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Ascaridíase

O que é?
A ascaridíase é o resultado da infestação do helminto Ascaris lumbricoides no organismo,
sendo mais frequentemente encontrado no intestino. Aproximadamente 25% da população
mundial possui estes parasitas, sendo tais ocorrências típicas de regiões nas quais o
saneamento básico é precário.

Este patógeno, conhecido popularmente como lombriga, tem corpo cilíndrico e alongado, e
pode chegar até 40 centímetros de comprimento. Fêmeas são maiores e mais robustas que os
machos; e estes apresentam a cauda enrolada. Surpreendentemente, um único hospedeiro
pode apresentar até 600 destes indivíduos.

A contaminação por ele se dá pela ingestão de seus ovos, geralmente encontrados no solo,
água, alimentos e mãos que tiveram um contato anterior com fezes humanas contaminadas.

No intestino delgado, liberam larvas que atravessam as paredes deste órgão e se direcionam
aos vasos sanguíneos e linfáticos; se espalhando pelo organismo. Atingindo a faringe, estas
podem ser liberadas juntamente com a tosse ou muco; ou, ainda, serem deglutidas,
alcançando novamente o intestino. Lá, reproduzem-se sexuadamente, permitindo a liberação
de alguns dos seus aproximados 200 mil ovos diários, pelas fezes, propiciando a
contaminação de outras pessoas.

Sintomas:
Devido ao espalhamento das larvas, febre, dor de barriga, diarreia, náuseas, bronquite,
pneumonia, convulsões e esgotamento físico e mental são alguns sintomas que podem se
apresentar; dependendo do órgão que foi afetado. Entretanto, em muitos casos a verminose se
apresenta assintomática.

Tratamento:
Existe tratamento, que é feito com uso de fármacos e adotando medidas de higiene básica.

Todos os pacientes com infecção por Ascaris requerem tratamento anti-helmíntico, mesmo aqueles com
infecção assintomática. As principais drogas de escolha são:

 Albendazol, 400mg/dia, em dose única para adultos; em criança, 10mg/kg, dose única.
É a droga padrão ouro para tratamento de ascaridíase; OU
 Mebendazol, 100mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos. Não é recomendado
seu uso em gestantes. Essa dose independe do peso corporal e da idade; OU
 Levamizol, 150mg, VO, em dose única para adultos; crianças abaixo de 8 anos, 40mg,
e acima de 8 anos, 80 mg, também em dose única. 

Para o tratamento da obstrução intestinal o esquema terapêutico inclui Piperazina, 50 a 75 mg/kg


por 2 dias, que pode ser associada ao uso de óleo mineral 40 a 60ml/dia + antiespasmódicos + hidratação.
Estes pacientes devem ser tratados de forma conservadora, com sucção nasogástrica e reposição de
líquidos e eletrólitos. A terapia anti-helmíntica só deve ser instituída quando a motilidade intestinal for
restaurada. As indicações para cirurgia incluem obstrução completa com descompressão inadequada, falta
de resposta clínica em 24 a 48 horas, volvo, intussuscepção, apendicite ou perfuração.

O  tratamento das manifestações pulmonares associadas à ascaridíase consiste em cuidados de


suporte. O alívio sintomático da sibilância e tosse pode ser controlado com broncodilatadores inalatórios.
Vale ressaltar que a terapia anti-helmíntica geralmente não é administrada durante a fase pulmonar, pois a
eficácia dos medicamentos contra as larvas nos pulmões é incerta.

Prevenção:
Quanto à prevenção, ingerir somente água tratada, lavar bem frutas e legumes antes de ingeri-
los, lavar sempre as mãos, não defecar em locais inapropriados, dente outras, fazem parte
desta lista.

As melhores estratégias para prevenir a ascaridíase incluem

 Lavar muito bem as mãos com água e sabão antes de manusear alimentos
 Lavar, descascar e/ou cozinhar todos os legumes, verduras e frutas crus antes
de comê-los, principalmente os que foram cultivados em áreas em que fezes
humanas ou de porcos são usadas como fertilizante
 Não defecar ao ar livre, exceto em latrinas com eliminação correta de esgoto

Sistemas de eliminação de esgoto eficazes podem ajudar a prevenir a disseminação desta


infecção.

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Diagnóstico:
 Exame de uma amostra de fezes

A ascaridíase é diagnosticada ao identificar os ovos ou vermes adultos no


exame de uma amostra fecal ou, em raras ocasiões, ao ver os vermes adultos
nas fezes ou saindo pela boca ou pelo nariz.

Se a tomografia computadorizada (TC) ou ultrassonografia for feita por outras


razões, os vermes adultos podem ser vistos. A observação em uma radiografia
do tórax da migração das larvas pelos pulmões ocorre raramente.

Principal fator:
INTRODUÇÃO: As enteroparasitoses representam um sério problema de saúde pública de cunho mundial.
Essas afecções estão correlacionadas com condições precárias de saneamento básico aliado a ausência de
noções básicas de higiene, observada, sobretudo na infância. Dentre esses parasitos, destaca-se o
nematóide Ascaris lumbricoides, com alta incidência no Brasil e no mundo. A prevalência e a intensidade da
infecção por esse patógeno foram analisadas mediante um estudo transversal em crianças residentes no
município de Tutóia, no Estado do Maranhão, entre julho e dezembro de 2008.

MÉTODOS: A população do estudo foi constituída por crianças entre um a doze anos de idade, num total de
220 indivíduos. As amostras fecais foram recolhidas nos domicílios em frascos contendo solução
conservadora (MIF) e processadas por meio da técnica de sedimentação espontânea. Com cada pai ou
responsável pela criança foi aplicado um questionário padrão, cujos resultados foram utilizados para análise
descritiva da amostra estudada.

RESULTADOS: A prevalência de infecção por A. lumbricoides foi de 53,6%. A análise dos questionários


revelou resultados alarmantes no que diz respeito ao grau de insalubridade ao qual a população está
inserida, bem como seus precários hábitos de higiene.

CONCLUSÕES: O índice de parasitoses no presente trabalho é um reflexo claro da falta de saneamento


básico da região estudada, indicando um estado epidemiológico preocupante. Dessa forma, faz-se
necessária uma política pública de conscientização e combate dessa patologia.

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