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Universidade Federal do Pará

Instituto de Ciências da Saúde

Ascaridíase
Professor Dr. José Eduardo Gomes Arruda
Estrutura da Aula
❑ Considerações gerais:
❑Histórico;
❑Morfologia;
❑Ciclo Evolutivo;
❑Mecanismo de transmissão;
❑ Patogenia;
Estrutura da Aula
❑ Epidemiologia;
❑ Diagnóstico (clínico e laboratorial);
❑ Tratamento e Profilaxia;
❑ Atualizações.
Classe Nematoda
❑ Corpo cilíndrico e não segmentado;
❑ Simetria bilateral;
❑ Revestido por cutículas;
❑ Dimorfismo sexual;
Universidade Federal do Pará
Instituto de Ciências da Saúde

Ascaridíase
Ascaris lumbricoides
Considerações gerais
❑ Ascaris lumbricoides;
❑ Ascaridíase, Ascaridiose, Ascariose ou
Ascaríase;
❑ Grego: “Askaris” (Certo verme intestinal);
❑ Ascaridíase + Tricuridíase = Mais frequentes;
Considerações gerais

❑ Intestino de múmias;
❑ Coprólitos humanos (Peru): 2277 a.C.;
❑ Papiro de Ebers: Século XV a.C.;
Morfologia

❑ Helminto longo: acima de 20 cm;


❑ Grande número do parasitos: menor;
❑ Cilíndricos, brilhantes e de cor branco- rosada;
❑ Extremidade anterior: Boca (3 lábios fortes),
esôfago cilíndrico, intestino retilíneo, reto e ânus
(posterior).
Morfologia
Morfologia - Fêmea

❑ 30 – 40 cm;
❑ 5,0 mm de largura;
❑ Extremidade posterior
retilínea;
❑ Vulva, vagina, 2 ramos
uterinos e ovário (1m);
❑ 27 milhões de óvulos / 200
mil ovos por dia.
Morfologia - Macho

❑ 20 – 30 cm;
❑ 2,0 - 4,0 mm de largura;
❑ Dimorfismo sexual
(encurvamento de cauda);
❑ Cloaca, 2 espículos curvos e
grosso, canal ejaculador e
testículos.
Morfologia Fêmea x Macho
Morfologia Fêmea x Macho
Morfologia - Ovos

❑ 3 membranas (resistência);
❑Interna / vitelina;
❑Média / quitinosa;
❑Externa / mucopolissacarídeo: mamilonada (abacaxi);

❑ Viável por 6 anos em solo úmido;

❑ Congelamento e curtos períodos de dessecação;


Morfologia - Ovos

❑ Quando isoladas ou mais numerosas que os


machos, as fêmeas podem por ovos inférteis,
mais alongados, que não embrionam;

❑ Férteis: Arredondados (45 mm D);

❑ Inférteis: Alongados (80 mm C);


Morfologia – Ovos
Morfologia – Ovos
Habitat

❑ Verme adulto: Jejuno e Íleo;

❑ Alto parasitismo: Todo o intestino;

❑ Presos na mucosa (fortes lábios);

❑ Vermes adultos: 2 anos;


Habitat
Ciclo Biológico
❑ Monoxeno;
❑ Ambiente externo: Ovos L1;
❑ 20 dias: L2;
❑ 30 dias: L3 (infectante);
❑ Alguns autores (L2);
❑ Ovos infectantes por meses;
Ciclo Biológico

❑ Ingerido> Intestino delgado (eclodem)>


Intestino grosso> Circulação> Fígado>
Coração> Pulmões (após 8 dias L4)> Alvéolos
(L5)> Traqueia> Laringe> Faringe (expelidas ou
deglutidas)> Intestino delgado (30 dias /
adultos)> 60 dias após ingestão/ fêmeas/ ovos;
❑ Ciclo pulmonar: Ciclo de Loss (pesquisador).
Ciclo Biológico
Transmissão
❑ Fonte de infecção: Humanos;
❑ Forma de transmissão: Ovos (L3);
❑ Veículo de transmissão: Poeira, mosca,
alimentos, água;
❑ Via de penetração: Boca.
Patogenia

❑ Larvas:
❑Assintomática;
❑Maior poder antigênico;
❑Elevado/sensibilidade;
❑Pontos ou túneis hemorrágicos
e necróticos no fígado;
Patogenia

❑ Larvas:
❑Alvéolos: hemorragia;
❑Processo inflamatório: IgE,
mastócitos e eosinófilos;
❑ABA-1: IgE;
❑Síndrome de Loeffler(criança):
Reação alérgica (tosse,
dispnéia, dor torácica).
Patogenia
❑ Vermes Adultos:
❑03 – 04 vermes: Assintomático;
❑Eliminam vermes em fezes ou exames rotineiros;
❑30 – 40 vermes ou > 100: Diversas alterações;
❑Cólicas, perda de peso, insônia, manchas brancas
na pele (alto consumo de vitamina A e C:
despigmentação);
❑Crianças: Aumento do volume abdominal, palidez e
tristeza.
Patogenia

❑ Vermes Adultos:
❑Ação Espoliativa: Proteínas, carboidratos, vitamina A
e C;
❑Ação Mecânica: Obstrução do Íleo e irritação da
parede intestinal;
Patogenia
Patogenia

❑ Vermes Adultos:
❑Ação Ectópica: Migração para apêndice, colédoco,
olhos e boca.
❑Belém (1980): 200 apêndices removidos / 80 (40%);
❑Icterícia (vias biliares);
❑Pancreatite (duto pancreático);
Patogenia - Caso Clínico
❑ Paciente de 1 ano de idade;
❑ A. lumbricoides (vômito);
❑ Tratamento domiciliar;
❑ Centro Oftalmológico de MG devido a epífora
(lacrimejamento contínuo) intensa no OD;
❑ Parte anterior de um verme se exteriorizando pelo ponto
lacrimal inferior direito;
❑ Sedação anestésica na criança e o verme foi retirado do
canalículo lacrimal;
Patogenia - Caso Clínico

Fonte: Araújo & Guimarães, 2000


Patogenia - Caso Clínico
Epidemiologia

❑ Distribuição geográfica: Mundial;


❑ Fatores sociais, econômicos e culturais;
❑ Fatores ambientais (temperatura, umidade, solo
etc.);
❑ OMS (2013):
❑1,2 bilhões de infectados;
❑400 milhões sintomáticos;
Epidemiologia

❑ Fonte de infecção: Humanos;


❑ Forma de transmissão: Ovos larvados;
❑ Veículo de transmissão: Poeira, mosca,
alimentos, água;
❑ Via de penetração: Boca.
Diagnóstico
❑ Clínico:
❑Difícil;
❑ Laboratorial:
❑Exame de fezes (milhares de ovos);
Diagnóstico
❑Sedimentação espontânea: Lutz ou Hoffman, Pons e
Janner;
Diagnóstico
❑Sedimentação por centrifugação: Método de Ritchie;
Diagnóstico
❑ Colonoscopia.
Tratamento
❑ Albendazol: 400mg (dose única);
❑ Mebendazol: 100 mg 2x/ dia (3 dias);
❑Bem tolerados;
❑ Levamisol: 80mg / 150mg (dose única);
❑Efeitos adversos;
❑ Piperazina: 10mg/ Kg/ dia (dose única)
Tratamento
❑ Obstrução intestinal: suspender a dieta, Óleo
mineral (15- 30 ml) 4/4h + Piperazina
100mg/ Kg/ dia;
❑ Sem reversão: Cirúrgica.
Profilaxia
❑ Educação sanitária;
❑ Instalação de serviços de água e esgoto
tratado.
Atualizações

June 2017, Volume 91, Issue 6, Page 1521

Trato urinário – Ação ectópica


Atualizações

Prevalência ou piora da malária por P.falciparum + A.lumbricoides


Inconclusivo. Necessitamos de mais estudos com P.vivax e
helmintos.

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