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Uma seleção dos artigos de maior destaque
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Melhores Artigos de 2023
Índice
tadeclinicagem.com.br/guia
Em pacientes que não tiveram evento, a definição de alto risco e muito alto risco
cardiovascular depende da probabilidade de um evento ocorrer nos próximos dez anos.
Para definir muito alto risco, algumas diretrizes estipulam uma probabilidade de mais de
20% nos próximos dez anos, enquanto alto risco é definido por uma probabilidade
entre 7,5% e 20%. Os dois links a seguir tem calculadoras para estimar o risco:
calculadora para estratificação de risco cardiovascular SBC e ASCVD risk estimator.
@
6 Cessação do tabagismo.@
6 Dieta saudável. Uma das dietas com mais evidência de redução de eventos é a dieta
mediterrânea.
O estudo SELECT
A obesidade tem impacto indireto na incidência de doenças cardiovasculares ao
aumentar o risco de HAS, DM e dislipidemia. Porém, existe também um efeito direto da
obesidade no aumento do risco cardiovascular, independente das comorbidades. Havia
dúvida se a semaglutida seria capaz de atuar nessa via, a despeito das comorbidades.
O SELECT foi um ensaio clínico randomizado que comparou a semaglutida contra placebo
na prevenção secundária de eventos cardiovasculares. O estudo foi duplo cego e guiado
por eventos. O estudo foi patrocinado pela Novo Nordisk, fabricante da semaglutida.
O estudo incluiu ao todo 17.600 pacientes com média de idade de 61 anos. A média de
IMC foi de 33. Mais de 3/4 dos pacientes tiveram infarto prévio e 1/4 tinha insuficiência
cardíaca. A maioria estava em uso de estatina (90%) e antiagregante plaquetário (86%). A
pressão sistólica média no início do estudo era de 130 mmHg e o colesterol LDL de 78
mg/dl.
Mais pacientes do grupo semaglutida suspenderam a droga por eventos adversos (16%
vs 8%). Essa diferença se deu por eventos gastrointestinais. Mais pacientes no grupo
semaglutida tiveram doenças biliares, o que já havia sido percebido em estudos
anteriores.
Essa nova evidência é bem recebida, porém não deve retirar o foco de fazer o básico bem
feito. Promover modificações do estilo de vida e controlar HAS, DM e dislipidemia são
pilares da prevenção cardiovascular.
A Cochrane publicou uma revisão em janeiro de 2023 sobre um novo propósito para o
baclofeno: tratamento do transtorno por uso de álcool [1]. Essa droga entra no restrito
grupo de medicamentos com evidência de eficácia para essa condição que afeta
milhões de pessoas no mundo.
A maioria dos pacientes desenvolve o quadro até o fim da terceira década de vida. Dentre
os fatores de risco estão:
à
» Questões culturaisà
» Disponibilidade e preço do álcoolà
» Experiências pessoaisà
» Níveis de estresseà
» Fatores genéticos contribuem fortemente para o risco de desenvolvimento da doença,
além de comorbidades como depressão, insônia, ansiedade, transtorno bipolar e
esquizofrenia.
A naltrexona deve ser prescrita inicialmente na dose de 50 mg por dia via oral, até uma
dose máxima de 100 mg. Pode ser iniciada em pacientes que ainda estão em uso de
álcool. O acamprosato que não está disponível no Brasil é usado apenas quando o
paciente está em abstinência. Naltrexona e acamprosato podem ser associados. Outras
drogas com evidências de benefício estão na segunda tabela.
A maior parte dos estudos incluiu pacientes com dependência por álcool pelo DSM-IV, um
diagnóstico que é melhor representado pelos quadros moderados ou graves de
transtorno por uso de álcool pelo DSM-V.
A redução do risco de recaída foi de aproximadamente 13%. Isso significa que de cada
100 pacientes, 13 pessoas a mais não voltaram a consumir álcool pelo efeito do
baclofeno. Além disso, houve aumento do tempo de abstinência em torno de 3 dias por
mês.
Apesar de bem tolerado, alguns efeitos adversos ocorreram como fadiga, vertigem,
sonolência, boca seca, parestesias e espasmos musculares.
A maior parte dos estudos iniciou com 5 mg/dia, subindo 5 mg a cada 3 dias até doses
alvo de 30 mg até 80 mg/dia. No Brasil, a apresentação é de 10 mg por comprimido. A
meia vida é curta, necessitando de 3 a 4 tomadas diárias. O medicamento pode ser
usado em pacientes com hepatopatia, mas deve-se ter cautela naqueles com doença
renal crônica. Há relatos de intoxicação e tentativas de suicído por overdose, o que fez a
França não permitir doses diárias maiores do que 80 mg.
Essa revisão não tirou conclusões sobre comparações com outras drogas, porque há
poucos estudos. Também não foi possível avaliar os possíveis malefícios do uso
concomitante de baclofeno com sedativos, como benzodiazepínicos ou o próprio álcool.
O debate foi retomado nos últimos anos. Uma coorte de julho de 2022 mostrou aumento
da creatinina sem alteração na cistatina C, um outro marcador de lesão renal aguda que
não sofre influência da piperacilina. Já um estudo retrospectivo publicado em 2023
encontrou um aumento nas taxas de diálise com a combinação de piperacilina-
tazobactam e vancomicina.
Cefepima e neurotoxicidade
enterococos.
encontrou que esses efeitos adversos ocorrem principalmente em idosos e/ou pacientes
pacientes com neurotoxicidade, incluindo status epilepticus não convulsivo. A maioria dos
pacientes melhorou do quadro em média dois dias após uma das três seguintes
A Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos emitiu um alerta em 2012
recomendado na tabela 1.
infecção atual.
Com 2511 pacientes, o principal local de recrutamento foi a sala de emergência (95%) e o
principal motivo para início do antibiótico foi sepse (54%). O estudo não mostrou
detectar delirium e o RASS para detectar coma. Outra crítica é o curto período de
exposição às drogas. A mediana do uso das drogas estudadas foi de três dias e da
vancomicina foi de dois dias. Sub-análises não mostraram diferença quando eram
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O que já sabíamos?
Um dos principais estudos de eventos adversos de internações é o Harvard Medical
Practice Study (HMPS). Avaliando mais de 30 mil registros de internações no estado de
Nova York em 1984, os pesquisadores encontraram uma incidência de 3,7% de eventos
adversos. Aproximadamente um quarto dos eventos ocorreu por negligência e 13%
levaram ao óbito. Pacientes mais idosos tinham maior incidência desses eventos.
Várias iniciativas foram criadas para minimizar essas ocorrências. O projeto Keystone,
com intervenções para reduzir infecções relacionadas a cateteres, e os checklists de
cirurgia segura são exemplos.
m Reação a transfusão
m Infecção associada aos cuidados de saúde
m Evento adversos por medicamentos
m Evento associado a gravidez e período perinatal
m Evento relacionado a cirurgia ou outro procedimento
m Evento relacionado ao cuidado (que eram eventos relacionados aos cuidados de
enfermagem, como quedas e úlceras por pressão)
Resultados do estudo
Pelo menos um evento adverso foi encontrado em 23,6% das 2800 admissões.
Eventos adversos por medicamentos foram os mais comuns, respondendo por 39% de
todos os eventos. Em seguida vieram os eventos relacionados a cirurgias (30%), eventos
relacionados ao cuidado (15%) e infecções associadas aos cuidados de saúde (12%).
A média de tempo de internação das admissões com eventos adversos foi mais que o
dobro das admissões sem eventos: 9,3 dias versus 4,2 dias.
Perspectivas
Não é possível comparar diretamente os resultados do SafeCare com o HMPS. O
método de busca do SafeCare encontraria mais eventos naturalmente e a definição de
evento adverso do SafeCare foi mais ampla. Contudo, a alta incidência de eventos
adversos mostra que ainda há muito progresso a ser feito.
Quanto mais se procura por eventos adversos, mais eles são encontrados. Os relatos
voluntários ajudam muito pouco. Iniciativas de melhoria de qualidade devem buscar
ativamente os eventos adversos dentro de cada instituição.
Fatores sociais como acesso aos serviços de saúde, funcionalidade e capacidade de uso
de medicamentos orais devem ser considerados na decisão de indicar ou não internação
hospitalar.
Após a internação, deve-se decidir qual é o cenário hospitalar mais adequado: enfermaria
ou unidade de terapia intensiva (UTI). Pacientes com sepse, choque séptico ou
insuficiência respiratória devem sempre ser admitidos na UTI.
O PSI não é apropriado para identificar pacientes que precisam ser internados em UTI.
Outros modelos prognósticos (IDSA/ATS 2007, SMART-COP e SCAP) podem ser utilizados
para avaliar a necessidade de internação na UTI. Os critérios IDSA/ATS de 2007 são os
mais utilizados (veja a tabela 2) e, se preenchidos, considera-se que o paciente tem uma
PAC grave (confira o fluxograma 1).
Além da dúvida dos potenciais benefícios, o uso de corticoides pode causar efeitos
adversos, como hiperglicemia e infecções secundárias.
O estudo focou em pacientes com pneumonia grave, conforme critérios específicos, para
reduzir as discrepâncias dos estudos anteriores. Os pacientes foram incluídos se
apresentassem pelo menos um dos seguintes critérios:
G
; Início de ventilação invasiva ou não-invasiva com PEEP ≥ 5 cmH2OG
; Uso de cateter nasal de alto fluxo com FiO2 > 0.5 e relação pO2/FiO2 < 300G
; Máscara não reinalante com estimativa de pO2/FiO2 < 300G
; Índice de Gravidade de Pneumonia (PSI) > 130
NEUROLOGIA · OTORRINOLARINGOLOGIA
Benigna
ombro e pescoço.
não é realizado. Devem ser prescritas por um período curto, para reduzir náuseas e
-
A manobra de Semont Plus foi desenvolvida para aumentar a movimentação dos otólitos.
ângulo de 150º. Ou seja, a cabeça deve ficar pendente em 60º. Essa adaptação teve
melhor desempenho em comparação à manobra de Semont tradicional no tratamento
-
A manobra de Semont Plus foi comparada à manobra de Epley no estudo publicado pelo
JAMA Neurology. Foram incluídos 195 pacientes com diagnóstico de VPPB de canal
posterior, randomizados para uma das manobras de reposicionamento. O desfecho
primário foi medido em número de dias até resolução do quadro, definida como não haver
tarde e de noite.
Benigna
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INTENSIVA E EMERGÊNCIA
Tipos de videolaringoscópio
Existem algumas empresas que produzem videolaringoscópios, sendo as principais
marcas o C-MAC (da Karl Storz™) e o GlideScope (da Verathon™). Os VL devem ser
classificados de acordo com o formato da lâmina (veja figura 1) e a técnica de
laringoscopia varia de acordo com essa classificação:
Á
¥ Lâmina com geometria padrão - como a lâmina Macintosh dos laringoscópios diretos
(lâmina curva padrão)Á
¥ Lâmina hiperangulada - presença de uma angulação (por volta de 60º) na ponta da
lâmina, criada para otimizar a visão laríngea
Crítico
Além disso, as lâminas curvas podem ter presença de um canal para guiar a passagem do
tubo orotraqueal.
Ser treinado no uso da laringoscopia direta não garante sucesso no uso do VL.
hiperanguladas:
} O fio guia deve ser moldado para respeitar a curvatura da lâmina, principalmente nas
hiperanguladas. Caso contrário, a passagem do tubo pode ser difícil, já que a língua
Crítico
padrões da laringoscopia direta. A lâmina pode ser introduzida na linha média da língua
Pelo trajeto mais retilíneo da lâmina, o fio guia pode ser usado no formato tradicional
straight-to-cuff (ponta angulada 25º com corpo reto) ou com angulação semelhante à
lâmina.
O uso do bougie também é padrão (retilíneo ou com extremidade distal curvada em até
60º), tomando cuidado com deflexões na lâmina e com sua impactação nos anéis
Lâminas hiperanguladas
epiglote.
Ao elevar a epiglote, a visualização da via aérea (laringe e pregas vocais) deve ser
mantida na metade superior da tela do vídeo. Essa é a visualização ideal por não
prejudicar a passagem do tubo (veja figura 3). Manter a via aérea mais próxima ou na
parte inferior do vídeo, reduz o ângulo entre a lâmina e traqueia , dificultando a passagem
Crítico
O fio guia rígido deve ser moldado com o tubo para se adaptar à curvatura da lâmina.
Aconselha-se lubrificar o fio guia para facilitar sua retirada do tubo. Ao atingir as pregas
vocais, o tubo pode ficar impactado na traqueia anterior devido sua angulação. Neste
momento, o fio guia deve ser gradualmente retirado por um assistente enquanto o
Com a lâmina hiperangulada, o uso do bougie pode ser dificultado por deflexões
associadas à curvatura da lâmina (veja esse vídeo sobre o uso do bougie com o VL do dr.
Veja também esse vídeo do Dr. Richard Levitan sobre a videolaringoscopia completa
O modelo do VL e tipo de lâmina eram determinados pelo operador. Fio guia ou bougie
Complicações graves foram avaliadas como desfechos secundários (hipoxemia < 80%,
hipotensão com pressão sistólica < 65 mmHg, uso de vasopressor, parada cardíaca ou
morte).
significativamente maior com o uso de VL (85,1% vs. 70,8%, diferença absoluta do risco
9,9 - 18,7, IC 95%, p < 0,001). A visualização das pregas vocais também foi melhor com o
desfecho secundário.
A maioria dos operadores tinha alguma experiência com uso de VL, muitos deles
guia foi semelhante entre VL e laringoscopia direta (7,0% vs 7,2%). Isso também pode ser
explicado pela familiaridade crescente com o uso de VL. Em estudos prévios, dificuldades
na passagem do tubo com fio guia ou passagem do bougie podem ter reduzido o impacto
Crítico
Este estudo cria um novo paradigma - com operadores treinados, usar VL parece
disponibilidade, locais com esse recurso devem ter programas de treinamento e o uso
deve ser considerado em primeira tentativa, mesmo fora do contexto de via aérea difícil.
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