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Saúde

Curso: Medicina
RISCO CARDIOVASCULAR EM INDIVÍDUOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 E SEUS FAMILIARES ACOMPANHADOS NO CSE-LAPA

Bruna Moreira Gazal (PIBIC/UNESA)


Camila Rohloff Monteiro (PIBIC/UNESA)
Lyz Tavares de Sousa (PIBIC/UNESA)
Marlon Manhães Faes (PIBIC/Voluntário)
Orientador(a): Giselle Fernandes Taboada

O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) está intimamente relacionado a um maior risco de eventos cardiovasculares (CV) e estratégias de
redução de risco devem ser sempre buscadas. Além disso, muitos pacientes apresentam complicações ao diagnóstico. A
identificação e rastreamento de familiares é uma estratégia que permite adotar medidas preventivas além de permitir o
diagnóstico precoce. Os objetivos do estudo foram: avaliar as características dos pacientes com DM, identificar fatores de risco
modificáveis e estimar seu RCV em 10 anos; identificar familiares e avaliar o risco de desenvolverem DM e seu RCV. Trata-se de
estudo observacional transversal de revisão de prontuários de um centro de saúde escola (CSE). Estimado RCV em 10 anos - escore
global de Framingham, calculado pelo aplicativo gratuito "ASCVD risk calculator". Dados numéricos apresentados como mediana
(p25-p75). Comparação destes entre grupos com teste de Mann Whitney e relação de variáveis numéricas entre si através do
coeficiente de correlação de Spearman. Considerado estatisticamente significativo um p valor <0,05. Foram incluídos 152
prontuários de pacientes DM2. Mediana de idade 67 (59-75) anos; 65,1% do sexo feminino. Mediana do tempo de doença 10 (6-14)
anos. Em 33,1% foi registrado algum evento macrovascular prévio e estes foram excluídos das análises a seguir. Em relação ao
tratamento do DM, usam antidiabético oral apenas 80,2%, antidiabético oral + insulina 16,3%, insulina apenas 3,5%. Tabagismo
estava presente em 13% e sedentarismo em 75% dos pacientes. A mediana do RCV estimado em 10 anos foi 20,5 (9,7-35,4)%. Não
houve diferença no RCV de acordo com a presença de tabagismo ou sedentarismo, nem tampouco de acordo com o tipo de
tratamento do DM. Foi encontrada uma forte correlação entre idade e RCV (r=0,78; p<0,001) e uma fraca correção negativa HbA1c
e RCV (r=-0,24; p=0,038). Em relação à avaliação dos familiares, a partir da revisão dos prontuários dos pacientes, também foram
incluídos 30 familiares no estudo, sendo 57,7% mulheres. A mediana de idade foi 51,5 (44,3-59,5) anos. A mediana de índice de
massa corporal (IMC) foi 27, 8 (24,4-31,3) Kg/m2. Em relação a fatores de risco para desenvolvimento de DM, 43,5% apresentaram
obesidade, 28,6% sedentarismo, 43,5% HAS. Nenhum apresentou história de doença cardiovascular, de DM gestacional ou SOPC. A
minoria dos participantes (13%) apresentou três fatores de risco, 21,7% apresentaram dois, 26,1% apenas um, e 39,1% não
apresentaram nenhum. A prevalência de tabagistas ativos foi de 23,8%. Por fim, a mediana do RCV em 10 anos foi 5% (1,2-10,2).
Concluimos que os pacientes avaliados são idosos, mas seu tempo de doença não é muito longo. A maioria faz uso de
antidiabéticos orais para o controle glicêmico o que ilustra a baixa complexidade dos pacientes acompanhados em uma unidade
básica de saúde. Chama a atenção a prevalência de sedentarismo, evidenciando um nicho de oportunidade para ações preventivas
de um fator de RCV modificável. A idade dos pacientes teve forte correlação com o RCV, ilustrando o grande peso desta variável na
estimativa do risco. Por fim, foi visto fraca correlação entre os níveis de HbA1c e o RCV, o que pode ser devido a uma melhor
adesão dos pacientes de alto risco CV ao tratamento e também a uma maior preocupação por parte da equipe de saúde em
alcançar os alvos de controle glicêmico nestes pacientes. Em relação aos familiares, o principal obstáculo na coleta de dados foi que
muitos destes indivíduos procuram a UBS com demandas pontuais (acidentes perfuro cortantes, infecções de vias aéreas, etc.)
tendo anamneses direcionadas para este atendimento e sem exames complementares de rotina. O principal fator de risco,
encontrado nesse estudo, para DM2 foi a obesidade, acompanhado do sedentarismo. Vale a pena ressaltar a presença de fatores
de risco modificáveis como o sedentarismo e o tabagismo que podem ser trabalhados pela equipe da UBS com estes indivíduos
para redução de risco de DM e do RCV.

Palavras-Chaves: Diabetes mellitus, risco cardiovascular, prevenção

VIII JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNESA Saúde


Medicina

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