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Roseli Gaio
Pós-Graduanda do Curso de Especialização (Pós-Graduação lato sensu) em
Formação de Professores para Docência no Ensino Superior. UNICENTRO,
2007.
RESUMO
O Diabetes Mellitus, doença de prevalência crescente que acomete indivíduos de todas as
classes sócio-econômicas, vem sendo objeto de estudos em razão de crescente incidência
e do atendimento dispensado pelos serviços básicos de saúde pública. Este artigo tem
como temática a educação não-formal em atendimento ao Curso de Pós-Graduação
Docência no Ensino Superior. Seu objeto de pesquisa consiste da prevalência do Diabetes
Mellitus em pessoas de ambos os sexos, moradores das zonas urbana e rural do município
de Honório Serpa - Paraná, e a angústia que expressam ao buscar junto aos serviços de
saúde, as informações corretas relativas ao diabetes. Considera que a educação não-
formal, em função se seu caráter coletivo é parte fundamental no tratamento do diabético,
devido à compreensão de que ele deve cuidar de si mesmo 24 horas por dia, 365 dias por
ano. Elabora um Planejamento Multidisciplinar de Atendimento destinado à prevenção e
controle de pacientes diabéticos na Unidade de Saúde Central de Honório Serpa, Paraná,
utilizando como instrumento a Educação Não-Formal. Conclui que a educação não-formal
facilita o acesso à informação pela pessoa diabética constituindo-se em instrumento
relevante para conhecimento da doença, dos cuidados e da prevenção.
Palavras-chave: Educação não-formal. Diabetes Melittus. Multidisciplinar.
ABSTRACT
The Diabetes Mellitus, increasing prevalence of illness that affects individuals of all the
partner-economic classrooms, comes being object of study in reason of increasing incidence
and the attendance excused for the basic services of public health. This article studies the
prevalence of Diabetes Mellitus in the people of both the sexes, inhabitants of the urban and
agricultural zones of the city of Honório Serpa, Paraná and the anguish that they express
when searching next to the health services, relative to the correct information diabetes. It
considers that the education not-deed of division possesss collective character and that the
education to the diabetic one is basic part of treatment due to its understanding of that the
diabetic one must of exactly take care of itself 24 hours per day, 365 days per year. The
Planning Multidisciplinary Call destined to the prevention and control of diabetic patients in
the Unit of Health of Central Honório Serpa, Paraná elaborates, using the tool the Not-Deed
of Education division. It concludes that the education not-deed of division facilitates the
access to the information for the diabetic person consisting in excellent instrument for
knowledge of the illness, the cares and the prevention.
Key words: Education not-deed of division. Diabetes Melittus. Multidisciplinar.
Ed. 6 Ano: 2008 Revista Eletrônica Lato Sensu – UNICENTRO ISSN: 1980-6116
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1 INTRODUÇÃO
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Levantamento.
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De acordo com Garcia (2005, p.20), a educação escolar não aceita com
facilidade o saber que dela é alheio; antes, adota um saber sistematizado, com acesso
promovido por meio da educação formal, pois a ele pertence um discurso de que o saber
veiculado pela educação formal é critico, em virtude de sua racionalidade e cientificidade. A
crítica se dá em relação à educação não-formal, no sentido de que “O saber que não é da
escola é ingênuo, por ser fundamentado na observação, na tradição, na oralidade e ser
sensível aos argumentos da ciência, comprobatória das verdades”.
Trata-se do processo político de legitimação de saberes, considerando que
esses não estão disponíveis para todos. Aqueles que têm poder de acesso podem conhecer
determinados saberes e passam a ter um saber crítico, referenciado e aceito pela
sociedade, um discurso veiculado de que se traduz em homogeneização de crianças e de
adolescentes que freqüentam a educação formal, integrando-se à sociedade mais ampla,
segundo o que determinam os grupos no poder (GARCIA, 2005).
Porque, da mesma forma que nem todos os sujeitos têm acesso a todos os
saberes, evidencia-se a dualidade de que nem todos os saberes são eleitos para aqueles de
difícil penetração, mas os saberes escolhidos, em determinado tempo histórico ocupam
lugar de destaque, poder e cobiça. Por esse processo, os equipamentos da educação
formal, vistos como templos de saber, são considerados importantes, reconhecidos e
consagrados, complementa Garcia (2005).
Um novo modelo de educação, externa ao ambiente escolar, no entanto,
passa a ser objeto de estudo: a educação não-formal, que foi definida por Coombs e Ahmed
(1970 apud GOHN, 2001, p. 91), como “[...] uma atividade educacional organizada e
sistemática, levada a efeito fora do marco de referência do sistema formal, visando
proporcionar tipos selecionados de aprendizagem a subgrupos particulares da população,
sejam adultos ou crianças”.
Sob um modo simplista de compreensão, a educação não-formal consistia de
um conjunto de processos delineados, com o fim de obter a participação de grupos e de
indivíduos em áreas reconhecidas como extensão rural, animação comunitária, treinamento
vocacional ou técnico, educação básica, planejamento familiar. Para esse público, os
conteúdos incluíam atitudes positivas em relação à cooperação na família, trabalho,
comunidade, perspectivas com relação ao crescimento nacional, progresso, alfabetização
funcional para o planejamento familiar, sustentação econômica e participação cívica, visão
científica com finalidade de compreender de determinadas áreas específicas (GOHN, 2001).
Os anos de 1990 trouxeram mudanças na economia, na sociedade e no
mundo do trabalho, de modo que os processos de aprendizagem em grupos foram
valorizados, bem como os valores culturais que articulam as ações dos indivíduos. Ações
nesse sentido foram configurando um novo campo para a educação não-formal, abrangendo
o apoio de Agências e organismos internacionais, como a ONU e a UNESCO. O resultado
da conferência realizada na Tailândia, em 1990, Declaração Mundial sobre educação para
todos e Plano de ação para satisfazer necessidades básicas de aprendizagem permitiu
ampliar o campo da educação para outras dimensões além da escola. Estudos sobre esses
documentos foram realizados pelo Unicef e são registrados por Gohn (2001, p. 93), com o
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seguinte teor:
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1992, p. 57).
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de educação que a pessoa possui, sua motivação para o aprendizado não-formal e a sua
incorporação às estratégias para aumentá-lo (MORREAU, 1992).
No processo de ensino e aprendizagem, aquele que ensina deve fazer uma
avaliação prévia, considerando que a pessoa que explica deverá demonstrar flexibilidade na
adaptação de sua abordagem aos fatores que influenciarão a capacidade e a vontade do
paciente, para aprender sobre diabetes. Importante observar, também, os parâmetros que
os próprios instrutores possuem sobre suas crenças particulares e as abordagens que farão
quanto à aprendizagem para problemas de saúde em geral (ROSENBERG e PETERS,
2001).
É preciso, portanto, que os instrutores detenham informações a respeito da
história médica do paciente, tais como o tipo e a duração do diabete, o regime de
tratamento, as medicações, os sintomas de hiperglicemia, as freqüência da hipoglicemia,
associações mórbidas, infecções, procedimentos, cirúrgicos iminentes ou recentes e demais
informações sobre complicações diabética crônica (ROSENBERG e PETERS, 2001).
Demais informações relevantes dizem respeito à história social do paciente,
que ajuda a identificar os membros da casa, os vizinhos ou colegas que venham a ajudar no
manuseio do diabete, bem como para adquirir capacidades como o reconhecimento e
tratamento da hipoglicemia. Ainda, ao seu esquema de dieta e de medicação, informação
que pode ajudar o médico a priorizar o conteúdo do ensino para revelar determinadas
preocupações quanto à segurança.
Contudo, uma informação sobre o problema emoção e luta, deverá ser obtida,
mediante criação de um diálogo que lhes permitam aceitar sentimentos desconfortáveis por
meio de um interrogatório que contemple: “Quais são suas maiores preocupações quanto ao
diabete? Como sua família, seus amigos, seus colegas de trabalho reagem ao seu diabete?
Você se sente apoiado por eles?” (ROSENBERG e PETERS, 2001, p.306).
A dedicação a esse interrogatório, mesmo difícil para alguns educadores,
representam uma parte importante da avaliação das respostas dos pacientes e das famílias,
no sentido de esclarecer sobre o diabete e identificar as barreiras potenciais a um
aprendizado e ações de luta bem sucedidas, acrescentam Rosenberg e Peters (2001).
Lembram Rothman e Tiberius (1992) que a necessidade de orientação é uma
característica do aprendiz, eles sugerem modos específicos de motivar e reforçar o
aprendizado, podendo ser ensinado por meio de argumentos lógicos relacionados a
objetivos específicos educacionais, para um controle eficiente de sua doença; outros,
motivados pela aprovação social, poderão aprender mais eficientemente caso tenham a
oportunidade de demonstrar a sua eficiência em público.
Considerando uma orientação de atitude, é preciso prever as do paciente
aprendiz diante do diabetes, promovendo ou interferindo no alcance dos objetivos
educacionais desejados. “Por exemplo, o paciente que visualiza sua condição como sem
esperança e, ele mesmo como um peso para sua família e amigos, precisa de
encorajamento dos médicos, professores e outros doentes” (ROTHMAN e TIBERIUS, 1992,
p.145).
Da mesma forma, sendo um paciente altamente ansioso, poderá ter atitudes
em relação ao diabetes que subtraem sua habilidade para aprender os métodos de bom
controle. Assim a motivação deve ser facilitada, mediante diálogo entre o profissional e o
paciente, aceitando-se um jogo mútuo de objetivos educacionais expressos em termos
daquilo que é possível ao paciente fazer como resultado do programa educacional. Ao
negociar objetivos, contudo, o processo deve assegurar que eles refletem as expectativas
dos pacientes e seus desejos como metas reais (ROTHMAN e TIBERIUS, 1992).
Pois fica claro nesse contexto o papel dos instrutores quanto à consciência da
necessidade de orientação do paciente, aceitando a responsabilidade em guiá-lo e encorajá-
lo, não aceitando que um paciente ansioso possa significar um paciente motivado, mas
devem ser observadas as limitações e os efeitos positivos da aprendizagem.
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- Diga como e quando procurar ajuda na - Leia os rótulos das comidas convenientes.
solução de problemas alimentares. Determine seu valor alimentar quando as usar
no seu plano de refeições.
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- Pastoral do Idoso;
- Equipes do Programa Saúde da Família;
- Agentes Comunitários;
- Pastoral da Saúde;
- Grupos de Terceira Idade;
- Igrejas;
- Conselhos Municipais;
- Clubes esportivos e recreativos;
- Departamentos de educação, esporte, cultura e demais entidades
constituídas do município.
o Oficinas de alimentação;
o Gincanas de qualidade de vida e atividade física, caminhadas
educativas;
o Tardes recreativas;
o Cozinha experimental;
o Oficinas de auto-estima;
o Projeção de filmes educativos e recreativos;
o Tarde de cuidados com os pés;
o Visitas os diabéticos com comprometimento de visão ou locomoção;
o Confraternização dançante;
o Dramatizações e peças de teatro enfocando autocuidado em diabetes;
o Receitas de doces para diabéticos.
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por descobertas, já que esse é muitas vezes o mais poderoso e motivador para o paciente.
ATENDIMENTO N % N % N % N %
Consulta Médica 06 22,0 30 30,0 98 49,25 68 35,7
Perícia Médica - - 20 20,0 68 34,0 11 5,7
Licença Médica 52 53,0 07 7,0 07 3,5 37 19,7
Palestra Educativa - - 05 5,0 03 1,5 03 1,5
Consulta de Enfermagem 27 25,0 41 38,0 22 11,5 36 18,9
Junta Médica - - - - 01 0,25 - -
Consulta Nutricional - - - - - - 35 18,5
TOTAL 85 100 103 100 199 100 190 100,0
Fonte: Santos et al., 2001.
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4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
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5 REFERÊNCIAS
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