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SURDEZ

SÚBITA E
COVID19
Surdez súbita
A surdez súbita se caracteriza como uma surdez sensorioneural de Diagnóstico
aparecimento abrupto e sem causa conhecida. Seu diagnóstico apesar de parecer fácil, deve ser
E definida como uma perda auditiva maior que 30dB em pelo cuidadosamente investigado.
menos três frequências adjacentes de instalação súbita ou em um
Os critérios de diagnóstico, mais aceitos e precisos, foram os
tempo máximo de até 72 horas.
estabelecidos pelo "Comitê de Estudos em Surdez Súbita do
Seu acometimento é quase sempre unilateral,sendo acompanhada
Ministério da Saúde do Japão", em 1973 (Nomura, 1988). O
de zumbidos em aproximadamente 80% dos casos, de tonturas em
30%, 43% de sintomas vestibulares presentes e 50% de vertigens
diagnóstico inclui critérios maiores e menores.
Os critérios maiores são: Os critérios menores são:

• perda abrupta de audição; • zumbido, que pode estar ausente;


• tontura, também podendo estar ausente;
• incerteza da causa da surdez; • ausência de sinais neurológicos a não ser
o envolvimento do VIII par craniano.

• perda auditiva geralmente severa,


não flutuante e unilateral, na maioria
das vezes .
O diagnóstico de surdez súbita é considerado certo quando todos os critérios maiores e
menores estiverem presentes; o diagnóstico é considerado provável quando somente os
dois primeiros itens dos critérios maiores estiverem presentes.
A incidência por sexo é semelhante entre homens e mulheres.
A idade dos pacientes acometidos é bastante variada. Amaioria dos pacientes tem entre
40 e 60 anos de idade.
Etiopatogenia

Diagnóstico etiológico
Fatores prognosticos
Série de parâmetros que serviram de base para definir o prognóstico de recuperação auditiva final de um paciente com surdez súbita:
1.Tempo decorrido entre o início da surdez súbita e o estabelecimento do diagnóstico (início do tratamento) – em todos os casos com
boa recuperação auditiva, o diagnóstico e o tratamento foi estabelecido nos primeiros 14 dias;

2. Tipo de curva audiométrica tonal – perdas auditivas em frequências graves tiveram melhor recuperação que perdas auditivas em
frequências agudas;

3. Severidade da surdez inicial – considerando-se o limiar auditivo, na audiometria tonal, na média das frequências: 500, 1000 e 2000
Hz, observaram que, quanto maior este limiar, pior a recuperação auditiva;

4. Velocidade de hemossedimentação – pacientes que apresentaram valores elevados neste teste tiveram piores recuperações auditivas;

5. Presença de tonturas severas – este sintoma foi relacionado a piores recuperações auditivas;

6. Exame vestibular com hiporreflexia nas provas calóricas – também foram associadas a piores recuperações auditivas
Tratamento
São inúmeras as propostas de tratamentos para a surdez súbita descritas na literatura
médica mundial.
1. Corticóides
2. Vasodilatadores
3. Dextran 40
4. Hemodiluição Normovolêmica
5. Oxigenioterapia hiperbárica
6. Amidotrizoate
Os corticóides e as drogas vasodilatadoras são as opções mais utilizadas muito em função
de sua fácil prescrição associada ao baixo custo
.
Os primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus foram
diagnosticados como uma pneumonia grave de etiologia desconhecida,
apareceram em Dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, China. Mais
tarde, as amostras respiratórias dos doentes mostraram a presença do
coronavírus (SARS-CoV-2), identificado como o agente causador da
doença COVID-19. A sua rápida propagação a nível mundial levou a
Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar no dia 11 de Março de
2020, a infecção COVID-19, uma pandemia mundial
Transmissão
A transmissão acontece de uma pessoa doente para outra ou por contato
próximo por meio de:
• Toque do aperto de mão contaminadas;
• Gotículas de saliva;
• Espirro;
• Tosse;
• Catarro;
• Objetos ou superfícies contaminadas, como celulares, mesas, talheres,
maçanetas, brinquedos, teclados de computador etc.
Sintomas
A infecção pelo SARS-CoV-2 pode variar de casos assintomáticos e manifestações clínicas leves, até quadros moderados, graves e críticos, sendo necessária atenção especial
aos sinais e sintomas que indicam piora do quadro clínico que exijam a hospitalização do paciente. De forma geral, os casos podem ser classificados em:

Caso assintomático
Caracterizado por teste laboratorial positivo para covid-19 e ausência de sintomas. Caso leve: caracterizado a partir da presença de sintomas não específicos, como tosse, dor
de garganta ou coriza, seguido ou não de anosmia, ageusia, diarreia, dor abdominal, febre, calafrios, mialgia, fadiga e/ou cefaleia.

Caso moderado
Os sintomas mais frequentes podem incluir desde sinais leves da doença, como tosse persistente e febre persistente diária, até sinais de piora progressiva de outro sintoma
relacionado à covid-19 (adinamia, prostração, hiporexia, diarreia), além da presença de pneumonia sem sinais ou sintomas de gravidade

Caso grave
Considera-se a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Síndrome Gripal que apresente dispneia/desconforto respiratório ou pressão persistente no tórax ou saturação de
oxigênio menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada de lábios ou rosto). Para crianças, os principais sintomas incluem taquipneia (maior ou igual a 70 rpm para
menores de 1 ano e maior ou igual a 50 rpm para crianças maiores que 1 ano), hipoxemia, desconforto respiratório, alteração da consciência, desidratação, dificuldade para
se alimentar, lesão miocárdica, elevação de enzimas hepáticas, disfunção da coagulação, rabdomiólise, cianose central ou SpO2 <90-92% em repouso e ar ambiente, letargia,
convulsões, dificuldade de alimentação/recusa alimentar.

https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca
• Analgésicos para as dores e antitérmicos para
controlar a febre
• repouso
tratamentos • hidratação
• observação dos sintomas
• isolamento
• manter acompanhamento médico

Perda de olfato e paladar


Fadiga
queda de cabelo
sequelas cefaléia
tontuta
dores musculares
memória compromotida
Covid e Audição
Implicações audiológicas da COVID-19: revisão integrativa da
literatura

https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-18462021000100603&script=sci_arttext&tlng=pt
O paciente foi atendido em um hospital especializado em tratamento para ouvido, nariz e garganta em Londres no décimo dia de sintomas da
Covid-19. Devido a complicações respiratórias, o homem precisou ficar sob respiração mecânica por 30 dias. Seu tratamento incluiu o uso do
antiviral experimental remdesivir e corticoides.
Uma semana após o fim da intubação, o paciente relatou zumbido no ouvido esquerdo e perda de capacidade de audição repentina. Os médicos
adotaram um tratamento padrão para o caso, com o uso de corticoides por via oral e aplicação dos medicamentos no ouvido.
Embora parte da capacidade auditiva tenha sido restaurada após o uso de corticoides, que atuaram na redução da inflamação na área, o sentido
não voltou ao que era antes da infecção pelo Sars-Cov-2, o que levou os pesquisadores a classificarem o caso como irreversível.
Os médicos relatam no artigo que o paciente era asmático, mas não apresentava perda auditiva ou outros problemas no ouvido anteriores à
infecção por coronavírus. O paciente também fez testes para outras possíveis causas dessa perda de audição, mas todos os resultados foram
negativos. Por exclusão, os médicos concluíram que o novo coronavírus era a causa mais provável do quadro.
Infecções virais, como as causadas pelo vírus da herpes ou o vírus da influenza, e problemas circulatórios podem levar à perda auditiva
neurossensorial, caso do paciente britânico, segundo Paulo Roberto Lazarini, médico otorrinolaringologista e professor na Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Essa perda é causada por lesões no nervo auditivo, que sai da cóclea (a estrutura em forma de caracol formada dentro do ouvido), explica o
médico.
Desde abril, alguns casos de perda de audição potencialmente causados pelo novo coronavírus vêm sendo relatados, mas o sintoma é muito
raro, afirma Mirian Dal Ben, médica infectologista do Hospital Sírio-Libanês.
“No Brasil, são pouquíssimos relatos de surdez após Covid. Podemos dizer que não há uma tendência do vírus para afetar o sistema auditivo,
como acontece com o olfativo”, diz Lazarini.
Segundo Dal Ben, uma das hipóteses levantadas até o momento aponta que a a surdez parcial pode ser causada nos pacientes de Covid-19 por
um mecanismo parecido com o que leva à perda de olfato nesses doentes: a partir da ação do vírus no sistema nervoso central e nos nervos
periféricos ligados a essas funções.
Biografia:
https://fcmsantacasasp.edu.br/reino-unido-registra-caso-de-perda-de-audicao-irreversivel-causada-por-covid-19/

https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca

https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-18462021000100603&script=sci_arttext&tlng=pt

MAIA, Roberto Alcantara; CAHALI, Samir. Surdez súbita. Rev. Bras. Otorrinolaringol., São Paulo , v. 70, n. 2, p. 238-248, Apr. 2004

LAZARINI, Paulo Roberto; CAMARGO, Ana Cristina Kfouri. Surdez súbita idiopática: aspectos etiológicos e fisiopatogênicos. Rev. Bras. Otorrinolaringol., São Paulo , v. 72, n. 4, p. 554-561, Aug. 2006

PENIDO, Norma de Oliveira et al . Fatores clínicos, etiológicos e evolutivos da audição na surdez súbita. Rev. Bras. Otorrinolaringol., São Paulo , v. 71, n. 5, p. 633-
638, Oct. 2005

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