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UNOPAR

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


SERVIÇO SOCIAL

JANAINA CRISTINA PRETO

PROJETO DE INTERVENÇÃO DIABETES

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

Bauru
2023
JANAINA CRISTINA PRETO

PROJETO DE INTERVENÇÃO DIABETES

Projeto Educativo apresentado à Unopar


sistema de ensino a distância, como requisito
parcial à conclusão do Curso de Serviço Social.

Docente supervisor: Prof.

Bauru
2023
APRESENTAÇÃO

O diabetes mellitus (DM) é um distúrbio crônico do metabolismo de carboidratos,


lipídios e proteínas caracterizado pelo quadro de hiperglicemia de jejum ou níveis
plasmáticos de glicose acima de certos limites durante teste de tolerância á glicose.
Consiste na resposta secretória defeituosa ou deficiente da insulina, que se manifesta
pela utilização inadequada dos carboidratos (glicose). Apresenta sintomas gerais como
poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia e visão turva (CECIL, 2010).
A doença pode apresentar duas classificações que se diferenciam quanto a sua
causa, evolução clínica e tratamento. DM tipo I, segundo o Ministério da Saúde
(BRASIL, 2006) indica a destruição das células beta que eventualmente leva a um
estado de deficiência absoluta de insulina. Uma característica marcante é que têm
tendência à cetose e, obrigatoriamente requer insulina como tratamento. DM tipo II, que
de acordo com FREITAS (2006), é responsável por 90% dos casos, habitualmente
surge após os 40 anos de idade, apresentando graus variáveis de deficiência e
resistência à ação da insulina. A resistência pode proceder ao aparecimento da
deficiência insulínica que se acentua com a evolução da doença. Síndrome
hiperosmolar hiperglicêmica não- cetótica é a sua complicação aguda clássica.
O tratamento medicamentoso inicial é feito com hipoglicemiantes orais.
Entretanto, pelo menos 30 % futuramente requererão insulinoterapia para obter um
adequado controle glicêmico. Comumente, vêm associados à síndrome metabólica que
se caracteriza pelo agrupamento de condições que implicam risco cardiovascular
aumentado como obesidade central, hipertensão, dislipidemia e resistência insulínica. O
DM representa um dos mais sérios problemas de saúde da atualidade, tanto em termos
do número de pessoas afetadas, incapacitações, mortalidade prematura, como dos
custos envolvidos no seu controle e no tratamento de suas complicações. Estima-se que
haja 246 milhões de pessoas com diabetes. Até 2025, esse número deve chegar a 380
milhões, segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), entidade vinculada à
Organização Mundial da Saúde.
Esse expressivo aumento na prevalência do DM deve-se ao envelhecimento da
população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis
como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade (BRASIL, 2006).
Em consequência das complicações crônicas micro e macrovasculares, os
diabéticos apresentam, em comparação à população não diabética, uma elevada
morbidade (risco aumentado para perda de visão, insuficiência renal em estágio
terminal, amputação não traumática dos membros inferiores, infarto agudo do miocárdio,
acidente vascular cerebral, entre outros) e uma mortalidade duas a quatro vezes maior.
Essa evolução indesejada do DM poderia ser amenizada ou parcialmente evitada pelo
diagnóstico, intervenções no estilo de vida e tratamento precoce da doença e de suas
complicações.
As intervenções no estilo de vida compreendem aconselhamento nutricional,
orientação sobre atividades físicas e amplo programa de educação de pacientes e
cuidadores, particularmente em caso de idosos. Devendo haver nesse processo o
engajamento de uma equipe multidisciplinar (FREITAS, 2006).
JUSTIFICATIVA

O Brasil, até 2025, deverá passar do oitavo para o quarto lugar no ranking
mundial de pessoas maiores de 18 anos com diabetes. O número de brasileiros,
nessa faixa etária, que vivem com a doença chegarão a 17,6 milhões – quase 2,5
vezes mais que os atuais 7,3 milhões de adultos. O aumento significa cerca de 650
mil novos casos por ano, segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF),
entidade vinculada à Organização Mundial da Saúde. Segundo relatórios do
Hiperdia extraídos do Datasus, o município de Petrolina contém cadastrados do
período de janeiro de 1999 a outubro de 2012, 837 pessoas cadastradas com DM,
sendo 199 do tipo I e 638 do tipo II, prevalecendo mulheres acometidas. De janeiro a
outubro de 2012, foram cadastrados mais 86 novos casos de diabetes no programa
Hiperdia.
Para controle da doença, a promoção e a prevenção à saúde, há a
necessidade de uma atuação direta com a coletividade, visando o autocuidado,
principalmente através da educação em diabetes que, apesar de amplamente
recomendada, ainda é incipiente na América Latina (GAGLIARDINO,2002).
Cerca de 50% da população com diabetes não sabe que são portadores da
doença, algumas vezes permanecendo não diagnosticados até que se manifestem
sinais de complicações (BRASIL, 2006). De acordo com Brasileiro Filho (2000), a
detecção e instrução terapêutica precoce reduzem a morbidade e a mortalidade,
inclusive com repercussões positivas na redução dos custos com a doença.
Para qualificar o cuidado ao paciente diabético, há necessidade de buscar
estratégias efetivas mediante uma abordagem integral, envolvendo os elementos
fisiopatológicos, psicossociais, educacionais e de reorganização da atenção à
saúde.
As estratégias educacionais devem atender os aspectos emocionais e sociais,
isto é, o sistema de valores e crenças que orientam as atitudes e ações dessas
pessoas e suas famílias (fonte de apoio emocional) em relação à própria saúde. O
processo educativo deve resgatar as experiências e os conhecimentos que o
diabético já possui, colaborando na construção de seu próprio conhecimento, aliado
aos realizadores do projeto.
PÚBLICO ALVO

O público-alvo da intervenção será selecionado do cadastro dos participantes


do Hiperdia de cada UBS. Assim, será possível durante as nossas atividades
realizar uma tabela com dados qualitativos e quantitativos dessas regiões, como
faixa etária e sexo dominantes e a divisão em DM tipo 1 e tipo 2. As atividades serão
círculos de discussão em sala comunitária de fácil acesso.
O projeto em questão tem como propósito orientar à comunidade da micro
área em estudo, proporcionando um aprendizado qualificado ao cuidado do paciente
diabético a fim de esclarecer a importância da adesão ao tratamento, dando ênfase
no tratamento não farmacológico, bem como distinguir os sinais, sintomas e
diagnóstico desta patologia, partindo do pressuposto de que a falta de conhecimento
e orientações dificulta a adesão ao tratamento. Dessa forma, espera-se ajudar os
portadores de diabetes a diminuir as prováveis ocorrências provindas da patologia,
como também a aumentar a adesão ao programa “Hiperdia” das UBS, resgatando a
qualidade de vida desses pacientes e aumentando o conhecimento da comunidade
a respeito da doença por meio do ensino nas escolas.
OBJETIVOS
Geral:
Disseminar informações esclarecedoras a respeito do DM 1 e 2 na
comunidade (etiologia; sintomas, sinais, diagnóstico, tratamento farmacológico e não
farmacológico);

Específicos:
Discutir a temática junto aos pacientes da UBS;
Esclarecer, aos envolvidos, sobre a doença, sinais, sintomas e tratamento;
Proporcionar troca de experiências entre os participantes do grupo,
contribuindo no tratamento da doença, na prevenção de agravos e na promoção da
saúde;
Perceber a importância do apoio familiar no tratamento e controle do diabetes,
como também no suporte emocional;
Orientar sobre a socialização dos direitos sociais, particularmente o direito à
saúde, implicando a disponibilização pelo SUS da insulina, seringas, fitas para
controle da glicemia e agulhas adequadas;
Compreender os limites no atendimento ao usuário por parte da rede de
serviços públicos do município.

METAS A ATINGIR
•. Avaliar o conhecimento dos estudantes das instituições de ensino selecionadas a
respeito da diabetes mellitus;
•. Promover maior esclarecimento acerca da doença na comunidade a fim de
diminuir sua incidência nas microáreas envolvidas no projeto
•. Minimizar os riscos das complicações relacionadas á enfermidade, através do
esclarecimento da doença e formas de tratamento;
•. Relatar as maiores dificuldades encontradas pelos pacientes diabéticos na adesão
ao tratamento e as limitações do serviço de saúde que acabam por dificultar o
auxílio aos mesmos.
•. Auxiliar na elaboração de propostas que possam diminuir as limitações do serviço
em relação aos portadores dessa síndrome metabólica.
•. Promover uma maior interação entre cuidadores e pacientes.
METODOLOGIA

A pesquisa será estruturada a partir de estudo analítico-descritivo, com


abordagem qualitativa. A opção pelo estudo qualitativo parte da compreensão de
que ele trabalha com o universo de significados, motivações, aspirações, crenças,
valores, atitudes dos atores, o que corresponde a um espaço mais profundo de
relações e dos fenômenos que não podem ser traduzidos à operacionalização de
variáveis definidoras dos estudos quantitativos (MINAYO, 1994).

A metodologia utilizada foi a problematizadora, com referencial teórico de


Paulo Freire, em que o indivíduo é responsável não só por desvelar a realidade,
mas, também, por transformar esta realidade, pela ação prática sobre ela. (FREIRE,
1980 e 1987).

O projeto pode ser subdividido em três etapas a serem especificadas a seguir,


variando em sua abordagem, público-alvo e local de atuação.

A primeira etapa ocorrerá nas escolas públicas de nível fundamental situadas


nas proximidades das UBS (ao total de 3, abarcando os bairros da Areia Branca,
Centro e Vila Eduardo). O trabalho será realizado com duas turmas de cada escola,
do 7º ano, selecionadas em conjunto com a direção das escolas. A seleção dessa
classe deve-se à faixa etária ter maior maturidade para compreensão e fixação do
tema a ser abordado (Diabetes melitus). Serão aplicados em um primeiro momento
questionários semiestruturados para nos nortear dos conhecimentos que eles
possuem. O questionário (ANEXO I) contemplará as seguintes informações:
conhecimento prévio sobre diabetes quanto à sua etiologia; quadro clínico; fatores
de risco; tratamento farmacológico e não farmacológico, em um total de dez
questões objetivas. Em um segundo momento ocorrerá uma palestra educativa e em
seguida uma dinâmica como ferramenta de fixação do conteúdo exposto e também
para avaliarmos o conhecimento adquirido pelos alunos das unidades A segunda
etapa ocorrerá nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s). Cada uma será
contemplada com três encontros. No primeiro encontro, será realizada uma dinâmica
de apresentação para eliminar as tensões e proporcionar um ambiente de
cordialidade e atenção mútua. Posteriormente, serão abordadas informações
essenciais sobre a doença, como características, dieta, estilo de vida, cuidados
gerais com a insulinoterapia e o uso dos hipoglicemiantes orais. Para essa
abordagem será usado cartaz ilustrativo, com escritos e figuras para elucidar a
discussão. No segundo encontro, o tema abordado será à vivência com a doença.

RECURSOS HUMANOS

Profissionais da educação,
Estagiários, auxiliares e voluntários.

CRONOGRAMA

Etapas do Projeto Período


1. Planejamento 07/08/2023 a 15/08/2023
2.Execução 16/08/2023 a 16/09/2023
3.Avaliação 30/09/2023 a 02/10/2023

AVALIAÇÃO

Ao final, os dados serão organizados, tabulados e apresentados sobre a


forma de percentuais descritivos simples. Serão utilizados recursos dos programas
Microsoft Word e Excel for Windows 2007. A análise dos dados será realizada a
partir de estudos recorridos na literatura científica sobre as temáticas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto em questão tem como propósito orientar à comunidade da


microárea em estudo, proporcionando um aprendizado qualificado ao cuidado do
paciente diabético a fim de esclarecer a importância da adesão ao tratamento,
dando ênfase no tratamento não farmacológico, bem como distinguir os sinais,
sintomas e diagnóstico desta patologia, partindo do pressuposto de que a falta de
conhecimento e orientações dificulta a adesão ao tratamento. Dessa forma, espera-
se ajudar os portadores de diabetes a diminuir as prováveis ocorrências provindas
da patologia, como também a aumentar a adesão ao programa “Hiperdia” das UBS,
resgatando a qualidade de vida desses pacientes e aumentando o conhecimento da
comunidade a respeito da doença por meio do ensino nas escolas.
A abordagem nas escolas também se justifica pelo fato de que o diabetes tipo
1, típico da infância e adolescência, está crescendo mundialmente cerca de 3% ao
ano nessa faixa de idade, notadamente na fase pré-escolar, segundo a Federação
Internacional de Diabetes (IDF) (BRASIL, 3) e o diabetes tipo 2, antes tido como
uma doença de adulto, vem crescendo em crianças e adolescentes, como
consequência da epidemia mundial de sedentarismo, obesidade e maus hábitos de
consumo alimentar (BRASIL, 2008).
Quanto aos realizadores do projeto, discentes e docentes, a pesquisa ajudará
a enriquecer nossos conhecimentos quanto acadêmicos da área de saúde,
fortificando o nosso preparo para a vida profissional e nos proporcionando
conhecimento a cerca dos problemas da região quanto à Diabetes. Espera-se
também que a qualidade de vida dos participantes do projeto (pessoas das
localidades) melhore ao colocar em prática os ensinamentos do curso,
possibilitando, talvez, a redução de complicações diabéticas atendidas pela rede de
saúde.
REFERÊNCIAS

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO BÁSICA.


Departamento de Atenção Básica.

Hipertensão Arterial Sistêmica\ Ministério da Saúde. Secretária de Atenção Básica à


Saúde. Caderno de Atenção Básica – n 16 serie A: Normas e Manuais Técnicos.
Departamento de Atenção Básica – Brasília:

Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Dia Mundial do Diabetes. 2008. Disponível em:


www.saude.gov.br BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização
2008. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1457

BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Patologia.6ª edição - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,


2000.

CECIL- Tratado de Medicina Interna- 23ª Edição, ano 2010.

DATASUS. Sistema de Informação de Atenção Básica-Situação de Saúde-Pernambuco.


Tecnologia da Informação a Serviço do SUS. Disponível em http://tabnet.datasus.gov.br.

FREIRE, P. Conscientização: teoria e prática de libertação - uma introdução ao


pensamento de Paulo Freire. 3. ed. São Paulo: Moraes, 1980.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido.17 eds. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987

FREITAS, Elizabete Viana de., et al. Tratado de geriatria e gerontologia. 2ª edição – Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

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