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NEONATOLOGIA
Passo-a-passo para diagnóstico e conduta
1a edição
2023
Faaaaala, Doc! 💡
Ansioso para começar a usar o seu mais novo Manual de
Neonatologia da MEDSimple? Antes, só deixa a gente te
mostrar o que ele tem de melhor!
1
🔹 Primeiro suspeite
🔹 Depois faça uma investigação direcionada 🔎
🔹 Classifique 🗃:
🔹 E, então, siga as condutas adequadas, não só de
tratamento, mas também de orientação e cuidados
com o paciente !
2
🔹 Aquela pergunta que você esqueceu de fazer para o
paciente
🔹 Um detalhe que você não viu no exame físico
🔹 Ou você não tinha o raciocínio diagnóstico na
cabeça
🔹 O paciente já foi embora e você nem lembrou de
dar aquela orientação para ele.
3
SUMÁRIO
Classificação do Recém-Nascido 6
Estimativa da Idade gestacional 9
Reanimação Neonatal e Medidas Iniciais para o RN 13
Condutas para o RN saudável na sala de parto e
alojamento conjunto 22
Aleitamento materno 26
Exame Físico do Recém-Nascido 32
Modelo de Descrição de Exame Físico do Recém
Nascido 42
Reflexos primitivos 44
Testes de Triagem Neonatal 46
Teste do Olhinho 46
Teste da Orelhinha 49
Teste do Coraçãozinho 51
Teste da Linguinha 55
Teste do Pezinho 57
Fenilcetonúria 58
Hipotireoidismo Congênito 60
Hemoglobinopatias 62
Fibrose Cística 65
Hiperplasia Adrenal Congênita 67
Deficiência de Biotinidase 70
Desconforto Respiratório do Recém-Nascido 71
Síndrome do Desconforto Respiratório 74
Pneumonia Neonatal 77
Taquipneia Transitória do Recém-Nascido 79
Síndrome de Aspiração Meconial 81
4
Sepse Neonatal 83
Sepse Neonatal Precoce 83
Sepse Neonatal Tardia 90
Icterícia Neonatal 93
Icterícia Fisiológica 99
Icterícia Não-Fisiológica 102
Incompatibilidade Rh 102
Incompatibilidade ABO 104
Icterícia pelo Aleitamento Materno 105
Icterícia pelo Leite Materno 106
Atresia das Vias Biliares 107
Infecções Congênitas e Perinatais 109
Sífilis Congênita 112
Toxoplasmose congênita 118
Citomegalovírus 124
HIV 127
Síndrome da Rubéola Congênita 133
Herpes Simples 135
Varicela-Zóster 138
Hepatite B 141
Hepatite C 144
Doenças perinatais 146
Hipoglicemia Neonatal 146
Doença Hemorrágica do Recém-Nascido 152
Displasia do Desenvolvimento do Quadril 155
Asfixia perinatal 160
Enterocolite Necrosante 164
Hemorragia Intracraniana 166
Parâmetros Hematológicos do Recém-Nascido 169
Referências 175
5
Classificação do Recém-Nascido
Idade gestacional
🔹 Pré-termo ➡ <37 semanas
■ Extremo ➡ <28 semanas
■ Muito pré-termo ➡ 28-32 (31+6 dias)
■ Moderado ➡ 32-34 (33+6 dias)
■ Tardio ➡ 34-37 (36+6 dias)
🔹 Termo ➡ 3 a 41+6 dias
🔹 Pré-termo ➡ ≥42 semanas
Peso
🔹 Normal ➡ 2.500-3.999 g
6
Causas:
■ Se for patológico ➡ restrição do
crescimento intrauterino (RCIU
🔹 Simétrico (proporcionado)
➜ Agressão precoce durante
gestação
➜ Peso, comprimento e PC
proporcionalmente
prejudicados
■ Infecções congênitas
■ Anomalias cromossômicas
■ Outros
🔹 Assimétrico (desproporcionado)
➜ Agressão mais tardia na
gestação
➜ Comprimento e PC
preservados (só o peso
alterado)
■ Insuficiência placentária
■ Doença hipertensiva da
gestação
■ Outros
🔹 Macrossomia ➡ ≥4.000
➜ Colocar na curva
■ De referência (crescimento em amostra de
crianças)
🔹 Ex.: Curva de Fenton (países
desenolvidos)
7
■ Curva padrão (padrão de crescimento
normal)
🔹 Ex.: Intergrowth 21 st
*Melhor para pré-termo e países
subdesenvolvidos
🔹 Pequeno para a idade gestacional (PIG) ➡ <p10
(percentil 10)
■
🔹 Adequado (AIG) ➡ entre p10 e p9o
🔹 Grande (GIG) ➡ >p90
8
Estimativa da Idade gestacional
🔹 Método de Capurro
➜ Deve ser aplicado nas primeiras 6h de vida
■ Somático
🔹 5 características somáticas
■ Forma da orelha
■ Tamanho da glândula mamária
■ Formação do mamilo
■ Textura da pele
■ Pregas plantares
➜ [Soma das pontuações + 204]/7
■ Somatoneurológico
🔹 4 somáticas + 2 neurológicas
■ Forma da orelha
■ Tamanho da glândula mamária
■ Textura da pele
■ Pregas plantares
■ Sinal do cachecol/xale
■ Queda da cabeça
➜ [Soma das pontuações + 200]/7
9
*⚠ Não é bom para prematuros!
Fonte: Ministério da Saúde (BR)/OPAS. Manual AIDPI Neonatal.3. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2012
10
Capurro somatoneurológico - características neurológicas
Fonte: Ministério da Saúde (BR)/OPAS. Manual AIDPI Neonatal.3. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2012
11
Fonte:
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/cuidados-com-os-rec%C3%A9m-nascidos-e-lact
entes/exame-f%C3%ADsico-do-rec%C3%A9m-nascido
12
Reanimação Neonatal e Medidas
Iniciais para o RN
➜ Ao nascer:
🔹 1 em cada 10 crianças ➡ necessitam de
auxílio para iniciar respiração efetiva
🔹 1 em cada 100 ➡ IOT
🔹 1-3 em cada 1000 ➡ IOT + massagem
cardíaca/medicações
13
■ Cesárea
✔Preparo 📝
Fonte:
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/DiretrizesSBPReanimacaoRNMaior34semanas26jan2016.pdf
✔Conduta :
Reanimação neonatal
1. Perguntas para avaliar necessidade de reanimação
14
Antes do parto:
🔹 A termo? (se não, antes de nascer você já
sabe que precisará de reanimação)
Ao nascer:
🔹 “MOsculatura” (tônus) em flexão?
🔹 R espirando/chorando?
15
Fonte:
https://www.maesdepeito.com.br/saiba-quais-exames-no-bebe-sao-necessarios-e-dispensaveis-na-hora-do
-parto/ http://www.telessaudeam.org.br/downloads/documentos/teleaidpi/TELEAIDPI_2Aula.pdf
2. P osicionar
■ Leve extensão da cabeça
Fonte: https://pedipedia.org/artigo-profissional/reanimacao-neonatal e
https://slideplayer.com.br/slide/10678091/
16
Aspiração de vias aéreas
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/1642925/
4. S ecar
■ Corpo e cabeça
■ Remover campos úmidos após
Secar o recém-nascido
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/1642925/
5. Avaliar FC e respiração
🔹 FC é calculada em 6 segundos (e
multiplicada por 10)
17
🔹 FC ≥100 (≥10 em 6 segundos) e respiração
regular ➡ sucesso da reanimação (ver
medidas gerais para o RN mais abaixo)
7. Monitorar resposta
➜ Verificar a cada 30 segundos
🔹 Oxímetro de pulso em MSD (pré-ductal)
18
➜ Aumentar cerca de ↑20% a oferta de
O2 se ainda fora do alvo (até 100%)
■ Saturação ideal por minutos de vida:
🔹 Até 5 ➡ 70-80%
🔹 5-10 ➡ 80-90%
🔹 >10 ➡ 85-95%
🔹 Monitor cardíaco (3 eletrodos)
■ Deve estar ≥100 bpm
19
Se ainda FC<100 (VPP não efetiva) ou não retornar à
ventilação espontânea (VPP prolongada - >2 min sem
efetividade):
11. VPP com IOT (30 segundos)
➜ Tentativa de no máximo 30 segundos
■ Se insucesso, reiniciar VPP por 30
segundos e tentar novamente após
🔹 Se sucesso (FC >100 bpm e respiração
regular) ➡ extubar
■ Iniciar VPP com máscara
■ Considerar CPAP
:
Se ainda FC<100 ou respiração irregular/apneia:
12. Corrigir técnica
🔹 Verificar posição da cânula orotraqueal
🔹 Checar permeabilidade das vias aéreas
🔹 Ajustar pressão inspiratória
🔹 FiO2 60-100%
13. VPP com IOT (30 segundos)
Se FC<60:
14. Massagem cardíaca + VPP com IOT (60 segundos)
➜ Frequência 3:1 (90 massagens/30
ventilações)
■ 1, 2, 3 (compressões) + “aperta, solta,
solta” (ventilação)
🔹 Terço inferior do esterno
🔹 Comprimir ⅓ do diâmetro anteroposterior do
tórax
20
Massagem cardíaca com polegares justapostos (ideal é sobrepostos)
Fonte: https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/11611/mod_resource/content/1/un04/top03p01.html
*Se FC >60 bpm = volta à etapa anterior (VPP com IOT até
FC >100 bpm e respiração regular)
Se ainda FC<60:
15. Corrigir técnica
🔹 Verificar posição da cânula orotraqueal
🔹 Checar permeabilidade das vias aéreas
🔹 Técnica de massagem cardíaca
🔹 FiO2 100%
16. Massagem cardíaca + VPP com IOT (60 segundos)
Se ainda FC<60:
17. Considerar uso de medicações
➜ Por cateterismo umbilical
■ Se insucesso = via intraóssea (mais
complicações)
🔹 1 cm abaixo da tuberosidade
tibial na face anteromedial
🔹 Epinefrina
➜ Diluição de 1:10.000 (1 mL da solução
1:1.1000 diluído em 9 mL de SF 0,9%)
21
■ 0,1-0,3 mL/kg EV ou IO
*Se sem acesso umbilical no momento
oportuno, fazer epinefrina 0,5-1,0 mL/kg
endotraqueal (uma vez apenas)
🔹 Soro fisiológico (expansor de volume) (se
indicado)
➜ Se suspeita de hipovolemia
🔹 Sinais de choque (palidez,
hipoperfusão)
🔹 Parto com hemorragia
(placenta prévia, DPP)
■ 10 mL/kg EV/IO correndo 5 minutos
(pode ser repetido)
22
■ ❌ Desvantagem: aumenta
necessidade de fototerapia por
bilirrubinemia indireta
*⚠ Se circulação placentária não intacta -
clampeamento imediato
🔹 Contato pele a pele com a mãe
🔹 Secar e aquecer
🔹 Monitorização
■ Frequência cardíaca
■ Tônus
■ Respiração
🔹 Amamentação na primeira hora de vida
🔹 Manter temperatura do RN (36,5-37,5°C)
■ Temperatura da sala entre 23-25°C
3. Exame físico completo diário (ver capítulo
específico)
4. Medidas antropométricas ao nascer
🔹 Comprimento
🔹 Peso (mensurar nos dias posteriores também)
■ Perda fisiológica de até 10% nos
primeiros dias
🔹 Perímetro cefálico
5. Calcular e anotar o APGAR
🔹 1° e 5° minutos de vida
Critérios:
🔹 A frequência cardíaca
🔹 P ele (cor da pele)
🔹 G arra (tônus muscular em semiflexão)
🔹 A frequência respiratória
🔹 R eflexos/ R eclamando
23
Índice de APGAR
Fonte: https://www.abcdaenfermagem.com.br/o-que-e-apgar/#google_vignette
24
■ Após ressecamento e queda, aplicar
por mais 2-3 dias
🔹 Decúbito dorsal para dormir
■ Nunca sobra de cobertor ao enrolar o
bebê (risco de asfixia) - Deixar bebê
bem presinho
🔹 Teste do pezinho entre 3° e 5° dia
🔹 Incentivo ao aleitamento materno
🔹 Puericultura na UBS
25
Aleitamento materno
26
■ Doença de Chagas aguda
🔹 Outros casos:
■ Tuberculose ➡ estar em tratamento,
usar máscara e isoniazida 3 meses
para o RN
■ Hanseníase ➡ só amamentar após 1a
dose de rifampicina
■ Uso de álcool e drogas ➡ pesar riscos
e benefícios
2. Explicar sobre a composição do leite
🔹 Nutrientes suficientes para o bebê
■ ⚠ Não é necessário oferecer água ou
chás (composição 88,5% água)
🔹 Importância do tempo de amamentação não
ser breve demais
■ Leite inicial (anterior) ➡ mais água e
proteínas
■ Leite do final (posterior) da mamada ➡
lipídios
🔹 Mudanças ao longo do tempo
■ Até 7 dias ➡ colostro
■ Até 15 dias ➡ leite de transição
27
Composição do leite materno
Fonte:
http://www.emeequipment.com.br/blog
/noticias/como-e-formado-o-leite-mater
no
Fonte:
https://www.facebook.com/clinicapediatricabemmequer/photos/a.334144303894255/746551345986880/
28
Comparação entre a composição do leite materno, fórmula e leite de
vaca
Fonte:
https://www.modilac.com/our-expertise/lactoferrin/the-benefits-of-breast-milk-for-your-bab
y
3. Orientar amamentação em livre demanda
🔹 Bebê quem decide frequência e duração das
mamadas
■ Mais intensos em picos de
crescimento:
🔹 10-14 dias
🔹 4-6 semanas
🔹 Em torno dos 3 meses
🔹 Oferecer sempre primeiro a mama em que o
bebê mamou por último
4. Atenção a sinais de pega incorreta
🔹 Ruídos da língua
🔹 Mama esticada ou deformada durante
amamentação
🔹 Dor excessiva
5. Orientar pega correta
29
🔹 Aréola mais visível acima da boca do bebê e
grande parte dela na boca (não apenas o
mamilo)
🔹 Nariz na altura do mamilo
🔹 Bochecha cheia quando suga o leite
🔹 “Boquinha de peixe"
Pega correta
Fonte: http://pediatriavirtual.net
30
■ Congelador/freezer ➡ até 15 dias
7. Quando for oferecer:
■ Descongelar em ar ambiente
■ Aquecer em banho maria até
temperatura morna (colocar mão para
verificar)
■ Agitar para homogeneizar a gordura
7. Reforçar importância da amamentação
🔹 Para o bebê
■ Reduz mortalidade em 13% até os 5
anos
■ Imunidade (menos risco de diarreia,
doenças infecciosas e alergias)
■ Fortalecimento e estímulo da arcada
dentária
■ Melhora da digestão e redução de
cólicas
■ Maior capacidade cognitiva
■ Menor risco de diabetes, hipertensão,
dislipidemia e obesidade
🔹 Para a mãe
■ Acelera a perda de peso e reduz risco
de sangramento no pós-parto
■ Método anticoncepcional (98% de
eficácia nos primeiros 6 meses)
■ Benefício financeiro
■ Proteção de doenças (osteoporose,
doenças cardiovasculares e diabetes)
■ Redução do risco de câncer de ovário,
mama e endométrio
🔹 Vínculo mãe-filho
31
Exame Físico do Recém-Nascido
Sinais vitais:
🔹 FC (auscultar durante 1 minuto)
■ Normal ➡ 90-160 bpm
🔹 FR (auscultar durante 2 minutos)
■ Normal ➡ até 60 mrpm
Aspecto geral
🔹 Atividade
🔹 Reatividade
🔹 Padrão respiratório
🔹 Coloração (icterícia, cianose,
palidez)
🔹 Hidratação
🔹 Fáscies
■ Atípico
■ Sindrômico
🔹 Malformações evidentes
■ Ex.:
🔹 Sindactilia
🔹 Onfalocele
🔹 Mielomeningocele
🔹 Postura
■ Normal em flexão de MMSS e MMII
Pele
🔹 Elasticidade
32
🔹 Tugor
🔹 Lesões
🔹 Alterações normais:
■ Máscara equimótica
🔹 Rompimento de capilares devido a
estrangulamento de cordão
Máscara equimótica
Fonte:
http://www.saludinfantil.org/Seminarios_Neo/Seminarios/Perinatologia/Traumatismo_Parto_FGonzalez.pdf
■ Millium sebáceo
🔹 Glândulas sebáceas cheia de gordura
Millium sebáceo
33
Fonte: http://www.bloggraodegente.com.br/bebe/milium-no-recem-nascido/
Eritema tóxico
Fonte:
https://mymedfarma.com/pt/galeria-da-saude/11-lesoes-cutaneas-erupcoes-pustulas-descamacao-e-placa
s/227-eritema-toxico-neonatal e
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2012/12/consenso-cuidados-com-a-pele-cuidados-do-RN-
PAGINA-DUPLA.pdf
■ Miliária cristalina
🔹 Microbolhas
■ Acne neonatal
■ Mancha mongólica
34
■ Melanose pustular transitória neonatal
🔹 Base da lesão sadia (não cruenta)
Fonte: https://revista.spdv.com.pt/index.php/spdv/article/download/927/611/ e
https://www.scielo.br/j/abd/a/ygXxrS5yDRfjMkbBDYG3sJf/
■ Nevus melânico
🔹 Risco mais alto de malignização
■ Hemangiomas/“Bicada de
cegonha”/mancha salmão
Cabeça
🔹 Simetria
🔹 Suturas
■ Cavalgamento
■ Diástase
🔹 Fontanelas
■ Lambdoide (posterior)
🔹 Normalmente 0,5 cm (fecha pouco
tempo depois do nacimento)
■ Bregmática (anterior)
🔹 1-5 cm (aberta até 18 meses)
Achados:
■ Abauladas
■ Deprimidas
35
■ Normotensas
🔹 Sinais de tocotraumatismo
■ Cefalohematoma
➜ Coleção sanguínea entre periósteo e
crânio devido a pressão durante
trabalho de parto
🔹 Respeita limites das suturas
🔹 Não forma cacifo
Fonte: https://link.springer.com/article/10.1007/s00431-019-03487-5/figures/1
Fonte: https://neonatologiauchile.wordpress.com/traumatismos/
36
Bossa serosanguínea (caput succedaneum) e cefalohematoma
Fonte: https://web.facebook.com/photo/?fbid=1150322118313754&set=pcb.1150322174980415
Face
🔹 Orelha
■ Implantação
■ Formato
🔹 Olhos
■ Reflexo cócleo-palpebral (piscar ao se
assustar com sons)
■ Abertura ocular, pupilar (reação à luz e
simetria)
■ Secreções
🔹 Nariz
■ Permeabilidade de coanas
■ Secreções
■ Batimento de asa nasal
🔹 Cavidade bucal
■ Lábio leporino
■ Fenda palatina
37
■ Língua
■ Frênulo lingual
■ Pérolas de Epstein (normal)
🔹 Cistos brancos/amarelados em
gengiva ou palato
■ Salivação
■ Presença de dentes
■ Reflexo de sucção
Pescoço
🔹 Mobilidade
■ Torcicolo congênito
🔹 Linfonodos (cadeia cervical anterior e posterior)
Tórax
🔹 Clavículas
■ Fratura
🔹 Mamilos
■ Medida do nódulo mamário
■ Aréola
🔹 Padrão respiratório, sinais de desconforto
🔹 Ausculta pulmonar e cardíaca
Abdome
🔹 Formato (globoso)
🔹 Distensão
🔹 Ruídos hidroaéreos
🔹 Palpação
■ Flácido/depressível ou tenso
■ Sinais de dor
■ Visceromegalias e massas
🔹 Coto umbilical
38
■ Gelatinoso
■ Mumificado
■ Cicatriz
🔹 Defeitos da parede abdominal
■ Onfalocele
🔹 Exposição de órgãos intra-abdominais
recobertos por membrana (peritônio +
âmnio)
■ Gastrosquise
🔹 Sem membrana cobrindo órgãos
Períneo
🔹 Genitália externa
■ Tipo
🔹 Masculina
🔹 Feminina
🔹 Ambígua
🔹 Indefinida
■ Secreções
■ Em meninos:
🔹 Testículo presente em bolsa escrotal
ou criptorquidia (uni ou bilateral)
🔹 Hidrocele
🔹 Retração do prepúcio
🔹 Meato urinário
■ Hipospádia
■ Epispádia
🔹 Ânus
■ Perfurado ou não
39
Extremidades
🔹 Simetria de tônus, mobilidade, postura, pulsos
🔹 Número de dedos de mãos e pés
🔹 TEC >3 segundos
🔹 Pregas palmares e plantares
🔹 Manobras:
■ Galeazzi
🔹 Simétrico ou assimétrico
Fonte:
https://www.chegg.com/flashcards/osteomuscular-17e715b6-7777-48df-a82d-3b2d
c2973e82/deck
■ Ortolani
➜ Redução de quadril luxado (💡
Ortolani = é o ortopedista que reduz
luxações)
🔹 Flexão e adução do quadril (enquanto
estabiliza a pelve) + puxa
delicadamente para anterior
Fonte: https://quizlet.com/204037800/infantschildren-part-2-finished-flash-cards/
40
■ Barlow
➜ Desloca quadril instável (💡 Barlow =
Break (quebrar em inglês - deslocar)
🔹 Flexão e adução do quadril (enquanto
estabiliza a pelve) + força para
posterior da cabeça femoral
🔹 Se deslocável ➡ som de “click”
Fonte: https://quizlet.com/204037800/infantschildren-part-2-finished-flash-cards/
41
Modelo de Descrição de Exame Físico do
Recém Nascido
42
Tóra : Sem de m a s o re ções.
Cla ícu ín e r .
Nódu ma ári me d __ m . Aréol el a/p a /de v id .
Aus t pu n : M + si ét i s bi ra n , se ruído ad tíci ,
se si de de n to re r óri
Aus t ca íac : Rit re r em 2 te s, bu s no f éti , se
so s.
Ab o : g o s , R A+, de s íve , se si de do à pa ção, se
ma s o vi r e l a . Fíga pa áve a 2 c do re d co l di o.
Cot um ca /ci r um ca se al ções, se p e nça de se ção.
Períne : Gen áli ex n fe na/ma l a. Pel ín e r .
[Se ma c o: p e úci re áti . Pre ça de 2 te ícu na bo
es t ]
[Se fe no: híme pe r o.
Ori íci an p e r o e ín e r .
Dor : Col ve b al da, ín e r , se al ções.
Mem s: Em se fl ão, mo da at e pa v p e r a,
no d il em mãos e pés.
Pre p a t em __ an or do pé/so to a su fíci p a t .
Man de Gal i, Or o n e Bar
Pul pe éri am s e si ét i s.
Ne r ógi : Aco d ca /ag o. Cho d . Pos em se fl ão de
M S e M I . Refl xões de ap o p a t , ma h , bu , tôni -ce c
as ét i , p e são pa r, Gal , su ção, asfi , mo , p e são
p a t e cu âne p a t ex s p e n .
43
Reflexos primitivos
Fonte: https://farmaciasaude.pt/reflexos-do-bebe/
🔹 3 meses
■ Tônico-cervical assimétrico
(Magnus-Kleinjn/do esgrimista)
Fonte: https://farmaciasaude.pt/reflexos-do-bebe/
🔹 4 meses
■ Preensão palmar
■ Galant (encurvamento do tronco)
44
Fonte: Fonte:
https://www.brmtusa.com/the-spi https://farmaciasaude.pt/reflexos-do-bebe/
nal-galant-reflex
🔹 5 meses
■ Sucção
🔹 6 meses
■ Moro (completo só até 3 meses)
🔹 1a fase: abdução dos MMSS com
abdução e extensão dos dedos
🔹 2a fase adução dos MMSS
Fonte:
https://mamaetagarela.com/reflexo-de-moro-ou-reflexo-do-susto-nos-bebes/
🔹 11 meses
■ Preensão plantar
🔹 18 meses
■ Reflexo cutâneo plantar extensor (“Babinski”
fisiológico)
45
Testes de Triagem Neonatal
Teste do Olhinho
(Teste do Reflexo Vermelho)
✔ Técnica 😷:
🔹 Ambiente em penumbra
🔹 Segurar oftalmoscópio próximo ao olho
■ À distância de pelo menos 50 cm da criança
🔹 Luz incidindo simultaneamente em ambos os olhos
Teste do reflexo vermelho
Fonte: https://bebeemcasamanaus.com.br/blog/o-teste-do-olhinho-e-a-prevencao-da-cegueira-no-bebe/
46
Oftalmoscópio
Fonte: http://www.testedoolhinho.ufc.br/cartaz_2.pdf
🔹 Resultados possíveis:
■ Vermelho positivo bilateralmente (normal)
■ Leucocoria
🔹 Reflexo esbranquiçado:
➜ Obstrução do eixo visual OU
distúrbio causador de
opacidade nos meios oculares
que deveriam ser transparentes
■ Catarata/glaucoma congênito
■ Opacidade de córnea
congênita
■ Tumor ou inflamação
intraocular importante
■ Retinoblastoma
■ Hemorragia intravítrea
47
Teste do reflexo vermelho normal e alterações
Fonte: https://portaldavisaocuritiba.com.br/teste-olhinho/
✔Conduta :
48
Teste da Orelhinha
(Triagem Auditiva Neonatal Universal)
✔ Técnica 😷:
Para todos:
🔹 Emissões otoacústicas evocadas (EOAE)
➜ Antes da alta hospitalar (máximo 1 mês)
■ Registro da energia sonora gerada pelas
células da cóclea (em resposta a sons
emitidos no conduto auditivo externo)
➜ Avalia apenas o conduto auditivo
pré-neural
*Vérnix pode gerar falso-positivo
49
■ Peso ao nascer <1500 g
■ Síndromes genéticas
■ Espinha bífida
■ Hiperbilirrubinemia importante
■ Convulsões, doença neurológica neonatal
■ Sepse neonatal, UTI >5 dias
■ Infecções congênitas
■ Anóxia perinatal grave
■ Drogas ototóxicas
*Se imaturidade do SNC, pode dar falso-positivo
50
Teste do Coraçãozinho
51
Circulação fetal
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/3834288/
52
Circulação neonatal
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/3834288/
✔ Técnica 😷:
53
🔹 Ramo da aorta pelo qual o sangue
passa após do canal
🔹 Duvidoso, se:
■ 90-94%
■ OU diferença entre membros ≥4%
➜ Repetir em 1h (até 2x)
🔹 Se ainda alterado ➡ avaliação do
cardiologista + EcoTT
54
Teste da Linguinha
🔹 Protocolo de Bristol
Protocolo de Bristol para avaliação de anquiloglossia
Fonte: https://institutoery.com.br/anquiloglossia-protocolo-bristol/
✔Conduta :
55
2. Conforme fluxograma abaixo:
Fonte: https://institutoery.com.br/anquiloglossia-protocolo-bristol/
56
Teste do Pezinho
(Triagem Neonatal Biológica)
✔ Técnica 😷:
✔Doenças rastreadas🧭:
Atualmente fase IV
🔹 H ipotireoidismo congênito
🔹 H iperplasia adrenal congênita
🔹 H emoglobinopatias (Doença falciforme)
🔹 F enilcetonúria
🔹 F ibrose cística
🔹 De F iciência de biotinidase
57
Fenilcetonúria
✔Rastreamento🧭:
🔹 Teste do pezinho ➡ dosagem de fenilalanina
sanguínea
■ Realizar com >48h (fenilalanina sanguínea
eleva apenas após ingestão de proteínas)
✔Classificação 🗃:
58
■ Lesão cerebral progressiva
🔹 Transitória/permanente (>3% de atividade da
enzima)
■ Geralmente assintomáticos (sem necessidade
de tratamento)
✔Conduta :
59
Hipotireoidismo Congênito
✔Rastreamento🧭:
🔹 Teste do pezinho ➡ Dosagem de TSH
■ Se entre 10-20 mUI/L ➡ alterado
Clínica
🔹 Lesão grave e irreversível de SNC
■ Retardo mental (a partir da 2a semana)
✔Conduta :
⚠ Iniciar precocemente!
1. Levotiroxina
🔹 Idealmente até 14 dias de vida (lesões
irreversíveis)
61
Hemoglobinopatias
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/2892377/
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/9541431/
✔Rastreamento🧭:
62
🔹 Teste do pezinho ➡ Eletroforese de hemoglobinas
(não necessário repetir)
■ >50% de HbS
63
Genótipos e concentração dos tipos de hemoglobinas nos diferentes
tipos de doença falciforme
Fonte:
https://multivix.edu.br/wp-content/uploads/2022/05/revista-ambiente-academico-v07-n02-artigo07.pdf
64
Fibrose Cística
✔Rastreamento🧭:
🔹 Teste do pezinho ➡ Dosagem do IRT (tripsinogênio
imunorreativo)
➜ Marcador direto de dano
pancreático
66
Hiperplasia Adrenal Congênita
Fonte: https://drasuzanavieira.med.br/2021/03/11/hiperplasia-adrenal-congenita-deficiencia-21-hidroxilase/
67
Enzimas da síntese de esteróides adrenais e diferentes clínicas da
hiperplasia adrenal congênita
Fonte:
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/5079/adrenal_%E2%80%93_d_lynn_loriaux.htm
✔Rastreamento🧭:
🔹 Teste do pezinho ➡ dosagem de
17-hidroxi-progesterona
■ Elevada pela deficiência de 21-hidroxilase
■ >2x o percentil de corte = altamente suspeito
68
*No sexo masculino pode passar despercebido (importância
da triagem)
🔹 Se alteração da triagem:
■ >2x o percentil de corte ➡ investigar
🔹 Dosagem sérica de hormônios:
■ 17-hidroxi-progesterona
■ Cortisol
■ Androstenediona
■ Testosterona
🔹 Sódio e potássio
■ Alterado, mas <2x o percentil ➡ repetir a
dosagem em papel filtro
🔹 Se atipia genital ➡ USG e cariótipo
✔Conduta :
1. Reposição hormonal
69
Deficiência de Biotinidase
✔Rastreamento🧭:
🔹 Teste do pezinho ➡ análise da biotina
✔Conduta :
1. Reposição de biotina
70
Desconforto Respiratório do
Recém-Nascido
➜ Causas:
🔹 Problemas na formação pulmonar antenatal
■ Malformação adenomatoide cística
■ Hipoplasia pulmonar
■ Hérnia diafragmática congênita
■ Derrame pleural congênito
■ Enfisema lobar congênito
🔹 Imaturidade pulmonar
■ Síndrome do desconforto respiratório do
RN
🔹 Intercorrências no nascimento
■ Taquipneia transitória do RN
■ Síndrome de aspiração meconial
■ Síndrome de hipertensão pulmonar
persistente neonatal
■ Síndrome de escape de ar
■ Pneumonia neonatal
71
■ Head bobbing (movimento da cabeça a cada
respiração devido a uso de musculatura
acessória do pescoço)
■ Uso de musculatura acessória
🔹 Intercostais
🔹 Subcostais
🔹 Esternais (xifoideas)
🔹 Sinais de gravidade:
■ Estridor/gasping
■ Apneia
🔹 Pausa respiratória >20 segundos
🔹 OU entre 10-15 segundos
acompanhada de:
■ Bradicardia
■ Cianose
■ Queda da saturação
■ Esforço respiratório débil
■ Bradicardia
■ Hipotensão
■ Má perfusão periférica
■ Cianose
🔹 Periférica (acrocianose)
■ Palmoplantar
🔹 Central
■ Mucosa oral (hipoxemia grave)
72
Boletim de Silverman-Andersen para classificação do desconforto
respiratório no RN
Fonte da imagem:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_profissionais_v3.pdf
73
Síndrome do Desconforto Respiratório
(SDR / Doença da Membrana Hialina)
✔Profilaxia 🛡:
🔹 Corticoide antenatal
➜ Efeitos principalmente 24h após o início da
terapia (e duram por 7 dias)
■ Para todas as gestantes com risco de parto
prematuro entre 20-34 semanas
■ 2 doses de betametasona IM (24h de
intervalo entre as doses)
🔹 Ou 4 doses de dexametasona IM a
cada 12h
🔹 Reposição de surfactante (profilático)
74
■ Indicações = RN pré-termo extremo e/ou
peso <1000g
🔹 Radiografia de tórax
■ Infiltrado reticulonodular difuso em “vidro
moído” (não é patognomônico, mas
extremamente sugestivo)
■ Broncogramas aéreos
■ ↑Líquido pulmonar
75
Fonte: http://learningradiology.com/notes/chestnotes/hyalinemembranepage.htm e
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5049675/mod_resource/content/1/Dificuldade%20Respirato%CC%8
1ria%20do%20RN_texto%20de%20apoio.pdf
✔Conduta :
1. Suporte
🔹 Correção de acidose
🔹 Manejo de hipotensão
🔹 Controle de hipotermia
🔹 Nutrição
2. Oxigenoterapia e suporte ventilatório
🔹 Mínima FiO2 para saturação 91-95%
3. Reposição precoce de surfactante
🔹 Protocolo INSURE (INtubar, SURfactante,
Extubar)
■ Mais invasivo
🔹 Protocolo LISA (Less Invasive Surfactant
Administration)
76
Pneumonia Neonatal
➜ Infecção pulmonar
🔹 Congênita
■ Passagem transplacentária de
microrganismos
■ Ou aspiração de líquido amniótico
infectado
🔹 Neonatal
■ Passagem pelo canal de parto
■ Ou pós-natal
✔Classificação 🗃:
77
■ Leucocitose ≥15.000
■ Útero irritável/doloroso
■ Aumento de 20% da PCR
🔹 RPMO >18 horas
🔹 Trabalho de parto prematuro sem causa aparente
🔹 Colonização materna por estreptococo
beta-hemolítico do grupo B
Clínica
🔹 Clínica inespecífica
✔Conduta :
1. Suporte
🔹 Oxigênio
🔹 Suporte ventilatório
🔹 Nutrição
🔹 Controle da temperatura
2. Antibioticoterapia
➜ 7-10 dias
🔹 Cobertura de gram(+) e gram(-)
■ ex.: ampicilina + amicacina OU
ampicilina + gentamicina
78
Taquipneia Transitória do Recém-Nascido
🔹 Radiografia de tórax
■ Congestão peri-hilar radiada e simétrica
■ Cisurite (espessamento de cissuras)
79
Taquipneia transitória do RN
Fonte: http://learningradiology.com/notes/chestnotes/ttnccorrect.html
✔Conduta :
1. Suporte
🔹 Ventilatório
🔹 Oxigenoterapia
🔹 Nutricional
80
Síndrome de Aspiração Meconial
🔹 Radiografia de tórax
■ Atelectasia (obstrução completa)
81
■ Hiperinsuflação (obstrução parcial)
🔹 Retificação dos arcos costais
■ Opacidade de padrão nodular grosseiro
Fonte:
https://www.researchgate.net/figure/Chest-x-ray-of-meconium-aspiration-syndrome-showing-bilateral-diffuse-patchy-opacities_fi
g1_24312142
✔Conduta :
1. Suporte
🔹 Oxigenoterapia
🔹 Ventilatório
*Em alguns serviços, uso de surfactante exógeno
(controverso)
2. Antibioticoterapia
➜ Mecônio pode ser meio de cultura para
gram-negativos (e pode ser uma pneumonia -
não é possível distinguir)
82
Sepse Neonatal
➜ Infecção sistêmica do RN
🔹 Importante morbimortalidade
✔Classificação 🗃:
✔Prevenção 🛡:
83
🔹 Profilaxia para Streptococcus agalactiae (se
indicado)
Indicações:
■ Swab positivo
■ Filho anterior com sepse neonatal
■ Urocultura positiva para SGB
■ Prematuridade <37 semanas
■ Se não realizou swab:
🔹 Bolsa rota >18h
🔹 Febre intraparto >38°C
84
🔹 Seguida de 1 g EV a cada 4 horas até o
parto
Se alergia a penicilina:
■ Cefazolina
🔹 2 g, EV, dose de ataque
🔹 A seguir = 1 g, EV, 8/8 horas até o
parto
*Outra opção (casos específicos) = clindamicina 900
mg 8/8h EV (mas pode ter resistência = profilaxia
inadequada)
*⚠ Se cesariana eletiva com membranas ovulares
íntegras e fora de TP = não fazer mesmo que swab(+)
Fonte: http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2011/v39n6/a2684.pdf
Outros:
🔹 Urocultura (casos específicos)
■ Se sintomático e diagnóstico pré-natal de
malformação do trato urinário
🔹 Cultura de aspirado traqueal (casos específicos)
■ Intubados, colher nas primeiras 8h de vida
(diagnóstico de pneumonia congênita)
✔Conduta :
88
🔹 Penicilina cristalina + amicacina
🔹 OU Ampicilina + gentamicina
89
Sepse Neonatal Tardia
🔹 Hemograma completo
■ Sugere, mas não confirma
■ Leucócitos
🔹 Leucocitose >25.000/mm3
🔹 Leucopenia <5.000/mm3
■ Neutropenia <1.500/mm3
■ Relação I/T (leucócitos imaturos/totais) ≥0,2
■ Trombocitopenia <100.000/mm3
🔹 Culturas
■ Hemocultura (padrão-ouro)
90
➜ Sensibilidade = 80%
🔹 Colher em veia periférica (veia
umbilical tem alta
contaminação)
■ Líquor
➜ Risco maior de meningite que na
precoce (30%)
■ Cultura de todos os dispositivos
🔹 Cultura de aspirado traqueal (casos
específicos)
■ Intubados, colher nas primeiras
8h de vida (diagnóstico de
pneumonia congênita)
🔹 Cateter central
🔹 Cânula orotraqueal
🔹 Etc.
Dependendo do protocolo adicionar:
🔹 PCR
➜ Baixa sensibilidade (e VPN)
■ Uso seriado para avaliar evolução
🔹 Procalcitonina
■ Mais sensível (elevação após 6h de invasão
bacteriana)
■ Meia-vida = 24h
Outros
🔹 Urocultura (casos específicos)
■ Se sintomático e diagnóstico pré-natal de
malformação do trato urinário
✔Conduta :
91
1. Antibioticoterapia
🔹 Cobrir bactérias hospitalares
■ MRSA (vancomicina)
■ Gram(+) e gram(-) (cefalosporina de
amplo espectro)
🔹 Cefepima
🔹 Cefotaxima
*Se meningite tratar por pelo menos 14 dias (gram+)
ou 21 dias (gram-)
*Se fungo, acrescentar anfotericina B
92
Icterícia Neonatal
93
↓flora intestinal (para transformar BD
■
em urobilinogênio)
➜ Se acúmulo excessivo = Risco de deposição no SNC
(Kernicterus)
Fonte: https://rmmg.org/artigo/detalhes/104
Metabolismo da bilirrubina
Fonte: https://eclinpath.com/chemistry/liver/cholestasis/bilirubin/bilirubin-metabolism-2/
94
✔Classificação 🗃:
🔹 Zonas de Kramer
➜ Correlação com níveis de bilirrubina
■ Zona 1 ➡ Cabeça e pescoço
■ Zona 2 ➡ Até umbigo
■ Zona 3 ➡ Até joelhos
■ Zona 4 ➡ Até tornozelos e/ou antebraço
■ Zona 5 ➡ Até palma/planta
Fonte: https://www.medicaltalk.net/t/kramer-s-zones-for-neonatal-jaundice/56049
96
■ Cefalo-hematoma, equimoses, asfiixia
perinatal
■ Sepse, acidose, albumina <3 g/dL
■ Deficiência de G6PD
■ Mãe DMG
■ Descendência asiática
■ História de irmão anterior com icterícia
neonatal e necessidade de fototerapia
■ Zona de alto risco ou intermediário alto no
nomograma de Bhutani antes da alta
🔹 Nomograma de Bhutani
■ Acima da linha = indicação de fototerapia
🔹 Descartar icterícia não fisiológica (ver no capítulo de
icterícia neonatal)
Fonte: https://journalfeed.org/article-a-day/2022/raising-the-bar-on-neonatal-hyperbilirubinemia-care/
97
Fonte:
https://www.nationwidechildrens.org/for-medical-professionals/tools-for-your-practice/clinical-tools/hyperb
ilirubinemia
✔Conduta :
98
Icterícia Fisiológica
➜ Causas:
🔹 Maior ↑produção de bilirrubina
■ ↑volume eritrocitário
■ ↓meia-vida da hemácia fetal (70-90 dias
no a termo)
Além de:
■ Doenças hemolíticas por
incompatibilidade ABO e Rh
🔹 Menor ↓capacidade de clearance hepático e
entérica
■ ↓captação da bilirrubina pelo hepatócito
(fígado imaturo)
■ ↑betaglucuronidase intestinal
➜ Reconverte a BD em BI =
↑circulação enterohepática
■ ↓flora intestinal (para transformar BD
em urobilinogênio)
99
🔹 Zonas 1-2 de Kramer ➡ observar
>Zona 2:
🔹 Nomograma de Bhutani
■ Acima da linha = indicação de fototerapia
🔹 Descartar icterícia não fisiológica (ver no capítulo de
icterícia neonatal)
Fonte: https://journalfeed.org/article-a-day/2022/raising-the-bar-on-neonatal-hyperbilirubinemia-care/
Fonte:
https://www.nationwidechildrens.org/for-medical-professionals/tools-for-your-practice/clinical-tools/hyperb
ilirubinemia
100
✔Conduta :
101
Icterícia Não-Fisiológica
Incompatibilidade Rh
✔Prevenção 🛡:
🔹 Imunoglobulina anti-D
➜ Nas primeiras 72h do contato
Indicação:
■ Em mães Rh(-) com Coombs indireto (+)
(produção de anticorpos -
sensibilizada)/Bebê Rh(+) (se realizados os
exames) em:
🔹 28a - 34a semana (se pai Rh+)
🔹 Pós-parto
🔹 Pós abortamento, gravidez ectópica
ou mola, sangramento gestacional
🔹 Pós procedimentos
■ Amniocentese
102
■ Cordocentese
■ Biópsia de vilo coriônica
Fonte: https://www.biomedicinapadrao.com.br/2011/02/teste-de-coombs-indireto.html
Fonte: https://wss0271.files.wordpress.com/2011/08/coombs-dir.jpg
104
Icterícia pelo Aleitamento Materno
✔Conduta :
1. Monitorar peso
2. Avaliar necessidade de fototerapia (colocar no
gráfico)
3. Melhorar técnica e frequência de amamentação
🔹 Corrigir pega
🔹 Estimulação do RN
🔹 Adequar tempo das mamadas
🔹 Ver no capítulo sobre aleitamento materno
105
Icterícia pelo Leite Materno
✔Conduta :
4. Monitorização
🔹 Pode persistir até 10-12 semanas
5. Avaliar indicação de fototerapia (colocar no gráfico)
106
Atresia das Vias Biliares
✔Conduta :
107
■ Restabelece o trânsito biliar, mas
fibrose continua
2. Transplante hepático (curativo)
108
Infecções Congênitas e Perinatais
109
■ Hidrocefalia
■ Calcificações intracranianas
🔹 Oculares
■ Coriorretinite
■ Catarata
■ Glaucoma
🔹 Hepatoesplenomegalia
🔹 Lesões ósseas
🔹 Cardiovasculares
■ Miocardite
■ Outras cardiopatias
🔹 Alterações de pele
■ Exantema
■ Petéquias
■ Púrpuras
🔹 Hematológicas
■ Anemia
■ Plaquetopenia
■ Hiperbilirrubinemia direta
🔹 Laboratório
■ Hemograma completo
■ Função hepática
🔹 Transaminases
🔹 Bilirrubina total e frações
🔹 Albumina
🔹 Coagulograma
🔹 Investigação de sistemas acometidos:
■ Líquor
■ USG transfontanela e/ou TC de crânio
110
■ Potencial evocado auditivo do tronco
encefálico (PEATE)
■ Radiografia de ossos longos
■ Fundo de olho
🔹 Sorologias IgM e IgG
■ Materna
■ Neonatal
🔹 Pesquisa do patógeno
■ Pesquisa viral em secreções (nasofaringe,
urina)
■ PCR
111
Sífilis Congênita
✔Triagem pré-natal 🧭:
➜ 1° e 3° trimestre + parto
🔹 Testes imunológicos:
■ VDRL (não treponêmico)
🔹 1° e 3° trimestre
■ FTA-ABS (treponêmico) (não espera ele para
tratar)
■ Teste rápido (treponêmico)
🔹 1a consulta pré-natal e admissão na
maternidade para o parto
➜ Fica pronto em 30 minutos
112
➜ Se negativo, confirmar com outro tipo de
treponêmico (+)
🔹 Teste rápido (+) → Confirmar com VDRL (+)
➜ Se negativo, confirmar com outro tipo de
treponêmico (+)
■ Em gestantes pode tratar mesmo sem
confirmação com VDRL
*Sensibilidade 94,5% / Especificidade 93%
113
🔹 Hepatoesplenomegalia, icterícia,
colestase
🔹 Síndrome nefrótica
■ Tardias (muitos são sequelas)
🔹 Déficit cognitivo moderado a grave
🔹 Surdez neurossensorial
🔹 Coriorretinite em sal e pimenta
🔹 Nariz em sela, fronte olímpica,
🔹 Tíbia em lâmina de sabre
🔹 Fissuras radiadas periorificiais
🔹 Tríade de Hutchinson
■ Dentes de Hutchinson
■ Ceratite intersticial
■ Lesão do VIII par
(vestibulococlear)
✔Classificação 🗃:
1. Mãe adequadamente tratada:
■ Início até 30 dias antes do parto e finalizado
antes do parto
■ Com penicilina e em dose e intervalos
adequados de acordo com o estágio clínico
🔹 Penicilina G benzatina 2,4 milhões UI,
IM (1,2 milhão em cada nádega)
🔹 Formas mais precoces ➡ dose
única
🔹 Latente tardia ➡ 1x/semana
por 3 semanas
🔹 Se neurossífilis ➡ Penicilina cristalina
18-24 milhões UI/dia (3-4 milhões a
cada 4h ou infusão contínua) 14 dias
114
■ Considerando risco de reinfecção (ex.:
parcerias sexuais não tratadas)
2. Se não ➡ mãe inadequadamente tratada
✔Conduta :
115
Se mãe não adequadamente tratada (=considerar todos
como sífilis congênita):
1. Tratamento com penicilina
■ Se qualquer exame ou clínica alterada ➡
tratamento de 10 dias
🔹 Líquor normal ➡ penicilina procaína
ou cristalina
🔹 Líquor alterado ➡ penicilina cristalina
■ Tudo normal (exames normais e
assintomático) ➡ penicilina benzatina dose
única
Para todos:
2. Seguimento clínico
Exames:
■ VDRL com 1, 3, 6, 12 e 18 meses
🔹 Se era positivo, normalmente reduzido
com 3 meses e negativo com 6 meses
■ Se neurossífilis:
🔹 Líquor a cada 6 meses (até
normalização dos parâmetros)
🔹 Seguimento neurológico,
oftalmológico e audiológico semestral
por 2 anos
Avaliar resposta:
■ Sucesso terapêutico se:
🔹 ↓queda de 2 diluições
🔹 2 exames consecutivos NR
➜ Alta do ambulatório
■ Investigar novamente, se:
🔹 ↑2 diluições VDRL
116
🔹 Não negativação em até 6 meses
Fonte: http://scielo.iec.gov.br/img/revistas/ess/v30nesp1//2237-9622-ess-30-esp1-e2020597-gf1.png
117
Toxoplasmose congênita
✔Triagem pré-natal 🧭:
🔹 1° e 3° trimestre
■ IgM (-) e IgG (-) ➡ susceptível
➜ Repetir a cada 1-2 meses
■ IgM(+) e IgG(-) → repetir
IgA/IgM 3 semanas depois ➡
positivo confirma infecção
aguda (gestacional)
■ IgM(+) e IgG(+)
Avaliar se infecção aguda
(gestacional) ou crônica (anterior à
gestação):
🔹 se >16 semanas de gestação ➡
infecção gestacional (fazer profilaxia)
🔹 se <16 semanas de gestação (pode ter
pegado antes de engravidar) ➡ Teste
de avidez de IgG (e iniciar
espiramicina)
■ B aixa (<30%) ➡ B em recente
118
➜ Ainda não “deu tempo”
de o IgG desenvolver
maior avidez
■ Intermediário (30-60%) ➡
profilaxia também
(inconclusivo)
■ A lta (>60%) ➡ A ntiga (>16
semanas)
✔Prevenção 🛡:
Orientar gestante suscetível:
🔹 Higiene adequada das mãos principalmente ao:
■ Manipular alimentos (especialmente carnes e
vegetais)
■ Lidar com terra
■ Antes de comer
🔹 Higiene dos alimentos (frutas e verduras)
🔹 Não ingerir carne malpassada
🔹 Evitar mexer em terra/areia/jardim, contato com
fezes de gato e acesso de insetos à cozinha
Diagnóstico no RN:
🔹 Exame clínico completo (incluindo neurológico)
🔹 Exames complementares::
■ Hemograma
■ Função hepática
120
■Oftalmológico com fundoscopia
(coriorretinite)
■ TC de crânio ou USG transfontanela
(calcificações cerebrais difusas)
■ Laboratório (hematológico e função hepática)
Principais achados:
■ Tríade de Sabin
🔹 Hidrocefalia
🔹 Calcificações cerebrais difusas
🔹 Coriorretinite
🔹 Sorologia do RN
Infecção congênita se:
■ IgM (+)
🔹 Não atravessa a placenta
■ Após o parto: IgG neonatal ≥4x o materno
*Se (+), mas com títulos semelhantes ou
menores ➡ é o materno que atravessou a
placenta
■ Primeiro ano: persistência/aumento do IgG
➡ infecção congênita
🔹 Se fosse só materno espera-se
negativação do IgG
✔Conduta :
Durante a gestação:
121
➜ Evitar transmissão para o feto
🔹 Espiramicina 500 mg VO, 2 comprimidos
8/8h
■ Até o fim da gravidez
2. Tratar a toxoplasmose fetal (se infecção fetal
confirmada ou alta suspeita)
➜ Medicações tomadas pela mãe para tratar o
feto
➜ ⚠ Somente após 18 semanas de gestação
(risco de teratogenicidade)
🔹 Esquema tríplice (tratar infecção fetal)
■ Sulfadiazina 500 mg (2 comprimidos
VO 8/8h)
■ Pirimetamina 25 mg (1 comprimido VO
12/12h)
🔹 Hemograma a a cada 2
semanas (mielotóxica)
■ Ácido folínico 15 mg
*fazer também se soroconversão >32 semanas
ou impossibilidade de pesquisar infecção fetal
Após o nascimento:
122
➜ Iniciar na 1a semana de vida e duração até 12
meses (1 ano)
🔹 Esquema tríplice
■ Sulfadiazina
🔹 100 mg/kg/dia VO 12/12h
■ Pirimetamina
🔹 2 mg/kg/dia VO 12/12h por 2
dias
🔹 Após, 1 mg/kg/dia 1x/dia
■ Ácido folínico
🔹 5-10 mg 3x/semana
🔹 Manter 1 semana após a
retirada da pirimetamina
5. Prednisona (se coriorretinite ou
hiperproteinorraquia >1.000)
➜ Por 4 semanas ou até remissão da inflamação
123
Citomegalovírus
124
🔹 10-15% dos assintomáticos
desenvolvem (50% dos sintomáticos)
125
✔Conduta :
126
HIV
✔Triagem pré-natal 🧭:
➜ 1° e 3° trimestre + admissão + parto
✔Profilaxia 🛡:
Gestação:
🔹 Se infecção da gestante:
■ Carga viral + genotipagem
■ Iniciar TARV (esquema preferencial inicial ➡
Tenofovir + lamivudina + dolutegravir)
No parto
🔹 Via de parto:
■ Carga viral com 34 semanas
🔹 <1.000 cópias/mL ou indetectável ➡
indicação obstétrica
🔹 >1.000 cópias/mL (ou desconhecida)
➡ parto cesáreo com 38 semanas
🔹 AZT profilático (se carga viral detectável ou
desconhecida)
127
➜ 3h antes da cesárea ou desde início do
trabalho de parto até clampeamento do
cordão umbilicar
■ Empelicado
■ Medidas de higiene rígidas
■ Clampeamento imediato do cordão
■ Banho imediato
✔Classificação 🗃:
128
■ CV-HIV detectável no 3º trimestre ou
desconhecida
■ Teste Rápido (TR) positivo para o HIV no
momento do parto (sem diagnóstico e/ou
seguimento prévio).
🔹 Baixo risco
■ Uso de TARV com boa adesão desde 1a
metade da gestação
■ + Carga Viral indetectável a partir da 3°
trimestre (a partir da 28ª semana)
✔Conduta :
129
➜ Início nas primeiras 4h de vida (máximo 48h)
➜ 28 dias
🔹 Baixo risco ➡ Zidovudina (AZT)
🔹 Alto risco ➡ Zidovudina (AZT) + Lamivudina
(3TC) + Raltegravir (RAL)
🔹 Prematuro = AZT + 3TC por 28 dias +
nevirapina (NVP) por 14 dias
■ <34 semanas = só AZT 28 dias
Efeitos colaterais (AZT) ❌:
🔹 Anemia
🔹 Neutropenia
🔹 ↑Lactato
🔹 ↑Transaminases
Esquema profilático para RN exposto ao HIV
Fonte: http://azt.aids.gov.br/informes/222021_1.pdf
4. Carga viral
🔹 Ao nascimento
🔹 14 dias de vida
🔹 2 semanas após término da profilaxia (6
semanas de vida)
🔹 8 semanas após término da profilaxia (12
semanas de vida)
130
➜ Se qualquer uma positiva ➡ repetir
imediatamente ➡ se positiva confirma
diagnóstico!
Se infectado:
131
Esquemas preferenciais de TARV para crianças com <2 anos vivendo
com HIV
Fonte: http://azt.aids.gov.br/informes/222021_1.pdf
Esquemas preferenciais de TARV para crianças com >2 anos vivendo
com HIV
Fonte: http://azt.aids.gov.br/informes/222021_1.pdf
132
Síndrome da Rubéola Congênita
✔Triagem pré-natal 🧭:
🔹 Apenas se:
■ Sinais clínicos
■ Gestante que entrou em contato com
paciente infectado
✔Prevenção 🛡:
🔹 Vacinação com a tríplice viral
🔹 Se suscetível
■ Evitar exposição a casos suspeitos
■ Se exposta ➡ imunoglobulina (sem
evidência de proteção fetal)
133
✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:
✔Conduta :
134
Herpes Simples
✔Prevenção 🛡:
🔹 Mães com herpes genital ativo:
■ Cesárea (ou parto normal se máximo 4h do
rompimento das membranas)
■ Terapia antiviral
■ Se lesão em mama ➡ não amamentar
135
🔹 Infecção congênita (rara)
■ Achados sugestivos de infecções congênitas
(ver no capítulo Infecções Congênitas)
■ Alterações placentárias
🔹 Infarto
🔹 Necrose
🔹 Calcificações
■ Lesões de pele
🔹 Vesículas
🔹 Úlceras
🔹 Cicatrizes
■ Lesões oculares
■ Lesões de SNC
■ Hidropsia
■ Morte
136
🔹 Acometimento de múltiplos órgãos
🔹 Sepse
🔹 Insuficiência respiratória
🔹 CIVD
🔹 Choque
✔Conduta :
Se infecção perinatal:
1. Aciclovir EV
➜ 14-21 dias
2. Isolamento de contato
137
Varicela-Zóster
✔Prevenção 🛡:
🔹 Vacinação para varicela (tetraviral + varicela)
■ Vírus atenuado (fazer antes da gestação)
🔹 Profilaxia pós-exposição (IGAVZ)
■ Gestantes suscetíveis
■ RN
🔹 De mãe com varicela (5 dias antes até
2 dias após o parto)
🔹 Prematuros
■ <28 semanas ou <1000 g
■ OU 28-36 semanas com mãe
suscetível (história negativa
para varicela)
138
✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?
🔹 Mãe infectada
■ Transmissão 24-48h antes até 3-7 depois das
lesões
Clínica
🔹 Síndrome da varicela congênita
➜ Infecção primária entre 8-20 semanas de
gestação
🔹 Desenvolvimento dos membros (6-12
semanas) - Dos olhos (16-20 semanas)
■ Lesões cutâneas cicatriciais
■ Hipoplasia de extremidades
■ Alterações de SNC (tropismo por raízes
nervosas)
🔹 Microcefalia
🔹 Hidrocefalia
🔹 Calcificações
■ Alterações oftalmológicas
🔹 Microftalmopatia
🔹 Atrofia óptica
🔹 Anisocoria
■ Disfunção de esfíncter anal/urinário
139
🔹 Grave (5 dias antes até 2 dias após)
➜ Sem passagem de anticorpos
da mãe
■ Mortalidade >35%
■ Lesões 5-10 dias após
nascimento
■ Exantema polimórfico
🔹 Maculopapulovesicular
🔹 Disseminado
■ Febre
■ Visceralização
🔹 Hepatite
🔹 Pneumonia
🔹 Meningoencefalite
✔Conduta :
Se neonatal:
1. Aciclovir EV
🔹 10 dias
2. Isolamento respiratório e de contato
🔹 Até todas as lesões se tornarem crostas
✔Triagem pré-natal 🧭:
🔹 HBsAg
■ Negativo ➡ vacinação
■ Positivo:
🔹 Exames
■ HBeAg
■ ALT
■ Carga viral
🔹 Quimioprofilaxia (se indicado)
Indicações:
■ HBeAg (+)
■ CV >200.000 UI/mL
■ CV >2.000 + ALT >1,5x LSN
Medicação:
■ Tenofovir a partir da 24a
semana
🔹 Di
✔Conduta :
1. Cuidados gerais
🔹 Clampeamento oportuno do cordão
🔹 Evitar aspiração (se necessário, fazer com
cuidado)
🔹 Banho imediato em água corrente
■ Medicações injetáveis somente após o
banho
2. Imunoprofilaxia combinada
➜ Primeiras 12h de vida em grupos musculares
diferentes
➜ Eficácia de 85-95% dos casos (mesmo se
HBeAg positivo)
🔹 Vacina para hepatite B
🔹 +Imunoglobulina (IGHAHB)
142
*Se sorologia materna desconhecida, fazer a vacina
e complementar com imunoglobulina se HBsAg(+)
materno em até 7 dias
3. Seguimento
🔹 Dosar HBsAg e anti-HBsAg
➜ Entre 9-12 meses (ou 1-2 meses após
término da vacinação)
■ Se anti-HBsAg <10 UI/mL ➡ revacinar
com 3 doses
*Se não recebeu imunoprofilaxia, coletar HBsAg. Se
positivo: HBeAg, CV-HB, transaminases, USG de
abdome superior
143
Hepatite C
✔Conduta :
144
1. Cuidados gerais
🔹 Clampeamento oportuno do cordão
🔹 Evitar aspiração (se necessário, fazer com
cuidado)
🔹 Banho imediato em água corrente
■ Medicações injetáveis somente após o
banho
2. Aleitamento materno, se:
🔹 Não houverem lesões mamilares sangrantes
(interromper até cicatrização)
3. Seguimento
🔹 Dosar carga viral
➜ Entre 3-6 meses
■ Detectável ➡ notificar e encaminhar
🔹 Sorologia anti-HCV com 18 meses (mesmo
se CV indetectável)
145
Doenças perinatais
Hipoglicemia Neonatal
146
■ Respiração (iniciada após o
nascimento)
147
■ Hipoglicemiantes
■ Betabloqueadores
🔹 Agem por alteração em canais
de potássio, que geram
interiorização da glicose na
célula
✔Rastreamento 🧭:
Indicação (ver acima)
🔹 Bebês de risco
🔹 Sintomas
Método
148
🔹 Glicemia capilar por HGT (dextro)
Frequência
■ 3, 6, 12, 24 e 48 horas de vida (varia conforme
protocolo)
🔹 Se hiperinsulinismo fazer já na 1a hora
de vida (depende do protocolo)
➜ Consumo de glicose rápido
devido à insulina elevada já na
1a hora (se o, na outra situação,
é baixa reserva a hipoglicemia
vem só mais tarde, quando as
reservas acabam)
*Alguns protocolos recomendam testar
apenas até 12h (hiperinsulinismo) ou até
mamadas efetivas e regulares (outros casos)
Resultado:
■ Glicemia fora do alvo se <45 mg/dL
🔹 HGT dá resultados 15% a menos que a
glicemia plasmática
Limitações:
🔹 Baixa sensibilidade para valores <40 mg/dL
🔹 Pode subestimar o valor da glicemia em
10-15%
➜ Solicitar glicemia plasmática para confirmar
(⚠ mas não atrasar o tratamento por isso!)
🔹 Fora do alvo se <47 mg/dL
🔹 Diagnóstico diferencial
■ Hipocalcemia
■ Hipomagnesemia
*mesmos sintomas e fatores de risco semelhantes
(DMG, prematuridade, RCIU, asfixia perinatal), mas
costumam se mais tardios (>24h) e mais sintomáticos
149
✔Conduta :
150
🔹 Ex.: se o bebê tem 2 kg: 8
mg/kg/min = 16 mg/min = 960
mg/h = 9,6 mL de SG 10% para
correr em 1h
3. Repetir HGT (em 30 minutos)
🔹 Se ainda baixo, aumentar VIG em ↑1 mg/kg
■ Se >10-12 = considerar acesso central
(máximo 12,5 mg/kg em acesso
periférico)
*Se necessitar de >8-10 mg/kg, provavelmente a
causa é hiperinsulinismo
151
Doença Hemorrágica do Recém-Nascido
✔Prevenção 🛡:
152
✔Classificação 🗃:
Precoce
➜ Primeiras 24h
🔹 Interferência no metabolismo da vitamina K
Clássica
➜ 2°-7° dia
🔹 Baixa ingesta
🔹 Pouca produção
🔹 Ausência de profilaxia
Tardia
➜ 8° dia ao 6° mês - pico com 3-8 semanas
🔹 Redução de absorção
Clínica
➜ Momento do aparecimento da doença
🔹 Sangramento gastrointestinal
🔹 Teste de APT
➜ Sangue + NaOH 1%
➜ Diferencia sangue fetal de sangue materno
deglutido
■ Coloração rósea ➡ positivo (Hb Fetal)
■ Coloração marrom-amarelada ➡ negativo
(sangue materno)
✔Conduta :
153
1. Dose única Vitamina K1 1 mg IM
🔹 Para todos os RNs (peso >1.500 g)
154
Displasia do Desenvolvimento do Quadril
✔Rastreamento 🧭:
Triagem no exame físico de todos os recém-nascidos
🔹 Galeazzi
■ Simétrico ou assimétrico
Fonte:
https://www.chegg.com/flashcards/osteomuscular-17e715b6-7777-48df-a82d-3b2d
c2973e82/deck
🔹 Ortolani
➜ Redução de quadril luxado (💡
Ortolani = é o ortopedista que reduz
luxações)
■ Flexão e adução do quadril (enquanto
estabiliza a pelve) + puxa delicadamente
para anterior
155
Fonte: https://quizlet.com/204037800/infantschildren-part-2-finished-flash-cards/
🔹 Barlow
➜ Desloca quadril instável (💡 Barlow =
Break (quebrar em inglês - deslocar)
■ Flexão e adução do quadril (enquanto
estabiliza a pelve) + força para posterior da
cabeça femoral
■ Se deslocável ➡ som de “click”
Fonte: https://quizlet.com/204037800/infantschildren-part-2-finished-flash-cards/
156
🔹 Alteração de Barlow e Ortolani na triagem (ver
acima)
🔹 Sinal de Galeazzi (ver acima)
🔹 Sinal de Hart
■ Limitação na abdução de quadril
🔹 Sinal de Peter-Bade
■ Assimetria das pregas glúteas e coxas
🔹 Limitações de movimento (pode surgir só no adulto
jovem, se subluxação femoral)
🔹 USG de quadril
■ Avalia o grau de displasia
🔹 Morfologia do acetábulo - método de
Graf
Indicações:
■ Ortolani positivo
■ História familiar
■ RN com apresentação pélvica com
🔹 Pé calcâneo valgo
🔹 Torcicolo congênito
🔹 Ou geno recurvado
■ Casos examinados tardiamente, mas com
suspeita clínica prévia
✔Classificação 🗃:
🔹 Displasia
■ Casos leves podem ter regressão espontânea
🔹 Subluxação femoral (pode ter sintomas só no adulto
jovem)
157
🔹 Luxação congênita do quadril
Espectro da displasia do desenvolvimento do quadril
Fonte: https://ortotraumapb.com.br/displasia-do-desenvolvimento-do-quadril-ddq/
✔Conduta :
1. Uso de órtese
➜ Manter quadril em:
■ Abdução
■ Rotação externa
■ Flexão
🔹 Suspensório de Pavlik
■ Uso por 2-3 meses
Suspensório de Pavlik
Fonte: https://magazinemedica.com.br/produtos/suspensorio-pavlik-ortoplus_g/
158
Se diagnóstico após 3-6 meses de vida:
2. Cirurgia
🔹 Redução fechada + imobilização
■ Após, aparelho gessado
pelvipodálico
159
Asfixia perinatal
161
✔Classificação 🗃:
Classificação de Sarnat & Sarnat da lesão cerebral hipóxico-isquêmica
Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822010000200013
✔Conduta :
162
■ ↓Morbimortalidade
Indicações
🔹 Evidência de asfixia perinatal e encefalopatia
hipóxico isquêmica moderada ou grave
(estágio 2 ou 3)
🔹 Nas primeiras 6h de vida
Método
🔹 Temperatura central (retal/esofágica) entre
33-34°C
■ Sistêmica (todo o corpo)
■ Seletiva (craniana)
🔹 Monitorização constante
■ Temperatura
■ Sinais vitais
■ Diurese
■ Laboratório
🔹 Hepáticos
🔹 Coagulograma
🔹 Glicemia capilar
🔹 Outros
🔹 Após - reaquecimento lento
■ 0,5°C por hora
■ Até 36,5°C
163
Enterocolite Necrosante
164
🔹 Instabilidade térmica
🔹 Distensão abdominal
🔹 Eritema de parede abdominal
🔹 Resíduo gástrico
🔹 Complicações
■ Sepse
■ Peritonite
■ Óbito
🔹 Radiografia de abdome
■ Pneumatose intestinal
■ Aerobilia
■ Pneumoperitônio
✔Conduta :
✔Prevenção 🛡:
🔹 Corticoide antenatal
➜ Efeitos principalmente 24h após o início da
terapia (e duram por 7 dias)
■ Para todas as gestantes com risco de parto
prematuro entre 20-34 semanas
■ 2 doses de betametasona IM (24h de
intervalo entre as doses)
🔹 Ou 4 doses de dexametasona IM a
cada 12h
🔹 Manipulação mínima (especialmente nas primeiras
72h)
166
🔹 Especialmente dos vasos da matriz
germinativa subependimária (dá
origem aos neurônios)
■ Involui com o amadurecimento
🔹 Intervenções/procedimentos/movimentação
■ Elevação da pressão intracerebral (baixa
autorregulação da pressão cerebral no
prematuro)
🔹 Asfixia perinatal
🔹 Uso de drogas vasoativas
Clínica
🔹 Inicialmente assintomática e progressiva (início no 1°
dia de vida)
✔Triagem 🧭:
🔹 Ultrassom transfontanela
■ Todos os prematuros com <34 semanas
✔Classificação 🗃:
Classificação de Papille das hemorragias intraventriculares
Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822007000200004
✔Conduta :
167
1. Manejo de complicações (ex.: convulsões, anemia)
2. Avaliar prognóstico
🔹 Grau I e II ➡ normalmente desenvolvimento
neurológico normal
🔹 Grau III e IV ➡ encefalopatia crônica não
evolutiva (“paralisia cerebral”)
*Evolução das zonas que sofreram hemorragia para
leucomalácia periventricular
168
Parâmetros Hematológicos do
Recém-Nascido
169
Órgãos da hematopoese - evolução
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/2892377/
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/9541431/
170
Evolução dos tipos de hemoglobina na vida fetal e após o nascimento
Fonte: https://www.pngwing.com/pt/free-png-hhnrj/download
Ao nascer (e RN a maioria):
➜ Baixa PaO2 no período fetal (↑eritropoetina)
🔹 Policitemia
🔹 ↑Eritroblastos
■ Macrocitose (↑VCM)
🔹 ↑Sideroblastos
🔹 ↑Volemia
🔹 ↑Leucócitos ➡ 18.000 (9.000-30.000)
🔹 ↓Função plaquetária alterada, ↓fatores de
coagulação
Primeiras semanas:
🔹 Anemia fisiológica (redução progressiva da Hb)
➜ Causas:
🔹 Elevada PaO2 (no período fetal era
baixa) ➡ inibição da eritropoetina
🔹 Meia-vida das hemácias de 90 dias
➜ Normocrômica e normocítica
171
➜ Sem prejuízo no fornecimento de O2 aos
tecidos
■ Início com 7 dias de vida
■ Nadir com 6-12 semanas
🔹 Hb 9,5-11 g/dL
*⚠ Patológica se chega a <9 g/dL ou há sinais de
hemólise e anemia
🔹 2a semana:
■ Queda de leucócitos ➡ 11.400 (5.000-20.000)
🔹 Predomínio de linfócitos (até 4-5 anos)
🔹 Neutrófilos ≥1000 é o normal (2 semanas
até 1 ano de idade)
■ Discreta monocitose e eosinofilia
Se prematuro
🔹 Anemia da prematuridade
➜ Causas:
■ Menor produção de eritropoetina
■ Meia-vida da hemácia de 40-60 dias
■ ↓massa eritrocitária e ↓reserva de ferro
■ Clampeamento precoce e espoliação
sanguínea
➜ Normocítica e normocrômica com início aos 7
dias como a do a termo
■ Nadir mais precoce (3-6 semanas)
■ Hb 7-9 g/dL
■ Resolução espontânea com IG de 40
semanas
*se comorbidades, considerar transfusão de
hemácias ou transfusão de eritropoetina (ex.: muito
baixo peso)
172
Valores de referência - série vermelha (por idade)
Fonte:
https://www.academia.edu/38764278/VALORES_NORMAIS_DE_S%C3%89RIE_VERMELHA_2dp_Idade_Hb_g_
dl_2dp
173
Valores de referência - série branca (por idade)
Fonte: https://beepsaude.com.br/beepexplica-exames-de-rotina-2-o-hemograma/
174
Referências
Conteúdo:
1. UptoDate
2. BMJ Best Practice
3. Ministério da Saúde (BR)/OPAS. Manual AIDPI Neonatal. 3. ed.
Brasília: Ministério da Saúde; 2012.
4. Kliegman RM, Behrman RE, Jenson HB. Nelson. Tratado de
Pediatria. 20. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.
5. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de
Neonatologia. Documento científico: Monitoramento do
crescimento de RN pré-termos. Rio de Janeiro; SBP; fev 2017.
6. Ministério da Saúde. Atenção à saúde do recém-nascido: Guia
para os profissionais da Saúde. 2. ed. Atual. Brasília: Ministério da
Saúde; 2011. Volume 3.
7. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Exame Físico do
Recém-nascido na Unidade Neonatal. [Internet]. Available from:
http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/enfermagem/p
op_90_de_exame_fisico_do_rn_na_unidade_neonatal.pdf
8. Sociedade Brasileira de Pediatria. Reanimação do
recém-nascido ≥ 34 semanas em sala de parto: Diretrizes 2016
da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro; SBP; 2016.
9. Sociedade Brasileira de Pediatria. Reanimação do pre-maturo <
34 semanas em sala de parto: Diretrizes 2016 da Sociedade
Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro; SBP; 2016.
10. Ministério da Saúde (BR). Protocolo clínico e diretrizes
terapêuticas para prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis
e hepatites virais. Brasília: Ministério da Saúde; 2019.
11. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento científico de
Endocrinologia. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria
(SBP) – Hipoglicemia no período neonatal. Rio de Janeiro:
Sociedade Brasileira de Pediatria; 2014.
175
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