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Hanseníase

Definição:
“ É uma doença infecto-contagiosa,
sistêmica, provocada por um bacilo
(bacilo de Hansen).É de evolução lenta e
se manifesta por sinais e sintomas
dermatoneurológicos”
Agente Etiológico
 A Hanseníase é causada pelo Mycobacterium
leprae, que é um parasita intracelular com
afinidade por células cutâneas e por células
dos nervos periféricos, onde se multiplica (11
– 16 dias).
 O M. leprae tem alta infectividade e baixa
patogenicidade
Transmissão
 Vias aéreas
 Contato com feridas abertas de doentes não tratados

Apenas 10% das pessoas não são resistentes.

Após a inalação:
 Destruição
 Defesa
 Disseminação

Incubação : 2 a 7 anos
Manifestações neurológicas
 Diminuição da sensibilidade local
 Sensação de anestesia (dolorosa e térmica)

O comprometimento provoca:
 Diminuição da força muscular
 Atrofia e contratura dos pés e mãos (inclusive dedos)
 Ressecamento dos olhos
 Lesões de mucosas
Diagnóstico
 Exames laboratoriais
1. Baciloscopia
2. Teste de Mitsuda
Sinais e Sintomas Dermatológicos
 Máculas pigmentadas ou discrômicas
 Infiltração
 Tubérculo
 Nódulo

* As lesões SEMPRE apresentarão alteração de


sensibilidade (hipoestesia ou anestesia).
Sinais e Sintomas Neurológicos
Lesões no nervos periféricos.
 Dor e espessamento dos nervos periféricos

 Perda de sensibilidade (principalmente olhos,


mãos e pés)
 Perda de força muscular (principalmente
pálpebras, MMSS e MMII)
Diagnóstico – Exame Clínico
Uma pessoa com Hanseníase apresenta uma ou
mais das características:
 Lesão(ões) de pele com alteração de
sensibilidade
 Acometimento de nervo(s) com espessamento
neural
 Baciloscopia positiva
Roteiro de diagnóstico clínico
 Anamnese- história clínica e epidemiológica
 Avaliação dermatológica (face, orelhas,
nádegas, braços, pernas e costas)
 Avaliação neurológica: identificação de
neurites, incapacidades e deformidades.
 Classificação do grau de incapacidade física
 Testes de sensibilidade (tátil, térmica e
dolorosa)
Principais ns.periféricos acometidos
 FACE: Trigêmio e facial

 BRAÇOS: Radial, Ulnar e Mediano

 PERNAS: Fibular comum e tibial posterior

Palpação dos troncos dos nervos periféricos


Formas Clínicas
 Formas Paucibacilares (não contagiosa)
1. Hanseníase Indeterminada
2. Hanseníase Tuberculóide
 Formas Multibacilares (contagiosas)
1. Hanseníase Virchowiana
2. Hanseníase Dimorfa
Hanseníase Indeterminada
 Máculas circunscritas
hipocrômicas (braços,
nádegas, coxa e tronco)
 Perda dos anexos
 Anestesia
 Aumento da sudorese
 Curável
Hanseníase Tuberculóide
 Lesões avermelhadas,
assimétricas e
circunscritas.

 Sensibilidade abolida

 Alopécia

 É estável, benigna com


bom prognóstico
Hanseníase Dimorfa
 É instável
 Acometimento dos
nervos periféricos
 Lesões em placas
delimitadas e
avermelhadas por todo
o corpo
 Nódulos pardacentos
 Orelha lepromatosa
Hanseníase Virchowiana
 Extremamente
contagiosa
 O bacilo vai se
localizar em regiões
mais frias
 Máculas e nódulos
 Lesões assimétricas no
tronco e na face (facies
leonina)
Hanseníase Virchowiana (continuação)
 Comprometimento dos
ns. Periféricos
 Ulcerações
 Mãos em garras
 Auto-amputação
 Olhos: Logoftalmo,
Ectrópio e Entrópio
Deformidades nas mãos
Tratamentos
 Medicamentoso (poliquimioterapia: Dapsona,
Clofazimina, Rifampicina, Etionamida)
 Fisioterapia (prevenção e tratamento de
incapacidades físicas)
 Cirurgia reparadora e de transferência
Perguntas mais frequentes:
 BCG
 Recomendações sobre o uso da vacina BCG
(bacilo de Calmette-Guërin) para os
comunicantes intradomiciliares de
hanseníase
 Aplicação da vacina BCG-ID nos contatos
intradomiciliares, sem presença de sinais e
sintomas de hanseníase no momento da
avaliação, independentemente de serem PB
ou MB.
 A aplicação da vacina BCG depende da
historia vacinal, com as seguintes
recomendações:
* Sem cicatriz – prescrever uma dose.
* Com uma cicatriz de BCG – prescrever uma
dose.
* Com duas cicatrizes de BCG – Não
prescrever dose.
Fonte: caderno da atenção básica- nº
21/2007
Qual a classificação da hanseníase?

 A hanseníase, para fins de tratamento, pode


ser classificada em: 
• Paucibacilar: de 1 a 5 lesões de pele
(baixa carga de bacilos)
• Multibacilar: > de 5 lesões de pele (alta
carga de bacilos).
Quais os sinais e sintomas?

 Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou


amarronzadas em qualquer parte do corpo
com perda ou alteração de sensibilidade; 
• Área de pele seca e com falta de suor;
• Área da pele com queda de pelos,
especialmente nas sobrancelhas;
• Área da pele com perda ou ausência de
sensibilidade;  
 Sensação de formigamento (Parestesias) ou
diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao
tato. A pessoa se queima ou machuca sem
perceber.
• Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas
ao longo dos nervos dos braços e das pernas,
inchaço de mãos e pés.
 Diminuição da força dos músculos das mãos, 
pés e face devido à inflamação de nervos, que
nesses casos podem estar engrossados e
doloridos. 
• Úlceras de pernas e pés. 
• Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos
avermelhados e dolorosos.
 Febre, edemas e dor nas juntas.
• Entupimento, sangramento, ferida e
ressecamento do nariz; 
•Ressecamento nos olhos;
• Mal estar geral, emagrecimento;
 Locais com maior predisposição para o
surgimento das manchas: mãos, pés, face,
costas, nádegas e pernas 
Como se transmite?

 A transmissão se dá por meio de uma pessoa


doente que apresenta a forma infectante da
doença 
(multibacilar - MB) e que, estando sem
tratamento,
elimina o bacilo por meio das vias respiratórias
(secreções nasais, tosses, espirros), podendo
assim infectar outras pessoas suscetíveis. 
 O bacilo de Hansen tem capacidade de
infectar grande número de pessoas, mas
poucas pessoas adoecem, porque a maioria
apresenta capacidade de defesa do organismo
contra o bacilo.
 A hanseníase não transmite por:
 Meio de copos, pratos, talheres, portanto não há
necessidade de separar utensílios domésticos da
pessoa com hanseníase. 
Assentos, como cadeiras, bancos;
Apertos de mão, abraço, beijo e contatos rápidos
em transporte coletivos ou serviços de saúde; 
Picada de inseto;
 Assim que a pessoa começa o tratamento
deixa de transmitir a doença. A pessoa com
hanseníase não precisa ser afastada do
trabalho, nem do convívio familiar. 
 Qual o período de incubação? 
Em média de 2 a 5 anos. 
 
 Qual o período de transmissibilidade? 
 
Enquanto a pessoa não for tratada. 
 
Como confirmar o diagnóstico?

 O diagnóstico da hanseníase é basicamente


clínico, baseado nos sinais e sintomas
detectados no exame de toda a pele, olhos,
palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade
superficial e da força muscular dos membros
superiores e inferiores. 
Em raros casos será necessário solicitar exames
complementares para confirmação diagnóstica.
Como tratar?

 O tratamento é ambulatorial. Administra-se


uma associação de medicamentos, a
poliquimioterapia (PQT/OMS), conforme a
classificação operacional, sendo:
 Paucibacilares: rifampicina, dapsona;
 Multibacilares: rifampicina, dapsona e
clofazimina;
Como se prevenir?

 • diagnóstico precoce;
• exame, precoce, dos contatos
intradomiciliares;
• técnicas de prevenção de incapacidades;
• uso da BCG(ver item vacinação);
A prevenção de incapacidades:

 A prevenção de incapacidades é uma


atividade que se inicia com o diagnóstico
precoce, tratamento com PQT, exame dos
contatos e BCG, identificação e tratamento
adequado das reações e neurites e  a
orientação de autocuidado, bem como dar
apoio emocional e social.

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