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O QUE É, DIAGNÓSTICO, PREVENÇÃO E

VACINAÇÃO
Março de 2021 SOBRE O MARÇO LILÁS
O câncer do colo do útero é o Não se sabe ao certo quando o
terceiro mais incidente na movimento do Março Lilás surgiu.
população feminina brasileira,
excetuando-se os casos de câncer O fato é que políticas públicas
de pele não melanoma (atrás do nessa área vêm sendo
câncer de mama e do colorretal). desenvolvidas no Brasil desde
meados dos anos 80 e foram
Segundo o INCA, 16.590 novos casos impulsionadas pelo Programa Viva
devem surgir por ano (2020 - INCA) e Mulher, em 1996.
o número estimado de mortes é de
6.596 (2019 - Atlas de Mortalidade Desde então, aproveitando o Mês
por Câncer - SIM). Internacional da Mulher, iniciou-se
no Brasil uma série de ações de
O INCA alerta ainda para a promoção à saúde feminina, que
necessidade de redobrar a atenção perduram até hoje.
aos sinais indicativos de câncer
feminino e às ações de autocuidado,
mesmo durante a pandemia.
O QUE É O CÂNCER DO COLO DO ÚTERO?

O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado


pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV
(chamados de tipos oncogênicos).

A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na
maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações
celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são
descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como
Papanicolaou ou Papanicolau), e são curáveis na quase totalidade dos casos.
Por isso, é importante a realização periódica desse exame.

Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno


mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do
colorretal), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

QUAL A RELAÇÃO ENTRE O HPV E O CÂNCER?

A infecção pelo HPV é muito frequente, mas transitória, regredido


espontaneamente na maioria das vezes. No pequeno número de casos nos
quais a infecção persiste e, especialmente, é causada por um tipo viral
oncogênico (com potencial para causar câncer), pode ocorrer o
desenvolvimento de lesões precursoras, que se não forem identificadas e
tratadas podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero,
mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.

QUAIS SÃO OS TIPOS DE HPV QUE PODEM CAUSAR


CÂNCER?

Pelo menos 13 tipos de HPV são considerados oncogênicos, apresentando


maior risco ou probabilidade de provocar infecções persistentes e estar
associados a lesões precursoras. Dentre os HPV de alto risco oncogênico, os
tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero.
Já os HPV 6 e 11, encontrados em 90% dos condilomas genitais e papilomas
laríngeos, são considerados não oncogênicos.

COMO OS HPV SÃO TRANSMITIDOS?

A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa


infectada.

A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-
genital ou mesmo manual-genital. Assim sendo, o contágio com o HPV pode
ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal.

Também pode haver transmissão durante o parto.

Não está comprovada a possibilidade de contaminação por meio de objetos,


do uso de vaso sanitário e piscina ou pelo compartilhamento de toalhas e
roupas íntimas.

FATORES DE RISCO
- Início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros;

- Tabagismo (a doença está diretamente relacionada à quantidade de


cigarros fumados);

- Uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.

SINAIS E SINTOMAS

O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que


pode não apresentar sintomas em fase inicial.

Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal


intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal
anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.
DIAGNÓSTICO

Os seguintes testes podem ser utilizados:

- Exame pélvico e história clínica: exame da vagina, colo do útero, útero,


ovário e reto através de avaliação com espéculo, Papanicolau, toque vaginal
e toque retal;

- Exame Preventivo (Papanicolau);

- Colposcopia: exame que permite visualizar a vagina e o colo de útero com


um aparelho chamado colposcópio, capaz de detectar lesões anormais
nessas regiões;

- Biópsia: se células anormais são detectadas no exame preventivo


(Papanicolau), é necessário realizar uma biópsia, com a retirada de pequena
amostra de tecido para análise no microscópio.

DETECÇÃO PRECOCE

A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor


numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento.

A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos,
laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos
da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames periódicos em
pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento) mas pertencentes a grupos
com maior chance de ter a doença.

Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em


que a detecção de lesões precursoras (que antecedem o aparecimento da
doença) pode ser feita através do exame preventivo (Papanicolaou). Quando
diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do câncer cervical são de
100%. A doença é silenciosa em seu início e sinais e sintomas como
sangramento vaginal, corrimento e dor aparecem em fases mais avançadas
da doença.
DETECÇÃO PRECOCE

Exame preventivo

O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolau) é a principal


estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico precoce da
doença. O exame pode ser feito em postos ou unidades de saúde da rede
pública que tenham profissionais capacitados. Sua realização periódica
permite reduzir a ocorrência e a mortalidade pela doença.

O exame preventivo é indolor, simples e rápido. Pode, no máximo, causar


um pequeno desconforto. Para garantir um resultado correto, a mulher não
deve ter relações sexuais (mesmo com camisinha) no dia anterior ao exame;
evitar também o uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais
locais nas 48 horas anteriores à realização do exame. É importante também
que não esteja menstruada, porque a presença de sangue pode alterar o
resultado. Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem
prejuízo para sua saúde ou a do bebê.

Como é feito o exame

- Para a coleta do material, é introduzido na vagina um instrumento


chamado espéculo (conhecido popularmente como "bico de pato”, devido ao
seu formato);

- O profissional de saúde faz a inspeção visual do interior da vagina e do


colo do útero;

- O profissional promove a escamação da superfície externa e interna do


colo do útero com uma espátula de madeira e uma escovinha;

- As células colhidas são colocadas numa lâmina de vidro para análise em


laboratório especializado em citopatologia.
DETECÇÃO PRECOCE

Quem deve fazer e quando fazer o exame preventivo

Toda mulher que tem ou já teve vida sexual e que estão entre 25 e 64 anos
de idade. Devido à longa evolução da doença, o exame pode ser realizado a
cada três anos. Para maior segurança do diagnóstico, os dois primeiros
exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, sua
repetição só será necessária após três anos.

O que fazer após o exame?

A mulher deve retornar ao local onde foi realizado o exame (ambulatório,


posto ou centro de saúde) na data marcada para saber o resultado e
receber instruções. Tão importante quanto realizar o exame é buscar o
resultado e apresentá-lo ao médico.

Resultados - Se o seu exame acusou:

- Negativo para câncer: Se esse for o seu primeiro resultado negativo, você
deverá fazer novo exame preventivo daqui a um ano. Se você já tem um
resultado negativo no ano anterior, deverá fazer o próximo exame
preventivo daqui a três anos;

- Infecção pelo HPV ou lesão de baixo grau: Você deverá repetir o exame
daqui a seis meses;

- Lesão de alto grau: O médico decidirá a melhor conduta. Você vai precisar
fazer outros exames, como a colposcopia;

- Amostra insatisfatória: A quantidade coletada de material não foi


suficiente para fazer o exame. Você deve repetir o exame logo que for
possível.

Em todos os casos, é importante seguir as recomendações médicas.


DETECÇÃO PRECOCE

Onde é possível fazer os exames preventivos do câncer do colo do útero


pelo SUS?

Postos de coleta de exames preventivos ginecológicos do SUS estão


disponíveis em todos os estados do País e os exames são gratuitos.

Procure a Secretaria de Saúde de seu município para obter informações.

PREVENÇÃO

A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à


diminuição do risco de contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV).

A transmissão da infecção ocorre por via sexual, presumidamente por meio


de abrasões microscópicas na mucosa ou na pele da região anogenital.

Consequentemente, o uso de preservativos (camisinha masculina ou


feminina) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do
contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da
vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.

Vacinação contra o HPV

O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina


tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos.

A partir de 2017, o Ministério estendeu a vacina para meninas de 9 a 14


anos e meninos de 11 a 14 anos.

Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros


causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de
70% dos casos de câncer do colo do útero.
PREVENÇÃO

A vacinação e a realização do exame preventivo (Papanicolau) se


complementam como ações de prevenção desse tipo de câncer.

Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada (a


partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois
a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV.

TRATAMENTO

O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico.

Entre os tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a


quimioterapia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do
estadiamento (estágio de evolução) da doença, tamanho do tumor e fatores
pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos.

Se confirmada a presença de lesão precursora, ela poderá ser tratada a nível


ambulatorial, por meio de uma eletrocirurgia.

CONCLUSÃO

O controle do câncer do colo do útero é uma prioridade da agenda de saúde


do país e integra o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022.

O Março Lilás promove ações de conscientização do câncer do colo do útero,


reforçando a importância da mulher manter a periodicidade dos exames
preventivos, de três em três anos, a partir dos 25 até os 64 anos.

A detecção e o tratamento precoces aumentam significativamente as


chances de melhora da paciente.
Um outro ponto desta campanha é conscientizar sobre a vacinação do HPV
como uma das forma de prevenção desta doença, já que é um tema
relativamente recente no calendário brasileiro de vacinas.

FONTES:
https://www.inca.gov.br/noticias/dia-internacional-da-mulher-deve-ser-
comemorado-com-mais-atencao-saude-feminina-incentiva
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero
https://www.inca.gov.br/perguntas-frequentes/o-que-e-cancer-colo-utero

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