Você está na página 1de 11

Neonatos

Pediatria: fases do desenvolvimento até período de maturidade sexual


➔ Neonatal:
◆ Cães - Até 14 dias
◆ Gatos - 10 dias
➔ Transição
◆ Cães - 14 a 28 dias
◆ Gatos - 20 dias
➔ Infância/socialização
◆ Cães - 3°/4° à 12 semanas
◆ Gatos - 3° a 8° semana
➔ Adolescência/Juvenil
◆ Cães - 12° semana ao final da puberdade
◆ Gatos - 8ª semana à puberdade
➔ Puberdade
◆ Cães - Média: 7 meses
◆ Gatos - 5 meses
◆ Varia entre sexo e porte (e raças)

Manejo - Acasalamento ao parto

Acasalamento
➔ Animais jovens:
◆ Fêmeas ideal a partir do segundo, ou mais, cio (entre 5/6 e 12 meses)
◆ Machos, entre 7 e 18 meses
➔ Saudáveis
➔ Desparasitados interna e externamente
➔ Descartar possibilidade de doenças infecciosas, congênitas ou hereditárias
➔ Boa conformação física (padrão racial)
➔ Descanso entre estros (cães) (ideal)
Descarte para acasalamento
➔ Animais portadores de certas afecções e de infecções
➔ Má formação genética (displasia coxofemoral, hérnias, criptorquidismo, lab. leporino,
fenda palatina...)
➔ Distúrbios neurológicos (epilepsia, s. vestibular, ataxia)
➔ Problemas adquiridos que dificultam parto e maternidade (fraturas, raquitismo,
cegueira...)
Seleção de cruzamento
➔ Tamanho do macho em relação à fêmea
➔ Maturidade sexual varia um pouco de acordo com o porte e raças
➔ Exames ginecológico e andrológico (IA ou tentativas frustradas)
➔ Imunização atualizada
➔ Desparasitação nas fêmea antes ou durante cobertura, ou 15 dias antes do parto
➔ Concepção (normal ou IA)
➔ Parto (tipo, local, cuidados e auxílio)
Parto
➔ Alteração de comportamento
➔ Tempo: 4 a 42 horas
➔ Intervalo entre neonatos: 32 seg a 50 min (ou mesmo horas)
➔ Tamanho da ninhada: 3 a 8 filhotes (gatas)
➔ Ninhada: 2 a 10 filhotes (cadelas)
◆ nº de tetas = nº de filhotes (exceções)
➔ Abortos (bactérias, vírus, protozoários)
➔ Valor nutricional da placenta (48h só no ninho)
➔ Ambiente seguro e “saudável”
➔ Nutrição adequada
➔ Evitar estresse

Infanticídio:
➔ Morte sem sofrimento
➔ Insegurança: Ambiente/local
➔ Comportamental/Imaturidade: Hierarquia
➔ Doenças (mãe ou filhote)
➔ Nutricional (hoje, rara)

Amamentação
1. O leite da gata e cadela: ↑ proteínas e gordura, e ↓ açúcar que o de vaca, cabra e
humano
2. O colostro é amarelado e translúcido: É secretado entre 48 a 72h
3. Amamentação com mamadeira, conta gotas, seringa ou sonda

Controle do ganho do peso


➔ A busca por uma mãe de leite, ou apenas uma para cuidar dos órfãos, deverá ser
uma primeira escolha (melhor assistência às necessidades)
➔ O volume do alimento pode ser definido pelo filhote
➔ Alimentação artificial (segundo literatura):
◆ Até 7 dias : 3 a 6mL , a cada duas horas.
◆ De 7 a 14 dias: 6 a 8mL , a cada duas horas (de dia e quatro horas à noite).
◆ De 14 a 21 dias: 8 a 10mL, a cada duas horas de dia e uma vez entre 23 e
6h.
➔ Outras possibilidades de formulações alimentares..

Exames do neonato
➔ Reflexo de termo-tropismo e sucção
➔ Lábio leporino/Fenda palatina
➔ Coloração das mucosas
➔ Anormalidades, Deformi-dades ósseas (coluna)
➔ Mobilidade articular
➔ Número de dedos
➔ Anormalidades anogenitais, caudais

Causas da tríade neonato


➔ Agalactia, Hipogalactia
➔ Ausência de sucção
➔ Problemas congênitos
➔ Rejeição, falha no instinto materno
➔ Afecções neonatais (hipóxia, sepse, efeitos de anestesia)
➔ Orfandade e seus cuidados
➔ Inadequada temperatura amb + umidade
➔ Desnutrição maternal
➔ Erros de manejo
Desequilíbrio termorregulação (Hipotálamo)
➔ Imaturidade de órgãos, sistema imune
➔ Sente mas não reage (vasomotor, reflexo retirada ainda imaturo)
➔ Pouca gordura termogênica Não treme para gerar calor Não eriça os pelos para
reter calor Grande superfície de pele e pouco espessa
Sinal de enfermidade em neonato
➔ Vocalização persistente
➔ Isolamento
➔ Inquietude
➔ Fraqueza
➔ Debilidade
➔ Desidratação
➔ Flacidez
➔ Cianose
➔ Convulsão

Semanas de vida Temperatura normal do Temperatura ambiente


neonato recomendada para
neonato
órfão/hospitalizado

1ª semana 35,5° - 36,5° C 29,5° - 32,2° C

2ª semana 37,2° C 26,6° C

3ª semana 38,0° C 26,6° C

4ª semana Temperatura normal estável 26,6° C

5ª semana Temperatura normal estável 21,1° C

ENFERMIDADES DO RECÉM NASCIDO

Doenças mais comuns:


➔ Deformações teratogênicas - envolvendo o crânio e os órgãos vitais
➔ Hérnias – umbilical, inguinal, diafragmática…
➔ Atresia anal (e fístula retovaginal)
➔ Doença hemolítica - transfusões sanguíneas indiscriminadas nas mães, provocando
hepatomegalia, esplenomegalia e morte
➔ Anemia nutricional - responsável por 40% das mortes. Observado com 10 a 13 dias
de vida (andam com dificuldade e são inativos).
➔ Septicemia do neonato - infecção pelo cordão umbilical, lesão por mordedura em
pata do filhote ao corte do cordão umbilical (gato).
➔ Parasitismo - adquirido por via transplacentária (causa distúrbios gastrentéricos que
podem levar a óbito antes dos 3 meses de vida).
➔ Parasitismo por hemoparasitas (protozoários, requestais, bactérias)

Cuidados com neonatos


➔ Hipoglicemia:
◆ Glicose VO; Dextrose 5 a 10% IO, IV
◆ Cuidado com diluição e necrose em VO
➔ Hipovolemia/desidratação:
◆ 1mL/30g /SC, IO ou VO de RL
➔ Hipotermia:
◆ Aquecer (colchão ou bolsa térmica, soro aquecido)
➔ Hipoproteinemia:
◆ Alimentar (aminoácidos, glicose, vitaminas...)
➔ Anemia:
◆ Controlar parasitas
◆ Em caso de transfusão - 10 mL de sangue/ 500g de peso

Sepse
Fatores Pré disponentes
➔ Cordão umbilical
➔ Feridas
➔ Infecções do TR, TGI ou TU
➔ Parasitismo
➔ Comprometimento imunológico
Sinais clínicos
➔ Choro constante
➔ Dificuldade em mamar
➔ Diarréia
➔ Extremidades frias
➔ Dispneia
➔ Cianose
Diagnóstico:
➔ Anamnese e exame físico
➔ Hemograma (anemia, neutrofilia trombocito-penia)
➔ Bioquímica (Hipoglicemia)
➔ Cultura Imagem
Manejo
➔ Aquecimento
➔ Fluidoterapia agressiva (45mL/kg em bolus)
➔ Antibiótico de amplo espectro
➔ Oxigênio
➔ A sepse é de difícil detecção; na suspeita, fazer tratamento agressivo!!!

Diarreia
➔ Etiologia (+ comuns):
◆ Infecciosa, parasitária e dietética
➔ Fatores predisponentes:
◆ Idade
◆ Estresse e imunossupressão
◆ Ambiente mal higienizado
◆ Antibioticoterapias
➔ Diagnóstico:
◆ Deve ser rápido!!!
◆ Anamnese, sinais clínicos, parasitológico, citologia e cultura fecal
◆ Diarréia líquida verde ou amarelada = excesso de alimento (50% dos
neonatos doentes)
◆ Diarréia branca = deficiência de lactase, galactase
◆ Diarréia com sangue = sepse, parasitose (coccídios, helmintos, etc)

Diarreia infecciosa

Tratamento: Suporte diarreia infecciosa


➔ Desinfecção do ambiente
➔ Fluidoterapia (IO, IV, SC)
➔ Imunomodulador
➔ Aquecimento (hipotermia)
➔ Probiótico
➔ Carvão ativado (oral, lavagem retal)
➔ Desparasitação (se aplicável)
➔ Antinflamatório (prednisolona, budesonida)
➔ Antibioticoterapia : sulfas, ampicilina, metronidazol, doxiciclina, amoxicilina,
fluoroquinolonas (exceto enrofloxacina), azitromicina (??)
◆ Uso restrito aos casos em que não haja resposta aos
procedimentos/manobras acima. (Ideal após coprocultura).
➔ Correção dietética (se alimentar)
➔ Nutrição (forçada, sondas)
➔ Nutracêuticos (vit, amino, minerais, antioxidantes)

ENFERMIDADES MAIS COMUNS EM FILHOTES

➔ Helmintose
◆ Ancylostoma caninum (cães)
◆ A. brasiliensis (cães e gatos)
◆ Toxocara canis (cães)
◆ Toxocara cati (gatos)
◆ Dypillidium (cães e gatos)
➔ Giardiose e Cistoisosporose
◆ Cystoisospora spp. (cães e gatos)
◆ Giardia spp. (cães e gatos)
➔ Cinomose, Parvovirose e Coronavirus entérico
◆ Sintomas →Tratamento→Tratamento (suporte e casos graves) → Manejo
higiênico-sanitário → Biosseguridade
➔ Corpo estranho gastroentérico

Enfermidade mais comuns em Filhotes


➔ Conjuntivites
➔ Ectoparasitoses
➔ Dermatofitose
➔ Demodecidose
➔ Notoedrica
➔ Otocaríase

DESORDENS NUTRICIONAIS EM FILHOTES

Hiperparatireoidismo nutricional secundário


➔ ↓Ca ou ↑ P e ↓Ca
➔ Comum em dietas exclusivas de carne (músculo) e vísceras
➔ Aumento das paratireoides → mais secreção de paratormônio →Reabsorção
osteoclástica
➔ ↑ P → ↓ absorção de Ca intersticial → paratireóide retira Ca ossos para circulação
→ Desmineralização óssea generalizada
Sinais
➔ Incapacidade ou relutância em manter-se ereto, locomover-se e brincar
➔ Claudicação dos MPs e andar descoordenado
➔ Sensibilidade à manipulação
➔ Desmineralização Óssea
Tratamento
➔ Dieta balanceada ou suplementação de Ca e vit D
➔ Confinamento por 4 a 8 semanas ou até remineralização óssea

Raquitismo (Hipovitaminose D)
Osteopenia em fase de crescimento, levando a ossificação endocondral anormal em
decorrência da mineralização insuficiente da matriz óssea (osteóide) (na porção
cartilaginosa da placa epifisária de crescimento (filhote) e no processo de remodelação
óssea (adulto)), consequente enfraquecimento e deformidades ósseas.

Sinais clínicos
➔ Alargamento das regiões metafisarias dos ossos longos e aumento das junções
costocondrais.
Diagnóstico
➔ Análise da dieta + anormalidades ósseas (imagens)
Tratamento
➔ Dieta balanceada sem suplementação vitamínica OU suplementação máxima de 500
UI/ kg/dia.
Importante: Anamnese (Animal que não toma sol, vive no escuro). No crescimento o sol é
importante para estimular a vit D.

Hipervitaminose D
Máxima taxa de crescimento é incompatível com ótimo desenvolvimento ósseo
Sinais clínicos
➔ Vômito, diarreia, rigidez dos membros, lacrimejamento em excesso, insuficiência no
ganho de peso, taquipneia, fraqueza muscular, anorexia, poliúria e polidipsia.
Diagnóstico (anamnese + imagens + bioquímica)
➔ Ingestão excessiva ou prolongada de vit D hipercalcemia e hipofosfatemia
calcificação metastática dos tecidos moles musc. rígida dificuldade crescimento
normal dos ossos
.Tratamento
➔ Remoção da fonte de vitamina em excesso + estímulo da diurese (solução salina
fisiológica estéril e furosemida + glicocorticoides) e/ou manejo dietético.
Prognóstico
➔ Reservado, e a resolução da calcificação do tecido mole será lenta e provavelmente
incompleta.

Saúde osteoarticular respalda-se:


➔ Dieta equilibrada: cálcio, fósforo, vitamina D, proteína, cobre, zinco, manganês e
vitamina A
➔ Suplementação:
◆ Ômega 3 (ac. Graxo polinsaturado)
◆ Sulfato de Condroitina
◆ Glicosamina
◆ Fosfato tricálcico
ORAL

Hipocalemia (Polimiopatia Hipocalêmica)


Comum em perda gastrintestinal (neonatos e idosos) ou renal (idosos) excessivas.

Sinais clínicos:
➔ Fraqueza muscular generalizada
➔ Ventroflexão persistente do pescoço
➔ Postura agachada
➔ Andar alterado
➔ Dor muscular evidente

Tratamento:
➔ Adição diária à dieta, de 1/16 a 1/8 de colher das de chá de cloreto de potássio;
➔ Administração parenteral de solução IV suplementada com potássio (3mL potássio
→ 500mL soro) (0,006mL/1mL de soro)
DESPARASITAÇÃO E VACINAÇÃO

Fêmeas em reprodução:
➔ Antes do acasalamento, e 10 a 15 dias antes do provável parto, e ainda na lactação
juntamente com os filhotes
Filhotes:
➔ Aos 15 dias de nascidos, caso a fêmea não tenha sido desparasitada; caso tenha
sido vermifugada, recebem primeira dose aos 21 dias. Reforços a cada 21 dias, até
última dose da vacina, aos 5 meses
Jovens:
➔ Trimestralmente
Adultos:
➔ Trimestral ou semestralmente, dependendo da exposição (manejo)
Obs: indica-se parasitológico de fezes, antes de decidir pelo tratamento. (ideal)

Controle de ectoparasitas
Neonatos:
➔ Uso qdo inevitável, e acima de 7 dias de nascidos
➔ Borrifar fipronil spray em uma toalha e envolver o filhote
➔ Tratar todos os contatantes com fipronil, repetir aplicação após 21 a 30 dias
➔ Realizar dedetização no ambiente (fipronil) cada 21 a 30 dias.

PROTOCOLO VACINAL

Animais órfãos, que não receberam colostro materno, e estão em potencial risco de
exposição, podem ser vacinados a partir de 15/21 a 30 dias de vida, com reforços a cada
15/21 ou 30 dias.
RECOMENDAÇÕES GERAIS
1. Uma boa resposta imunológica pode ser comprometida quando animais parasitados,
mal nutridos, em período de incubação de doença infecciosa ou estressados, são
vacinados.
2. Nos dias que antecedem ou sucedem a vacinação, o uso concomitante de
substâncias antimicrobianas ou anti-inflamatórias pode interferir no desenvolvimento
e manutenção de uma resposta imune adequada.

LOCAIS DE APLICAÇÃO VACINAL EM GATOS


PROTOCOLO VACINAL DE CÃES
★ Vacinas essenciais: vírus da cinomose canina (CDV), adenovírus canino (CAV; tipos
1 e 2) e parvovírus canino tipo 2 (CPV-2) e suas variantes.

MÚTIPLA VIRAL :
➔ 1ª dose aos 15, 21, 45 ou 60 dias, seguida de 3 a 4 reforços no intervalo de 15, 21 a
30 dias. Última dose apor volta dos 5, 6 meses. Ideal 26 semanas.
➔ Reforço anual (ou a cada 3 anos para regiões sem incidência de certas doenças;
assim como para os casos de vacinas administradas separadamente, considerando
as doenças de surto que precisam de mais reforço).
ANTIRÁBICA:
➔ 1ª dose a partir dos 3, 4 meses de vida (ou última dose da múltipla).
➔ Reforço anual (ou a cada 3 anos para regiões sem histórico da doença; tb levar em
consideração o manejo do animal)
LEISHMANIOSE:
➔ 1ª dose a partir de 4 meses de vida, seguida de 2 reforços a cada 21.
➔ Reforço anual (considerar histórico da doença na região e animais em risco).
LEPTOSPIROSE:
➔ Apenas em animais de risco, 6 meses, após a última dose de múltipla viral
➔ Reforço anual, para animais em risco, com histórico da doença na região (ou a cada
3 anos).
TOSSE DOS CANIS:
➔ Após o protocolo inicial de múltipla viral e antirábica
➔ Intranasal: dose única
➔ Injetável: 2 doses com intervalo de 21 dias entre elas
➔ Reforço anual, para animais em risco, com histórico da doença na região, ou a cada
3 anos
GIÁRDIA:
➔ Realizada em conjunto com a tosse dos canis, apenas em animais de risco.
➔ 2 doses com intervalo de 21 dias entre elas
➔ Reforço anual, para animais em risco, com histórico da doença na região, ou a cada
3 anos.
TRÍPLICE, QUÁDRUPLA OU QUÍNTUPLA:
➔ 1ª dose aos 21, 30, 60 dias de vida, seguida de apenas um reforço após 21 a 30
dias (dose única ou com um reforço se acima de 12, 16 semanas de idade).
➔ Reforço a cada 3 anos (considerar animais em risco, sendo para estes possível
aplicação anual).
ANTIRÁBICA:
➔ 1ª dose a partir de 3, 4 meses
➔ Reforço anual para animais em risco, com histórico da doença na região, ou a cada
3 anos). Observação!

CONSIDERAÇÕES
1. Os pets não precisam ser vacinados contra doenças raras ou de baixa prevalência,
e que podem ser facilmente tratadas por outros meios
2. Manuseio e armazenamento inadequado inativam a vacina
3. Aguardar o término do protocolo vacinal inicial para deixar o pet ter acesso à rua e
contato com outros animais
4. A decisão de vacinar um animal deve ser individualizada (inclusive período entre os
reforços e idade)

Você também pode gostar