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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA


CAMPUS COLINAS
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM BACHARELADO

ROBSON PEREIRA ASSUNÇÃO

PACIENTE COM DIABETES MELLITUS: estudo de caso

COLINAS

2022
2

ROBSON PEREIRA ASSUNÇÃO

PACIENTE COM DIABETES MELITTUS: estudo de caso

Estudo de caso do estágio supervisionado I, turma VI, do


9º período do curso de Enfermagem bacharelado da
Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, como
requisito para obtenção de nota parcial da disciplina:
Estágio /curricular supervisionado em saúde coletiva.
Sob supervisão da preceptora: Jordânia Ferreira
Amorim.

COLINAS

2022
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LISTA DE SIGLAS

DM Diabetes Mellitus

OMS Organização Mundial da Saúde

DCV Doenças Cardiovasculares

SBD Sociedade Brasileira de Diabetes

TOTG Teste Oral de Tolerância a Glicose

HbA1C Hemoglobina Glicada

ABS Atenção Básica a Saúde

UI Unidade Internacional

MSE Membro Superior Esquerdo

MIE Membro Inferior Esquerdo

2T Dois tempos

AC Ausculta Cardíaca

AR Ausculta Respiratória

AABD Ausculta Abdominal

MMII Membros Inferiores

MMSS Membros Superiores

SSVV Sinais Vitais

TAX Temperatura

GC Glicemia Capilar

SpO2 Saturação de Oxigênio

FC Frequência Cardíaca

FR Frequência Respiratória

RH Ruídos Hidroaéreos
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5
1.1 DIABETES MELLITUS .......................................................................................... 5
2 DESCRIÇÃO DO CASO .......................................................................................... 7
2.1 ANAMNESE .......................................................................................................... 7
2.2 EXAME FÍSICO ..................................................................................................... 7
2.3 SINAIS VITAIS ...................................................................................................... 8
2.4 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE.......................................................................... 8
3 FARMACOLOGIA .................................................................................................... 9
3.1 METFORMINA 850MG .......................................................................................... 9
3.1.1 Princípio ativo ..................................................................................................... 9
3.1.2 Indicações .......................................................................................................... 9
3.1.3 Mecanismo de ação ........................................................................................... 9
3.1.4 Contraindicações .............................................................................................. 10
3.1.5 Interação medicamentosa ................................................................................ 10
3.2 INSULINA NPH - 100UI....................................................................................... 11
3.2.1 Princípio Ativo .................................................................................................. 11
3.2.2 Indicações ........................................................................................................ 11
3.2.3 Contraindicações .............................................................................................. 11
3.2.4 Interação medicamentosa ................................................................................ 11
4 DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM .................................. 13
5 EVOLUÇÕES DE ENFERMAGEM ........................................................................ 16
5.1 PRIMEIRA VISITA ............................................................................................... 16
5.2 SEGUNDA VISITA .............................................................................................. 16
5.3 TERCEIRA VISITA .............................................................................................. 17
5.4 QUARTA VISITA ................................................................................................. 17
5.5 QUINTA VISITA .................................................................................................. 18
6 PLANO DE ALTA .................................................................................................. 19
7 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 21
8 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 23
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 24
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1 INTRODUÇÃO

1.1 DIABETES MELLITUS

Diabetes Mellitus (DM) é uma doença que se caracteriza pela elevação da


glicose na corrente sanguínea (hiperglicemia). A doença pode ocorrer devido a
defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas,
a t r a vé s d a s células beta. A principal função do hormônio insulina é promover a
entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser
aproveitada para as diversas atividades celulares. A ausência da insulina ou defeito
na sua ação pode resultar em acúmulo de glicose no sangue evoluindo para uma
hiperglicemia (BRASIL, 2018).

A diabetes mellitus tipo 2 (DM2) corresponde cerca de 90 a 95% de todos os


casos de DM (GOLBERT, 2017). A DM é uma doença de origem metabólica crônica e
não transmissível com etiologia multifatorial que envolve componentes genéticos e
ambientais. A doença é considerada um problema de saúde pública pela sua
crescente incidência em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da
Saúde (OMS) há estimativas que a DM tenha causado cerca de 1,4 milhão de óbitos
em 2011, e estatísticas apontam que de 2010 a 2030 haja um aumento de 69% dos
adultos acometidos com a doença (LIMA; et al, 2018).

Atualmente uma das grandes preocupações para os profissionais de saúde é


a não adesão dos pacientes as mudanças do estilo de vida. Foi constatado que o
sedentarismo, à alimentação não saudável e o tabagismo são os principais fatores de
riscos para o diagnóstico de diabetes mellitus, além de outros fatores não modificáveis
como a idade, sexo e a hereditariedade. A patologia é representada por um distúrbio
de difícil diagnóstico tendo sua evolução de forma lenta (CASARIM; et al, 2022).

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) (2019) a DM é


considerada a terceira maior causa de morte no mundo, doença que requer cuidados
de forma continua. A falta de informação aliada a uma alimentação não saudável e o
sedentarismo culmina como os principais responsáveis no agravamento da doença.

Atualmente há existente três formas de diagnosticar a DM tendo glicemia


como parâmetro: Identificar os sintomas característicos da diabetes tais como poliúria,
polifagia, polidpsia e perda de peso, juntamente com os níveis da glicemia casual e
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glicemia em jejum. Outro método bastante utilizado é a glicemia após 2 horas de


sobrecarga de 75 g de glicose denominado Teste Oral de Tolerância a Glicose
(TOTG). A hemoglobina glicada (HbA1c) é um exame capaz de ofertar o parâmetro
do índice glicêmico no organismo, sendo usada para o diagnóstico de diabetes e
avaliação do controle da glicemia (MACHADO et al,.2019).

As complicações da DM podem levar a redução na expectativa de vida aos


portadores da doença, ocasionando alterações no organismo do paciente, sendo as
mesmas classificadas como agudas e crônicas. As complicações agudas são
alterações de cunho metabólico destacando a hipoglicemia e a cetoacidose diabética.
Em sua forma crônica a patologia apresenta um alto grau de morbimortalidade,
constituindo como um problema de saúde pública gerando problemas socioecômicos,
psicológicos e na qualidade de vida (BERTONHI; DIAS, 2018).

Por muito tempo a Diabetes Mellitus do tipo 2 era vista como a doença da
maturidade, no entanto, nos últimos anos é perceptível o aumento da incidência da
doença em adolescentes geralmente associada ao histórico familiar e hábitos não
saudáveis. A atenção básica à saúde (ABS) é a coordenadora do cuidado e
ordenadora da rede considerada como acesso preferencial da comunidade e porta
aberta a população ofertando um cuidado integral e de forma holística. Na ABS o
tratamento ao paciente portador de diabetes inclui principalmente o acesso a consulta
clínica, aos medicamentos, insumos e o monitoramento da glicemia além de métodos
não farmacológicos (MAEYAMA et al,.2020).

Os pacientes com diabetes mellitus possuem grande déficit no quesito


autocuidado para prevenção das complicações crônicas da diabetes. Foi feita uma
investigação sobre o comportamento dos homens e mulheres portadores de DM,
tendo como resultados positivos classificando o autocuidado e a mudança no estilo
de vida como fatores contribuintes para redução de complicações decorrentes da
doença. O enfermeiro possui um grande papel no planejamento da assistência e
implementação dos cuidados aos indivíduos com a patologia, tendo como objetivo
reduzir a mortalidade e as complicações (ROSA et al,.2020).
7

2 DESCRIÇÃO DO CASO

2.1 ANAMNESE

Paciente R. R. C. S., 66 anos, parda, casada, alfabetizada tem como profissão


lavradora, pai e mãe falecidos, 6 filhos. Proveniente da cidade de Colinas – MA,
atualmente reside no bairro Liberdade. Condições de moradia: casa de alvenaria,
coberta com telhas, água encanada, energia elétrica e fossa séptica. Renda familiar
consiste em (um) salário mínimo. Diagnosticada com Diabetes Mellitus. A mesma
relata que a 14 anos atrás percebeu uma perda acentuada de peso, foi para Teresina
(PI) na qual fez alguns exames de rotina para investigar o problema, a mesma foi
diagnosticada com Diabetes Mellitus. Com oito meses depois relatou sentir perda da
visão, ficando cada vez mais difícil enxergar dificultando suas atividades de vida diária,
a mesma relata consulta com oftalmologista, sendo diagnosticada com catarata, no
entanto optaram por a não realização a cirurgia por causa da glicemia alterada. Desde
então passou a utilizar as seguintes medicações: Insulina NPH – 24 UI e 12 UI e
metformina 850 mg.

2.2 EXAME FÍSICO

Crânio normocefálico com superfície íntegra, cabelos secos e


quebradiços, face normocorada, pálpebra sem edemas, conjuntivas normocoradas,
movimentos extraoculares preservados, pupilas isocóricas com visão diminuída,
cavidade nasal simétrica sem desvio de septo; lábios normocorados, boca fecha e
abre ao comando espontâneo, uso de prótese dentária; língua saburrosa, mucosa oral
íntegra, pavilhão auricular com presença de sujidades e audição diminuída, ausência
de nódulos e linfonodos palpáveis na região do pescoço o mesmo com amplitude de
movimentos normais; pele com presença de cicatrizes em MSE e MIE. Na região do
tórax: (Inspeção) respiração com ventilação normal; expansão torácica simétrica;
mamas retilíneas. (Ausculta) com murmúrios vesiculares presentes e ausência de
ruídos adventícios; Abdômen: (Inspeção) com abdômen globoso e distendido,
(Palpação) ausência de massas palpáveis, (Ausculta) Ruídos hidroaéreos presentes;
Ausculta Cardíaca: Batimentos cardíacos em 2T, bulhas normofoneticas com
8

ausência de sopros; Marcha normal, força muscular do membro superior direito


prejudicada, Membros inferiores (MMII) sem edemas, preenchimento capilar normal;
Membros superiores (MMSS) com ausência de edemas; turgor normal.

2.3 SINAIS VITAIS

Pressão Arterial (PA): 130x80, Temperatura TAX): 37,1 °C, Glicemia Capilar
(GC): 289 mg/Dl, Saturação de Oxigênio (SpO²): 93%, Frequência cardíaca (FC): 76
bpm, Frequência respiratória (FR): 20 rpm.

2.4 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE

Nome: R. R. C. S
Data de nascimento: 15/05/1956
Idade: 66 anos
Sexo: Feminino
Cor: Parda
Escolaridade: Alfabetizada
Estado civil: Casada
Naturalidade: Colinas – MA
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3 FARMACOLOGIA

Quadro 1: Medicações em uso diário


PRESCRIÇÃO DOSE POSOLOGIA

METFORMINA 850 MG Uma vez pela tarde, uma


2
vez a noite

INSULINA NPH – 100 UI 2 Uma vez pela manhã, uma

vez a noite
FONTE: Robson Pereira Assunção

3.1 METFORMINA 850MG

3.1.1 Princípio ativo

Cloridrato De Metformina

3.1.2 Indicações

A metformina é um fármaco que tem como finalidade o tratamento de


pacientes portadores de diabetes melittus, além disso este medicamento também é
utilizado como forma de prevenção para pacientes com pré-diabetes, sendo eles os
que apresentam hemoglobina glicada de 5,7 a 6,4%. O cloridrato de metformina é um
medicamento que funciona apenas para diabéticos que produzam insulina em seu
organismo, controlando a glicemia e reduzindo o fornecimento de glicose pelo fígado
(ANVISA, 2022).

3.1.3 Mecanismo de ação

Esta droga age restringindo o apetite de pacientes com esse tipo de doença,
que geralmente são obesos e que ainda não apresentam comprometimento das
funções renal e/ou hepática. A atuação da metformina é estimular a proteína quinase,
que por meio da ativação do monofosfato de adenosina que tem como função reduzir
a produção de glicose pelo fígado, além de reduzir a absorção da glicose no intestino.
10

Também tende a aumentar a sensibilidade à insulina devido à melhoria da captação


e utilização da glicose periférica. O medicamento não estima a secreção da insulina,
em pacientes com diabetes, a metformina permite a redução da hiperglicemia sem
ocasionar hipoglicemia, exceto em casos de jejum prolongado. (ANVISA,2022)

3.1.4 Contraindicações

O medicamento é contraindicado para pacientes que possuem


hipersensibilidade ao cloridrato de metformina ou a qualquer um dos excipientes da
formula. Aos indivíduos que possuam qualquer tipo de acidose metabólica como
acidose láctica, cetoacidose diabética, e pessoas portadores de distúrbios em especial
doenças agudas ou agravamento de doenças crônicas capazes de provocar hipóxia
tecidual, tais como insuficiência cardíaca congestiva instável, insuficiência
respiratória, infarto recente de miocárdio ou choque, além de condições agudas com
potencial para alterar a função renal como a desidratação, infecção grave ou choque,
além de pacientes portadores de insuficiência hepática e intoxicação alcoólica aguda
e alcoolismo (ANVISA, 2022).

3.1.5 Interação medicamentosa

A interação medicamentosa ocorre quando o efeito de um medicamento é


alterado pela presença da substância de outro medicamento, ou de algum alimento, o
que pode causar diminuição da sua eficiência ou até mesmo provocar sua toxicidade
(BARBOSA, K.L; MEDEIROS,K.C.S.) .O cloridrato de metformina possui interação
medicamentosa com o Nifedipino constatado através de um estudo de interação em
dose única metformina-nifedipino em voluntários sadios normais demonstrou que a
coadministração destes dois fármacos aumentou o Cmax e a AUC da metformina no
plasma em 20% e 9% respectivamente, e aumentou a quantidade de metformina
excretada na urina. Tmax e a meia-vida de metformina não foram afetadas. O
nifedipino parece aumentar a absorção de metformina. A metformina acarretou efeitos
mínimos sobre a farmacocinética do nifedipino (ANVISA,2022)

O cloridrato de metformina é considerado um antagonista da vitamina K,


estudos demonstraram sua grande interação farmacocinética. Foi constatado através
de analises que o uso da metformina agia aumentando a taxa de eliminação da
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varfarina que é um fármaco do grupo de anticoagulantes usado em grande parte para


a prevenção de trombose (ANVISA,2022).

O ibuprofeno é um medicamento da classe dos anti-inflamatórios não


esteroidais (AINE) indicado para inflamações não intensas, febre e dores diversas. Foi
feito uma pesquisa com voluntários sadios, na qual as farmacocinéticas da metformina
e do ibuprofeno não foram afetadas quando em coadministração em um estudo de
interação com dose única (ANVISA,2022).

3.2 INSULINA NPH - 100UI

3.2.1 Princípio Ativo

Insulina Humana rDNA

3.2.2 Indicações

É indicada ao tratamento de diabetes mellitus com deficiência absoluta da


produção de insulina. (ANVISA,2022)

3.2.3 Contraindicações

A insulina humana é contraindicada para indivíduos com hipoglicemias


recorrentes, e ter hipersensibilidade sobre algum componente da formula
(ANVISA,2022).

3.2.4 Interação medicamentosa

Alguns medicamentos podem produzir interações com o metabolismo da


glicose, reduzindo as necessidades de insulina. Os hipoglicemiantes orais como a
metformina, glicazida entre outros. Inibidores da monoaminoxidase ((IMAO)
Isocarboxazida, Moclobemida, Fenelzina, Selegilina e Tranilcipromina. Agentes
betabloqueadores não seletivos, inibidores da enzima conversora de angiotensina
(ECA), salicilatos, esteroides anabolizantes e sulfonamidas. Outros medicamentos
podem aumentar as necessidades de insulina tais como os contraceptivos orais,
12

tiazidas, glicocorticoides, hormônios da tireóide, simpatomiméticos, hormônio do


crescimento e danazol. É importante ressaltar sobre a interação do álcool com a
insulina, pois o mesmo pode alterar o seu metabolismo reduzindo ou intensiuficando
o seu efeito (ANVISA,2022).
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4 DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

Quadro 2: Diagnósticos e intervenções de enfermagem diante dos dados obtidos na


entrevista.
DIAGNÓSTICOS INTERVENÇÕES
 Determinar a motivação do indivíduo
paracomeçar/continuar um programa de
exercícios;
Obesidade relacionado a média de  Auxiliar a pessoa a estabelecer metas
atividade física diária inferior à decurto e longo prazos para o programa
recomendada para idade e sexo de exercícios;
caracterizado por: Índice de massa  Informar, sobre a necessidade de saúde
corporal (IMC) > 30 kg/m2 para modificação da dieta: perda de
peso;
 Encorajar o paciente a avaliar o próprio
comportamento.
 Estabelecer uma meta semanal para a
redução de peso.

 Orientar o paciente sobre informações


corretas de acordo com o assunto;
 Auxiliar o paciente a esclarecer ideias
errôneas;
 Esclarecer prescrições confusas ou
ilegíveis.
 Determinar se o paciente apresenta
Conhecimento deficiente relacionado a conhecimentos apropriados sobre a
Informações incorretas apresentadas por condição dos cuidados de saúde.
outros caracterizado por conhecimento  Estimular manifestações verbais de
insuficiente sentimentos, percepções e receios
sobre assumir responsabilidades.
 Monitorar o nível de responsabilidade
assumido pelo paciente.
 Investigar com o paciente o que ele já
fez para controlar os sintomas.
 Descrever o processo da doença,
conforme apropriado

 Facilitar a identificação dos


comportamentos alimentares a serem
modificados;
 Informar, sobre a necessidade de saúde
para modificação da dieta: perda de
Disposição para nutrição melhorada peso;
relacionado a ingestão de nutrientes quepode  Realizar uma avaliação nutricional,
ser melhorado conforme apropriado.
- Estabelecer rotinas.
 Reforçar decisões construtivas sobre
necessidades de saúde
 Elaborar um programa de mudança de
comportamento.
 Ensinar ao paciente formas de manter
um diário alimentar quando necessário.
 Discutir sobre o significado dos
alimentos para o paciente
14

 Estabelecer expectativas quanto a


comportamentos alimentares adequados,
ingestão de alimentos/líquidos e
quantidadede atividade física;
 Encorajar a atividade física coerente
comos recursos energéticos do
Estilo de vida sedentário relacionado a paciente;
Interesse insuficiente em atividades físicas  Instituir um programa rotineiro de
caracterizado por preferência poratividades exercícios físicos que inclua
com pouca atividade física caminhadas.
- Estabelecer rotinas.
 Elaborar um programa de mudança de
comportamento.
 Estabelecer um ponto de partida de
ocorrência do comportamento antes de
começar a mudança.
 Informar o paciente sobre a finalidade e
os benefícios da atividade/exercício
prescritos.

 Monitorar a ocorrência de hiperglicemia;


 Monitorar os níveis de glicose
sanguíneaconforme indicação;
 Encorajar o automonitoramento dos
Risco de glicemia instável relacionado ao níveisde glicose sanguínea pelos
estado de saúde física comprometido familiares;
caracterizado por conhecimento insuficiente  Monitorar o aparecimento de sinais e
sobre os fatores modificáveis sintomas de hiperglicemia: poliúria,
polidipsia, polifagia, fraqueza, letargia,
malestar, embaçamento visual ou
cefaleia
 Facilitar a identificação dos
comportamentos alimentares a serem
modificados.

 Identificar perigos à segurança no


ambiente (i.e., físicos, biológicos e
químicos)
 Remover os perigos do ambiente, quando
possível.
Capacidade de transferência prejudicada
 Dar oportunidade para a discussão de
relacionada ao equilíbrio prejudicado
caracterizado pela capacidade prejudicada de fatores que influenciam o medo de cair.
transferir-se entre o chão e a posição em pé Propiciar um ambiente seguro para a
associado a visão prejudicada prática de exercícios.
 Orientar o paciente sobre a importância da
terapia com exercícios para manter e
melhorar o equilíbrio.
 Estimular programas de exercícios de
baixa intensidade, com oportunidades
para partilhar sensações.
 Reforçar ou orientar sobre formas de
como posicionar-se e realizar os
movimentos para manter ou melhorar o
equilíbrio durante exercícios ou atividades
da vida diária.
-
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 Identificar características ambientais


capazes de aumentar o potencial de
quedas (p. ex., chão escorregadio e
escadas sem proteção).
 Providenciar dispositivos auxiliares (p. ex.,
bengala e andador) para deixar o andar
mais firme.
Risco de quedas associado a visão prejudicada  Monitorar a capacidade de transferir-se da
cama para a cadeira e vice-versa.
 Orientar o paciente quanto à organização
física do quarto.
 Educar os familiares sobre fatores de risco
que contribuam para quedas e a forma de
reduzir esses riscos.
 Sugerir adaptações em casa para
aumentar a segurança.
 Orientar a família sobre a importância de
apoios para as mãos em escadas,
banheiros e corredores.
 Auxiliar a família a identificar perigos em
casa e a modificá-los.
 Sugerir calçados seguros.
FONTE: NANDA E NIC
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5 EVOLUÇÕES DE ENFERMAGEM

5.1 PRIMEIRA VISITA

No dia 08 de abril de 2022, por volta das 09:00h, paciente feminino,casada,


parda, portador de diabetes mellitus apresento-me a mesmo como universitário da
Universidade Estadualdo Maranhão – UEMA, na ocasião faziam-se presente Rita de
Cassia Rodrigues Ribeiro, técnica de enfermagem da unidade básica de saúde da
Liberdade. Esclareceu-se ao paciente o objetivo de nossa visita e tornou-se evidente
que as mesmas seriam realizadas outras vezes até o momento que fosse obtido todos
os dados necessários para realização do estudo de caso e por fim fosse concluído. A
paciente faz uso dos seguintes medicamentos: Insulina NPH 24 UI e 12 UI e
Metformina 850mg. Sentada, em jejum, consciente, orientada, eupneica, anictérica,
hipertensa, deambulação prejudica por causada perda da visão, sem mais queixas no
momento. Eliminações espontâneas e presentes, padrão de sono e repouso
preservados, ausência de incisão cirúrgica, segue os cuidados de enfermagem. Sinais
vitais (SSVV):
Pressão Arterial (PA): 130x80 mmHg
Temperatura axilar (TAX): 37.1 ºC
Glicemia Capilar (GC): 289 mg/Dl
Saturação de Oxigênio (SpO²): 93%
Frequência Respiratória (FR): 20 irpm
Frequência Cardíaca (FC): 76 bpm
Altura: 1,60
Peso:78 kg
IMC: 30.5

5.2 SEGUNDA VISITA

No dia 26 de abril de 2022, às 9:00h, paciente está sentada na cadeira,


assistindo TV na presença de seu filho. Respirando em ar ambiente (aa), orientada em
tempo e espaço, lúcida, normocorada, acianótica, anictérica, relata seguir dieta
hipossódica, no entanto anda exagerando nos alimentos hipercalóricos. Foi prescrito alguns
exames laboratoriais de rotina: Hemograma, TGO, TGP, Urina, Triglicérides e colesterol total
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com o intuito de investigar os níveis pressóricos da paciente.

SSVV:

PA: 130x80 mmHg


GC: 230 mg/Dl
FC: 72 bpm
SpO²:95%
FR: 19 rpm
TAX: 36.1 °C

5.3 TERCEIRA VISITA

No dia 15 de maio de 2022, às 10:28h, paciente deambula com dificuldade,


respirando em ar ambiente, sem queixas. Orientada, lúcida, comunicativa,
normocorada, normotensa, normocárdica, afebril, eupneica respondendo às
solicitações verbais com nível de resposta satisfatório, deambula sem ajuda,
ausência de edemas nos MMII, sedentária, estado nutricional regular, face com
expressão calma e amigável, pupilas isocóricas, narinas íntegras, boa audição,
sensibilidade tátil presente, função motora preservada, sono e repouso satisfatório,
eliminações fisiológicas presentes. Avaliados os cuidados gerais e de enfermagem,
obteve-se:
SSVV
PA:130X80mmH
GC: 370 mg/Dl
TAX: 36, 3 ºC
SpO²: 95%
FC: 68 bpm
FR: 20 irpm

5.4 QUARTA VISITA

No dia 19 de maio de 2022 ás 09:31h. Paciente sentada, lúcida, orientada


em tempo e espaço, comunicativa, deambula sem ajuda, normocorada, acianótica,
anictérica, normotensa, bradicárdica, afebril, eupneica. Eliminações presentes e
espontâneas, evolui sem queixas. Ao exame físico: AR: Presença de murmúrios
18

vesiculares, sem ruídos adventícios; AC: BNF em 2T; AABD: RH presentes.


SSVV:
PA: 120X30 mmHg
GC: 374 mg/Dl
TAX: 36,4°C
SpO2: 92%
FC: 54 bpm
FR: 20 rpm

5.5 QUINTA VISITA

No dia 20 de maio de 2022 ás 09:20h. Paciente sentada, lúcida, orientada em


tempo e espaço, comunicativa, deambula sem ajuda, normocorada, acianótica,
anictérica, normotensa, bradicárdica, afebril, eupneica. Eliminações presentes e
espontâneas, evolui sem queixas. Ao exame físico: AR: Presença de murmúrios
vesiculares, sem ruídos adventícios; AC: BNF em 2T; AABD: RH presentes. Segue os
cuidados de enfermagem. Despeço-me e agradeço sua colaboração e lhe explico que
os dados obtidos nessa pesquisa serão usados único e exclusivamente para a
elaboração do presente estudo de caso.

SSVV:
PA: 120x70 mmHg
GC: 180mgdl
SpO²: 92%
FR: 20 rpm
TAX: 35,2 ºC
FC: 74 bpm
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6 PLANO DE ALTA

A alta hospitalar ou do atendimento domiciliar pode ser definida como a


condição que permite a saída do paciente do ambiente em que o mesmo esteja
internado. O plano de alta é uma forma organizada de garantir a continuidade do
cuidado, possibilitando esquematizar os cuidados que serão prestados não mais por
profissionais e sim com auxílio dos familiares ou cuidador. O plano de alta é um
instrumento de suma importância, nele são expostas orientações que serão
realizadas pelo paciente afim de melhorar o seu prognóstico, desenvolvendo ações
de autocuidado fortalecendo o seu comprometimento com a continuidade do cuidado
(PEREIRA et al,.2018).

A enfermagem tem um dos papeis mais importantes dentro do contexto


saúde que é a educação em saúde, tendo como objetivo planejar ações que
proporcionem a recuperação da saúde. O planejamento da alta é uma das grandes
prioridades para os doentes e familiares, torna-se um procedimento necessário, pois
os pacientes da alta recebem orientações da enfermagem quanto a continuidade do
seu tratamento (PEREIRA et al., 2018).

Diante do exposto e priorizando o autocuidado continuado por parte do


paciente, respeitando suas limitações e necessidades reais, foi elaborado o seguinte
plano de alta:

 Desenvolver uma alimentação adequada;

 Dieta hipossódica e hipocalórica;

 Orientar sobre a hidratação eficaz no mínimo 2 litros de líquidos por


dia;

 Orientar o paciente quanto ao risco de quedas

 Orientar a fazer exames de rotina para monitorar seu nível de saúde;

 Orientar a monitorar a PA;

 Monitorar a glicemia capilar

 Monitorar dieta e incentivar a praticar atividade física pelo menos três


(3) dias na semana
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 Monitoramento de sinais vitais;

 Estabilização do quadro;

 Avaliação mensal com nutricionista;

 Manter-se informado sobre orientações gerais (paciente e


familiares)sobre alimentação e cuidados a serem realizados;
21

7 DISCUSSÃO

O presente caso clinico se refere a uma paciente com 66 anos, parda, com DM.
Na descrição clássica da DM, os sintomas iniciais são habitualmente de cunho
metabólico (Poliúria, polidpsia, cansaço, perda de peso, polifagia, visão turva) sendo
diagnosticado com a glicose em jejum >126 mg/dl.

A paciente possui distúrbio na visão advindo através da patologia, dificultando


dessa forma o seu autocuidado. Dessa maneira, é necessário, ações orientadas a
mesma que favoreçam o conhecimento, as habilidades e atitudes para manutenção
da saúde e qualidade de vida relacionada ao seu autocuidado. O Ministério da Saúde
tem como estratégia ações de promoção da saúde e prevenção das doenças crônicas
não transmissíveis (DCNT), tais ações compreendem em atuar fortemente nas
mudanças de estilos de vida evitando o surgimento e agravamento dessas doenças
como o sedentarismo, o tabagismo, a obesidade e o alcoolismo, tendo a educação
em saúde fundamental no tratamento da DM.

O paciente em estudo, apresentou locomoção prejudicada, além de déficit de


autocuidado para à alimentação, à prática de atividades físicas. Para que esse déficit
seja superado é necessário que o indivíduo esteja motivado para seguir as
orientações dos profissionais e tenha, principalmente, o apoio familiar na busca de
resultados positivos para o problema avaliado. Com relação a locomoção é necessário
o apoio dos cuidadores e dos profissionais de saúde sobre a importância do exercício
físico, além de informações sobre a periodicidade que melhor se adeque a idade.

É importante frisar sobre o risco de quedas que o paciente idoso possui.


Dessa forma faz-se necessário ofertar orientações aos cuidadores e parentes quanto
ao ambiente e barreiras capazes de aumentar o potencial de quedas, como por
exemplo chão escorregadios, calçadas e outros. É necessário providenciar materiais
de apoio para a melhora da locomoção deixando o andar mais firme e seguro, somado
as orientações sobre os benefícios de deambular.

Ao propor um novo tipo de alimentação ao paciente, é necessário conhecer


seus hábitos alimentares e preferências para depois adequá-lo a uma nova realidade,
dando enfoque em uma alimentação saudável capaz de suprir suas necessidades.
Com relação ao exercício físico, sabe-se que essas atividades são essenciais para
manter um estilo de vida saudável. O contrário, o sedentarismo e uma má alimentação
22

são os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas,por isso,


o hipertenso deve ser estimulado a se conscientizar a respeito desse assunto.
23

8 CONCLUSÃO

O enfermeiro e a equipe de enfermagem têm um papel primordial no cuidado


utilizando a prevenção e promoção da saúde como ferramentas de trabalho,
realizando uma assistência voltada diretamente a estabelecer medidas educativas e
redução de danos afim de proporcionar uma melhora na situação de saúde. A
realização deste estudo permitiu conhecer os diversos aspectos relacionados à
assistência de enfermagem aos portadores DM na qual destaca-se, dentre eles, as
ações do cuidado individual, e o apoio da família, que podem ser desenvolvidas pelo
profissional enfermeiro, utilizando do seu conhecimento na elaboração de um plano
de cuidados eficaz que supra todas as necessidades do paciente.

O paciente acometido om DM necessitam de apoio, incentivo e educação em


saúde para o desenvolvimento de medidas profiláticas capazes de proporcionar um
bem-estar físico, mental e social. Ser portador de uma doença crônica não
transmissível requer um olhar direcionado principalmente na manutenção dos
cuidados e estabelecimento de mudanças no estilo de vida (MEV) e medidas
suficientes para que possam conviver com a doença e superar as complicações por
ela causadas, dessa forma faz-se necessário práticas corretas de autocuidado que
podem ser aprendidas pelos pacientes a partir de orientações feitas pelos
enfermeiros.
24

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