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MANUAL DE

NEONATOLOGIA
Passo-a-passo para diagnóstico e conduta

1a edição
2023
Faaaaala, Doc! 💡
Ansioso para começar a usar o seu mais novo Manual de
Neonatologia da MEDSimple? Antes, só deixa a gente te
mostrar o que ele tem de melhor!

➔ Simples, mas completo! 💙

Doc, como tudo na MEDSimple, a ideia aqui é que você


possa encontrar conteúdo de forma simples e didática!

Aqui não vai ter textões nem enrolações! Você consegue


achar a informação que quer rápido e fácil, principalmente
se usar os links de atalho do sumário e ao longo do texto.

➔ Passo-a-passo no fluxo da prática 🧠

Doc, você já estudou muito uma matéria e, depois, quando


foi pra clínica, descobriu que estava tudo bagunçado na
sua cabeça?

Em parte, isso acontece porque na maioria dos materiais o


conteúdo é passado numa ordem lógica, mas que não é a
sequência prática de pensamento, usada no consultório.
Aqui a ideia é que você siga o fluxo de raciocínio do
hospital!

Mesmo sendo simples e direto ao ponto, trazemos aqui


muito conteúdo sobre mais de dezenas de motivos de
consulta e ainda um roteiro para anamnese e exame físico
bem feitos!

1
🔹 Primeiro suspeite
🔹 Depois faça uma investigação direcionada 🔎
🔹 Classifique 🗃:
🔹 E, então, siga as condutas adequadas, não só de
tratamento, mas também de orientação e cuidados
com o paciente !

Tudo na forma de passo-a-passo e tópicos!

“Ah, mas e a fisiopatologia, farmacologia e outras matérias


básicas? Não adianta eu só seguir passo-a-passo sem
entender o que estou fazendo!”

Você tem razão, Doc! É por isso que, apesar de o objetivo


ser a parte prática de diagnóstico e conduta (voltada para
quem já estudou o tema com videoaulas, questões,
flashcards e macetes na MEDSimple) trazemos, pelo meio,
algumas dicas e insights para você entender a lógica por
trás de cada conduta.

➔ O seu manual para consultar no dia-a-dia


🔎
Você está NA FRENTE DO PACIENTE, e agora? 🚨 O que
fazer, que exames pedir? Que orientações dar? O que
perguntar? Será que não ficou faltando nada?

Doc, sabe quando você chega de paraquedas no internato


e está sempre esquecendo alguma coisa? 🪂

2
🔹 Aquela pergunta que você esqueceu de fazer para o
paciente
🔹 Um detalhe que você não viu no exame físico
🔹 Ou você não tinha o raciocínio diagnóstico na
cabeça
🔹 O paciente já foi embora e você nem lembrou de
dar aquela orientação para ele.

E o staff tem que ficar te dando puxão de orelha!!! 🤯

É por isso que esse manual foi pensado principalmente para


alunos do Ciclo Clínico ao Internato Médico, tanto para
consulta no dia-a-dia quanto para dar aquela revisada top
nos temas. Estudar por questões, flashcards e macetes é
fundamental, mas, às vezes, no nosso dia-a-dia, precisamos
de toda a informação num só lugar e acessível 📚

Aqui você tem um guia prático para consultar sempre que


quiser e não esquecer nada na hora de atender os
pacientes!

Legal, né? Então bora começar, Doc! 💪

3
SUMÁRIO
Classificação do Recém-Nascido 6
Estimativa da Idade gestacional 9
Reanimação Neonatal e Medidas Iniciais para o RN 13
Condutas para o RN saudável na sala de parto e
alojamento conjunto 22
Aleitamento materno 26
Exame Físico do Recém-Nascido 32
Modelo de Descrição de Exame Físico do Recém
Nascido 42
Reflexos primitivos 44
Testes de Triagem Neonatal 46
Teste do Olhinho 46
Teste da Orelhinha 49
Teste do Coraçãozinho 51
Teste da Linguinha 55
Teste do Pezinho 57
Fenilcetonúria 58
Hipotireoidismo Congênito 60
Hemoglobinopatias 62
Fibrose Cística 65
Hiperplasia Adrenal Congênita 67
Deficiência de Biotinidase 70
Desconforto Respiratório do Recém-Nascido 71
Síndrome do Desconforto Respiratório 74
Pneumonia Neonatal 77
Taquipneia Transitória do Recém-Nascido 79
Síndrome de Aspiração Meconial 81

4
Sepse Neonatal 83
Sepse Neonatal Precoce 83
Sepse Neonatal Tardia 90
Icterícia Neonatal 93
Icterícia Fisiológica 99
Icterícia Não-Fisiológica 102
Incompatibilidade Rh 102
Incompatibilidade ABO 104
Icterícia pelo Aleitamento Materno 105
Icterícia pelo Leite Materno 106
Atresia das Vias Biliares 107
Infecções Congênitas e Perinatais 109
Sífilis Congênita 112
Toxoplasmose congênita 118
Citomegalovírus 124
HIV 127
Síndrome da Rubéola Congênita 133
Herpes Simples 135
Varicela-Zóster 138
Hepatite B 141
Hepatite C 144
Doenças perinatais 146
Hipoglicemia Neonatal 146
Doença Hemorrágica do Recém-Nascido 152
Displasia do Desenvolvimento do Quadril 155
Asfixia perinatal 160
Enterocolite Necrosante 164
Hemorragia Intracraniana 166
Parâmetros Hematológicos do Recém-Nascido 169
Referências 175

5
Classificação do Recém-Nascido

🔹 Período neonatal ➡ nascimento → 28° dia (27 dias


23h e 59 minutos)
■ Muito precoce ➡ primeiras
24h de vida
■ Precoce ➡ primeiros 6 dias
de vida
■ Tardio ➡ 7° ao 28° dia

*Período perinatal ➡ 28a semana de


gestação → 7° dia após nascimento
**Embrião (até 8a semana) → Feto → Recém-nascido (a
partir do clampeamento do cordão)

Idade gestacional
🔹 Pré-termo ➡ <37 semanas
■ Extremo ➡ <28 semanas
■ Muito pré-termo ➡ 28-32 (31+6 dias)
■ Moderado ➡ 32-34 (33+6 dias)
■ Tardio ➡ 34-37 (36+6 dias)
🔹 Termo ➡ 3 a 41+6 dias
🔹 Pré-termo ➡ ≥42 semanas

Peso
🔹 Normal ➡ 2.500-3.999 g

🔹 Baixo peso ao nascer ➡ <2.500 g


■ Muito baixo peso ➡ <1.500 g
■ Extremo baixo peso➡ <1.000 g

6
Causas:
■ Se for patológico ➡ restrição do
crescimento intrauterino (RCIU
🔹 Simétrico (proporcionado)
➜ Agressão precoce durante
gestação
➜ Peso, comprimento e PC
proporcionalmente
prejudicados
■ Infecções congênitas
■ Anomalias cromossômicas
■ Outros
🔹 Assimétrico (desproporcionado)
➜ Agressão mais tardia na
gestação
➜ Comprimento e PC
preservados (só o peso
alterado)
■ Insuficiência placentária
■ Doença hipertensiva da
gestação
■ Outros

🔹 Macrossomia ➡ ≥4.000

Adequação do Peso para a Idade Gestacional

➜ Colocar na curva
■ De referência (crescimento em amostra de
crianças)
🔹 Ex.: Curva de Fenton (países
desenolvidos)

7
■ Curva padrão (padrão de crescimento
normal)
🔹 Ex.: Intergrowth 21 st
*Melhor para pré-termo e países
subdesenvolvidos
🔹 Pequeno para a idade gestacional (PIG) ➡ <p10
(percentil 10)

🔹 Adequado (AIG) ➡ entre p10 e p9o
🔹 Grande (GIG) ➡ >p90

8
Estimativa da Idade gestacional

🔹 Pode ser avaliada por vários métodos:


■ DUM
■ USG do 1° trimestre (pelo comprimento
cabeça-nádegas)
■ Exame clínico

Avaliação da idade gestacional pelo exame clínico:

🔹 Método de Capurro
➜ Deve ser aplicado nas primeiras 6h de vida
■ Somático
🔹 5 características somáticas
■ Forma da orelha
■ Tamanho da glândula mamária
■ Formação do mamilo
■ Textura da pele
■ Pregas plantares
➜ [Soma das pontuações + 204]/7
■ Somatoneurológico
🔹 4 somáticas + 2 neurológicas
■ Forma da orelha
■ Tamanho da glândula mamária
■ Textura da pele
■ Pregas plantares
■ Sinal do cachecol/xale
■ Queda da cabeça
➜ [Soma das pontuações + 200]/7

9
*⚠ Não é bom para prematuros!

Método de Capurro somático

Fonte: Ministério da Saúde (BR)/OPAS. Manual AIDPI Neonatal.3. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2012

10
Capurro somatoneurológico - características neurológicas

Fonte: Ministério da Saúde (BR)/OPAS. Manual AIDPI Neonatal.3. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2012

🔹 Método de New Ballard (mais acurado)


➜ Pode ser usado para prematuros (mas serve
para hígidos também)
➜ Pode ser aplicado até 96h de vida
■ 6 somáticas + 6 neurológicas
■ Colocar pontuações na tabela

11
Fonte:
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/cuidados-com-os-rec%C3%A9m-nascidos-e-lact
entes/exame-f%C3%ADsico-do-rec%C3%A9m-nascido

12
Reanimação Neonatal e Medidas
Iniciais para o RN

➜ Ao nascer:
🔹 1 em cada 10 crianças ➡ necessitam de
auxílio para iniciar respiração efetiva
🔹 1 em cada 100 ➡ IOT
🔹 1-3 em cada 1000 ➡ IOT + massagem
cardíaca/medicações

✔O que deve levar a suspeitar que haverá


necessidade de reanimação?

Fatores de risco para necessidade de reanimação:


🔹 Relacionados à mãe:
■ Idade avançada
■ Diabetes gestacional
■ Sangramentos
■ Medicações
■ Drogas ilícitas
🔹 Relacionados ao RN:
■ Hidropsia fetal
■ Malformação fetal
🔹 Relacionados ao parto:
■ Prematuro
■ Líquido meconial
■ Rotura de membranas
>18h, corioamnionite
■ Fórceps, vácuo-extrator

13
■ Cesárea

✔Preparo 📝

🔹 Testar todo o material antes do parto


Ter pronta epinefrina diluição de 1:10.000 (1

mL da solução 1:1.1000 diluído em 9 mL de SF
0,9%)
🔹 Listar fatores de risco
🔹 1 profissional na sala de parto apto a iniciar
reanimação neonatal (e ventilação com pressão
positiva)
*Se de risco = 2-3 profissionais (pelo menos 1 médico,
preferencialmente pediatra)

Check-list do material necessário para reanimação

Fonte:
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/DiretrizesSBPReanimacaoRNMaior34semanas26jan2016.pdf

✔Conduta :

Reanimação neonatal
1. Perguntas para avaliar necessidade de reanimação

14
Antes do parto:
🔹 A termo? (se não, antes de nascer você já
sabe que precisará de reanimação)
Ao nascer:
🔹 “MOsculatura” (tônus) em flexão?
🔹 R espirando/chorando?

Se não para alguma pergunta (prematuro, flácido ou não


respirando/chorando) ➡ reanimação:
2. Clampeamento do cordão
🔹 Flácido ou não respirando/chorando ➡
Imediato
🔹 Se apenas prematuro (mas respirando e bom
tônus)
■ ≥34 semanas ➡ clampeamento tardio
(mínimo 60 segundos)
■ <34 semanas ➡ clampeamento
mínimo após 30 segundos
3. Levar à mesa de reanimação
4. Medidas iniciais de reanimação:
➜ Realizar em 30 segundos
1. A quecer
■ Receber em campos aquecidos
■ Posicionar em berço aquecido de
reanimação

RN sendo recebido em campos aquecidos no momento do


clampeamento do cordão / RN em berço aquecido de reanimação

15
Fonte:
https://www.maesdepeito.com.br/saiba-quais-exames-no-bebe-sao-necessarios-e-dispensaveis-na-hora-do
-parto/ http://www.telessaudeam.org.br/downloads/documentos/teleaidpi/TELEAIDPI_2Aula.pdf

2. P osicionar
■ Leve extensão da cabeça

Leve extensão da cabeça do recém-nascido

Fonte: https://pedipedia.org/artigo-profissional/reanimacao-neonatal e
https://slideplayer.com.br/slide/10678091/

3. A spirar (se suspeita de obstrução de vias


aéreas por excesso de secreções)
■ Boca e narinas

16
Aspiração de vias aéreas

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/1642925/

4. S ecar
■ Corpo e cabeça
■ Remover campos úmidos após

Secar o recém-nascido

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/1642925/

5. Avaliar FC e respiração
🔹 FC é calculada em 6 segundos (e
multiplicada por 10)

17
🔹 FC ≥100 (≥10 em 6 segundos) e respiração
regular ➡ sucesso da reanimação (ver
medidas gerais para o RN mais abaixo)

Se FC<100 ou respiração irregular/apneia:


6. Ventilação com pressão positiva (30 segundos)
➜ ⚠ Iniciar nos primeiros 60 segundos de vida
➜ Realizar por 30 segundos e depois verificar
parâmetros
🔹 Máscara facial (técnica do C - indicador e
polegar - e E - demais dedos)
🔹 40-60 movimentos/minuto (“aperta, solta,
solta”)
🔹 FiO2 21% inicialmente (ar ambiente)
■ Ajustar conforme saturação do bebê
(ver no item abaixo)

*⚠ Não iniciar VPP em caso de hérnia diafragmática


congênita = ir direto para IOT + sonda gástrica aberta

Ventilação com técnica do “C” e do “E”

Fonte da imagem: https://www.lojaciviam.com.br/manequim-bebe-para-treinamento-de-reanimacao-rcp-entubacao

7. Monitorar resposta
➜ Verificar a cada 30 segundos
🔹 Oxímetro de pulso em MSD (pré-ductal)
18
➜ Aumentar cerca de ↑20% a oferta de
O2 se ainda fora do alvo (até 100%)
■ Saturação ideal por minutos de vida:
🔹 Até 5 ➡ 70-80%
🔹 5-10 ➡ 80-90%
🔹 >10 ➡ 85-95%
🔹 Monitor cardíaco (3 eletrodos)
■ Deve estar ≥100 bpm

Se ainda FC<100 ou respiração irregular/apneia:


8. Corrigir técnica
🔹 Ajustar máscara na face
🔹 Estender novamente a cabeça (verificar
permeabilidade das vias aéreas)
*Se ventilador manual em T = ajustar pressão
inspiratória (20-25 cmH2O - máx 40)
*Aumentar oferta de O2 conforme parâmetros acima
de saturação
9. Ventilação com pressão positiva (30 segundos)

*⚠ Se RN com líquido amniótico meconial = fazer também


aspiração traqueal com visualização direta (IOT e extubar
aspirando) ➡ retornar VPP após

Se ainda FC<100 ou respiração irregular/apneia:


10. Máscara laríngea neonatal
🔹 Ventilação por mais 30 segundos
*⚠ somente para bebês com ≥34 semanas e ≥2.000
g

19
Se ainda FC<100 (VPP não efetiva) ou não retornar à
ventilação espontânea (VPP prolongada - >2 min sem
efetividade):
11. VPP com IOT (30 segundos)
➜ Tentativa de no máximo 30 segundos
■ Se insucesso, reiniciar VPP por 30
segundos e tentar novamente após
🔹 Se sucesso (FC >100 bpm e respiração
regular) ➡ extubar
■ Iniciar VPP com máscara
■ Considerar CPAP
:
Se ainda FC<100 ou respiração irregular/apneia:
12. Corrigir técnica
🔹 Verificar posição da cânula orotraqueal
🔹 Checar permeabilidade das vias aéreas
🔹 Ajustar pressão inspiratória
🔹 FiO2 60-100%
13. VPP com IOT (30 segundos)

Se FC<60:
14. Massagem cardíaca + VPP com IOT (60 segundos)
➜ Frequência 3:1 (90 massagens/30
ventilações)
■ 1, 2, 3 (compressões) + “aperta, solta,
solta” (ventilação)
🔹 Terço inferior do esterno
🔹 Comprimir ⅓ do diâmetro anteroposterior do
tórax

20
Massagem cardíaca com polegares justapostos (ideal é sobrepostos)

Fonte: https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/11611/mod_resource/content/1/un04/top03p01.html

*Se FC >60 bpm = volta à etapa anterior (VPP com IOT até
FC >100 bpm e respiração regular)

Se ainda FC<60:
15. Corrigir técnica
🔹 Verificar posição da cânula orotraqueal
🔹 Checar permeabilidade das vias aéreas
🔹 Técnica de massagem cardíaca
🔹 FiO2 100%
16. Massagem cardíaca + VPP com IOT (60 segundos)

Se ainda FC<60:
17. Considerar uso de medicações
➜ Por cateterismo umbilical
■ Se insucesso = via intraóssea (mais
complicações)
🔹 1 cm abaixo da tuberosidade
tibial na face anteromedial
🔹 Epinefrina
➜ Diluição de 1:10.000 (1 mL da solução
1:1.1000 diluído em 9 mL de SF 0,9%)

21
■ 0,1-0,3 mL/kg EV ou IO
*Se sem acesso umbilical no momento
oportuno, fazer epinefrina 0,5-1,0 mL/kg
endotraqueal (uma vez apenas)
🔹 Soro fisiológico (expansor de volume) (se
indicado)
➜ Se suspeita de hipovolemia
🔹 Sinais de choque (palidez,
hipoperfusão)
🔹 Parto com hemorragia
(placenta prévia, DPP)
■ 10 mL/kg EV/IO correndo 5 minutos
(pode ser repetido)

Se sim para todas ➡ Sem necessidade (boa vitalidade do


RN)

Condutas para o RN saudável na sala de parto e alojamento


conjunto

2. Medidas gerais para o RN


🔹 Camplemento tardio/oportuno (60
segundos no mínimo)
*<34 semanas = mínimo 30 segundos
■ Eleva índices hematimétricos e
ferritina entre 3-6 meses
■ Se prematuro, também melhor
estabilidade cardiovascular (primeiras
24h)

22
■ ❌ Desvantagem: aumenta
necessidade de fototerapia por
bilirrubinemia indireta
*⚠ Se circulação placentária não intacta -
clampeamento imediato
🔹 Contato pele a pele com a mãe
🔹 Secar e aquecer
🔹 Monitorização
■ Frequência cardíaca
■ Tônus
■ Respiração
🔹 Amamentação na primeira hora de vida
🔹 Manter temperatura do RN (36,5-37,5°C)
■ Temperatura da sala entre 23-25°C
3. Exame físico completo diário (ver capítulo
específico)
4. Medidas antropométricas ao nascer
🔹 Comprimento
🔹 Peso (mensurar nos dias posteriores também)
■ Perda fisiológica de até 10% nos
primeiros dias
🔹 Perímetro cefálico
5. Calcular e anotar o APGAR
🔹 1° e 5° minutos de vida
Critérios:
🔹 A frequência cardíaca
🔹 P ele (cor da pele)
🔹 G arra (tônus muscular em semiflexão)
🔹 A frequência respiratória
🔹 R eflexos/ R eclamando

23
Índice de APGAR

Fonte: https://www.abcdaenfermagem.com.br/o-que-e-apgar/#google_vignette

6. Prescrever medicações ao nascer


🔹 Vitamina K (em até 6 horas)
➜ Dose única 1 mg IM (peso >1.500 g)
■ Prevenção de doença hemorrágica
🔹 Colírio de nitrato de prata
■ Prevenção de oftalmia por gonococo e
clamídia
7. Calcular e anotar a idade gestacional (ver no
capítulo específico)
8. Tipagem sanguínea e coombs (se mãe Rh(-))
9. Avaliar necessidade de HGT seriado
🔹 Situações de risco de hipoglicemia neonatal
(ver capítulo específico)
10. Vacinação BCG e hepatite B
11. Realizar testes de triagem
🔹 Olhinho
🔹 Orelhinha
🔹 Coraçãozinho
🔹 Linguinha
12. Alta após com orientações
🔹 Aplicar álcool 70% no coto umbilical a cada
troca de fraldas (cerca de 6x/dia)

24
■ Após ressecamento e queda, aplicar
por mais 2-3 dias
🔹 Decúbito dorsal para dormir
■ Nunca sobra de cobertor ao enrolar o
bebê (risco de asfixia) - Deixar bebê
bem presinho
🔹 Teste do pezinho entre 3° e 5° dia
🔹 Incentivo ao aleitamento materno
🔹 Puericultura na UBS

*📝 Registrar tudo na caderneta

25
Aleitamento materno

➜ Até 6 meses ➡ aleitamento materno


exclusivo
🔹 6-24 meses ➡ aleitamento
materno complementado
(recomendação, pode ficar mais)

Tipos de aleitamento materno (OMS)

1. Atenção a contraindicações para aleitamento


🔹 Absolutas
■ HIV ou HTLV 1 e 2 materno
■ Uso de antineoplásicos e
radiofármacos
■ Criança com galactosemia
🔹 Suspensão temporária
■ Infecção herpética em atividade na
mama
■ Varicela 5 dias antes do parto até 2
dias após

26
■ Doença de Chagas aguda
🔹 Outros casos:
■ Tuberculose ➡ estar em tratamento,
usar máscara e isoniazida 3 meses
para o RN
■ Hanseníase ➡ só amamentar após 1a
dose de rifampicina
■ Uso de álcool e drogas ➡ pesar riscos
e benefícios
2. Explicar sobre a composição do leite
🔹 Nutrientes suficientes para o bebê
■ ⚠ Não é necessário oferecer água ou
chás (composição 88,5% água)
🔹 Importância do tempo de amamentação não
ser breve demais
■ Leite inicial (anterior) ➡ mais água e
proteínas
■ Leite do final (posterior) da mamada ➡
lipídios
🔹 Mudanças ao longo do tempo
■ Até 7 dias ➡ colostro
■ Até 15 dias ➡ leite de transição

27
Composição do leite materno

Fonte:
http://www.emeequipment.com.br/blog
/noticias/como-e-formado-o-leite-mater
no

Colostro, leite anterior e posterior

Fonte:
https://www.facebook.com/clinicapediatricabemmequer/photos/a.334144303894255/746551345986880/

28
Comparação entre a composição do leite materno, fórmula e leite de
vaca

Fonte:
https://www.modilac.com/our-expertise/lactoferrin/the-benefits-of-breast-milk-for-your-bab
y
3. Orientar amamentação em livre demanda
🔹 Bebê quem decide frequência e duração das
mamadas
■ Mais intensos em picos de
crescimento:
🔹 10-14 dias
🔹 4-6 semanas
🔹 Em torno dos 3 meses
🔹 Oferecer sempre primeiro a mama em que o
bebê mamou por último
4. Atenção a sinais de pega incorreta
🔹 Ruídos da língua
🔹 Mama esticada ou deformada durante
amamentação
🔹 Dor excessiva
5. Orientar pega correta

29
🔹 Aréola mais visível acima da boca do bebê e
grande parte dela na boca (não apenas o
mamilo)
🔹 Nariz na altura do mamilo
🔹 Bochecha cheia quando suga o leite
🔹 “Boquinha de peixe"
Pega correta

Fonte: http://pediatriavirtual.net

6. Orientar armazenamento do leite


1. Prender cabelos, retirar adereços e lavar
mãos e antebraços
2. Usar touca, máscara e evitar falar, tossir, etc
3. Recipiente de vidro esterelizado com tampa
plástica
4. Fazer ordenha em local tranquilo e calmo ➡
Dedos em forma de C com polegar acima e
indicador abaixo da aréola
5. Fervura por 20 minutos
6. Armazenar
■ Geladeira ➡ até 12 horas

30
■ Congelador/freezer ➡ até 15 dias
7. Quando for oferecer:
■ Descongelar em ar ambiente
■ Aquecer em banho maria até
temperatura morna (colocar mão para
verificar)
■ Agitar para homogeneizar a gordura
7. Reforçar importância da amamentação
🔹 Para o bebê
■ Reduz mortalidade em 13% até os 5
anos
■ Imunidade (menos risco de diarreia,
doenças infecciosas e alergias)
■ Fortalecimento e estímulo da arcada
dentária
■ Melhora da digestão e redução de
cólicas
■ Maior capacidade cognitiva
■ Menor risco de diabetes, hipertensão,
dislipidemia e obesidade
🔹 Para a mãe
■ Acelera a perda de peso e reduz risco
de sangramento no pós-parto
■ Método anticoncepcional (98% de
eficácia nos primeiros 6 meses)
■ Benefício financeiro
■ Proteção de doenças (osteoporose,
doenças cardiovasculares e diabetes)
■ Redução do risco de câncer de ovário,
mama e endométrio
🔹 Vínculo mãe-filho

31
Exame Físico do Recém-Nascido

➜ Realizar no sentido crânio-caudal e antero-posterior

Sinais vitais:
🔹 FC (auscultar durante 1 minuto)
■ Normal ➡ 90-160 bpm
🔹 FR (auscultar durante 2 minutos)
■ Normal ➡ até 60 mrpm

Aspecto geral
🔹 Atividade
🔹 Reatividade
🔹 Padrão respiratório
🔹 Coloração (icterícia, cianose,
palidez)
🔹 Hidratação
🔹 Fáscies
■ Atípico
■ Sindrômico
🔹 Malformações evidentes
■ Ex.:
🔹 Sindactilia
🔹 Onfalocele
🔹 Mielomeningocele
🔹 Postura
■ Normal em flexão de MMSS e MMII

Pele
🔹 Elasticidade
32
🔹 Tugor
🔹 Lesões
🔹 Alterações normais:
■ Máscara equimótica
🔹 Rompimento de capilares devido a
estrangulamento de cordão

Máscara equimótica

Fonte:
http://www.saludinfantil.org/Seminarios_Neo/Seminarios/Perinatologia/Traumatismo_Parto_FGonzalez.pdf

■ Millium sebáceo
🔹 Glândulas sebáceas cheia de gordura

Millium sebáceo

33
Fonte: http://www.bloggraodegente.com.br/bebe/milium-no-recem-nascido/

■ Eritema tóxico (é benigno)


🔹 Eritema +
■ Máculas
■ ou Pápulas
■ ou Pústulas
*Transitório

Eritema tóxico

Fonte:
https://mymedfarma.com/pt/galeria-da-saude/11-lesoes-cutaneas-erupcoes-pustulas-descamacao-e-placa
s/227-eritema-toxico-neonatal e
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2012/12/consenso-cuidados-com-a-pele-cuidados-do-RN-
PAGINA-DUPLA.pdf

■ Miliária cristalina
🔹 Microbolhas
■ Acne neonatal
■ Mancha mongólica

34
■ Melanose pustular transitória neonatal
🔹 Base da lesão sadia (não cruenta)

Fonte: https://revista.spdv.com.pt/index.php/spdv/article/download/927/611/ e
https://www.scielo.br/j/abd/a/ygXxrS5yDRfjMkbBDYG3sJf/

■ Nevus melânico
🔹 Risco mais alto de malignização
■ Hemangiomas/“Bicada de
cegonha”/mancha salmão

Cabeça
🔹 Simetria
🔹 Suturas
■ Cavalgamento
■ Diástase
🔹 Fontanelas
■ Lambdoide (posterior)
🔹 Normalmente 0,5 cm (fecha pouco
tempo depois do nacimento)
■ Bregmática (anterior)
🔹 1-5 cm (aberta até 18 meses)
Achados:
■ Abauladas
■ Deprimidas

35
■ Normotensas
🔹 Sinais de tocotraumatismo
■ Cefalohematoma
➜ Coleção sanguínea entre periósteo e
crânio devido a pressão durante
trabalho de parto
🔹 Respeita limites das suturas
🔹 Não forma cacifo

Fonte: https://link.springer.com/article/10.1007/s00431-019-03487-5/figures/1

■ Bossa serossanguinolenta (caput


succedaneum)
➜ Edema gerado pela pressão durante
trabalho de parto
🔹 Não respeita limites das suturas
🔹 Forma cacifo

Fonte: https://neonatologiauchile.wordpress.com/traumatismos/

36
Bossa serosanguínea (caput succedaneum) e cefalohematoma

Fonte: https://web.facebook.com/photo/?fbid=1150322118313754&set=pcb.1150322174980415

Face
🔹 Orelha
■ Implantação
■ Formato
🔹 Olhos
■ Reflexo cócleo-palpebral (piscar ao se
assustar com sons)
■ Abertura ocular, pupilar (reação à luz e
simetria)
■ Secreções
🔹 Nariz
■ Permeabilidade de coanas
■ Secreções
■ Batimento de asa nasal
🔹 Cavidade bucal
■ Lábio leporino
■ Fenda palatina
37
■ Língua
■ Frênulo lingual
■ Pérolas de Epstein (normal)
🔹 Cistos brancos/amarelados em
gengiva ou palato
■ Salivação
■ Presença de dentes
■ Reflexo de sucção

Pescoço
🔹 Mobilidade
■ Torcicolo congênito
🔹 Linfonodos (cadeia cervical anterior e posterior)

Tórax
🔹 Clavículas
■ Fratura
🔹 Mamilos
■ Medida do nódulo mamário
■ Aréola
🔹 Padrão respiratório, sinais de desconforto
🔹 Ausculta pulmonar e cardíaca

Abdome
🔹 Formato (globoso)
🔹 Distensão
🔹 Ruídos hidroaéreos
🔹 Palpação
■ Flácido/depressível ou tenso
■ Sinais de dor
■ Visceromegalias e massas
🔹 Coto umbilical
38
■ Gelatinoso
■ Mumificado
■ Cicatriz
🔹 Defeitos da parede abdominal
■ Onfalocele
🔹 Exposição de órgãos intra-abdominais
recobertos por membrana (peritônio +
âmnio)
■ Gastrosquise
🔹 Sem membrana cobrindo órgãos

Períneo
🔹 Genitália externa
■ Tipo
🔹 Masculina
🔹 Feminina
🔹 Ambígua
🔹 Indefinida
■ Secreções
■ Em meninos:
🔹 Testículo presente em bolsa escrotal
ou criptorquidia (uni ou bilateral)
🔹 Hidrocele
🔹 Retração do prepúcio
🔹 Meato urinário
■ Hipospádia
■ Epispádia
🔹 Ânus
■ Perfurado ou não

39
Extremidades
🔹 Simetria de tônus, mobilidade, postura, pulsos
🔹 Número de dedos de mãos e pés
🔹 TEC >3 segundos
🔹 Pregas palmares e plantares
🔹 Manobras:
■ Galeazzi
🔹 Simétrico ou assimétrico

Fonte:
https://www.chegg.com/flashcards/osteomuscular-17e715b6-7777-48df-a82d-3b2d
c2973e82/deck

■ Ortolani
➜ Redução de quadril luxado (💡
Ortolani = é o ortopedista que reduz
luxações)
🔹 Flexão e adução do quadril (enquanto
estabiliza a pelve) + puxa
delicadamente para anterior

Fonte: https://quizlet.com/204037800/infantschildren-part-2-finished-flash-cards/

40
■ Barlow
➜ Desloca quadril instável (💡 Barlow =
Break (quebrar em inglês - deslocar)
🔹 Flexão e adução do quadril (enquanto
estabiliza a pelve) + força para
posterior da cabeça femoral
🔹 Se deslocável ➡ som de “click”

Fonte: https://quizlet.com/204037800/infantschildren-part-2-finished-flash-cards/

41
Modelo de Descrição de Exame Físico do
Recém Nascido

Pes : ____ g / Com m o __ c / P __ c / IM __ / Cir f ên i


to áci .
Es a ge :
F __ b / F __ m m / Tax __°C
BE , BI , al /do n , at , re n o, pa ão re r óri
ab na , no c a , hi t o, an éri , ac óti , po r em
se fl ão do qu me r .
Pel : Ín e r , tu r e el ci p e r os.
Lin do : Sem li n o pa áve em ca a ce c i an or e
po r o , oc ta , su c ic es, ax es e in a s.
Crâni : Simét i . Fon la b e máti e la d e pa áve e
no t as (se ab a n o de s ões). Fon la an or ab
me d _ po s di is e la d e fe d . Ausên i de ac ga t
o diás a de su s. Sem si de to r u s o.
Fac : Muc ín e r e no c a s.
Ore s no m an s, pa hão a r u r be fo d .
Ol o em po ção, fo t e al me ha al, se se ção o
hi mi . Pup is or en . Tes do refl ve l ne vo.
Co n pe áve , a sên i de se ção na .
Cav e or no c a , ín e r , se le ões, sa ção ha al,
a sên i de de ção. Sem al ções de f ênu li l o fis u s.
Pes ço: Mob ad p e r a, su n ção ce áli p e n , se
co r as.

42
Tóra : Sem de m a s o re ções.
Cla ícu ín e r .
Nódu ma ári me d __ m . Aréol el a/p a /de v id .
Aus t pu n : M + si ét i s bi ra n , se ruído ad tíci ,
se si de de n to re r óri
Aus t ca íac : Rit re r em 2 te s, bu s no f éti , se
so s.
Ab o : g o s , R A+, de s íve , se si de do à pa ção, se
ma s o vi r e l a . Fíga pa áve a 2 c do re d co l di o.
Cot um ca /ci r um ca se al ções, se p e nça de se ção.
Períne : Gen áli ex n fe na/ma l a. Pel ín e r .
[Se ma c o: p e úci re áti . Pre ça de 2 te ícu na bo
es t ]
[Se fe no: híme pe r o.
Ori íci an p e r o e ín e r .
Dor : Col ve b al da, ín e r , se al ções.
Mem s: Em se fl ão, mo da at e pa v p e r a,
no d il em mãos e pés.
Pre p a t em __ an or do pé/so to a su fíci p a t .
Man de Gal i, Or o n e Bar
Pul pe éri am s e si ét i s.
Ne r ógi : Aco d ca /ag o. Cho d . Pos em se fl ão de
M S e M I . Refl xões de ap o p a t , ma h , bu , tôni -ce c
as ét i , p e são pa r, Gal , su ção, asfi , mo , p e são
p a t e cu âne p a t ex s p e n .

43
Reflexos primitivos

Presentes ao nascimento e permanecem até…


🔹 2 meses
■ Do apoio plantar
■ Da marcha
■ Colocação das pernas
■ Da busca

Fonte: https://farmaciasaude.pt/reflexos-do-bebe/

🔹 3 meses
■ Tônico-cervical assimétrico
(Magnus-Kleinjn/do esgrimista)

Fonte: https://farmaciasaude.pt/reflexos-do-bebe/

🔹 4 meses
■ Preensão palmar
■ Galant (encurvamento do tronco)

44
Fonte: Fonte:
https://www.brmtusa.com/the-spi https://farmaciasaude.pt/reflexos-do-bebe/
nal-galant-reflex

🔹 5 meses
■ Sucção
🔹 6 meses
■ Moro (completo só até 3 meses)
🔹 1a fase: abdução dos MMSS com
abdução e extensão dos dedos
🔹 2a fase adução dos MMSS

Fonte:
https://mamaetagarela.com/reflexo-de-moro-ou-reflexo-do-susto-nos-bebes/

🔹 11 meses
■ Preensão plantar
🔹 18 meses
■ Reflexo cutâneo plantar extensor (“Babinski”
fisiológico)

45
Testes de Triagem Neonatal

Teste do Olhinho
(Teste do Reflexo Vermelho)

➜ Avalia se eixo óptico é livre e meios oculares


transparentes (passagem da luz)

✔ Técnica 😷:

🔹 Ambiente em penumbra
🔹 Segurar oftalmoscópio próximo ao olho
■ À distância de pelo menos 50 cm da criança
🔹 Luz incidindo simultaneamente em ambos os olhos
Teste do reflexo vermelho

Fonte: https://bebeemcasamanaus.com.br/blog/o-teste-do-olhinho-e-a-prevencao-da-cegueira-no-bebe/

46
Oftalmoscópio

Fonte: http://www.testedoolhinho.ufc.br/cartaz_2.pdf

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Resultados possíveis:
■ Vermelho positivo bilateralmente (normal)
■ Leucocoria
🔹 Reflexo esbranquiçado:
➜ Obstrução do eixo visual OU
distúrbio causador de
opacidade nos meios oculares
que deveriam ser transparentes
■ Catarata/glaucoma congênito
■ Opacidade de córnea
congênita

■ Tumor ou inflamação
intraocular importante
■ Retinoblastoma
■ Hemorragia intravítrea

47
Teste do reflexo vermelho normal e alterações

Fonte: https://portaldavisaocuritiba.com.br/teste-olhinho/

✔Conduta :

1. Encaminhamento para oftalmologista

48
Teste da Orelhinha
(Triagem Auditiva Neonatal Universal)

➜ Avalia perda auditiva (1-6:1.000 nascidos vivos)


🔹 50% são idiopáticas

✔ Técnica 😷:

Para todos:
🔹 Emissões otoacústicas evocadas (EOAE)
➜ Antes da alta hospitalar (máximo 1 mês)
■ Registro da energia sonora gerada pelas
células da cóclea (em resposta a sons
emitidos no conduto auditivo externo)
➜ Avalia apenas o conduto auditivo
pré-neural
*Vérnix pode gerar falso-positivo

Se fatores de risco para perda auditiva:


🔹 Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico
(PEATE)
■ Registro de ondas eletrofisiológicas geradas
em resposta a som, captadas por eletrodos
➜ Avalia integridade neural (vias
auditivas até tronco encefálico)
Indicações (fatores de risco para perda auditiva):
➜ Risco de perda retrococlear (não avaliada
pelo EOAE)
■ História familiar de surdez congênita
■ Anomalias craniofaciais

49
■ Peso ao nascer <1500 g
■ Síndromes genéticas
■ Espinha bífida
■ Hiperbilirrubinemia importante
■ Convulsões, doença neurológica neonatal
■ Sepse neonatal, UTI >5 dias
■ Infecções congênitas
■ Anóxia perinatal grave
■ Drogas ototóxicas
*Se imaturidade do SNC, pode dar falso-positivo

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

Se sem fator de risco (EOAE)


🔹 Se falha ➡ repetir (prefencialmente antes da alta)
■ Se falha de novo ➡ PEATE

Com fator de risco (PEATE)


🔹 Se falha ➡ repetir em 1 mês
■ Se falha de novo ➡ avaliação clínica e
audiológica

50
Teste do Coraçãozinho

➜ Identificação de cardiopatias congênitas críticas


(dependem do canal arterial para sobreviver)
🔹 Normalmente ao nascimento, ocorreria:
↑PaO2 e ↓prostaglandinas → fechamento do
canal arterial (comunicação artéria pulmonar
e aorta)
■ Contração logo após nascer
■ Fechamento funcional em 4-7 dias (⚠
óbito se não diagnosticados!)
➜ Causas:
🔹 Fluxo pulmonar dependente do canal
■ Atresia pulmonar
🔹 Fluxo sistêmico dependente do canal
■ Síndrome da hipoplasia do coração
esquerdo
■ Coarctação de aorta crítica
🔹 Circulações em paralelos sem o canal
■ Transposição de grandes artérias

51
Circulação fetal

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/3834288/

52
Circulação neonatal

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/3834288/

✔ Técnica 😷:

➜ Realizar antes da alta (entre 24-48h de vida)


➜ Fazer se IG >35 semanas e assintomático
🔹 Oximetria de pulso
■ Em membro superior direito (pré-ductal)
🔹 Ramo da aorta pelo qual o sangue
passa antes do canal
■ e 1 membro inferior

53
🔹 Ramo da aorta pelo qual o sangue
passa após do canal

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Normal (negativo), se:


■ SatO2 ≥95% (em ambas as medidas)
■ E diferença entre membros ≤3%

🔹 Duvidoso, se:
■ 90-94%
■ OU diferença entre membros ≥4%
➜ Repetir em 1h (até 2x)
🔹 Se ainda alterado ➡ avaliação do
cardiologista + EcoTT

🔹 Positivo (alterado), se:


■ SatO2 ≤89% (em qualquer medida) ➡
avaliação de cardiologista urgente + EcoTT

54
Teste da Linguinha

➜ Identificação de anquiloglossia e necessidade de


frenotomia

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Protocolo de Bristol
Protocolo de Bristol para avaliação de anquiloglossia

Fonte: https://institutoery.com.br/anquiloglossia-protocolo-bristol/

✔Conduta :

55
2. Conforme fluxograma abaixo:

Fluxograma para manejo de paciente após teste da linguinha pelo


protocolo de Bristol

Fonte: https://institutoery.com.br/anquiloglossia-protocolo-bristol/

56
Teste do Pezinho
(Triagem Neonatal Biológica)

✔ Técnica 😷:

🔹 Punção lateral da região plantar do calcanhar


🔹 Idealmente entre o 3° e 5° dia de vida
■ Pelo menos 48h após início da amamentação
🔹 Fenilalanina aumenta apenas após
ingestão de proteínas (fenilcetonúeria
■ Máximo 28 dias

✔Doenças rastreadas🧭:

Atualmente fase IV
🔹 H ipotireoidismo congênito
🔹 H iperplasia adrenal congênita
🔹 H emoglobinopatias (Doença falciforme)
🔹 F enilcetonúria
🔹 F ibrose cística
🔹 De F iciência de biotinidase

*Está em processo a instalação do teste do pezinho


ampliado nos estados brasileiros

57
Fenilcetonúria

➜ Deficiência de fenilalanina-hidroxilase (erro inato


do metabolismo) → incapacidade de metabolizar a
fenilalanina (presente em todas as proteínas da
dieta)
➜ Autossômica recessiva

✔Rastreamento🧭:
🔹 Teste do pezinho ➡ dosagem de fenilalanina
sanguínea
■ Realizar com >48h (fenilalanina sanguínea
eleva apenas após ingestão de proteínas)

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Progressivos:
🔹 Atraso no DNPM
🔹 Vômitos
🔹 Odor de urina característico (urina de rato)
🔹 Convulsões

✔Classificação 🗃:

🔹 Clássica (<1% de atividade da enzima)


■ RN normal ao nascer
■ Sintomas progressivos
🔹 Leve (1-3% de atividade da enzima)
■ Assintomáticos

58
■ Lesão cerebral progressiva
🔹 Transitória/permanente (>3% de atividade da
enzima)
■ Geralmente assintomáticos (sem necessidade
de tratamento)

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Se triagem alterada ➡ confirmar!


■ Dosagem quantitativa de fenilalanina
sanguínea
■ +Genotipagem

✔Conduta :

1. Dieta pobre em fenilalanina


🔹 Hipoproteica
2. Suplementação com fórmula de aminoácidos
(isenta de fenilalanina)

59
Hipotireoidismo Congênito

➜ Doença mais comum rastreada pelo teste do


pezinho (1:1500-4.000 nascidos vivos)
➜ Deficiência na produção dos hormônios
tireoidianos
🔹 Primário (mais comum)
■ Disgenesia tireoidiana (85%)
■ Disormonogênese (15%)

✔Rastreamento🧭:
🔹 Teste do pezinho ➡ Dosagem de TSH
■ Se entre 10-20 mUI/L ➡ alterado

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco
🔹 Sexo feminino

Clínica
🔹 Lesão grave e irreversível de SNC
■ Retardo mental (a partir da 2a semana)

*Ao nascimento são assintomáticos (passagem


transplacentária de T4)

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Se triagem alterada (TSH ≥10mUI/L):


60
■ 10-20 mUI/L ➡ repetir
🔹 Dosagem TSH por punção do
calcanhar
➜ Se alterada novamente ➡ TSH e T4
livre venosos
■ >20 mUI/L ➡ TSH e T4 livre venosos
🔹 Até 2-6 semanas de vida!

✔Conduta :

⚠ Iniciar precocemente!

1. Levotiroxina
🔹 Idealmente até 14 dias de vida (lesões
irreversíveis)

61
Hemoglobinopatias

* 🚨 Ver tudo sobre doença falciforme no Manual


MEDSimple de Pediatria ou no Manual MEDSimple de
Hematologia

Órgãos da hematopoese - evolução

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/2892377/

Tipos de hemoglobina em diferentes fases

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/9541431/

✔Rastreamento🧭:

62
🔹 Teste do pezinho ➡ Eletroforese de hemoglobinas
(não necessário repetir)
■ >50% de HbS

Interpretação dos resultados:


🔹 Padrão FA ➡ sem doença
🔹 Padrão FAS (HbA + HbS) ➡ traço falciforme
■ Não tem doença (apenas carrega o gene em
heterozigose)
■ Fazer orientação genética

Doença falciforme (presença de pelo menos um alelo


codificador de hemoglobina S)::
🔹 Padrão FSC (HbS + HbC) ➡ doença SC
🔹 Padrão FSD (HbS + HbD) ➡ doença SD
🔹 Padrão FS :
■ Doença SS (HbS em homozigose) (anemia
falciforme)
■ S/β0 talassemia (HbS + perda completa da
globina β)
■ HbS associada a persistência hereditária da
Hb fetal (PHHF)
🔹 Padrão FSA ➡ S/β+ talassemia (HbS + perda parcial
da globina β)

63
Genótipos e concentração dos tipos de hemoglobinas nos diferentes
tipos de doença falciforme

Fonte:
https://multivix.edu.br/wp-content/uploads/2022/05/revista-ambiente-academico-v07-n02-artigo07.pdf

* 🚨 Ver tudo sobre doença falciforme no Manual


MEDSimple de Pediatria ou no Manual MEDSimple de
Hematologia

64
Fibrose Cística

* 🚨 Ver tudo sobre fibrose cística no Manual MEDSimple


de Pediatria ou no Manual MEDSimple de Pneumologia

✔Rastreamento🧭:
🔹 Teste do pezinho ➡ Dosagem do IRT (tripsinogênio
imunorreativo)
➜ Marcador direto de dano
pancreático

*⚠ Se íleo meconial, pode dar falso-negativo (fazer


teste de cloro no suor para descartar)

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


🔹 Íleo meconial (obstrução por mecônio espesso -
manifestação mais precoce)
■ Retardo na eliminação do mecônio
■ Distensão abdominal
■ Vômitos biliosos
➜ Tratamento com enema (se complicação =
cirurgia)
*⚠ Causa de falso-negativo no teste do pezinho
(realizar teste de cloro no suor em todas)

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Se alterado triagem alterada:


■ Repetir com 4 semanas de vida
65
■ Se 2° alterado ➡ teste de cloro no suor
(padrão-ouro)

* 🚨 Ver tudo sobre fibrose cística no Manual MEDSimple


de Pediatria ou no Manual MEDSimple de Pneumologia

66
Hiperplasia Adrenal Congênita

➜ Conjunto de síndromes com deficiência de síntese


dos hormônios adrenais
🔹 Mais comum ➡ deficiência de 21-hidroxilase
■ ↓Aldosterona e ↓Cortisol
■ Desvio das reações com
↑17-hidroxiprogesterona →
↑androstenediona → ↑andrógenos
➜ Herança autossômica recessiva

Importância da enzima 21-hidroxilase na produção dos esteroides


adrenais

Fonte: https://drasuzanavieira.med.br/2021/03/11/hiperplasia-adrenal-congenita-deficiencia-21-hidroxilase/

67
Enzimas da síntese de esteróides adrenais e diferentes clínicas da
hiperplasia adrenal congênita

Fonte:
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/5079/adrenal_%E2%80%93_d_lynn_loriaux.htm

✔Rastreamento🧭:
🔹 Teste do pezinho ➡ dosagem de
17-hidroxi-progesterona
■ Elevada pela deficiência de 21-hidroxilase
■ >2x o percentil de corte = altamente suspeito

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


🔹 Virilização (sexo feminino)
➜ ↑andrógenos
■ Aumento de grandes lábios e clitóris
🔹 Distúrbios hidroeletrolíticos

68
*No sexo masculino pode passar despercebido (importância
da triagem)

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Se alteração da triagem:
■ >2x o percentil de corte ➡ investigar
🔹 Dosagem sérica de hormônios:
■ 17-hidroxi-progesterona
■ Cortisol
■ Androstenediona
■ Testosterona
🔹 Sódio e potássio
■ Alterado, mas <2x o percentil ➡ repetir a
dosagem em papel filtro
🔹 Se atipia genital ➡ USG e cariótipo

✔Conduta :

1. Reposição hormonal

69
Deficiência de Biotinidase

➜ Depleçaõ de biotina endógena por incapacidade de


reutilizar a biotina circulante ou captar da dieta (erro
inato do metabolismo) → falha de enzimas
mitocondriais
➜ Autossômica recessiva

✔Rastreamento🧭:
🔹 Teste do pezinho ➡ análise da biotina

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Clínica
🔹 A partir da 7a semana de vida
🔹 Alterações neurológicas
■ Convulsões, hipotonia
■ Atraso no DNPM
🔹 Alterações cutâneas
■ Alopecia, dermatite eczematoide

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Dosagem sérica quantitativa de atividade da


biotinidase

✔Conduta :

1. Reposição de biotina

70
Desconforto Respiratório do
Recém-Nascido

➜ Causas:
🔹 Problemas na formação pulmonar antenatal
■ Malformação adenomatoide cística
■ Hipoplasia pulmonar
■ Hérnia diafragmática congênita
■ Derrame pleural congênito
■ Enfisema lobar congênito
🔹 Imaturidade pulmonar
■ Síndrome do desconforto respiratório do
RN
🔹 Intercorrências no nascimento
■ Taquipneia transitória do RN
■ Síndrome de aspiração meconial
■ Síndrome de hipertensão pulmonar
persistente neonatal
■ Síndrome de escape de ar
■ Pneumonia neonatal

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


🔹 Taquipneia (FR >60 mrpm)
■ Normal 30-60 mrpm (até 60 dias)
🔹 Trabalho respiratório
■ Batimento de asas nasais
■ Gemido expiratório

71
■ Head bobbing (movimento da cabeça a cada
respiração devido a uso de musculatura
acessória do pescoço)
■ Uso de musculatura acessória
🔹 Intercostais
🔹 Subcostais
🔹 Esternais (xifoideas)
🔹 Sinais de gravidade:
■ Estridor/gasping
■ Apneia
🔹 Pausa respiratória >20 segundos
🔹 OU entre 10-15 segundos
acompanhada de:
■ Bradicardia
■ Cianose
■ Queda da saturação
■ Esforço respiratório débil
■ Bradicardia
■ Hipotensão
■ Má perfusão periférica
■ Cianose
🔹 Periférica (acrocianose)
■ Palmoplantar
🔹 Central
■ Mucosa oral (hipoxemia grave)

72
Boletim de Silverman-Andersen para classificação do desconforto
respiratório no RN

Fonte da imagem:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_profissionais_v3.pdf

73
Síndrome do Desconforto Respiratório
(SDR / Doença da Membrana Hialina)

➜ Desconforto respiratório causado por imaturidade


pulmonar
🔹 Deficiência de surfactante (reduziria a tensão
superficial ao final da expiração) em
quantidade/qualidade adequada somente na
35a semana (e início de produção na 20a)
■ Prematuros ≤34 semanas ➡ Tendência
a colabamento dos alvéolos
🔹 ↓Complacência pulmonar
🔹 ↓Capacidade residual funcional
🔹 ↓Relação V/Q
■ Líquido pulmonar presente após o
nascimento também inativa o
surfactante

✔Profilaxia 🛡:
🔹 Corticoide antenatal
➜ Efeitos principalmente 24h após o início da
terapia (e duram por 7 dias)
■ Para todas as gestantes com risco de parto
prematuro entre 20-34 semanas
■ 2 doses de betametasona IM (24h de
intervalo entre as doses)
🔹 Ou 4 doses de dexametasona IM a
cada 12h
🔹 Reposição de surfactante (profilático)
74
■ Indicações = RN pré-termo extremo e/ou
peso <1000g

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco
🔹 Prematuros ≤34 semanas
🔹 Fatores que alteram produção de surfactante:
■ Asfixia perinatal
■ Hipoxemia
■ Hipotensão
■ Hipovolemia
Quadro clínico
🔹 Desconforto respiratório logo após o nascimento e
progressivo
■ Pico entre 48-72h
🔹 Após, tendência a melhora gradativa
(ou deterioração clínica)

*RPMO, RCUI e pré-eclâmpsia aumentam a produção de


surfactante pelo aumento da produção de cortisol

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Radiografia de tórax
■ Infiltrado reticulonodular difuso em “vidro
moído” (não é patognomônico, mas
extremamente sugestivo)
■ Broncogramas aéreos
■ ↑Líquido pulmonar

75
Fonte: http://learningradiology.com/notes/chestnotes/hyalinemembranepage.htm e
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5049675/mod_resource/content/1/Dificuldade%20Respirato%CC%8
1ria%20do%20RN_texto%20de%20apoio.pdf

✔Conduta :

1. Suporte
🔹 Correção de acidose
🔹 Manejo de hipotensão
🔹 Controle de hipotermia
🔹 Nutrição
2. Oxigenoterapia e suporte ventilatório
🔹 Mínima FiO2 para saturação 91-95%
3. Reposição precoce de surfactante
🔹 Protocolo INSURE (INtubar, SURfactante,
Extubar)
■ Mais invasivo
🔹 Protocolo LISA (Less Invasive Surfactant
Administration)

76
Pneumonia Neonatal

➜ Infecção pulmonar
🔹 Congênita
■ Passagem transplacentária de
microrganismos
■ Ou aspiração de líquido amniótico
infectado
🔹 Neonatal
■ Passagem pelo canal de parto
■ Ou pós-natal

✔Classificação 🗃:

🔹 Precoce ➡ primeiras 48-72h de vida


■ Predomínio de gram-negativas e
Streptococcus agalactiae (do grupo B - 💡 B
de Bebê)
🔹 Tardia ➡ infecção pós-natal (após a 1a semana)
■ Germes hospitalares

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco
🔹 Corioamnionite clínica
■ Febre materna ≥37,8°C
■ Saída de secreção purulenta pelo orifício
externo do colo do útero
■ FC materna ≥100 bpm
■ FC fetal ≥160 bpm

77
■ Leucocitose ≥15.000
■ Útero irritável/doloroso
■ Aumento de 20% da PCR
🔹 RPMO >18 horas
🔹 Trabalho de parto prematuro sem causa aparente
🔹 Colonização materna por estreptococo
beta-hemolítico do grupo B
Clínica
🔹 Clínica inespecífica

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Hemocultura positiva associada a:


■ Fatores de risco
■ Sinais sugestivos de sepse
■ Radiologia inalterada por >48h
■ Triagem laboratorial positiva para sepse

*Radiografia indistinguível de SDR

✔Conduta :

1. Suporte
🔹 Oxigênio
🔹 Suporte ventilatório
🔹 Nutrição
🔹 Controle da temperatura
2. Antibioticoterapia
➜ 7-10 dias
🔹 Cobertura de gram(+) e gram(-)
■ ex.: ampicilina + amicacina OU
ampicilina + gentamicina
78
Taquipneia Transitória do Recém-Nascido

➜ Retardo na absorção do líquido pulmonar após o


nascimento (no período intraútero é essencial para o
desenvolvimento do sistema respiratório)

*Se pré-termo = Síndrome do Pulmão Úmido (SPU)

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco
🔹 Cesárea eletiva
Clínica
🔹 Desconforto respiratório leve a moderado
■ Por vezes apenas taquipneia
🔹 Melhora rápida e espontânea (24-48h)
■ Resolução entre 3-5 dias de vida

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Radiografia de tórax
■ Congestão peri-hilar radiada e simétrica
■ Cisurite (espessamento de cissuras)

79
Taquipneia transitória do RN

Fonte: http://learningradiology.com/notes/chestnotes/ttnccorrect.html

✔Conduta :

1. Suporte
🔹 Ventilatório
🔹 Oxigenoterapia
🔹 Nutricional

*Resolução espontânea total em 3-5 dias (melhora em


24-48h)

80
Síndrome de Aspiração Meconial

➜ Aspiração do mecônio normalmente por liberação


intraútero gerando obstrução de vias aéreas e
pneumonite (inflamação)
🔹 Completa ➡ Atelectasia
🔹 Parcial ➡ Hiperinsuflação (aprisionamento
aéreo por mecanismo de válvula)
🔹 Risco de infecção
🔹 Inativação de surfactante (maior chance de
colabamento do alvéolo)

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco
🔹 Sofrimento fetal (liberação do esfíncter e gasping)
■ Em bebê com ≥34 semanas (localização no
cólon descendente a partir daí)
🔹 Apesar de já presente a partir da 16a
semana de gestação
🔹 Líquido amniótico meconial
Clínica
🔹 Desconforto respiratório precoce e progressivo
■ Resolução em 5-7 dias (reabsorção do
mecônio)

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Radiografia de tórax
■ Atelectasia (obstrução completa)

81
■ Hiperinsuflação (obstrução parcial)
🔹 Retificação dos arcos costais
■ Opacidade de padrão nodular grosseiro

Síndrome de aspiração meconial na radiografia

Fonte:
https://www.researchgate.net/figure/Chest-x-ray-of-meconium-aspiration-syndrome-showing-bilateral-diffuse-patchy-opacities_fi
g1_24312142

✔Conduta :

1. Suporte
🔹 Oxigenoterapia
🔹 Ventilatório
*Em alguns serviços, uso de surfactante exógeno
(controverso)
2. Antibioticoterapia
➜ Mecônio pode ser meio de cultura para
gram-negativos (e pode ser uma pneumonia -
não é possível distinguir)

82
Sepse Neonatal

➜ Infecção sistêmica do RN
🔹 Importante morbimortalidade

✔Classificação 🗃:

🔹 Precoce ➡ Até 7 dias de vida


(especialmente 48-72h)
🔹 Tardia ➡ >7 dias de vida

Sepse Neonatal Precoce

➜ Infecção sistêmica do RN na primeira semana (até 7


dias) de vida
🔹 Normalmente nas primeiras 48h
➜ Adquirida intraútero ou durante o parto após a
ruptura das membranas ovulares
➜ Principais agentes:
🔹 S. agalactiae (💡 Streptococcus do grupo B -
de “Bebê”)
🔹 Escherichia coli
🔹 Listeria monocytogenes

✔Prevenção 🛡:

83
🔹 Profilaxia para Streptococcus agalactiae (se
indicado)
Indicações:
■ Swab positivo
■ Filho anterior com sepse neonatal
■ Urocultura positiva para SGB
■ Prematuridade <37 semanas
■ Se não realizou swab:
🔹 Bolsa rota >18h
🔹 Febre intraparto >38°C

Indicações para profilaxia para estreptococos do grupo B

Independentemente do Se não fez swab (ou <35


Swab:
swab: semanas):

Filho anterior com sepse


Bolsa rota prolongada >18h
neonatal

Positivo Prematuridade <37 semanas


Urocultura positiva
para SGB
Febre intraparto >38°C

Esquemas considerados profilaxia adequada:


➜ Pelo menos 4 horas antes do parto
■ Penicilina G Cristalina
🔹 5 milhões UI EV (ataque)
🔹 Após, 2,5 a 3 milhões UI EV, 4/4
horas, até o parto
■ OU ampicilina
🔹 2 g EV de ataque

84
🔹 Seguida de 1 g EV a cada 4 horas até o
parto
Se alergia a penicilina:
■ Cefazolina
🔹 2 g, EV, dose de ataque
🔹 A seguir = 1 g, EV, 8/8 horas até o
parto
*Outra opção (casos específicos) = clindamicina 900
mg 8/8h EV (mas pode ter resistência = profilaxia
inadequada)
*⚠ Se cesariana eletiva com membranas ovulares
íntegras e fora de TP = não fazer mesmo que swab(+)

Algoritmo para escolha do esquema de profilaxia para SGB intraparto

Fonte: http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2011/v39n6/a2684.pdf

*⚠ todos os bebês em que mãe tinha indicação de


profilaxia devem ser observados por 48h (e se profilaxia
85
inadequada E, também, <37 semanas OU ≥18h de volsa rota
= colher exames)

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco
🔹 Maternos
■ Ruptura prematura das membranas ovulares
(RPMO) >18h
■ Febre materna (>37,5°C)
■ ITU
■ Colonização por S. agalactiae
■ Infecções genitais (leucorreia, herpes)
■ Corioamnionite
🔹 Neonatais
■ Sexo masculino
■ Primeiro gemelar
■ Taquicardia (>180 bpm)
■ Prematuridade
■ APGAR <7 (5° minuto)
Clínica:
➜ Inespecíficos
🔹 Hipotermia (<36,5°C), Hipertermia (>37,5°C)
instabilidade térmica
🔹 Palidez cutânea, petéquias, púrpuras
🔹 Impressão geral comprometida
🔹 Alterações neurológicas
■ Letargia
■ Hipotonia
■ Irritabilidade
■ Convulsões
🔹 Gastrointestinais
86
■ Recusa alimentar
■ Náuseas, vômitos
■ Distensão abdominal
🔹 Sintomas respiratórios
■ Apneia
■ Taquipneia
■ Cianose
■ Batimento de asas nasais, retrações torácicas

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:


Se corioamnionite materna, IG<37 semanas ou bolsa rota
≥18h (e também se sinais de sepse) ➡ triagem limitada:
🔹 Hemograma completo
■ Sugere, mas não confirma
■ Leucócitos
🔹 Leucocitose >25.000/mm3
🔹 Leucopenia <5.000/mm3
■ Neutropenia <1.500/mm3
■ Relação I/T (leucócitos imaturos/totais) ≥0,2
■ Trombocitopenia <100.000/mm3
🔹 Hemocultura (padrão-ouro)
➜ Sensibilidade = 80%
🔹 Colher em veia periférica (veia umbilical tem
alta contaminação)
Dependendo do protocolo adicionar:
🔹 PCR
➜ Baixa sensibilidade (e VPN)
■ Uso seriado para avaliar evolução
*Pode estar aumentada por conta do trabalho
de parto (falso-positivo)
🔹 Procalcitonina
87
■ Mais sensível (elevação após 6h de
invasão bacteriana)
■ Meia-vida = 24h

Se sinais de sepse (em qualquer RN) ➡ triagem completa


ou seja, acrescentar:
🔹 Radiografia de tórax
🔹 Líquor
■ Se em condições de realizar e com indicação
com tratamento com antibiótico

Outros:
🔹 Urocultura (casos específicos)
■ Se sintomático e diagnóstico pré-natal de
malformação do trato urinário
🔹 Cultura de aspirado traqueal (casos específicos)
■ Intubados, colher nas primeiras 8h de vida
(diagnóstico de pneumonia congênita)

✔Conduta :

Se sinais de sepse neonatal:


1. Monitorização
🔹 Temperatura corporal
🔹 Glicemia
2. Suporte
🔹 Nutricional
🔹 Ventilatório
3. Antibioticoterapia empírica (⚠ na suspeita,
precoce!)
➜ Cobertura para S. agalactiae e
Gram-negativos entéricos

88
🔹 Penicilina cristalina + amicacina
🔹 OU Ampicilina + gentamicina

89
Sepse Neonatal Tardia

➜ Infecção sistêmica do RN após primeira semana (>


7 dias) de vida
➜ Relacionada com infecção hospitalar ou adquirida
na comunidade
➜ Principais agentes:
🔹 S. aureus
🔹 Enterococo
🔹 Fungos

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco
🔹 Prematuridade, baixo peso
🔹 Uso de antibióticos de amplo espectro
🔹 Nutrição parenteral ou ventilação prolongada

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Hemograma completo
■ Sugere, mas não confirma
■ Leucócitos
🔹 Leucocitose >25.000/mm3
🔹 Leucopenia <5.000/mm3
■ Neutropenia <1.500/mm3
■ Relação I/T (leucócitos imaturos/totais) ≥0,2
■ Trombocitopenia <100.000/mm3
🔹 Culturas
■ Hemocultura (padrão-ouro)

90
➜ Sensibilidade = 80%
🔹 Colher em veia periférica (veia
umbilical tem alta
contaminação)
■ Líquor
➜ Risco maior de meningite que na
precoce (30%)
■ Cultura de todos os dispositivos
🔹 Cultura de aspirado traqueal (casos
específicos)
■ Intubados, colher nas primeiras
8h de vida (diagnóstico de
pneumonia congênita)
🔹 Cateter central
🔹 Cânula orotraqueal
🔹 Etc.
Dependendo do protocolo adicionar:
🔹 PCR
➜ Baixa sensibilidade (e VPN)
■ Uso seriado para avaliar evolução
🔹 Procalcitonina
■ Mais sensível (elevação após 6h de invasão
bacteriana)
■ Meia-vida = 24h

Outros
🔹 Urocultura (casos específicos)
■ Se sintomático e diagnóstico pré-natal de
malformação do trato urinário

✔Conduta :

91
1. Antibioticoterapia
🔹 Cobrir bactérias hospitalares
■ MRSA (vancomicina)
■ Gram(+) e gram(-) (cefalosporina de
amplo espectro)
🔹 Cefepima
🔹 Cefotaxima
*Se meningite tratar por pelo menos 14 dias (gram+)
ou 21 dias (gram-)
*Se fungo, acrescentar anfotericina B

92
Icterícia Neonatal

➜ 60% dos RN à termo e 80% dos prematuros tardios


🔹 Na 1a semana de vida
➜ Coloração amarelada da pele e mucosas devido a
aumento de bilirrubina sérica no período neonatal
🔹 Metabolismo das hemácias —- [sistema
reticuloendotelial (macrófagos)]→ Bilirrubina
(indireta) —--[fígado - enzima
urogluconil-transferase (UGT)]----→
bilirrubina conjugada (direta)
■ Ação bacteriana no intestino →
urobilinogênio → Excretada nas fezes
(estercobilina) e urina (urobilina)
➜ Maior risco de acúmulo de bilirrubina no RN devido
a:
🔹 Maior ↑produção de bilirrubina
■ ↑volume eritrocitário
■ ↓meia-vida da hemácia fetal (70-90 dias
no a termo)
Além de:
■ Doenças hemolíticas por
incompatibilidade ABO e Rh
🔹 Menor ↓capacidade de clearance hepático e
entérica
■ ↓captação da bilirrubina pelo hepatócito
(fígado imaturo)
■ ↑betaglucuronidase intestinal
➜ Reconverte a BD em BI =
↑circulação enterohepática

93
↓flora intestinal (para transformar BD

em urobilinogênio)
➜ Se acúmulo excessivo = Risco de deposição no SNC
(Kernicterus)

Metabolismo da bilirrubina - esquema simplificado

Fonte: https://rmmg.org/artigo/detalhes/104

Metabolismo da bilirrubina

Fonte: https://eclinpath.com/chemistry/liver/cholestasis/bilirubin/bilirubin-metabolism-2/

94
✔Classificação 🗃:

🔹 Zonas de Kramer
➜ Correlação com níveis de bilirrubina
■ Zona 1 ➡ Cabeça e pescoço
■ Zona 2 ➡ Até umbigo
■ Zona 3 ➡ Até joelhos
■ Zona 4 ➡ Até tornozelos e/ou antebraço
■ Zona 5 ➡ Até palma/planta

Zonas de Kramer e valores de bilirrubina aproximados

Fonte: https://www.medicaltalk.net/t/kramer-s-zones-for-neonatal-jaundice/56049

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

Se precoce (<24h de vida)


🔹 Risco de doença hemolítica
🔹 Investigação completa:
■ Tipagem sanguínea mãe e RN
■ Hemograma completo
🔹 +Esfregaço sanguíneo
95
🔹 +Reticulócitos
■ BT e frações (BD e BI)
■ Coombs direto e indireto
■ Teste de eluato
■ Albumina
■ TSH e T4 livre
■ Dosagem de G6PD

🔹 Fatores para suspeita de icterícia não fisiológica


■ <24h de vida (alguns consideram 24-36h)
■ Elevação em velocidade >5 mg/dL/dia
■ >12 mg/dL (termo) ou >15 mg/dL
(prematuros)
■ Persistência por mais de 10-14 dias
■ Hiperrubinemia direta
🔹 BD >1 mg/dL (se BT <5 mg/dL)
🔹 OU BD >20% da BT (se BT >5 mg/dL)
■ Clínica
🔹 Hepatomegalia, esplenomegalia
🔹 Vômitos
🔹 Letargia, recusa alimentar
🔹 Bradicardia, apneia
🔹 Acolia, colúria

🔹 Avaliar risco de icterícia significante (>17 = risco de


Kernicterus)
■ Precoce (<24h de vida)
■ Incompatibilidade materno-fetal
🔹 Rh materno (-) e fetal (+)
🔹 OU mãe tipo O e feto tipo A, B ou AB
■ IG ≤36 semanas
■ AME com dificuldade, perda de peso >7%

96
■ Cefalo-hematoma, equimoses, asfiixia
perinatal
■ Sepse, acidose, albumina <3 g/dL
■ Deficiência de G6PD
■ Mãe DMG
■ Descendência asiática
■ História de irmão anterior com icterícia
neonatal e necessidade de fototerapia
■ Zona de alto risco ou intermediário alto no
nomograma de Bhutani antes da alta

🔹 Nomograma de Bhutani
■ Acima da linha = indicação de fototerapia
🔹 Descartar icterícia não fisiológica (ver no capítulo de
icterícia neonatal)

Gráfico para RN SEM fator de risco

Fonte: https://journalfeed.org/article-a-day/2022/raising-the-bar-on-neonatal-hyperbilirubinemia-care/

Gráfico para RN COM fator de risco

97
Fonte:
https://www.nationwidechildrens.org/for-medical-professionals/tools-for-your-practice/clinical-tools/hyperb
ilirubinemia

✔Conduta :

1. Fototerapia (se indicado)


🔹 Luz azul ➡ transforma bilirrubina indireta em
isômeros capazes de ser excretados
■ BIlirrubina -4z 15E
■ Lumirrubina
🔹 ⚠ Atenção:
■ Proteção ocular
■ Cuidar com risco de hipotermia (bebê
apenas de fralda)
■ Oferta hídrica (aumento de perdas
insensíveis pela pele
■ Pode haver icterícia rebote (12-24h
após suspensão - reavaliar bilirrubina)

98
Icterícia Fisiológica

➜ Causas:
🔹 Maior ↑produção de bilirrubina
■ ↑volume eritrocitário
■ ↓meia-vida da hemácia fetal (70-90 dias
no a termo)
Além de:
■ Doenças hemolíticas por
incompatibilidade ABO e Rh
🔹 Menor ↓capacidade de clearance hepático e
entérica
■ ↓captação da bilirrubina pelo hepatócito
(fígado imaturo)
■ ↑betaglucuronidase intestinal
➜ Reconverte a BD em BI =
↑circulação enterohepática
■ ↓flora intestinal (para transformar BD
em urobilinogênio)

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


🔹 Após 24h de vida
■ No a termo ➡ surge cerca de 2-3 dias de vida
🔹 Pico com 3-4 dias (máx 12 mg/dL)
■ Pré-termo ➡ surge cerca de 3-4 dias de vida
🔹 Pico com 4-7 dias (máx 15 mg/dL)

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

99
🔹 Zonas 1-2 de Kramer ➡ observar
>Zona 2:
🔹 Nomograma de Bhutani
■ Acima da linha = indicação de fototerapia
🔹 Descartar icterícia não fisiológica (ver no capítulo de
icterícia neonatal)

Gráfico para RN SEM fator de risco

Fonte: https://journalfeed.org/article-a-day/2022/raising-the-bar-on-neonatal-hyperbilirubinemia-care/

Gráfico para RN COM fator de risco

Fonte:
https://www.nationwidechildrens.org/for-medical-professionals/tools-for-your-practice/clinical-tools/hyperb
ilirubinemia

100
✔Conduta :

2. Fototerapia (se indicado)


3. Acompanhamento e tranquilizar
🔹 A termo ➡ normaliza em até 7 dias
🔹 Pré-termo ➡ normaliza em até 10-14 dias

101
Icterícia Não-Fisiológica

Incompatibilidade Rh

➜ Mãe não possui antígeno D e bebê possui


🔹 Se entrar em contato com sangue do RN
produz anticorpos IgM contra
■ Se novo filho com antígeno D (a partir
da 2a gestação) ➡ produção de
anticorpos IgG (passam a barreira
placentária) ➡ hemólise no RN
🔹 Destruição de hemácias ligadas
a anticorpos no baço do
feto/RN (já inicia intraútero)

✔Prevenção 🛡:

🔹 Imunoglobulina anti-D
➜ Nas primeiras 72h do contato
Indicação:
■ Em mães Rh(-) com Coombs indireto (+)
(produção de anticorpos -
sensibilizada)/Bebê Rh(+) (se realizados os
exames) em:
🔹 28a - 34a semana (se pai Rh+)
🔹 Pós-parto
🔹 Pós abortamento, gravidez ectópica
ou mola, sangramento gestacional
🔹 Pós procedimentos
■ Amniocentese

102
■ Cordocentese
■ Biópsia de vilo coriônica

Teste de Coombs Indireto

Fonte: https://www.biomedicinapadrao.com.br/2011/02/teste-de-coombs-indireto.html

Teste de Coombs direto

Fonte: https://wss0271.files.wordpress.com/2011/08/coombs-dir.jpg

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


🔹 Mãe Rh (-) e RN Rh (+)
■ Segundo filho (mãe já sensibilizada)
🔹 Icterícia precoce (<24h de vida)
🔹 Sem profilaxia prévia realizada
103
Incompatibilidade ABO

➜ Causa mais comum de doença hemolítica no RN


(20-25%)
➜ Reação mais leve que na incompatibilidade RRh

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


🔹 Mãe tipo O e RN tipo A , B ou AB
■ Naturalmente mãe possui anticorpos anti-A e
Anti-B (mesmo que nunca tenha sido
exposta) tipo IgG

*Coombs pode ser negativo e podem ser achados


esferócitos em sangue periférico

104
Icterícia pelo Aleitamento Materno

➜ Pouco ingesta leva a aumento da circulação


entero-hepática (betaglucuronidase intestinal
reconverte a BD em BI)

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


🔹 Perda de peso acima do esperado (>7%)
🔹 Sinais de má pega ou amamentação
inadequada/pouca oferta
🔹 Sinais de desidratação
🔹 Hipernatremia

✔Conduta :

1. Monitorar peso
2. Avaliar necessidade de fototerapia (colocar no
gráfico)
3. Melhorar técnica e frequência de amamentação
🔹 Corrigir pega
🔹 Estimulação do RN
🔹 Adequar tempo das mamadas
🔹 Ver no capítulo sobre aleitamento materno

105
Icterícia pelo Leite Materno

➜ Leita materno reduz a atividade da UGT → redução


da ↓conjugação hepática

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


🔹 Icterícia por >7 dias
Pode chegar a concentrações de bilirrubina

10-30 mg/dL entre 2-3 semanas
🔹 Bom ganho ponderoestatural

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Interrupção temporária da amamentação (para


diagnóstico)
■ Se queda da bilirrubina nesse momento,
corrobora

✔Conduta :

4. Monitorização
🔹 Pode persistir até 10-12 semanas
5. Avaliar indicação de fototerapia (colocar no gráfico)

106
Atresia das Vias Biliares

➜ Fibrose idiopática da árvore biliar → obstrução →


acúmulo de bile → lesão hepática
🔹 A fibrose atinge principalmente as vias
extra-hepáticas

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


🔹 Icterícia após 2-3 semanas de vida
🔹 Hepatomegalia
🔹 Colúria
🔹 Acolia

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Predomínio de bilirrubina direta


🔹 Perfil hepático
🔹 USG de abdome
■ Sinal do cordão triangular
🔹 Cintilografia hepatobiliar
🔹 Biópsia hepática
🔹 Colangiograma

✔Conduta :

1. Cirurgia de Kasai (de urgência)


➜ No máximo até 8 semanas
🔹 Não curativo

107
■ Restabelece o trânsito biliar, mas
fibrose continua
2. Transplante hepático (curativo)

108
Infecções Congênitas e Perinatais

➜ Infecções adquiridas no período intraútero (via


hematogênica transplacentária) devido a infecção
materna
🔹 1° trimestre ➡ raras, mas mais graves
■ Fase de formação de órgãos
(embriogênese)
🔹 3° trimestre ➡ mais comum e
menos grave (órgãos já
formados)
■ Assintomáticas
■ Sequelas tardias
➜ Principais infecções congênitas:
🔹 T oxoplasmose
🔹 O utros (ex.: varicela)
🔹 R ubéola
🔹 C MV
🔹 H erpes, H IV, H epatites,
🔹 S ífilis
🔹 Z ika

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


🔹 Restrição de crescimento intrauterino (RCIU)
🔹 Sistema nervoso
■ Microcefalia

109
■ Hidrocefalia
■ Calcificações intracranianas
🔹 Oculares
■ Coriorretinite
■ Catarata
■ Glaucoma
🔹 Hepatoesplenomegalia
🔹 Lesões ósseas
🔹 Cardiovasculares
■ Miocardite
■ Outras cardiopatias
🔹 Alterações de pele
■ Exantema
■ Petéquias
■ Púrpuras
🔹 Hematológicas
■ Anemia
■ Plaquetopenia
■ Hiperbilirrubinemia direta

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Laboratório
■ Hemograma completo
■ Função hepática
🔹 Transaminases
🔹 Bilirrubina total e frações
🔹 Albumina
🔹 Coagulograma
🔹 Investigação de sistemas acometidos:
■ Líquor
■ USG transfontanela e/ou TC de crânio

110
■ Potencial evocado auditivo do tronco
encefálico (PEATE)
■ Radiografia de ossos longos
■ Fundo de olho
🔹 Sorologias IgM e IgG
■ Materna
■ Neonatal
🔹 Pesquisa do patógeno
■ Pesquisa viral em secreções (nasofaringe,
urina)
■ PCR

111
Sífilis Congênita

➜ Infecção fetal pela bactéria espiroqueta Treponema


pallidum
➜ Transmissão placentária
🔹 Principalmente se sífilis materna
primária ou secundária
(70-100% de risco)
■ Se tratamento adequado,
risco cai para 1-2%
➜ Morte ou prematuridade frequente
(18-40%)

✔Triagem pré-natal 🧭:

➜ 1° e 3° trimestre + parto
🔹 Testes imunológicos:
■ VDRL (não treponêmico)
🔹 1° e 3° trimestre
■ FTA-ABS (treponêmico) (não espera ele para
tratar)
■ Teste rápido (treponêmico)
🔹 1a consulta pré-natal e admissão na
maternidade para o parto
➜ Fica pronto em 30 minutos

Opções para diagnóstico:


🔹 VDRL (+) → Confirmar com FTA-Abs (+)
🔹 FTA-Abs (+) → Confirmar com VDRL (+)

112
➜ Se negativo, confirmar com outro tipo de
treponêmico (+)
🔹 Teste rápido (+) → Confirmar com VDRL (+)
➜ Se negativo, confirmar com outro tipo de
treponêmico (+)
■ Em gestantes pode tratar mesmo sem
confirmação com VDRL
*Sensibilidade 94,5% / Especificidade 93%

*Se a primeira do fluxo for negativa já considera amostra


não reagente para sífilis.

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco
🔹 Infecção materna
Clínica (60-90% oligo ou assintomáticas)
🔹 Abortamento, natimortalidade, morte do RN
🔹 Manifestações
■ Precoces (primeiros 2 anos)
🔹 Prematuridade, baixo peso ao nascer
🔹 Rinite serossanguinolenta
🔹 Alterações ósseas
■ Periostite (pseudoparalisia de
Parrot)
🔹 RN fica imóvel devido à
dor à movimentação
(ativa e passiva)
■ Osteocondrite metafisária
🔹 Condilomas planos anogenitais
🔹 Pênfigo palmoplantar

113
🔹 Hepatoesplenomegalia, icterícia,
colestase
🔹 Síndrome nefrótica
■ Tardias (muitos são sequelas)
🔹 Déficit cognitivo moderado a grave
🔹 Surdez neurossensorial
🔹 Coriorretinite em sal e pimenta
🔹 Nariz em sela, fronte olímpica,
🔹 Tíbia em lâmina de sabre
🔹 Fissuras radiadas periorificiais
🔹 Tríade de Hutchinson
■ Dentes de Hutchinson
■ Ceratite intersticial
■ Lesão do VIII par
(vestibulococlear)

✔Classificação 🗃:
1. Mãe adequadamente tratada:
■ Início até 30 dias antes do parto e finalizado
antes do parto
■ Com penicilina e em dose e intervalos
adequados de acordo com o estágio clínico
🔹 Penicilina G benzatina 2,4 milhões UI,
IM (1,2 milhão em cada nádega)
🔹 Formas mais precoces ➡ dose
única
🔹 Latente tardia ➡ 1x/semana
por 3 semanas
🔹 Se neurossífilis ➡ Penicilina cristalina
18-24 milhões UI/dia (3-4 milhões a
cada 4h ou infusão contínua) 14 dias
114
■ Considerando risco de reinfecção (ex.:
parcerias sexuais não tratadas)
2. Se não ➡ mãe inadequadamente tratada

*💡 Veja mais detalhes no Manual MEDSimple de


Obstetrícia

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

Se mãe inadequadamente tratada ➡ sífilis congênita


(pedir todos os exames):
🔹 Laboratório
■ Hemograma completo
■ Função hepática
🔹 Radiografia de ossos longos
🔹 Líquor
■ Sugestivo se:
🔹 >25 céls/mm3
🔹 Proteína >150 mg/dL
🔹 VDRL do líquor positivo
🔹 VDRL em sangue e líquor
■ Positivo se >2 diluições acima do materno
*Teste treponêmico positivo indicaria apenas
passagem de anticorpos maternos

*Para sintomático também pedir todos

**Se assintomático + mãe tratada adequadamente = pedir


apenas VDRL → se positivo = demais exames e, se
negativos, apenas seguimento clínico)

✔Conduta :
115
Se mãe não adequadamente tratada (=considerar todos
como sífilis congênita):
1. Tratamento com penicilina
■ Se qualquer exame ou clínica alterada ➡
tratamento de 10 dias
🔹 Líquor normal ➡ penicilina procaína
ou cristalina
🔹 Líquor alterado ➡ penicilina cristalina
■ Tudo normal (exames normais e
assintomático) ➡ penicilina benzatina dose
única

Para todos:
2. Seguimento clínico
Exames:
■ VDRL com 1, 3, 6, 12 e 18 meses
🔹 Se era positivo, normalmente reduzido
com 3 meses e negativo com 6 meses
■ Se neurossífilis:
🔹 Líquor a cada 6 meses (até
normalização dos parâmetros)
🔹 Seguimento neurológico,
oftalmológico e audiológico semestral
por 2 anos
Avaliar resposta:
■ Sucesso terapêutico se:
🔹 ↓queda de 2 diluições
🔹 2 exames consecutivos NR
➜ Alta do ambulatório
■ Investigar novamente, se:
🔹 ↑2 diluições VDRL
116
🔹 Não negativação em até 6 meses

Fluxograma com conduta para RN exposto à sífilis

Fonte: http://scielo.iec.gov.br/img/revistas/ess/v30nesp1//2237-9622-ess-30-esp1-e2020597-gf1.png

117
Toxoplasmose congênita

➜ Causada pelo Toxoplasma gondii


➜ Infecção aguda, reativação ou reinfecção de
infecção durante a gestação

✔Triagem pré-natal 🧭:

🔹 1° e 3° trimestre
■ IgM (-) e IgG (-) ➡ susceptível
➜ Repetir a cada 1-2 meses
■ IgM(+) e IgG(-) → repetir
IgA/IgM 3 semanas depois ➡
positivo confirma infecção
aguda (gestacional)
■ IgM(+) e IgG(+)
Avaliar se infecção aguda
(gestacional) ou crônica (anterior à
gestação):
🔹 se >16 semanas de gestação ➡
infecção gestacional (fazer profilaxia)
🔹 se <16 semanas de gestação (pode ter
pegado antes de engravidar) ➡ Teste
de avidez de IgG (e iniciar
espiramicina)
■ B aixa (<30%) ➡ B em recente

118
➜ Ainda não “deu tempo”
de o IgG desenvolver
maior avidez
■ Intermediário (30-60%) ➡
profilaxia também
(inconclusivo)
■ A lta (>60%) ➡ A ntiga (>16
semanas)

**Se IgM(-) e IgG(+) ➡ infecção prévia (imunizada -


não susceptível)

✔Prevenção 🛡:
Orientar gestante suscetível:
🔹 Higiene adequada das mãos principalmente ao:
■ Manipular alimentos (especialmente carnes e
vegetais)
■ Lidar com terra
■ Antes de comer
🔹 Higiene dos alimentos (frutas e verduras)
🔹 Não ingerir carne malpassada
🔹 Evitar mexer em terra/areia/jardim, contato com
fezes de gato e acesso de insetos à cozinha

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco para a gestante
🔹 Ingestão de carne mal cozida
➜ Cistos teciduais
🔹 Más condições de higiene
119
➜ Oocistos em mãos, alimentos e água
contaminados
Clínica
🔹 Achados sugestivos de infecções congênitas (ver no
capítulo Infecções Congênitas)

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

Diagnóstico intraútero (idealmente):


🔹 USG morfológico
■ Coriorretinite
■ Calcificações intracranianas, hidrocefalia,
dilatações ventriculares, microcefalia
■ Hepatoesplenomegalia, ascite
■ RCIU
■ Placentomegalia
■ Etc. (ver no capítulo Infecções Congênitas)

Se triagem positiva (infecção gestacional confirmada)


🔹 Amniocentese + PCR do líquido amniótico 17-32
semanas (padrão-ouro)
🔹 (-) ➡ USG morfológico mensal/quinzenal
🔹 (+) ➡ Infecção fetal (prescrever medicação
materna para tratar feto)
*Cordocentese com teste IgM mais risco e menos
sensibilidade

Diagnóstico no RN:
🔹 Exame clínico completo (incluindo neurológico)
🔹 Exames complementares::
■ Hemograma
■ Função hepática
120
■Oftalmológico com fundoscopia
(coriorretinite)
■ TC de crânio ou USG transfontanela
(calcificações cerebrais difusas)
■ Laboratório (hematológico e função hepática)
Principais achados:
■ Tríade de Sabin
🔹 Hidrocefalia
🔹 Calcificações cerebrais difusas
🔹 Coriorretinite
🔹 Sorologia do RN
Infecção congênita se:
■ IgM (+)
🔹 Não atravessa a placenta
■ Após o parto: IgG neonatal ≥4x o materno
*Se (+), mas com títulos semelhantes ou
menores ➡ é o materno que atravessou a
placenta
■ Primeiro ano: persistência/aumento do IgG
➡ infecção congênita
🔹 Se fosse só materno espera-se
negativação do IgG

*Se IgG(+) e IgM(-) ➡ acompanhamento mensal até queda


progressiva com resultado negativo em 2 amostras (com
intervalo de 1 mês)

✔Conduta :

Durante a gestação:

1. Tratar a gestante infectada

121
➜ Evitar transmissão para o feto
🔹 Espiramicina 500 mg VO, 2 comprimidos
8/8h
■ Até o fim da gravidez
2. Tratar a toxoplasmose fetal (se infecção fetal
confirmada ou alta suspeita)
➜ Medicações tomadas pela mãe para tratar o
feto
➜ ⚠ Somente após 18 semanas de gestação
(risco de teratogenicidade)
🔹 Esquema tríplice (tratar infecção fetal)
■ Sulfadiazina 500 mg (2 comprimidos
VO 8/8h)
■ Pirimetamina 25 mg (1 comprimido VO
12/12h)
🔹 Hemograma a a cada 2
semanas (mielotóxica)
■ Ácido folínico 15 mg
*fazer também se soroconversão >32 semanas
ou impossibilidade de pesquisar infecção fetal

Após o nascimento:

3. Avaliar indicação de tratamento


🔹 Se IgM (+)
🔹 OU IgG persistente ou >2 amostras em
elevação
🔹 OU IgG(+) e alteração clínica/exames
complementares
4. Tratar toxoplasmose neonatal (se confirmada
infecção congênita)

122
➜ Iniciar na 1a semana de vida e duração até 12
meses (1 ano)
🔹 Esquema tríplice
■ Sulfadiazina
🔹 100 mg/kg/dia VO 12/12h
■ Pirimetamina
🔹 2 mg/kg/dia VO 12/12h por 2
dias
🔹 Após, 1 mg/kg/dia 1x/dia
■ Ácido folínico
🔹 5-10 mg 3x/semana
🔹 Manter 1 semana após a
retirada da pirimetamina
5. Prednisona (se coriorretinite ou
hiperproteinorraquia >1.000)
➜ Por 4 semanas ou até remissão da inflamação

123
Citomegalovírus

➜ Infecção aguda, reativação ou reinfecção de


infecção durante a gestação
*Pode reativar mesmo sem imunossupressão
➜ Transmissão
🔹 Intraútero (congênita)
🔹 Perinatal
🔹 Intraparto
🔹 Pós-natal precoce (leite
materno/hemoderivados)

*Não triado de rotina no pré-natal do SUS (não há


tratamento para durante a gestação). Mas pode ser utilizada
sorologia com teste de avidez IgG (semelhante a
toxoplasmose)

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Clínica (90% assintomáticos)
🔹 Achados sugestivos de infecções congênitas (ver no
capítulo Infecções Congênitas), especialmente
■ RCUI
■ Petéquias
■ Hepatoesplenomegalia, colestase
■ Neurológicos
🔹 Microcefalia
🔹 Calcificações intracranianas
■ Surdez neurossensorial (💡 Cê Me Vê, mas
não me ouve) (principal sequela)

124
🔹 10-15% dos assintomáticos
desenvolvem (50% dos sintomáticos)

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Exames para investigação de infecções congênitas


(ver no capítulo Infecções Congênitas),
especialmente:
■ TC de crânio , USG transfontanela
🔹 Calcificações intracranianas
periventriculares (💡 CMV = Circunda
Meu Ventrículo)
*Na toxoplasmose eram difusas
■ Líquor
■ Potencial evocado do tronco encefálico
(PEATE)
🔹 Ao nascimento
🔹 3 meses
🔹 6 meses
🔹 Semestralmente até 3 anos
🔹 Audiometria após
🔹 Detecção do vírus
■ Isolamento viral em cultura de fibroblasto
(padrão-ouro, mas muito demorado)
■ PCR (urina, saliva)
➜ Detecção do DNA viral
🔹 Nas primeiras 3 semanas de vida ➡
Infecção congênita
🔹 Se após ➡ perinatal/pós-natal
precoce
🔹 Sorologia (baixa sensibilidade e especificidade)
■ 70% tem IgM falso-negativo

125
✔Conduta :

1. Ganciclovir ou Vanganciclovir (se indicado)


➜ Reduzir progressão neurológica e auditiva
(sequelas)
➜ 6 semanas (se congênita)
Indicação:
🔹 Infecção confirmada
🔹 + sintomática
🔹 + evidência de comprometimento do SNC,
auditiva ou oftalmológica
❌ Efeito adverso ➡ neutropenia (não usar sem
indicação precisa)

126
HIV

➜ Taxa de transmissão vertical de <2% se adequado


pré-natal, uso de TARV, via de parto e suspensão de
aleitamento.

✔Triagem pré-natal 🧭:
➜ 1° e 3° trimestre + admissão + parto

✔Profilaxia 🛡:
Gestação:
🔹 Se infecção da gestante:
■ Carga viral + genotipagem
■ Iniciar TARV (esquema preferencial inicial ➡
Tenofovir + lamivudina + dolutegravir)

No parto
🔹 Via de parto:
■ Carga viral com 34 semanas
🔹 <1.000 cópias/mL ou indetectável ➡
indicação obstétrica
🔹 >1.000 cópias/mL (ou desconhecida)
➡ parto cesáreo com 38 semanas
🔹 AZT profilático (se carga viral detectável ou
desconhecida)

127
➜ 3h antes da cesárea ou desde início do
trabalho de parto até clampeamento do
cordão umbilicar
■ Empelicado
■ Medidas de higiene rígidas
■ Clampeamento imediato do cordão
■ Banho imediato

*💡 Veja mais detalhes sobre a conduta para a gestante no


Manual MEDSimple de Obstetrícia

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?

🔹 Mãe infectada com carga viral positiva


■Transmissão:
🔹 Gestação
🔹 Parto (⅔)
🔹 Amamentação
🔹 Rotura de membranas prolongada

✔Classificação 🗃:

Risco de o RN exposto contrair HIV:


🔹 Alto risco
■ Sem pré-natal
■ Sem TARV (ou início após a 2a metade da
gestação)
■ Sem profilaxia no parto (se havia indicação)
■ Infecção aguda pelo HIV durante a gestação
ou aleitamento

128
■ CV-HIV detectável no 3º trimestre ou
desconhecida
■ Teste Rápido (TR) positivo para o HIV no
momento do parto (sem diagnóstico e/ou
seguimento prévio).
🔹 Baixo risco
■ Uso de TARV com boa adesão desde 1a
metade da gestação
■ + Carga Viral indetectável a partir da 3°
trimestre (a partir da 28ª semana)

✔Conduta :

Crianças exposta ao HIV:


1. Cuidados:
🔹 Precauções de contato para os profissionais
da saúde
🔹 Manuseio mínimo
🔹 Evitar aspiração de via aérea ou gástrica (se
necessário, fazer com cuidado)
■ Lavagem gástrica com soro fisiológico
se houver sangue na aspiração
gástrica
🔹 Clampeamento imediato do cordão
umbilical
🔹 Banho imediato em água corrente
■ Medicações injetáveis apenas após o
banho
🔹 Contato pele a pele precoce (fortalecer
vínculo)
2. Notificação compulsória de criança exposta ao HIV
3. Profilaxia antirretroviral

129
➜ Início nas primeiras 4h de vida (máximo 48h)
➜ 28 dias
🔹 Baixo risco ➡ Zidovudina (AZT)
🔹 Alto risco ➡ Zidovudina (AZT) + Lamivudina
(3TC) + Raltegravir (RAL)
🔹 Prematuro = AZT + 3TC por 28 dias +
nevirapina (NVP) por 14 dias
■ <34 semanas = só AZT 28 dias
Efeitos colaterais (AZT) ❌:
🔹 Anemia
🔹 Neutropenia
🔹 ↑Lactato
🔹 ↑Transaminases
Esquema profilático para RN exposto ao HIV

Fonte: http://azt.aids.gov.br/informes/222021_1.pdf

4. Carga viral
🔹 Ao nascimento
🔹 14 dias de vida
🔹 2 semanas após término da profilaxia (6
semanas de vida)
🔹 8 semanas após término da profilaxia (12
semanas de vida)

130
➜ Se qualquer uma positiva ➡ repetir
imediatamente ➡ se positiva confirma
diagnóstico!

*Se todas negativas, é provavelmente não infectado


➡ realizar sorologia com 12-18 meses de vida (antes
os anticorpos podem ser maternos)

5. Sulfametoxazol + trimetoprim (após suspensão da


profilaxia)
➜ Profilaxia de pneumocistose
🔹 A partir de 30 dias de vida até 2 CV negativas
(após suspensão da profilaxia)
6. Contraindicar amamentação
🔹 Cabergolina para a mãe (inibir lactação)
🔹 Fórmula infantil fornecida pelo SUS até 6
meses por lei
7. Seguimento
🔹 Mensal até 6 meses (bimensal até 1 ano)
8. Mudanças na vacinação
🔹 Trocar VOP por VIP (contactante de mãe
imunossuprimida)
🔹 Se HIV+ ➡ não realizar atenuadas (exceto em
surtos, considerar)

Se infectado:

131
Esquemas preferenciais de TARV para crianças com <2 anos vivendo
com HIV

Fonte: http://azt.aids.gov.br/informes/222021_1.pdf
Esquemas preferenciais de TARV para crianças com >2 anos vivendo
com HIV

Fonte: http://azt.aids.gov.br/informes/222021_1.pdf

132
Síndrome da Rubéola Congênita

➜ Só se desenvolve se a gestante for infectada no 1°


trimestre de gestação

✔Triagem pré-natal 🧭:

🔹 Apenas se:
■ Sinais clínicos
■ Gestante que entrou em contato com
paciente infectado

✔Prevenção 🛡:
🔹 Vacinação com a tríplice viral
🔹 Se suscetível
■ Evitar exposição a casos suspeitos
■ Se exposta ➡ imunoglobulina (sem
evidência de proteção fetal)

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


🔹 Mãe com rubéola
🔹 Achados sugestivos de infecções congênitas (ver no
capítulo Infecções Congênitas)
🔹 S urdez
🔹 R eflexo vermelho ausente (catarata)
🔹 C ardiopatia
■ Persistência de canal arterial
■ Estenose pulmonar

133
✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Exames para investigação de infecções congênitas


(ver no capítulo Infecções Congênitas)
🔹 Ecocardiograma
🔹 Sorologias - confirmam:
■ IgM (+) (não atravessa a placenta)
■ OU IgG superior aos títulos maternos
🔹 Pesquisa do vírus
■ PCR (detecção do RNA viral
■ Isolamento viral em secreções (urina, saliva)

✔Conduta :

1. Manejo das alterações (sem tratamento específico)


🔹 Seguimento:
■ Cardiológico
■ Neurológico
■ Oftalmológico
■ Audiológico
2. Precaução de contato (com outras gestantes)
🔹 Até os 2 anos de idade (excreção do vírus)

134
Herpes Simples

➜ Infecção neonatal incomum, mas alta


morbimortalidade
➜ Mãe com infecção por DNA vírus da família
Herpesviridae tipo 1 ou tipo 2 (HSV-1 ou HSV-2)
🔹 Infecção primária (30-50% de risco) ou
reativação/recorrência (<2% de risco de
transmissão neonatal)
➜ Transmissão
🔹 Intrauterina (congênita) (raro)
🔹 Perinatal (trato genital materno) (85% dos
casos)
■ Geralmente HSV-2 (lesões genitais
maternas)
🔹 Pós-natal (labial) (10%)

✔Prevenção 🛡:
🔹 Mães com herpes genital ativo:
■ Cesárea (ou parto normal se máximo 4h do
rompimento das membranas)
■ Terapia antiviral
■ Se lesão em mama ➡ não amamentar

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco
🔹 Infecção materna: Vesículas → úlceras → crostas
Clínica

135
🔹 Infecção congênita (rara)
■ Achados sugestivos de infecções congênitas
(ver no capítulo Infecções Congênitas)
■ Alterações placentárias
🔹 Infarto
🔹 Necrose
🔹 Calcificações
■ Lesões de pele
🔹 Vesículas
🔹 Úlceras
🔹 Cicatrizes
■ Lesões oculares
■ Lesões de SNC
■ Hidropsia
■ Morte

🔹 Infecção perinatal (transmissão pelo trato genital


materno)
■ Vesículas com base eritematosa em:
🔹 Pele
🔹 Olhos
■ Hiperemia conjuntival
■ Vesículas periorbitais
■ Ceratite
■ Coriorretinite
🔹 Boca (palato, língua)
■ Doença do sistema nervoso central
🔹 Letargia/irritabilidade
🔹 Convulsões
🔹 Fontanela anterior tensa
■ Doença disseminada
➜ Precoce e grave

136
🔹 Acometimento de múltiplos órgãos
🔹 Sepse
🔹 Insuficiência respiratória
🔹 CIVD
🔹 Choque

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 PCR (swab de lesões)


■ DNA vírus no sangue ou líquor
■ Cultura (demorado)
🔹 Se suspeita de doença do SNC:
■ Líquor
🔹 Pleocitose (predomínio de
linfomononucleares)
🔹 ↓glicose
🔹 ↑proteínas
■ EEG
🔹 Descargas elétricas epileptiformes
multifocais

✔Conduta :

Se infecção perinatal:
1. Aciclovir EV
➜ 14-21 dias
2. Isolamento de contato

137
Varicela-Zóster

➜ Mãe com infecção por DNA vírus da família


Herpesviridae tipo 3 (Varicela-zóster)
🔹 Primária ➡ varicela (catapora)
*Fica latente nos gânglios nervosos sensoriais
🔹 Recorrente ➡ herpes-zóster
➜ Transmissão:
🔹 Intrauterina (síndrome da varicela
congênita)
■ Infecção primária entre 8-20 semanas
de gestação
🔹 Perinatal (varicela neonatal)
■ Infecção no 3° trimestre até 10 dias
pós-parto

✔Prevenção 🛡:
🔹 Vacinação para varicela (tetraviral + varicela)
■ Vírus atenuado (fazer antes da gestação)
🔹 Profilaxia pós-exposição (IGAVZ)
■ Gestantes suscetíveis
■ RN
🔹 De mãe com varicela (5 dias antes até
2 dias após o parto)
🔹 Prematuros
■ <28 semanas ou <1000 g
■ OU 28-36 semanas com mãe
suscetível (história negativa
para varicela)

138
✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?
🔹 Mãe infectada
■ Transmissão 24-48h antes até 3-7 depois das
lesões
Clínica
🔹 Síndrome da varicela congênita
➜ Infecção primária entre 8-20 semanas de
gestação
🔹 Desenvolvimento dos membros (6-12
semanas) - Dos olhos (16-20 semanas)
■ Lesões cutâneas cicatriciais
■ Hipoplasia de extremidades
■ Alterações de SNC (tropismo por raízes
nervosas)
🔹 Microcefalia
🔹 Hidrocefalia
🔹 Calcificações
■ Alterações oftalmológicas
🔹 Microftalmopatia
🔹 Atrofia óptica
🔹 Anisocoria
■ Disfunção de esfíncter anal/urinário

🔹 Varicela neonatal (3° trimestre até 10 dias


pós-parto)
➜ Gravidade varia:
🔹 Leve (se >5 dias antes do parto)
➜ Tempo para passagem de
anticorpos)
■ Lesões nos primeiros 4 dias

139
🔹 Grave (5 dias antes até 2 dias após)
➜ Sem passagem de anticorpos
da mãe
■ Mortalidade >35%
■ Lesões 5-10 dias após
nascimento
■ Exantema polimórfico
🔹 Maculopapulovesicular
🔹 Disseminado
■ Febre
■ Visceralização
🔹 Hepatite
🔹 Pneumonia
🔹 Meningoencefalite

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Síndrome da varicela congênita ➡ história materna


+ PCR de tecidos
🔹 Neonatal ➡ Contato perinatal + PCR das lesões
cutâneas

✔Conduta :

Se neonatal:
1. Aciclovir EV
🔹 10 dias
2. Isolamento respiratório e de contato
🔹 Até todas as lesões se tornarem crostas

*Na síndrome da varicela congênita apenas suporte


(sequelas)
140
Hepatite B

➜ Vírus de DNA de dupla fita da família Hepadnaviridae


➜ Transmissão:
🔹 Intraútero
■ Infecção aguda na gestação
🔹 Perinatal (mais comum)
■ Exposição ao sangue materno

✔Triagem pré-natal 🧭:

🔹 HBsAg
■ Negativo ➡ vacinação
■ Positivo:
🔹 Exames
■ HBeAg
■ ALT
■ Carga viral
🔹 Quimioprofilaxia (se indicado)
Indicações:
■ HBeAg (+)
■ CV >200.000 UI/mL
■ CV >2.000 + ALT >1,5x LSN
Medicação:
■ Tenofovir a partir da 24a
semana

*Se já tratava hepatite B crônica, avaliar riscos e benefícios

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


141
Fatores de risco
🔹 Mãe infectada - principalmente se:
■ HBeAg (+) (em replicação)
■ Parto pré-termo laborioso
■ Procedimentos obstétricos
■ Co-infecção com HIV

Clínica (normalmente assintomática)


➜ 70-90% evoluem com hepatite crônica

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Di

✔Conduta :

1. Cuidados gerais
🔹 Clampeamento oportuno do cordão
🔹 Evitar aspiração (se necessário, fazer com
cuidado)
🔹 Banho imediato em água corrente
■ Medicações injetáveis somente após o
banho
2. Imunoprofilaxia combinada
➜ Primeiras 12h de vida em grupos musculares
diferentes
➜ Eficácia de 85-95% dos casos (mesmo se
HBeAg positivo)
🔹 Vacina para hepatite B
🔹 +Imunoglobulina (IGHAHB)

142
*Se sorologia materna desconhecida, fazer a vacina
e complementar com imunoglobulina se HBsAg(+)
materno em até 7 dias
3. Seguimento
🔹 Dosar HBsAg e anti-HBsAg
➜ Entre 9-12 meses (ou 1-2 meses após
término da vacinação)
■ Se anti-HBsAg <10 UI/mL ➡ revacinar
com 3 doses
*Se não recebeu imunoprofilaxia, coletar HBsAg. Se
positivo: HBeAg, CV-HB, transaminases, USG de
abdome superior

143
Hepatite C

➜ Vírus de RNA de fita única da família Flaviviridae


➜ Transmissão:
🔹 Intraútero
■ Infecção aguda na gestação
🔹 Perinatal (mais comum)
■ Exposição ao sangue materno

*medicações maternas se tratamento de hepatite C crônica


precisam ser suspensas (não seguramente comprovada)

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco
🔹 Mãe infectada - principalmente se:
■ Viremia materna
■ Exposição ao sangue materno
■ Rotura prolongada das membranas
■ Procedimentos obstétricos invasivos
■ Co-infecção com HIV
*Evitar parto prolongado e com rotura de
membranas >6h

Clínica (normalmente assintomática)


➜ 60-80% evoluem com infecção crônica
(assintomática ou ativa)
➜ Pode haver negativação do vírus (20-40%)

✔Conduta :
144
1. Cuidados gerais
🔹 Clampeamento oportuno do cordão
🔹 Evitar aspiração (se necessário, fazer com
cuidado)
🔹 Banho imediato em água corrente
■ Medicações injetáveis somente após o
banho
2. Aleitamento materno, se:
🔹 Não houverem lesões mamilares sangrantes
(interromper até cicatrização)
3. Seguimento
🔹 Dosar carga viral
➜ Entre 3-6 meses
■ Detectável ➡ notificar e encaminhar
🔹 Sorologia anti-HCV com 18 meses (mesmo
se CV indetectável)

*Pode haver clareamento espontâneo (20-40%)


ficando depois de 18 meses com anti-HCV (+) e CV
negativa

145
Doenças perinatais

Hipoglicemia Neonatal

➜ Queda da glicemia devido a aumento do consumo


ou baixa reserva de glicogênio levando a disfunção
celular
🔹 Maior risco é lesão
neurológica (SNC precisa de
muita glicose)
➜ Período perinatal já possui queda
fisiológica de glicemia
🔹 Clampeamento do cordão →
interrupção abrupta do
aporte de glicose materna
(na vida fetal era proveniente
da mãe) → queda de níveis glicêmicos
■ 2-3h de vida ➡ pode chegar a 30
mg/dL
■ 4-6h de vida ➡ 40-45 mg/dL
■ Até 12h de vida ➡ Manutenção
➜ Gasto de estoques de gordura marrom
➜ Manutenção da glicemia por cerca de
4 horas
🔹 Consumo principalmente pelo:
■ Sistema nervoso
■ Músculos
■ Manutenção de temperatura

146
■ Respiração (iniciada após o
nascimento)

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?

Fatores de risco (causas)


🔹 Aumento do consumo
■ GIG
■ DMG
➜ Hiperinsulinismo
🔹 ↑Insulina fetal (em resposta ao
maior aporte de glicose
materna) → depois que nasce
persiste com hiperinsulinismo
(levando a queda de glicose)
■ Eritroblastose fetal
■ Policitemia
■ Síndrome de Beckwith-Wiedemann
■ Tocolíticos
■ Hiperinsulinismo congênito (idiopático)
■ Hipoglicemia rebote
🔹 Baixa reserva de glicogênio
■ Prematuridade
■ Principal momento de constituir
reservas é a partir de 36 semanas
■ PIG, RCIU
■ Baixo peso ao nascer (<2.500 g)
🔹 OU ambos
■ Situações de estresse (ex.: asfixia)
■ Erros inatos do metabolismo
■ Exsanguíneo-transfusão
■ Medicações maternas

147
■ Hipoglicemiantes
■ Betabloqueadores
🔹 Agem por alteração em canais
de potássio, que geram
interiorização da glicose na
célula

Clínica (pode ser assintomático)


➜ Inespecífica
🔹 Alterações neurológicas
■ Letargia, fraqueza, apatia
■ Hipotonia
■ Irritabilidade, choro estridente
■ Tremores, reflexo de moro aumentado
■ Convulsões
🔹 Gastrointestinais
■ Recusa alimentar, sucção débil
■ Náuseas, vômitos
🔹 Sintomas respiratórios
■ Cianose
■ Apneia
■ Taquipneia
■ Respiração irregular
🔹 Hipotermia, instabilidade térmica
🔹 Instabilidade vasomotora

✔Rastreamento 🧭:
Indicação (ver acima)
🔹 Bebês de risco
🔹 Sintomas
Método

148
🔹 Glicemia capilar por HGT (dextro)
Frequência
■ 3, 6, 12, 24 e 48 horas de vida (varia conforme
protocolo)
🔹 Se hiperinsulinismo fazer já na 1a hora
de vida (depende do protocolo)
➜ Consumo de glicose rápido
devido à insulina elevada já na
1a hora (se o, na outra situação,
é baixa reserva a hipoglicemia
vem só mais tarde, quando as
reservas acabam)
*Alguns protocolos recomendam testar
apenas até 12h (hiperinsulinismo) ou até
mamadas efetivas e regulares (outros casos)
Resultado:
■ Glicemia fora do alvo se <45 mg/dL
🔹 HGT dá resultados 15% a menos que a
glicemia plasmática
Limitações:
🔹 Baixa sensibilidade para valores <40 mg/dL
🔹 Pode subestimar o valor da glicemia em
10-15%
➜ Solicitar glicemia plasmática para confirmar
(⚠ mas não atrasar o tratamento por isso!)
🔹 Fora do alvo se <47 mg/dL
🔹 Diagnóstico diferencial
■ Hipocalcemia
■ Hipomagnesemia
*mesmos sintomas e fatores de risco semelhantes
(DMG, prematuridade, RCIU, asfixia perinatal), mas
costumam se mais tardios (>24h) e mais sintomáticos

149
✔Conduta :

Medidas gerais para todos:


1. Evitar gasto energético
🔹 Garantir manutenção da temperatura

Se assintomático e HGT entre 25 e 45 mg/dL:


2. Amamentação
🔹 Se risco de hiperinsulinismo:
■ 1a hora (+HGT 30 minutos
pós-mamada)
Se >4h de vida, pode ser feita 60 min
após
🔹 Após 1a hora ou outras condições
■ A cada 2-3 horas (e HGT
pré-mamadas)
3. Gel de dextrose bucal a 40% (se necessário)
🔹 Principalmente se não está mamando direito
*Outra opção é a fórmula infantil

Se sintomas OU <25 mg/dL de glicose (ou <35 mg/dL se


após 4h de vida):
1. Push de glicose EV
🔹 SG 10% 2 mL/kg (200 mg/kg) em bolus
infusão rápida
2. Infusão contínua de glicose (VIG)
🔹 6-8 mg/kg/min (de glicose)
■ SG 10% (10 g - 10.000 mg - em 100 mL
ou seja, 100 mg/mL)

150
🔹 Ex.: se o bebê tem 2 kg: 8
mg/kg/min = 16 mg/min = 960
mg/h = 9,6 mL de SG 10% para
correr em 1h
3. Repetir HGT (em 30 minutos)
🔹 Se ainda baixo, aumentar VIG em ↑1 mg/kg
■ Se >10-12 = considerar acesso central
(máximo 12,5 mg/kg em acesso
periférico)
*Se necessitar de >8-10 mg/kg, provavelmente a
causa é hiperinsulinismo

Se refratário a medidas (ou >72h)::


4. Drogas adjuvantes
🔹 Glucagon
🔹 Diazóxido
➜ Inibe secreção de insulina por ação em
canais de potássio
🔹 Octreotide
➜ Inibe secreção de insulina por ação em
canais de cálcio
🔹 Corticóide
5. Exames durante a crise
🔹 Glicemia plasmática
🔹 Cortisol
🔹 Insulina
🔹 Teste com glucagon (útil em hipoglicemia
hiperinsulinêmica)
🔹 Outros

151
Doença Hemorrágica do Recém-Nascido

➜ Hemorragia neonatal por deficiência de vitamina K


e fatores da coagulação dependentes da vitamina
K
🔹 Fatores II, VII, IX e X
Causas
🔹 Pouca passagem transplacentária
🔹 Ingestão oral inadequada (pouco no leite
materno)
🔹 Microbiota que sintetizaria vitamina K ausente

✔Prevenção 🛡:

🔹 Dose única Vitamina K1 1 mg IM


■ Para todos os RNs (peso >1.500 g)

*Outra opção (oral): 2 mg VO na primeira mamada e


repetir com 1, 4 e 8 semanas (apenas para RN termo,
saudável em AME)

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco
🔹 Não aplicação de vitamina K no RN (todos devem
receber - ver no capítulo específico)
🔹 Doenças disabsortivas (ex.: fibrose cística)
🔹 Anticonvulsivantes (uso materno)
🔹 Antibiótico de amplo espectro

152
✔Classificação 🗃:
Precoce
➜ Primeiras 24h
🔹 Interferência no metabolismo da vitamina K

Clássica
➜ 2°-7° dia
🔹 Baixa ingesta
🔹 Pouca produção
🔹 Ausência de profilaxia

Tardia
➜ 8° dia ao 6° mês - pico com 3-8 semanas
🔹 Redução de absorção

Clínica
➜ Momento do aparecimento da doença
🔹 Sangramento gastrointestinal

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Teste de APT
➜ Sangue + NaOH 1%
➜ Diferencia sangue fetal de sangue materno
deglutido
■ Coloração rósea ➡ positivo (Hb Fetal)
■ Coloração marrom-amarelada ➡ negativo
(sangue materno)

✔Conduta :
153
1. Dose única Vitamina K1 1 mg IM
🔹 Para todos os RNs (peso >1.500 g)

*Outra opção (oral): 2 mg VO na primeira mamada e


repetir com 1, 4 e 8 semanas (apenas para RN termo,
saudável em AME)

154
Displasia do Desenvolvimento do Quadril

➜ Espectro de anormalidades que envolvem o quadril


(mais comum o quadril esquerdo) ocorrendo defeito
do encaixe entre cabeça do fêmur e acetábulo
🔹 Cavidade rasa ou aberta + frouxidão capsular
➜ Etiologia multifatorial

✔Rastreamento 🧭:
Triagem no exame físico de todos os recém-nascidos
🔹 Galeazzi
■ Simétrico ou assimétrico

Fonte:
https://www.chegg.com/flashcards/osteomuscular-17e715b6-7777-48df-a82d-3b2d
c2973e82/deck

🔹 Ortolani
➜ Redução de quadril luxado (💡
Ortolani = é o ortopedista que reduz
luxações)
■ Flexão e adução do quadril (enquanto
estabiliza a pelve) + puxa delicadamente
para anterior

155
Fonte: https://quizlet.com/204037800/infantschildren-part-2-finished-flash-cards/

🔹 Barlow
➜ Desloca quadril instável (💡 Barlow =
Break (quebrar em inglês - deslocar)
■ Flexão e adução do quadril (enquanto
estabiliza a pelve) + força para posterior da
cabeça femoral
■ Se deslocável ➡ som de “click”

Fonte: https://quizlet.com/204037800/infantschildren-part-2-finished-flash-cards/

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco
🔹 Sexo feminino
🔹 Apresentação pélvica
🔹 Oligodrâmnio
🔹 GIG
🔹 História familiar
Clínica

156
🔹 Alteração de Barlow e Ortolani na triagem (ver
acima)
🔹 Sinal de Galeazzi (ver acima)
🔹 Sinal de Hart
■ Limitação na abdução de quadril
🔹 Sinal de Peter-Bade
■ Assimetria das pregas glúteas e coxas
🔹 Limitações de movimento (pode surgir só no adulto
jovem, se subluxação femoral)

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 USG de quadril
■ Avalia o grau de displasia
🔹 Morfologia do acetábulo - método de
Graf
Indicações:
■ Ortolani positivo
■ História familiar
■ RN com apresentação pélvica com
🔹 Pé calcâneo valgo
🔹 Torcicolo congênito
🔹 Ou geno recurvado
■ Casos examinados tardiamente, mas com
suspeita clínica prévia

✔Classificação 🗃:

🔹 Displasia
■ Casos leves podem ter regressão espontânea
🔹 Subluxação femoral (pode ter sintomas só no adulto
jovem)

157
🔹 Luxação congênita do quadril
Espectro da displasia do desenvolvimento do quadril

Fonte: https://ortotraumapb.com.br/displasia-do-desenvolvimento-do-quadril-ddq/

✔Conduta :

1. Uso de órtese
➜ Manter quadril em:
■ Abdução
■ Rotação externa
■ Flexão
🔹 Suspensório de Pavlik
■ Uso por 2-3 meses

Suspensório de Pavlik

Fonte: https://magazinemedica.com.br/produtos/suspensorio-pavlik-ortoplus_g/

158
Se diagnóstico após 3-6 meses de vida:
2. Cirurgia
🔹 Redução fechada + imobilização
■ Após, aparelho gessado
pelvipodálico

159
Asfixia perinatal

➜ Agressão perinatal hipóxica-isquêmica causada por


comprometimento do fluxo sanguíneo placentário
durante o trabalho de parto
🔹 Inicialmente fluxo redistribuído para preservar
SNC, coronárias e adrenais
■ Se persistência, comprometimento
cardíaco com redução de débito
cardíaco e disfunção de múltiplos
órgãos e sistemas (incluindo SNC)

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco/causas
🔹 Anestesia geral (hipoventilação materna)
🔹 Hipotensão arterial materna (perda sanguínea)
🔹 Ausência de relaxamento uterino
(hipercontratilidade uterina)
■ Falha no enchimento placentário
🔹 Descolamento prematuro da placenta
🔹 Obstrução da circulação sanguínea
■ Nó verdadeiro de cordão ou compressão
🔹 Insuficiência placentária (DHEG, pós-maturidade)
Clínica
🔹 Intraútero ➡ RCIU
🔹 Durante o parto:
■ Alteração de frequência cardíaca e
variabilidade
🔹 Ao nascer:
160
➜ Necessidade de reanimação neonatal
■ Ausência de respiração espontânea
■ Depressão perinatal
🔹 Sinais de lesão cerebral hipóxico-isquêmica
(privação de oxigênio aos neurônios)
■ Aguda: necrose neuronal
■ Latência
■ Tardia: apoptose neuronal
🔹 Liberação de mediadores neurotóxicos
→ mais mortes neuronais (irreversível)
■ Glutamato
■ Radicais livres
■ Óxido nítrico

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

Critérios (pelo menos 3):


🔹 APGAR <3 no 5° minuto
🔹 Gasometria de cordão
■ pH <7,2
■ OU BE < -15 mmol/L
🔹 No período neonatal imediato
■ Alteração neurológica (convulsões)
■ Disfunção orgânica

161
✔Classificação 🗃:
Classificação de Sarnat & Sarnat da lesão cerebral hipóxico-isquêmica

Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822010000200013

✔Conduta :

1. Hipotermia terapêutica (se ≥ 35 semanas e


encefalopatia)
➜ Iniciar nas primeiras 6h de vida
➜ Duração de 72h a partir do momento em que
se atinge a temperatura alvo (33-34°C)
➜ Impede progressão para fase tardia
■ ↓Metabolismo cerebral (menor
consumo de energia)
■ ↓Taxa de e apoptose
■ ↓Mediadores citotóxicos

162
■ ↓Morbimortalidade
Indicações
🔹 Evidência de asfixia perinatal e encefalopatia
hipóxico isquêmica moderada ou grave
(estágio 2 ou 3)
🔹 Nas primeiras 6h de vida
Método
🔹 Temperatura central (retal/esofágica) entre
33-34°C
■ Sistêmica (todo o corpo)
■ Seletiva (craniana)
🔹 Monitorização constante
■ Temperatura
■ Sinais vitais
■ Diurese
■ Laboratório
🔹 Hepáticos
🔹 Coagulograma
🔹 Glicemia capilar
🔹 Outros
🔹 Após - reaquecimento lento
■ 0,5°C por hora
■ Até 36,5°C

163
Enterocolite Necrosante

➜ Principal emergência do TGI no período neonatal


➜ Diferentes graus de necrose da mucosa/parede
intestinal (risco de perfuração)
🔹 Afeta principalmente íleo distal e cólon
proximal

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco
🔹 História familiar (predisposição genética)
🔹 Fetais/neonatais
■ Prematuridade, muito baixo peso, RCIU
🔹 Imaturidade intestinal
■ Asfixia perinatal
■ Uso de fórmula (leite materno é fator protetor
importante)
■ Uso de antibióticos, internação em UTI
(supercrescimento bacteriano, nutrição
enteral agressiva)
🔹 Maternos
■ Uso de cocaína ou medicações que mantém
o canal arterial aberto
🔹 Roubo de fluxo (redução do fluxo
sanguíneo intestinal)
Clínica
➜ Primeiras 2 semanas de vida
🔹 Letargia

164
🔹 Instabilidade térmica
🔹 Distensão abdominal
🔹 Eritema de parede abdominal
🔹 Resíduo gástrico
🔹 Complicações
■ Sepse
■ Peritonite
■ Óbito

✔Como proceder para esclarecer o diagnóstico 🔎:

🔹 Radiografia de abdome
■ Pneumatose intestinal
■ Aerobilia
■ Pneumoperitônio

✔Conduta :

1. Jejum + sonda aberta


🔹 7-10 dias
2. Nutrição parenteral/fluidoterapia
3. Antibioticoterapia
🔹 Cobertura para gram-positivos,
gram-negativos e anaeróbios
4. Suporte hemodinâmico (se necessário)
5. Cirurgia (se indicado)
Indicações:
🔹 Pneumoperitônio (perfuração intestinal)
🔹 Paracentese abdominal positiva
■ Bacterioscopia/cultura positiva
■ OU fezes na cavidade
🔹 Sem resposta ao tratamento clínico
165
Hemorragia Intracraniana

➜ Forma mais comum é a intraventricular


➜ Início no primeiro dia de vida com evolução
progressiva e assintomática
➜ Causas:
🔹 Trauma
🔹 Asfixia
🔹 Alterações hematológicas

✔Prevenção 🛡:

🔹 Corticoide antenatal
➜ Efeitos principalmente 24h após o início da
terapia (e duram por 7 dias)
■ Para todas as gestantes com risco de parto
prematuro entre 20-34 semanas
■ 2 doses de betametasona IM (24h de
intervalo entre as doses)
🔹 Ou 4 doses de dexametasona IM a
cada 12h
🔹 Manipulação mínima (especialmente nas primeiras
72h)

✔O que deve levar a suspeitar dessa condição?


Fatores de risco
🔹 Prematuridade (incomum no a termo)
■ Fragilidade vascular

166
🔹 Especialmente dos vasos da matriz
germinativa subependimária (dá
origem aos neurônios)
■ Involui com o amadurecimento
🔹 Intervenções/procedimentos/movimentação
■ Elevação da pressão intracerebral (baixa
autorregulação da pressão cerebral no
prematuro)
🔹 Asfixia perinatal
🔹 Uso de drogas vasoativas

Clínica
🔹 Inicialmente assintomática e progressiva (início no 1°
dia de vida)

✔Triagem 🧭:

🔹 Ultrassom transfontanela
■ Todos os prematuros com <34 semanas

✔Classificação 🗃:
Classificação de Papille das hemorragias intraventriculares

Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822007000200004

✔Conduta :

167
1. Manejo de complicações (ex.: convulsões, anemia)
2. Avaliar prognóstico
🔹 Grau I e II ➡ normalmente desenvolvimento
neurológico normal
🔹 Grau III e IV ➡ encefalopatia crônica não
evolutiva (“paralisia cerebral”)
*Evolução das zonas que sofreram hemorragia para
leucomalácia periventricular

168
Parâmetros Hematológicos do
Recém-Nascido

➜ Fases da hematopoese no feto:


🔹 Pedículo vitelínico (2-3 semanas após
fertilização)
■ Hemoglobinas embrionárias (Portland,
Gower-1 e Gower-2)
■ Megacariócitos
■ Leucócitos granulares (eosinófilos,
basófilos, neutrófilos, promielócitos,
metamielócitos e mielócitos)
🔹 Visceral (9a semana de geração) (pico 5-6
meses)
➜ Fígado (e baço)
■ Hemoglobina fetal (α2γ2)
🔹 Medular (a partir de 4 meses)
■ Medula pode aumentar a produção
conforme necessidade em até 8-10x
*Somente com 9-12 meses de idade o perfil de
hemoglobina é igual ao de adulto

169
Órgãos da hematopoese - evolução

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/2892377/

Tipos de hemoglobina em diferentes fases

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/9541431/

170
Evolução dos tipos de hemoglobina na vida fetal e após o nascimento

Fonte: https://www.pngwing.com/pt/free-png-hhnrj/download

Ao nascer (e RN a maioria):
➜ Baixa PaO2 no período fetal (↑eritropoetina)
🔹 Policitemia
🔹 ↑Eritroblastos
■ Macrocitose (↑VCM)
🔹 ↑Sideroblastos
🔹 ↑Volemia
🔹 ↑Leucócitos ➡ 18.000 (9.000-30.000)
🔹 ↓Função plaquetária alterada, ↓fatores de
coagulação

Primeiras semanas:
🔹 Anemia fisiológica (redução progressiva da Hb)
➜ Causas:
🔹 Elevada PaO2 (no período fetal era
baixa) ➡ inibição da eritropoetina
🔹 Meia-vida das hemácias de 90 dias
➜ Normocrômica e normocítica

171
➜ Sem prejuízo no fornecimento de O2 aos
tecidos
■ Início com 7 dias de vida
■ Nadir com 6-12 semanas
🔹 Hb 9,5-11 g/dL
*⚠ Patológica se chega a <9 g/dL ou há sinais de
hemólise e anemia
🔹 2a semana:
■ Queda de leucócitos ➡ 11.400 (5.000-20.000)
🔹 Predomínio de linfócitos (até 4-5 anos)
🔹 Neutrófilos ≥1000 é o normal (2 semanas
até 1 ano de idade)
■ Discreta monocitose e eosinofilia

Se prematuro
🔹 Anemia da prematuridade
➜ Causas:
■ Menor produção de eritropoetina
■ Meia-vida da hemácia de 40-60 dias
■ ↓massa eritrocitária e ↓reserva de ferro
■ Clampeamento precoce e espoliação
sanguínea
➜ Normocítica e normocrômica com início aos 7
dias como a do a termo
■ Nadir mais precoce (3-6 semanas)
■ Hb 7-9 g/dL
■ Resolução espontânea com IG de 40
semanas
*se comorbidades, considerar transfusão de
hemácias ou transfusão de eritropoetina (ex.: muito
baixo peso)

172
Valores de referência - série vermelha (por idade)

Fonte:
https://www.academia.edu/38764278/VALORES_NORMAIS_DE_S%C3%89RIE_VERMELHA_2dp_Idade_Hb_g_
dl_2dp

Valores de referência - plaquetas (por idade)

173
Valores de referência - série branca (por idade)

Fonte: https://beepsaude.com.br/beepexplica-exames-de-rotina-2-o-hemograma/

174
Referências

Ícones e figurinhas: Freepik Company - www.flaticon.com

Conteúdo:
1. UptoDate
2. BMJ Best Practice
3. Ministério da Saúde (BR)/OPAS. Manual AIDPI Neonatal. 3. ed.
Brasília: Ministério da Saúde; 2012.
4. Kliegman RM, Behrman RE, Jenson HB. Nelson. Tratado de
Pediatria. 20. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.
5. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de
Neonatologia. Documento científico: Monitoramento do
crescimento de RN pré-termos. Rio de Janeiro; SBP; fev 2017.
6. Ministério da Saúde. Atenção à saúde do recém-nascido: Guia
para os profissionais da Saúde. 2. ed. Atual. Brasília: Ministério da
Saúde; 2011. Volume 3.
7. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Exame Físico do
Recém-nascido na Unidade Neonatal. [Internet]. Available from:
http://www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/enfermagem/p
op_90_de_exame_fisico_do_rn_na_unidade_neonatal.pdf
8. Sociedade Brasileira de Pediatria. Reanimação do
recém-nascido ≥ 34 semanas em sala de parto: Diretrizes 2016
da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro; SBP; 2016.
9. Sociedade Brasileira de Pediatria. Reanimação do pre-maturo <
34 semanas em sala de parto: Diretrizes 2016 da Sociedade
Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro; SBP; 2016.
10. Ministério da Saúde (BR). Protocolo clínico e diretrizes
terapêuticas para prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis
e hepatites virais. Brasília: Ministério da Saúde; 2019.
11. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento científico de
Endocrinologia. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria
(SBP) – Hipoglicemia no período neonatal. Rio de Janeiro:
Sociedade Brasileira de Pediatria; 2014.

175
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