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EFEITO BENÉFICO DO EXERCÍCIO FÍSICO NO CONTROLE METABÓLICO DO

DIABETES MELLITUS TIPO 2

RESUMO

O Diabetes Mellitus (DM) do tipo 2 corresponde a um conjunto de distúrbios


metabólicos, tendo como principal sintoma a hiperglicemia, ocasionada pela
disfunção da secreção ou da ação ineficiente da insulina, levando a
complicações dentre as quais destaca-se a neuropatia diabética. Estudos tem
revelado o aumento da prevalência do diabetes em consequência da
obesidade, decorrente do sedentarismo. O objetivo desde trabalho é descrever
os benefícios que a prática do exercício físico tem no controle metabólico da pessoa
com diabetes mellitus tipo 2. Para fundamentar este estudo foram realizadas
pesquisas bibliográficas nas seguintes plataformas: Biblioteca Virtual em
Saúde-BVS e Google Acadêmico. A busca teve como critério: ser estudos de
acesso livre, publicações disponíveis entre os anos de 2017 a 2022. O
resultado demonstraram que a prática regular de atividades físicas,
independente do tipo de exercício (aeróbico, auto resistente) são significativos
para ser utilizado como tratamento para esta patologia, tendo em vista, a
importância de acompanhamento de profissionais capacitados na área da
educação física. Após análise dos estudos conclui-se que as mudanças para
um estilo de vida mais saudável aliado a exercícios físicos regulares e sobre
orientação profissional, reduz prevalência de diabetes, bem como, as
respectivas complicações associadas, trazendo impactos positivos nos níveis
glicêmicos e no tratamento dos sinais e sintomas ocasionados pelo tratamento
dessa condição clínica.

Palavras-chave: Exercício físico, diabetes mellitus, educação física

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos uma das maiores causas de mortalidade no mundo


são decorrentes do aumento de casos de pessoas que apresentam algum tipo
de doença crônica não transmissível (DCNT), dentre elas destaca-se o
diabetes mellitus do tipo 2. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS)
os danos no organismo humano provocado por esta patologia são imensos e
acomete pessoas em diferentes países do mundo tanto de baixa e média
renda. No Brasil o diabetes mellitus tem aumentado de forma expressiva
resultado de uma vida sedentária, obesidade, e alimentação incorreta (COSTA,
et al., 2017).
O diabetes Mellitus do tipo 2(DM2) há anos vem ameaçando a saúde
humana, os números de diagnóstico dessa patologia tem se multiplicado todos
os anos chegando a 463 milhões em 2019 com eminente potencial de
aumentar nos próximos anos, sendo o DM2 mais frequente correspondendo
cerca de 90% a 95% dos novos casos. A doença se manifesta devido à
disfunção nas células β do pâncreas aliada a resistências que os tecidos
apresentam a insulina (BRASIL, 2020).
Conforme a Associação Americana de Diabetes (ADA, 2019), o diabetes
pode ser classificado em 4 tipos: : DM tipo 1 (DM1: tipo 1A e 1B), DM tipo 2
(DM2), diabetes mellitus gestacional e secundário decorrentes de outras
doenças. O objetivo deste estudo é o Diabetes Mellitus do tipo 2 mais
recorrente em pessoas que apresentam resistência a insulina, geralmente com
hábitos alimentares inadequados e obesidade, glicemia elevada, sedentarismo,
hipertensão (BERTONHI; DIAS, 2018).
Diante disto, esta pesquisa levanta a seguinte questão norteadora: quais
os benéficos do exercício físico no controle metabólico do paciente com
diabetes mellitus do tipo 2? De modo geral, a temática desde estudo é de
grande relevância, pois, no contexto atual da saúde pública no Brasil há uma
preocupação com a qualidade de vida das pessoas, com o bem estar global da
população. Apesar de haver políticas e ações voltadas a essa estratégia de
prevenção, controle e redução do DM, no Brasil os índices de pessoas com
DM só aumenta com prevalência o DM tipo 2. Toda via, essa demanda vem
sobrecarregando os sistemas de saúde pública em grande parte do mundo que
buscam por uma gestão pública mais específica e recursos tecnológicos,
tratamentos e terapias farmacológicas e não medicamentosas para reduzir o
máximo às complicações decorrentes dessa patologia (RAPOSO, 2017).
A atividade física pode ser conceituada como qualquer tipo de
movimentos corporais realizados de forma regular e que envolve gasto de
energia. No entanto, exercícios físicos se distinguem pelas características de
planejamento, estruturação, repetitividade e tem como finalidade manter o
equilíbrio orgânico em um ou mais componente das condições físicas do
paciente (OMS, 2017).
O Diabetes Tipo 2 (DM2) corresponde mais de 90% dos novos casos
em todo o mundo, isso devido o auto consumo de calorias, aumento de peso,
sedentarismo, hereditariedade e etnicidade ocorre com maior frequência entre
jovens adultos devido a uma grande variedade de fatores tanto intrínsecos
como extrínseco a pessoa.

METODOLOGIA

Este estudo trata de uma revisão bibliográfica, com pesquisa em


trabalhos científicos que enfatizam os efeitos benéficos do exercício físico no
controle metabólico do diabetes mellitus tipo 2. As informações que fundamentaram
essa temática foram consultadas nas seguintes plataformas: Google Acadêmico, e
na Biblioteca Virtual em Saúde-BVS, optou-se por publicações mais recentes
disponibilizadas a partir de 2016. Para inclusão de artigos houve o cruzamento das
seguintes palavras-chaves: Exercício físico, diabetes mellitus, educação física
foram incluídos artigos de livre acesso, em língua portuguesa, publicações na
íntegra e completa, excluídos todos os trabalhos que não se encaixavam nos
critérios descrito acima.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

PREVALÊNCIA DO DIABETES MELLITUS

A finalidade do tratamento do indivíduo diagnosticado com DM2 é


alcançar níveis de glicemia adequados, reduzindo maiores complicações
decorrentes de um quadro de hiperglicemia constante. Para controlar os níveis
glicêmicos, cuidados diários devem ser necessários, aliados a práticas de
exercícios físicos que ajude a melhorar a qualidade de vida e o tratamento do
DM. O reforço a práticas de exercícios diários são estratégias de promoção do
autocuidado de muita importância para o equilíbrio metabólico do organismo
(PEREIRA et al. 2021).
O diabetes é uma patologia de causas múltiplas, decorrente de
problemas relacionados com a falta ou disfunção da insulina. E conforme a
Organização Mundial de Saúde (OMS) ela ocupa o quarto lugar das principais
causas de morte no País, apenas o diabetes tipo 2 associado ao
sedentarismos, estilo de vida não saudável constitui 90% dos caso. Além disso,
o diabetes é um grande problema de saúde pública tanto no Brasil como no
mundo todo, a ausência de estratégias eficientes e detecção precoce resultam
em elevado números de mortes, perda do bem estar geral, aparecimento de
incapacidades e maiores gastos para o sistema de saúde (BRASIL, 2020).
O diabetes mellitus é considerado uma epidemia e é registrado todos os
anos um número de novos casos fora do estimado por muitas instituições.
Além dos altos índices de incapacidades e mortalidade, pelo o avançar das
complicações dessa doença. No Brasil em 2019 foi registrado 11 milhões de
pacientes com DM, de acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS) dez
países registraram alta nos números de portadores de DM2 como Índia, China,
Estados Unidos, Indonésia, Japão, Paquistão, Rússia, Itália e Emirados Árabes
Unidos. O Brasil ficou ocupando o quarto lugar (BRASIL, 2019). Além disso, a
Federação Internacional de Diabetes projeta uma média de 578,4 milhões de
adultos com DM em 2030 e 700,2 milhões em 2045. Porém, essa estimativa
pode apresentar-se com números ainda maiores a medida que persistirem os
fatores de risco para o Diabetes Mellitus (SOARES, 2020).
Na Europa cerca de 46% das pessoas são sedentárias, não praticam
nenhum tipo de exercícios e na população mais idosa esse número chega a
51%, mesmo conhecendo os inúmeros benefícios dos exercícios físicos as
pessoas continuam negligenciando essa prática. Em Portugal essa prática
ainda é maior chegando a 55% das pessoas não realizam nenhuma atividade
física regular. Isso explica os altos números de indivíduos com doenças
crônicas e outras patologias associadas à obesidade como o diabetes tipo 2
(MONTEIRO et al. 2019).

CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES MELLITUS


O diabetes mellitus possuem algumas classificações, porém, todos os
tipos possuem como principal característica o aumento da glicose na circulação
sanguínea. Isso acontece devido o hormônio (insulina) deixa ou é produzida
em pouca quantidade pelo pâncreas elevando os níveis glicêmicos no sangue.
O quadro 1 apresenta os tipos ou classificações do Diabetes Mellitus
Quadro 1- Classificação do Diabetes Mellitus
Classificação do Diabetes Mellitus Tipos de diabetes
1 Diabetes Mellitus tipo 1:
- Tipo 1A: deficiência de insulina por
destruição autoimune das células β
comprovada por exames laboratoriais;
- Tipo 1B: deficiência de insulina de
natureza idiopática.
2 Diabetes Mellitus tipo 2: perda
progressiva de secreção insulínica
combinada com resistência à insulina
3 Diabetes Mellitus gestacional:
hiperglicemia de graus variados
diagnosticada durante a gestação, na
ausência de
critérios de DM prévio
4 Outros tipos de DM:

- Monogênicos (MODY);
- Diabetes neonatal;
- Secundário a endocrinopatias;
- Secundário a doenças do pâncreas
exócrino;
- Secundário a infecções;
- Secundário a medicamentos

Fonte: (SBD, 2019, p. 19).


Além dos tipos de diabetes já apresentados, ainda existe o pré-diabético
que é quando a glicemia oscila entre valores normais e intermediários, sendo
considerado um fator de risco para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares.
O fluxograma 1 mostra que além dos fatores genéticos, o sedentarismo
e a obesidade influencia no aparecimento da patologia.
Fluxograma 1- Fatores de risco para o aparecimento do Diabetes
Mellitus tipo 2

Pré disposição genética

Pré diabético

Dislipidemia. Obesidade Sedentarismo Envelhecimento Hiperttnsão

Fonte: (SBD,2019)

O DM2 ocorre devido à elevação dos níveis de insulina, provocada em


resposta à disfunção das células a insulina que passam a ser resistente a
insulina. O diabetes tipo 2 ocorre gradualmente, e o maior fator de risco é o
sobrepeso. A doença é de manifestação lenta, assintomática, silenciosa, o que
na maioria das vezes retarda o diagnóstico. O diabetes do tipo 2 atinge mais as
pessoas adultas com história de vida sedentária, que tem histórico familiar,
mas com o aumento do número de crianças obesas, esse tipo de diabetes vem
prevalecendo também em crianças e adultos jovens (BRASIL, 2020).
O fluxograma 2 mostra os principais sinais e sintomas apresentados pelo
paciente com quadro de hiperglicemia.
Fluxograma 2 sinais e sintomas clássicos em pacientes com níveis
sanguíneos alterado.
sP
p
lid
orS
ca
e
n g
h
tm
v
áf
ú

Fonte: (BRASIL, 2020)

O descontrole do diabetes, por longos anos, o paciente pode


desenvolver complicações severas, e algumas doenças cônicas influenciando
na falência de diversos órgãos, dentre elas a cegueira, problemas renais e
amputação de membros (COSTA et al, 2017).

IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE E AS MEDIDAS DE


RASTREAMENTO DO DIABETES MELLITUS TIPO 2

O rastreamento é um conjunto de ações que tem como objetivo


diagnosticar precocemente a pessoa com diabetes e que ainda não
apresentam sinais e sintomas. Essas ações são fundamentais para a
identificação do pré-diabético, bem como, reduzir incapacidades. O
rastreamento juntamente com o diagnóstico precoce, tratamentos e outras
intervenções não farmacológicas como a prática regular de exercícios físicos
juntamente a uma alimentação equilibrada minimizam os riscos para
desenvolver outras complicações (ADA, 2019).
O Quadro 3 pontua critérios para o rastreamento do diabetes Mellitus 2
de acordo com a proposta da ADA (2019).
Quadro 3- Critérios para rastreamento do diabetes
Critérios para rastreamento do DM2
Indivíduos com idade < 45 anos; sugere-se rastreamento de DM2 em
indivíduos com sobrepeso ou obesidade e que apresentem mais um fator de
risco para DM dentre os seguintes:
• Pré-diabetes;
• História familiar de DM (parente de primeiro grau);
• Raça/etnia de alto risco para DM (negros, hispânicos ou índios Pima);
• Mulheres com diagnóstico prévio de DMG;
• História de doença cardiovascular;
• Hipertensão arterial;
• HDL-c < 35 mg/dL e/ou triglicérides > 250 mg/dL;
• Síndrome de ovários policísticos;
• Sedentarismo;
• Acantose nigricans

Fonte: (AAD, 2019).

É fundamental diagnosticar corretamente o diabetes mellitus tipo 2 e as


alterações na glicemia, para que intervenções e mudanças no estilo de vida
possa ser realizada o mais precocemente (SANTOS; MARTINS, 2020).
Quadro 3 - Critérios laboratoriais para diagnóstico de normoglicemia,
pré-Diabetes e DM, adotados pela SBD (2019).
Glicose Glicose 2 Glicose ao Observações
em horas após acaso
jejum sobrecarga (mg/dL)
(mg/dL) com 75 g
de
glicose
(mg/dL)
Normoglicemia < 100 < 140 < 5,7 A OMS
emprega
valor de corte
de
110 mg/ dL
para
normalidade
da
glicose em
jejum.
Pré-diabetes ≥ 100 e ≥ 140 e < ≥ 5,7 Positividade
ou risco < 126* 200** e< de
aumentado 6,5 qualquer dos
para DM parâmetros
confirma
diagnóstico
de pré
diabetes.
Diabetes ≥ 126 ≥ 200 ≥ 200 com ≥ 6,5 Positividade
estabelecido sintomas de qualquer
inequívocos dos
de parâmetros
hiperglicemia confirma
diagnóstico
de DM.
Método de
HbA1c deve
ser o
padronizado.
Na ausência
de sintomas
de
hiperglicemia,
é necessário
confirmar o
diagnóstico
pela repetição
de testes
Fonte: (SBD, 2019, p. 24).
No caso do tratamento do DM2 a mudança no estilo de vida, a prática
regular de atividades físicas aliadas à boa alimentação, medicação
antidiabético quando necessário são importantes para manter a qualidade de
vida do paciente. O não tratamento eleva o risco para desenvolver outras
complicações na forma mais grave como as neuropatias (pé diabético),
complicações renais, cegueira, problemas cardiovasculares como má
cicatrização e cardiopatias (SBD, 2020).

BENEFÍCIOS E RECOMENDAÇÕES DE ATIVIDADES FÍSICAS PARA


PESSOA COM DIABETES MELLITUS DO TIPO 2

A prática da educação física regular tem influenciado muito no controle e


na redução de doenças crônicas não transmissíveis, seguir um programa de
atividades físicas, treinamentos e acompanhamento profissional adequado é
importante para a pessoa com diabetes mellitus tipo 2, uma boa alternativa não
farmacológica para prevenção e tratamento da doença. As atividades físicas
regularmente ajudam na melhoria do organismo e tem influenciado
positivamente nas funções metabólicas do corpo, controlar o quadro de
hiperglicemia por favorecer aumento da captação de glicose pelos tecidos,
melhorando também a qualidade de vida dos pacientes (SANTOS et al., 2021).
Os treinamentos intervalados de intensidade mais elevada, contribui
para melhorar o estado da saúde dos participantes, os exercícios proporcionam
mudanças na composição corporal, no condicionamento físico, na manutenção
da musculatura onde estão tecidos sensíveis a ação da insulina, o que
influencia no controle da glicose no sangue, sendo essencial para as pessoas
com diabetes, desde que a pressão arterial esteja controlada. O ideal é que as
atividades físicas sejam orientadas por um profissional da educação física e
que o praticante tenha um planejamento dessas práticas (SANTOS, 2021).
A prática diária de exercícios físicos é benéfica para obter a qualidade
de vida, são inúmeras as contribuições dessas atividades como:
 Perda de peso;
 Melhora na postura;
 Bem-estar físico e mental;
 Previne doença cardiovascular;
 Reduz glicose na corrente sanguínea;
 Diminui a concentração basal e pós-prandial da insulina;
 Aumenta a resposta dos tecidos à insulina;
 Melhora os níveis da hemoglobina glicosilada;
 Melhora o perfil lipídico;
 Diminui os triglicerídeos;
 Aumenta a concentração de HDL-colesterol;
 Diminui levemente a concentração de LDL-colesterol;
 Aumenta o gasto energético;
 Favorece a redução do peso corporal;
 Diminui a massa total de gordura;
 Preserva e aumenta a massa muscular;
 Melhora o funcionamento do sistema cardiovascular;
 Aumenta a força e elasticidade muscular;
 Promove uma sensação de bem-estar e melhora a qualidade de vida
(SILVEIRA, 2018)
Conforme Milech, (2016), os benefícios das atividades físicas são
relevantes, assim como os cuidados com alimentação e controle dos níveis de
glicose. As atividades físicas beneficiam na melhor absorção da glicose no
organismo humano, devido o ganho da força e resistência muscular, auxilia no
equilíbrio de vários sistemas: cardiovascular, cardiorrespiratória, exercício na
forma de alta ou baixa intensidade tem contribuído para melhorar os níveis de
hemoglobina glicada no organismo.
Os exercícios físicos ou qualquer atividade diária que envolva
movimentos corpóreos diários de no mínimo 30 minutos de duração tem efeito
benéfico sobre a estabilização dos níveis glicêmicos, da circulação sanguínea,
liberação de hormônio e neurotransmissores que auxilia positivamente na
homeostase do organismo. No entanto, todo exercício físico deve ser
coordenado através de um redirecionamento em educação e, saúde,
proporcionando o equilíbrio do corpo, físico e mente, devendo ser incentivado
precocemente, visto que, adolescentes entre 12 a 17 anos são na maioria
sedentários, fator importante para o desenvolvimento do diabetes (SANTOS,
2020).
A indicação de exercícios físicos regularmente tem sido uma alternativa
não farmacológica recomentada pelo Ministério da Saúde para o público
acometido por diabetes, mas a prática diária requer acompanhamento
profissional que corresponda às necessidades de cada paciente, podendo ser
de dois tipos: aeróbico ou anaeróbico, e o controle da intensidade deve ser
monitorada pelo profissional da educação física levando em consideração o
quadro e as condições físicas do praticante, pois cada indivíduo pode requerer
diferentes tipos de acompanhamento para garantir desta forma, o bem estar e
a melhor qualidade de vida (FERRARI, et al, 2019).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A construção desse trabalho baseou-se na leitura minuciosa e reflexiva


dos resumos de 10(dez) trabalhos científicos, incluindo materiais que
apresentam relação direta com os benefícios dos exercícios físicos para as
pessoas acometida pela doença crônica diabetes mellitus do tipo 2. Desta
forma foi elaborado um quadro representando os principais trabalhos e
sinopses dos artigos conforme ano/autor, título, objetivos, tipo da pesquisa e
resultados de cada análise.
No quadro 3 observa-se os estudos sobre as contribuições da prática de
exercício físico regular em pessoas com DM.
Quadro 3- Características dos estudos sobre a prática de exercício físico
de indivíduos com DM.
Autor/Ano Título do Objetivo Tipo de Resultados
trabalho pesquisa
ANDRADE Efeitos de um Analisar o Revisão da O programa de
et al programa de efeito de um literatura exercício físico
(2016) exercícios programa de de moderada
físicos exercício intensidade foi
moderados físico aeróbio, capaz de
sobre (caminhada promover melhor
em controle
parâmetros intensidade glicêmico e
relacionados à moderada), contribuir para a
saúde de sobre redução discreta
mulheres parâmetros do clearance de
diabéticas. glicêmicos, de creatinina.
pessoas
diagnosticado
s com DM2.
BERTONH Diabetes Escrever as i Pesquisa Alimentos
I, L.,& mellitus tipo 2: ntervenções de cunho inadequados ao
nutricionais e bibliográfic consumo dos
Dias, aspectos sedentarismo a diabéticos são
(2018). clínicos, aos os
portadores de multraprocessad
tratamento, e diabetes os, pois estes
conduta Mellitus possuem
tipo 2 quantidades
dietoterápica exageradas de
sódio, gorduras,
concentrados de
açúcar,
enlatados.

FERRARI, Exercício físico Analisar Revisão da Observou-se que


Filipe et al. no diabetes detalhadamen literatura os melhores
2019. mellitus tipo 1: te os efeitos resultados foram
quais as benéficos– nas sessões
evidências para bem como as compostas por
uma melhor possíveis exercícios
prescrição? reações cíclicos e
adversas–do neuromusculares
exercício em
sujeitos com
DM
GOMES Exercício físico Relacionar o Estudo A prática regular
et. Al 2020 e redução da exercício observacio de atividades
resistência à físico com a nal físicas de menor
insulina em redução da retrospectiv ou maior
indivíduos resistência à o intensidade tem
portadores de insulina em efeitos benéficos
Diabetes indivíduos aos indivíduos
Mellitus tipo 2. diabéticos diabéticos,
tipo 2 verificando-se
uma redução dos
níveis glicêmicos
e aumento na
sensibilidade à
insulina

COSTA, A. Carga do Estimou a Revisão da O diabetes


F. et al. diabetes carga de literatura mellitus tipo 2
(2017) mellitus tipo 2 doença científica representou um
no Brasil. atribuível ao dos principais
diabetes agravos de
mellitus tipo 2 saúde no Brasil
e suas em 2008,
complicações contribuindo com
crônicas no relevantes
Brasil parcelas de
mortalidade e
morbidade.
LIMA, H. Rastreamento Detectar Revisão da A pesquisa
de S. et al. de fatores de fatores de literatura de concluiu que o
(2020) risco para risco para estudo sedentarismo,
diabetes tipo 2 desenvolvime transversal fator genético e a
em acadêmicos nto de com coleta má alimentação,
de medicina. diabetes de dados culminando com
mellitus tipo 2 por meio de ganho de peso,
(DM2) questionári são os fatores de
o maior impacto no
estruturado. risco de
desenvolvimento
do DM2.
SANTOS, Exercícios Realizar o Revisão Os resultados
Givanildo físicos e levantamento bibliográfica demonstraram
et al. 2021 diabetes dos efeitos e que o exercício
mellitus. benefícios dos físico, seja ele
exercícios exercício
físicos em resistido,
pessoas com exercício
diabetes aeróbico ou a
mellitus. combinação
dos mesmos,
podem ser
aplicados como
tratamento para
esta patologia.
SANTARE Atividade física Discutir a Revisão Constatou-se que
M, J. M. e saúde. partir da bibliográfica as atividades
2016. literatura físicas em grupo
científica e consultas
disponível os individuais,
benefícios da abordando os
atividade temas atividade
física e da físicas e
alimentação educação
saudável na alimentar,
promoção da reduziram os
saúde do percentuais de
portador hemoglobinaglica
de Diabetes da, ajudam na
mellitus manutenção do
peso corporal,
redução de
complicações da
doença,
prevenção de
doenças
cardiovasculares
e melhora da
saúde mental
LEITE, Impacto de um Relacionar o Revisão Conclui
programa de exercício -
NJC, et bibliográfica
exercícios físico com a Se
al(2020) físicos redução da principalmente
multicomponen resistência à que a prática
tes insulina em de exercícios se
supervisionado indivíduos constitui como
s nas funções diabéticos aliada no trata
cognitivas em tipo 2. mento do
pacientes com diabetes tipo 2
diabetes tipo 2

Fonte: Próprio autor (2022)


Na análise dos artigos, foi observado a fundamental importância dos
exercícios físicos na promoção do controle do quadro de Diabetes mellitus tipo
2. Os resultados das análises de três trabalhos mostraram que o exercício
aeróbio engloba uma série de movimentos repetidos e contínuos com
envolvimento de diversos músculos como exemplo: ciclismo, caminhada,
natação. O treinamento de resistência envolve exercício com pesos livres,
máquinas de peso e próprio peso corporal, já a tai chi e yoga aliam
flexibilidade, equilíbrio e resistência (SANTOS, et al. 2021).
Dos trabalhos pesquisados três ressalta quem o sedentarismo
juntamente com o aumento de peso corporal e aliado a hábitos alimentares
inadequado são práticas que levam ao aparecimento de muitas doenças dentre
elas o diabetes mellitus tipo 2 que já é considerado uma epidemia, devido a
esse problema que vem acometendo muitas pessoas de diferentes faixas
etárias, diversas políticas públicas de educação alimentar e exercícios físicos
estão sendo desenvolvidas no Brasil. O DM2 é desencadeado principalmente,
pelo hábito de vida não saudável (TAPEHSARI et al., 2020).
O diabético tipo 2 é considerado um problema de saúde que vem
crescendo consideravelmente, e atualmente a atividade física vem sendo
tratamento não farmacológico de primeira linha para o controle da glicemia.
Estudos realizados no Brasil mostrou que exercício físico tem a capacidade de
modular marcadores metabólicos, inflamação aguda e crônica contribuindo
para maior captação de insulina pelos músculos alvos. Além disso, estudos
sobre saúde pública mostrou que os exercícios físicos trazem efeitos positivos
para todo o corpo humano, atinge também as habilidades cognitivas dos
pacientes acometidos com diabetes (LEITE et al., 2020, SANTAREM, 2016 ).
Devido o diabetes mellitus do tipo 2 ter alcançado grande quantidade da
população e acomete pessoas de todas as faixas etárias, essa patologia
tornou-se um grande problema de saúde pública, tanto pelo gigantesco número
de afetos como pelas incapacidades e mortes ocasionadas por essa doença.
Com os avanços das tecnologias, do estilo de vida, hábitos alimentares
irregulares, sedentarismo são as principais causas do aparecimento de certas
doenças crônicas incluindo o diabetes tipo 2. Na tentativa de controlar a
ocorrência de novos casos dentre as diferentes orientações médicas estão a
prática de exercício físico regular, capaz de auxiliar no controle da
hiperglicemia do público acometido por diabetes (FERRARI, et al, 2019).
O tratamento não farmacológico é fundamental para complementar o
tratamento do quadro glicêmico, como também, reduzir gastos relacionados à
compra de medicamentos e tratamentos com o agravo da doença, ademais, as
intervenções não farmacológicas como exercícios físicos contribuem para
evitar efeitos colaterais de muitas drogas e melhorar a qualidade de vida dos
pacientes.

CONCLUSÃO

Considerando as análises realizadas neste estudo o diabetes Mellitus


(DM) do tipo 2 é considerado um grande problema de saúde pública em todo o
mundo. Com numerosos casos todos os anos, nesta perspectiva tem se
tornado necessário maior investimento, pesquisas e estudos visando a
necessidade de cuidados farmacológicos e o emprego de terapêuticas
alternativas como os exercícios físicos para que num futuro próximo possa
acorrer a redução de novos casos e a minimização das incapacidades
decorrentes dessa condição clínica, e consequentemente melhorar a qualidade
de vida das pessoas. Para a prevenção do Diabetes a terapia não
farmacológica inclui o exercício físico que quando adotado em conjunto com
uma alimentação adequada contribui para melhorar o quadro da doença.
Os exercícios físicos têm sido pontuados como a primeira escolha para
enfrentamento desse agravo, pois, estudo já vem mostrando que a prática
regular de atividades físicas tem contribuído para redução das taxas de glicose
no sangue, bem como, auxiliar na redução das morbidades relacionadas as
complicações do diabetes.
A prática regular de atividades físicas no tratamento não farmacológico
do diabetes do tipo 2, tem sido de grande relevância onde estudos mostram
que houve a diminuição de doses elevadas de fármacos, reduzindo
consequentemente os efeitos colaterais dessas substâncias tóxicas no
organismo, além disso, a terapêutica não farmacológica como as atividades
físicas é de baixo custo para a pessoa e também para a redução dos gastos
para a saúde pública, uma vez que, reduz internações com complicações
decorrentes desse patologia.
Devido todas as circunstâncias apresentadas, fica evidente que os
exercícios físicos têm efeito positivo na diminuição dos riscos de complicações
das doenças crônicas. As atividades físicas ajudam as pessoas emagrecer,
ganhar resistência muscular, melhorar o humor, estresse, aumentar a
imunidade e melhorar a qualidade de vida. A prática regular e com
acompanhamento do profissional da educação física traz benefícios inegáveis
para a saúde das pessoas portadoras de diabetes, o paciente corre menos
riscos de doenças cardíacas e vasculares e outros distúrbios metabólicos.
O exercício regular é uma das práticas fundamentais que pode controlar
os níveis de açúcar sanguíneos e diminuir de maneira significativa os agravos
da doença. Para a pessoa com diabetes os exercícios físicos têm melhorado a
sensibilidade de captação á insulina mantendo o nível normal de açúcar na
corrente sanguínea, aumento do colesterol (HDL) e redução do colesterol (LDL)
e consequentemente de triglicerídeos.
Evidências científicas mostraram que o exercício físico regular tem um
papel fundamental no tratamento do DM2 associado ao uma alimentação
saudável, podendo até minimizar as possibilidades do desenvolvimento de
doenças crônicas e a necessidades de fármacos orais dependendo do quadro
clínico do paciente e complicações hipertensivas.
Através da pesquisa realizada, verifica-se um crescente aumento de
pessoas diagnosticadas com DM2 todos os anos em todos os lugares do
mundo. A insulina contribui de maneira importante para a absorção da glicose
nas células, as alterações nesse metabolismo ocorrem o quadro de
hiperglicemia devido a incapacidade de as células captarem a glicose. Assim, a
prática de exercício físico regular é importante ferramenta para auxiliar no
tratamento do paciente com DM2, visto que, muitos estudos apontaram para a
eficácia das atividades físicas no controle sanguíneo.
Espera-se que este estudo possa ampliar a literatura científica e
contribuir para que outros profissionais da educação física possam obter mais
informações tanto sobre o diabetes mellitus do tipo 2 como das contribuições
dos exercícios físicos no controle dessa complicação clínica que vem se
tornando um grande problema de saúde em todo o mundo. Além disso, o
presente trabalho pode servir como base para outros estudos que ainda
poderão ser elaborados com novas informações a cerca deste assunto. Pois, é
relevante que a prática de exercícios regulares seja incentivada por todos os
profissionais da saúde e da educação, para que as pessoas com qualquer
doença crônica ou não possam se tornar um praticante ativo, melhorando não
só o quadro da hiperglicemia, mas adquirindo condicionamento físico, força
muscular, resistência e melhorar a qualidade de vida como um todo.

REFERÊNCIAS

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