sobre o conhecimento abordagem quantitativa. idade média de 57 população. No entanto, a
acerca da hanseníase a 79 anos. importância da estratégia
em usuários das de educação em saúde
Unidades Básicas de pôde ser confirmada pelo
Saúde de Uberaba- satisfatório acréscimo de
MG. conhecimento,
favorecendo a prevenção e
diagnóstico precoce.
07 Identificar quais as Pesquisa descritiva, 31 enfermeiros As ações realizadas pelos
ações realizadas pelo qualitativa e de campo enfermeiros não
enfermeiro do obedecem a um padrão
Programa de Saúde da único e que alguns não
Família (PSF) para possuem a necessária
detectar a hanseníase e capacitação para atuar
qual o cuidado por ele com os usuários do PSF
oferecido às pessoas atingidos pela hanseníase
atingidas pela doença,
tendo como foco a
humanização.
08 Identificar as Pesquisa qualitativa do 6 enfermeiros e Na consulta de
dificuldades do tipo exploratório- dezesseis enfermagem busca-se
enfermeiro para que descritiva portadores de criar um vínculo de
ele possa refletir e hanseníase em confiança com cliente com
criar estratégias para tratamento de um objetivo do mesmo
melhorar a qualidade total de dezenove receber as informações
da consulta e sobre seu tratamento bem
acompanhamento de como sobre de
enfermagem aos incapacidades
portadores de
hanseníase e conhecer
37
a percepção do cliente
em relação à estrutura
do atendimento e o
acompanhamento de
enfermagem
18 (47,4%) desses funcionários não tiveram nenhum tipo de treinamento para realizarem os
curativos (RODRIGUES, 2015).
Durante as observações, de Moreira et al. (2014) os autores constataram que as
disparidades significativas encontradas entre o grupo dos profissionais capacitados e dos sem
capacitação foram relacionadas à avaliação do leito da ferida e uso de produtos para o
desbridamento. Dessa forma, Silva (2016) conclui que deve-se haver muitos esforços para que
os profissionais de enfermagem exerçam sua prática acerca de curativo à luz dos avanços da
tecnologia no tratamento de lesões.
Dos Santos et al., (2012) realizaram um estudo de caso em um Centro de Saúde em
Teresina – PI, que tratou dos problemas relacionados a assistência de enfermagem prestada a
um paciente com Hanseníase Multibacilar, focando no cuidado de Enfermagem Transcultural,
Diagnósticos e Intervenções de Enfermagem de acordo com a Taxonomia II da NANDA; os
pesquisadores verificaram que o planejamento da assistência objetivou, sobretudo, colaborar
para a adesão ao tratamento da doença, reduzindo os riscos mais graves e usando a preservação,
negociação e repadronização do sistema profissional. Os autores também averiguaram que a
adesão ao tratamento e a realização de autocuidado voltado para o tratamento da hanseníase
acontece de modo culturalmente benéfico.
Dessa forma, Rodrigues et al., (2015) enfatiza que é indispensável que o enfermeiro
esteja capacitado para conscientizar o paciente da situação em que o mesmo se encontra e de
todas as variáveis que possam lhes beneficiar, e tornarem-se atores principais de suas vidas.
Seguindo nesse contexto discursivo, Silva (2016) adverte quanto a importância de
conhecer as consequências da hanseníase no dia-a-dia dos pacientes, para auxiliar na assistência
de enfermagem oferecida ao mesmo. Tais consequências segundo a autora indicam uma grande
vulnerabilidade desses pacientes, que convivem, simultaneamente, com uma grande fragilidade
ou estigma.
De acordo Silva (2016), o estudo realizado de fato desempenhou seu objetivo de
oferecer elementos para uma assistência de enfermagem que permita a identificação de fatores
que vulnerabilizam pacientes com hanseníase, buscando ações para combater e vencer as
fragilidades, com vista a sua promoção.
O enfermeiro age proporcionando intervenções mútuas com a equipe multiprofissional,
auxiliando a esclarecer e explicar os conceitos e preconceitos relativos à hanseníase,
possibilitando o reconhecimento dos perfis de saúde e doença e estimulando a autonomia e
39
Segundo Silva (2016), a anamnese realizada pelo enfermeiro deve ser feita da seguinte
forma: investigação sobre os sinais e sintomas da doença e os possíveis vínculos
epidemiológicos; ouvir o paciente com a devida atenção e orientá-lo da melhor forma possível
esclarecendo todas suas dúvidas e procurando criar e/ou reforçar o vínculo de confiança
existente entre o indivíduo e os profissionais de saúde; registrar no prontuário todas as
informações obtidas, pois são úteis para concluir o diagnóstico, tratamento e para acompanhar
o paciente; identificar sintomas como: alteração na pele, manchas, placas, infiltrações,
tubérculos, nódulos, e há quanto tempo eles apareceram; possíveis mudanças de sensibilidade
em alguma região do corpo; presença de neurite, ou fraqueza nas mãos e nos pés.
Neste contexto, Moreira et al., (2014) menciona que o tratamento do paciente
hanseniano está incluso nas ações de controle da doença, que é realizado por meio da
poliquimioterapia, administrada conforme a classificação operacional de cada caso. O tempo
de duração do tratamento da doença pode depender da classificação da mesma, podendo esta
ser paucibacilar ou multibacilar, de seis a doze meses respectivamente.
O enfermeiro tem um papel fundamental nesse processo, pois é no acompanhamento,
ocorrido nas USF, que haverá a formação do vínculo, a prevenção de incapacidades, a
identificação das intercorrências e complicações.
Nascimento et al., (2011), na pesquisa realizada com enfermeiros e a partir dos
depoimentos colhidos os autores identificaram as ações de assistência de enfermagem, no
controle da hanseníase, onde estas são voltadas para o nível individual do paciente, o
desenvolvimento de ações de educação em saúde e de vigilância epidemiológica. Em relação à
assistência prestada pelo enfermeiro para realização do cuidado ao paciente com hanseníase, os
autores constataram que esta é feita através das consultas, supervisão das doses e visita
domiciliar.
Ainda de acordo com Nascimento et al., (2011), as ações de educação em saúde se
abreviam a palestras e campanhas realizadas de forma pontual e com orientações
fundamentadas em sinais e sintomas, estas são orientadas por processos hegemônicos na área
da saúde. Nas ações de vigilância epidemiológica os autores mencionam que denota-se
investigação (busca ativa de casos) e controle dos comunicantes.
Acrescentam ainda que acerca do controle da hanseníase, o enfermeiro deverá levar em
consideração outros aspectos, além dos já citados, que compreendam a produção da
integralidade do cuidado com vista à promoção da saúde. O enfermeiro deve também considerar
as necessidades de saúde existente em sua região, sem perder de vista as condições sociais e
41
7. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
___. Caderno da Atenção Básica, n10Guia para o controle da hanseníase. Brasília, 2002.
ALBERICI, P.S.; JÓIA, T.; MOREIRA, A. A. A ação educativa do enfermeiro na Estratégia Saúde
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