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FACAM – FACULDADE DO MARANHÃO

SOMAR SOCIEDADE MARANHENSE DE ENSINO SUPERIOR LTDA


CNPJ 04.855.275/0001-68

RAYLDO NOLETO VARÃO

DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA HANSENÍASE EM ADULTOS.

São Luís agosto/2023 EAD


RESUMO

O diagnóstico precoce da hanseníase é imprescindível para a eficiência do


tratamento e possível cura dos pacientes adultos. Portanto, este trabalho orienta-se na
questão norteadora: “O que dificulta o diagnóstico precoce da Hanseníase em adultos?”
Temos como objetivo geral deste documento: “Contribuir significativamente como a
missão de esclarecer a população sobre a importância do diagnóstico precoce e o início
imediato do tratamento”, quanto ao método adotado trata-se de uma revisão integrativa
de publicações oficiais e acadêmicas. Quanto à pesquisa e análise desta patologia
estudamos a história e os relatos sobre fatos sociais que marcaram a vivência das
populações em várias épocas. Considerando o meio de encontrar estratégias de
aperfeiçoar o acolhimento e a precocidade da análise colaborando na ruptura do ciclo de
transmissão. Sendo, possível concluir que atualmente o diagnóstico precoce é
fundamental para o sucesso do tratamento e efetiva cura do infectado, prevenindo a
propagação da enfermidade e a abertura das deformidades que acarretam discriminação
e vergonha aos portadores.

Palavras-chave: Hanseníase, Diagnóstico, Tratamento.

INTRODUÇÃO

A vida humana sempre foi marcada por várias epidemias, como a que sofremos
recentemente, mesmo com toda a tecnologia à disposição milhares de óbitos foram
contabilizados em um curto período de tempo. Muito embora, previsíveis pela ciência,
deixou-os profundamente aterrorizados. Conviver com situações adversas como esta
nunca foi fácil, porém em épocas mais remotas da sociedade ficávamos sem defesa
dependendo apenas de sorte.

A peste negra durante a idade média na Europa, dizimou mais da metade da


população e trouxe ensinamento para as crises seguintes. Porém, a hanseníase perpassou
por séculos e inúmeras gerações como uma doença renegada e segregada que por
deformar suas vítimas causava pavor nas pessoas. Sem uma cura possível, gerações
viveram sobre medo velado por esta doença.
Uma das doenças mais implacáveis na história da humanidade, conhecida como
lepra, causou muito sofrimento e desespero. O livro sagrado cristão A Bíblia traz uma
série de relatos que envolvem acontecimentos relacionados ao sofrimento dos que foram
acometidos por esta enfermidade, e a cura de tais enfermos trouxeram grande comoção
e respeito e admiração a Jesus Cristo. ( Mc. 1: 40-45)

Em alguns de seus relatos mais famosos a Bíblia conta que Jesus curava vários
enfermos por onde passava. Mas os textos bíblicos que falam sobre a cura de leproso
sempre ganharam destaque. Na época de cristo os leprosos viviam vagando pelas
redondezas das cidade e vilas, sem esperança de vida mendigavam pelo ativo mais
básico para sobrevivência, encontrar comida. Pois, ficar livre desta enfermidade não
seria possível.

Sendo, uma doença antes sem cura, causou pânico e medo a várias populações e
por milhares de anos foi tida como uma mazela que condenava os doentes ao isolamento
e abandono social. Historicamente, vários povos sofreram suas consequências, que
envolvia aspectos culturais e religiosos quanto às mais variadas formas de se enfrentar o
problema.

De transmissão rápida um paciente sem tratamento chega a infectar cerca de 5%


das pessoas com as quais teve contato. Por ser transmitida pelo bacilo semelhante à
tuberculose, carece de tratamento e acompanhamento rigoroso para evitar que o
contágio se alastre em torno de um eventual caso. Outra característica marcante é o
período de incubação da doença ser considerado longo que efetivamente dura de três a
cinco anos dependendo do caso.

Tais peculiaridades tornam a hanseníase um problema de política pública


relevante. Atualmente, contamos no Brasil e no mundo com um grande aparato para
responder a eventuais epidemias, porém, há milênios a humanidade sofreu deste mal.
Descuidos ligados à prevenção podem favorecer a disseminação desta doença pois,
geneticamente ainda não foi erradicada por completo.
Dados recentes mostram que devemos ter atenção com a disseminação da
hanseníase, pois, mesmo depois dos mais diversos tratamentos com eficácia garantida a
contaminação ainda ocorre com certa constância. Os governos vêm agindo
sistematicamente em políticas públicas de saúde para minimizar que esta doença ganhe
ainda mais destaque.

Estudos mostram que pessoas que abandonam o tratamento aumentam em quase


4 vezes as chances de adoecerem. Por isso, para um tratamento eficaz é necessário que o
paciente e seus parentes sejam bem assistidos por uma equipe de saúde da família e que
os mesmos busquem enfrentar a situação seguindo os protocolos estabelecidos pelo
ministério da saúde.

OBJETIVO GERAL

Contribuir significativamente como a missão de esclarecer a população sobre a


importância do diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar antecipadamente o diagnóstico de novos casos da hanseníase;


Ponderar as comunidades sobre a importância do tema indagado;
Buscar a melhor maneira possível para fazer o tratamento sem que se sinta
discriminado;
Incentivar a vigilância epidemiológica a buscar meios de combater e
controlar essa enfermidade.

METODOLOGIA

Este estudo em síntese é uma revisão integrativa, que nos permite o estudo de
várias fontes a fim de inferir sobre o tema e apresentar conclusão e resposta à questão
problema aqui proposta.

Quanto ao método aqui abordado, utilizamos uma abordagem que segundo


Crespo (2000) estabelece o caminho: Elaboração da pergunta norteadora; Leitura de
bibliografia sobre o tema; Anotação obtenção de dados; Inferência dos dados para
fundamentação do trabalho; aprofundamento do estudo e Apresentação e conclusão da
revisão integrativa

Para obter respostas ao objeto pesquisado, foi necessário utilizar a questão


problema: “O que dificulta o diagnóstico precoce da Hanseníase em adultos?” Que nos
permitiu aprofundar nosso estudo e obter respostas. Buscando, em fontes física e fontes
virtuais livros e artigos, respectivamente, a fim de produzir e condensar as informações
voltadas a nossa abordagem e que nos auxiliou na busca por resposta sem a pretensão de
esgotar as discussões.

DISCUSSÃO DO TEMA

A hanseníase é uma doença que perdurou por milênios, e, mesmo com tanto
tempo de existência, ainda é cercada por diversos paradigmas e mazelas, enfrentados
tanto pelo paciente, quanto pelos profissionais de saúde. Atualmente, muito se sabe
sobre a hanseníase, porém, por ser uma patologia remitente, causa grandes problemas de
saúde pública que afetam o imaginário popular. De acordo com Souza et al. (2020), a
hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, ocasionada pelo
bacilo Mycobacterium leprae.

Por ser crônica o tratamento é essencial e deve ser acompanhado pelos serviços
de saúde para que sua eficácia ocorra, para Martins, (2022), esta enfermidade lesa
sobretudo os nervos superficiais da pele, acarretando no aparecimento de lesões na pele
e alterações na sensibilidade, com possibilidade ainda de afetar os troncos nervosos
periféricos da face, pescoço, membros superiores e inferiores.

Por ser uma doença granulomatosa atinge os tecidos nervosos da região


infectada que passa a funcionar com imunidade afetada. Outra característica marcante é
o longo período de incubação do bacilo que necessita de condições favoráveis para se
manifestar no organismo.
Os fatores associados à transmissão do bacilo dependem das condições de seu
desenvolvimento no período de incubação. Segundo, Mendonça et al. (2019), mostrou
que a transmissão da hanseníase se dá por meio da entrada dos bacilos no organismo
pelas vias aéreas superiores no trato respiratório das pessoas suscetíveis à doença, e que
o contato íntimo e prolongado, muito frequente no convívio domiciliar, pode propiciar
um ciclo de disseminação.

No Brasil e no mundo, os protocolos para o diagnóstico e tratamento já estão


definidos, mas, o crescimento populacional em áreas de ocupações desordenadas que
geram aglomerações promovem a disseminação de doenças infecto contagiosas.

Seguindo o raciocínio, a doença causada pelo bacilo de Hansen gera uma


batalha árdua para os pacientes e profissionais de saúde no que se diz a respeito do seu
tratamento, mesmo com o surgimento da poliquimioterapia. Durante toda a história da
humanidade nas mais diferentes culturas a maneira mais eficiente de controlar a
transmissão da hanseníase foi através do isolamento dos infectados, nesta situação o
paciente, virava prisioneiro de sua própria condição. A separação do meio familiar era
uma sentença de morte, pois a reclusão ou abandono tornava-se um meio brutal e
desumano aos já debilitados pela enfermidade.

Nos últimos séculos a medicina avançou de forma considerável em todas as


áreas. A prevenção e o tratamento da maioria das enfermidades foram melhorados de
modo substancial a fim de tornar simples a cura ou controle de doenças antes renegadas.
De modo igual a este avanço, a diminuição do preconceito e convívio social com tais
enfermos foram gradativamente sendo assimilados

Para a hanseníase, o avanço foi notável. De uma doença aterrorizante para uma
enfermidade tratável e controlada. Entres as várias intervenções clínicas e tratamentos
podemos destacar a quimioterapia que para Neiva (2016), cessa com a necessidade de
isolamento do doente, uma vez que, 72 horas conseguintes ao uso da primeira dose, tal
paciente não teria mais bacilos em potencial para infectar outros indivíduos por meio de
via oral, quebrando o ciclo de transmissão e não sendo mais necessário isolamento do
paciente. Atualmente a hanseníase é uma doença de fácil diagnóstico. Mas, quando o
início do tratamento é tardio pode trazer várias complicações e graves consequências ao
paciente, pois, esta patologia pode contaminar familiares debilitar os acometidos pela
enfermidade a ponto de comprometer a saúde do indivíduo e eficácia do tratamento.

A assertiva acima no quesito diagnóstico precoce está em detrimento ao dito por


Ministério da Saúde (2022) na qual a Seguindo avaliação das lesões cutâneas, os nervos
periféricos devem ser palpados para busca de espessamento, e exame neurológico de
lesões e de extremidades distais deve ser realizado.

Segundo o Ministério da Saúde (2022) o diagnóstico precoce é fundamental e


determinante para o resto do tratamento. “A lesão cutânea com hipoestesia é o fator
diagnóstico mais relevante, porque não é esperado em outra doença de pele que não seja
a hanseníase.” Serve como gatilho e é de fácil detecção. Deste modo, campanhas
educativas sobre a doença tem grande relevância tanto no esclarecimento e informação,
bem como, alertar a população sobre os sintomas e como identificá-los. Além de
diminuir a desinformação.

O Ministério da Saúde esclarece que o diagnóstico deve ser amparado por


análise clínicas através de exames e posterior classificação e tratamento. A
recomendação é sempre no sentido de diagnóstico e tratamento precoce por ser
essencial para a cura da doença, pois, o contrário pode levar a grandes complicações ao
paciente.

Ribeiro e Lana (2015), afirmam que, essas complicações têm possibilidade de


serem causadoras de danos permanentes. e dentro das análises aqui estudadas,
propomos que, o presente trabalho tem por objetivo principal Contribuir
significativamente como a missão de esclarecer a população sobre a importância do
diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento.

Sintomas e diagnóstico

A lepra ou mal de Lázaro, cientificamente denominada a hanseníase é uma


doença infecciosa, contagiosa, que afeta os nervos e a pele e é causada por um bacilo
chamado Mycobacterium leprae, com transmissão e tratamento semelhante ao da do
bacilo Koch ou mycobacterium tuberculosis que transmite a tuberculose. Um dos
principais sintomas ou sinais são fisgadas na região das extremidades, sensação de
formigamento, manchas brancas ou avermelhadas e sensibilidade à exposição ao calor,
ao frio e à dor ao toque. O aumento da sudorese e secreções e áreas lesionadas e
aparentemente saudáveis; aparição a caroços e placas pelo corpo e diminuição da força
muscular. Consequentemente o diagnóstico da hanseníase continua clínico,
possibilitando a análise que inclui a baciloscopia, histopatologia e teste rápido.
|A baciloscopia detecta a existência da bactéria pela transmissão da hanseníase
em esfregaços de raspados intradérmicos e assim avalia o acometimento bacilar do
paciente.
A histopatologia é uma biópsia de pele que deve ser desempenhada por um
profissional qualificado, fixado 5 a 10 ml de formol a 10% e entregue ao laboratório de
referência, sempre colocando a hipótese da análise no requerimento. É importante
lembrar que esse exame é proposto nos casos em que o diagnóstico continua indefinido,
mesmo após a análise clínica e baciloscopia.
O teste rápido inclui como método auxiliar nas ações de controle da hanseníase,
sendo uma ferramenta de apoio nas análises de contato domiciliar a fim de aconselhar
os grupos a serem monitorados mais de perto quanto ao aparecimento de sinais e
sintomas.

Transmissão, tratamento e prevenção

O paciente que inicia o tratamento e poucos dias deixa de transmitir o bacilo,


porém, quando não há diagnóstico ou se desconhece os sintomas o indivíduo após a
latência da doença inicia-se a transmissão que ocorre pelas vias áreas do infectado,
semelhante a tuberculose: Tosse, espirro, gotículas da fala e secreções nasais, porém,
mais de 90% das pessoas que entram em contato com o bacilo não se infecta, devido a
vários fatores como resistência, alta imunidade e fatores genéticos.

Quanto ao tratamento, existe cura mediante acompanhamento médico. No Brasil


é gratuito e garantido pelo SUS nas Unidades Básicas de Saúde –UBS, pelo Programa
Saúde da Família. A Equipe é composta basicamente por médicos, enfermeiros e
agentes comunitários de saúde, além de psicólogos e outros profissionais para garantir
uma completa assistência ao doente. Após a assertiva do diagnóstico precoce a cura é
imediata e relativamente rápida. O tratamento é por via oral, geralmente pela prescrição
médica de dois ou três medicamentos denominado poliquimioterapia.
A prevenção deve pautar o coletivo, ou seja, divulgar através de campanhas e
informativos à população as peculiaridades dos sinais e sintomas apresentados pela
doença, as formas transmissão, tratamento e cura. A prevenção baseia-se no exame
dermato-neurológico e aplicação da vacina BCG em todas as pessoas que compartilham
o mesmo domicílio com o portador da doença.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo aqui proposto, nos revelou que mesmo sendo uma doença milenar e
atualmente, facilmente curável, a hanseníase ainda assusta. Observamos, que o
tratamento precoce é o principal ponto crítico a fim de se obter sucesso na busca pela
cura. A desinformação e negação que por ventura ocorra aos contaminados são os
principais entraves para o início precoce do tratamento, principalmente em pessoas
adultas.

É notável o desempenho do Sistema Único de Saúde/SUS em seu esforço para


diagnosticar, oferecer tratamento adequado, acompanhar os enfermos, orientar a
população e oferecer acolhimento às famílias atingidas. Tais cuidados amenizam
eventuais sofrimentos.

REFERÊNCIAS

Bíblia Sagrada, versão corrigida. 2016

Fundação Oswaldo Cruz. Glossário de Doenças Ministério da Saúde. Saúde de A a Z,


dezembro de 2.007. ACESSANDO : QUANDO VOCÊ ACESSOU ? E O LINK DE
ACESSO. Organização mundial da saúde estratégia global da hanseníase 2021-2030.

LIMA, Ms. Alice Marques Moreira, et al. Uma visão holística com foco no diagnóstico,
UFMA, 2012.

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