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23, (2019) 33
con DM. La mayoría tiene entre 30 y 59 años, mujeres, diagnosticadas con menos de 10 años y la diabetes tipo 1 fue
más frecuente. Los datos sociodemográficos mostraron un predominio de la clase C2. Las áreas con los puntajes más
altos fueron respectivamente: emocional, dieta, tratamiento y apoyo social. A partir de estos resultados, concluimos
la puntuación total del cuestionario B-PAID, lo que indica que los participantes no sufren de DM.
Palabras clave: Calidad de vida. Diabetes Mellitus. Red social. Nutricionistas.
bidades. Ou seja, a qualidade de vida do diabético pode Este estudo teve por objetivo avaliar o impacto do
diminuir significativamente conforme a doença progri- Diabetes Mellitus na qualidade de vida de indivíduos
de (BRASIL, 2017). diabéticos que fazem uso de redes sociais como meio
Qualidade de vida segundo o ministério da saúde de comunicação e informação.
é a percepção individual do ser na vida, envolvendo
conceitos culturais, sistemas de valor e objetivos, ex- METODOLOGIA
pectativas, padrões e preocupações. Para o diabético, a Trata-se de um estudo descritivo, transversal, de
doença crônica que já possui alterações ligadas à fisio- abordagem quantitativa.
patologia e com a progressão dela ao longo do tempo, A amostra do estudo foi compreendida por indi-
altera também a própria concepção em diversas áreas víduos portadores de diabetes tipo 1, tipo 2 e gesta-
pessoais, impactando na qualidade de vida do indiví- cional, e outros tipos de diabetes, maiores de 18 anos
duo portador. Estudos referem que há relação também de idade, que fazem parte de grupos da rede social
com o tempo desde o diagnóstico, sendo que com uma Whatsapp. O aplicativo é utilizado para unir vários
década de presença da doença, há o aparecimento das indivíduos para discussões e troca de conhecimen-
complicações agudas e crônicas quando o tratamento é tos, esses grupos possuem uma população de 229
ineficaz (LIMA et al., 2018). usuários. Todos os indivíduos portadores de diabetes
Na dissertação de Gross, 2004, “Versão brasileira dessa rede social foram convidados a participar da
da escala PAID (Problems áreas in diabetes): Avalia- pesquisa. Os critérios de inclusão utilizados foram:
ção do impacto do diabetes na qualidade de vida” é portadores de Diabetes Mellitus tipo 1, ou tipo 2,
mencionada a importância do conhecimento sobre o ou gestacional, dentre outros, ser alfabetizado, usu-
tratamento do diabético e o tempo de vivência com ário das redes sociais e que aceitaram participar do
a doença, concluindo que quanto menos tempo e in- estudo. Os critérios de exclusão foram aqueles que
formação para a educação no diabetes o indivíduo não concordaram com a pesquisa não concordando
tiver, maior é sua pontuação em relação aos pro- com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
blemas emocionais de alimentação relacionados ao (TCLE).
DM, tendo impacto importante sobre o autocuidado A ferramenta utilizada foi o Google Forms, consi-
e aceitação do tratamento e estilo alimentar. O ques- derado uma ferramenta de pesquisa institucional atual
tionário B-PAID é o único que possibilita avaliar o (MATHIAS; SAKAI, 2018), e faz parte do Google Dri-
impacto na qualidade de vida do diabético validado ve. As perguntas dos questionários foram de múltipla
para o Brasil (AGUIAR et al., 2008). escolha e objetivas. O formulário elaborado ficou dis-
Portanto, sendo o diabetes uma doença que pro- ponibilizado por meio de um endereço eletrônico e as
gride ao longo dos anos e pode apresentar conse- respostas foram disponibilizadas para quem respondeu
quências agudas e crônicas ao portador, afetando a por e-mail, apenas o pesquisador teve acesso a todas as
qualidade de vida em diversas dimensões, entre elas respostas. As respostas foram tabuladas em formato de
emocionais, sociais, alimentares, principalmente planilha do software Excel.
após 10 anos de convívio com a doença (LIMA et O participante só iniciou o preenchimento do ques-
al., 2018) são necessárias mudanças no estilo de vida tionário após aceitar o TCLE. Caso o mesmo não con-
após o diagnóstico de DM e há diversos aspectos cordasse com os termos, a pesquisa era automaticamen-
psicossociais que interferem na qualidade da vida do te direcionada para o fim do formulário.
portador, novos hábitos como a medição de glice- O questionário sociodemográfico que foi utilizado é
mia, dieta, injeções de insulina e/ou medicamentos, uma versão adaptada da proposta da Associação Brasi-
tratamento intenso até regulação do estado clínico leira de Empresas de Pesquisa (ABEP) (Anexo 1), que
e acerto das doses e depois continuar com rigoroso avalia o poder de compra das famílias, dividindo em
controle glicêmico. Tais mudanças geram a necessi- classes econômicas, o critério de pontuação foi o origi-
dade de alteração no estilo de vida e hábitos pesso- nal publicado pela ABEP.
ais em dimensões variadas, como física, emocional e O questionário adaptado avaliador da qualidade
social (CRUZ; COLLET; MEDEIROS, 2018). de vida, foi o Brazilian version of the Problem Areas
Há diferenciados meios de avaliação da qualidade in Diabetes (B-PAID) validado para uso no Brasil por
de vida, Souza e colaboradores (2012), descreveram o Gross, 2004 (Apêndice C). Possui 20 itens com foco
questionário B-PAID como um instrumento específico em questões emocionais negativas de o paciente viver
para avaliar a qualidade de vida por possibilitar a as- com DM, pontuado de 0 (nenhum problema) à 4 (pro-
similação do domínio pesquisado, sendo sensível para blema sério) é referido por Gross a divisão das áreas do
identificação de possíveis interferências. Torna-se rele- questionário em “emocional, tratamento, alimentação e
vante levantar dados sobre as áreas afetadas de forma apoio social”.
crítica para que o impacto do diabetes na qualidade de As bases de dados pesquisadas foram Scielo, Portal
vida não seja negativo. Capes, BVS, Ministério da Saúde, Pubmed.
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dados que 56% (n=43) dos participantes possuem supe- Quanto aos escores, a média foi de 20 pontos (entre
rior completo, indicando boa escolaridade. 0 e 48 pontos) (Tabela 3), indica baixo impacto do DM
Souza e colaboradores (2016) e Leite e colaborado- na qualidade de vida dos portadores:
res (2015) citam em seus estudos que a baixa escolari- O escore foi de 20 pontos (de 0 a 48 pontos)
dade estava presente no publico de idosos estudados, apresenta baixo impacto do DM na qualidade de
dado relevante para o prognóstico da doença, uma vez vida dos portadores, dado próximo aos resultados de
que quanto mais escolarizado o portador de DM, me- pesquisas semelhantes que utilizaram o questionário
lhor é o acesso a informações para o tratamento e apren- B-PAID, como Bernini e colaboradores (2017) que o
dizado do autocuidado. Dos dados encontrados na pre- escore foi de 19 (11 a 48 pontos) e Nogueira e cola-
sente pesquisa 56% dos participantes possuem superior boradores (2019) que o escore foi de 23 pontos (7 a
completo. Confirmando que o alto grau de escolaridade 43 pontos), indicando baixo impacto na qualidade de
contribui para melhores resultados quanto ao tratamen- vida dos portadores.
to, consequentemente o impacto do Diabetes é menor A maior pontuação foi de um participante, de 80
na qualidade de vida dos portadores. pontos indicando que o diabetes tem impacto negativo
Quanto ao questionário B-PAID, as respostas de to- importante em sua vida e a menor pontuação foi de 0
das as questões específicas foram distribuídas (Tabela 2) pontos, relatado por dois participantes, indicando que
e as questões que obtiveram maior frequência relativa não sentem impacto nenhum na qualidade de vida de-
foram, respectivamente e em ordem decrescente: emo- vido a doença.
cional, alimentação, apoio social, tratamento (Tabela 4). Existe ainda o fato de se compreender um bom esta-
Na área da alimentação é possível observar que do de saúde sem que o DM tenha apresentado compli-
a maior pontuação para a resposta “É um problema cações, com isso a doença apresenta um baixo impacto
sério” de 30% (n=23), é da questão “Enfrentar situ- na qualidade de vida do portador (SOUSA et al., 2016).
ações sociais relacionadas aos cuidados com o Dia- Sobre a análise dos domínios do questionário, as
betes (por exemplo: pessoas falando para você o que áreas com maior pontuação e consequentemente maior
você deve comer)”. Na área emocional a questão de impacto negativo foram, respectivamente: emocional,
maior prevalência, foi “Preocupar-se com o futuro tratamento, alimentação e apoio social.
e com a possibilidade de sérias complicações” com Dados que corroboram com o estudo de Bezerra
prevalência de 36% (n=27). (2015) no qual os pacientes reportaram baixo sofrimen-
Quanto as questões com maior pontuação da to de viver com diabetes, e a área mais impactada é a
resposta “Não é um problema” as perguntas que mais se emocional. O estudo refere as áreas na seguinte ordem:
destacaram foram, respectivamente, na área emocional emocional, alimentação, tratamento e apoio social.
com a questão “Não aceitar seu diabetes” 55% (n=42); Andrade e Alves (2019) relatam que a condição
Apoio Social com a questão “Sentir que seus amigos e emocional obtem importante impacto no prognóstico
familiares não apoiam seus esforços em lidar com o seu da doença, estando relacionado com o baixo controle
Diabetes” 49% (n=37); Tratamento com a questão “Sen- glicêmico, constatam também que doenças crônicas
tir-se insatisfeito com o médico que cuida o seu Diabe- como o DM1 podem causar interferencia no desenvol-
tes” 47% (n=36). vimento físico, emocional e social nessa população,
As outras questões obtiveram amostra e proporção sendo importante um cuidado direcionado.
dispostas em “Não é um problema”, “É um pequeno Quanto ao questionário B-PAID as questões que ob-
problema”, “É um problema moderado”, “É quase um tiveram maior frequência relativa com a resposta “é um
problema sério”. problema sério”, respectivamente e em ordem decres-
cente se encontra na tabela 4.
Para tanto, a questão emocional de “preocupar-se
Figura 1: Classificação Socioeconômica em proporção
com o futuro e com a possibilidade de sérias compli-
da amostra estudada, segundo critério ABEP – Passos,
cações” com alta pontuação indica que há preocupação
2019
dos portadores em longo prazo com a doença e suas
possíveis comorbidades, dado esse relatado também no
estudo de Bernini e colaboradores (2017).
A questão alimentação envolve aspectos impor-
tantes e deve ser bem orientado, devido à falta de in-
formação e tratamento especializado, restrições sem
orientação podem acarretar em compulsão alimentar
e descontrole. Sobre a questão social, estudos com-
provaram que pacientes com amparo social estão
mais propensos a ter níveis controlados de glicemia
Fonte: Dados da pesquisa. (DIAZ et al., 2016).
38 Braga; Gonçalves, 2019
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