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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ


CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
PROGRAMA FORMA PARÁ

Parasitoses Intestinais

Adrielly Vilela Lacerda


Aline Rodrigues Costa
Amanda Leal Borges
Dáyan Caroliny Barreto e Silva
Elenilda Norrato
Lorrainy Torres Monteiro
Luana dos Santos Oliveira

Bom Jesus do Tocantins- Pará

2024
Adrielly Vilela Lacerda
Aline Rodrigues Costa
Amanda Leal Borges
Dáyan Caroliny Barreto e Silva
Elenilda Norrato
Lorrainy Torres Monteiro
Luana dos Santos Oliveira

Parasitoses Intestinais

Resumo com o intuito de aprendizado além, de ser


requisito de avaliação e conhecimento da disciplina
de Enfermagem Comunitária I, para os discentes do
Curso de Bacharelado em Enfermagem pelo Forma
Pará no município de Bom Jesus do Tocantins-PA
da Universidade do Estado do Pará, lecionada pela
prof.ª Renata Campos de Sousa Borges.
Introdução

As parasitoses intestinais são prevalentes na infância, representando um


desafio significativo para a saúde pública, especialmente em áreas rurais e periféricas
de países classificados como em desenvolvimento, onde sua incidência é mais alta.
Estas condições são amplamente difundidas, afetando aproximadamente 25% da
população global, destacando-se como uma das enfermidades mais comuns em
escala mundial. A transmissão das parasitoses ocorre principalmente por meio da
ingestão de alimentos ou água contaminados, bem como pelo contato direto com o
solo, estando intimamente ligada a fatores socioeconômicos e ambientais. Alguns
exemplos de parasitas intestinais são:

Giardíase

A giardíase, provocada pelo parasita flagelado Giardia lamblia, é uma


infecção intestinal que se manifesta através de sintomas como diarreia e desconforto
abdominal. Esta doença, causada pelo protozoário Giardia lamblia, pode se
apresentar sob a forma de cistos ou trofozoítos. A infecção ocorre por meio do contato
direto ou indireto com as fezes de indivíduos infectados. Os sintomas comuns incluem
cólicas abdominais, flatulência, eructação, diarreia, náuseas e fadiga, sendo a
transmissão associada à ingestão de água ou alimentos contaminados, bem como ao
contato com fezes de pessoas infectadas.

Os índices epidemiológicos relacionados à giardíase abrangem a prevalência


da doença em determinadas populações, as taxas de incidência e a distribuição
geográfica. Tais índices variam conforme as condições de saneamento, acesso à água
potável e práticas de higiene.Os sintomas típicos da giardíase englobam diarreia,
fezes mal cheirosas, flatulência, dor abdominal, náuseas e vômitos.

Amebíase

A amebíase é uma doença infecciosa que acomete o trato gastrointestinal


humano, causada pela Entamoeba histolytica, protozoário popularmente conhecido
como ameba. É uma doença de distribuição universal, entretanto suas incidência e
prevalência variam muito em relação às condições ecológicas e socioeconômicas das
diversas regiões, pois isso afeta tanto a transmissão, quanto a virulência do patógeno.
No Brasil, a amebíase é mais frequente na Amazônia e sua forma hepática é mais
incomum na região Sul e mais comum na região Norte.
Os fatores de risco para se contrair a amebíase são clima, baixa condição
socioeconômica, higiene precária, saneamento básico deficitário e viagem para
regiões endêmicas. A infecção pela E. histolytica. ocorre, majoritariamente, pela
ingestão de alimentos ou água contaminada com fezes contendo os cistos do
protozoário. No entanto, há formas mais raras como sexo oral e anal com pessoas
infectadas. Os protozoários são capazes de degradar a matriz extracelular e invadir a
parede intestinal, disseminando pela circulação portal e causando abscessos
hepáticos e, em sequência, acometer espaço pleural, pulmão e pele, entre outros
sítios mais raros.
Alguns elementos colaboram para que a infecção seja sintomática, como a
cepa do agente e fatores do hospedeiro, como susceptibilidade genética, idade e
imunocompetência. As principais formas clínicas da amebíase intestinal invasiva são
a disenteria ou diarreia sanguinolenta, a colite fulminante, a apendicite amebiana e o
ameboma de cólon. Já a principal forma extraintestinal é a amebíase hepática, que
leva a formação de abscessos hepáticos, podendo causar dor abdominal, febre,
anorexia, tosse não produtiva e perda ponderal. A forma extraintestinal necessita ser
tratada, visto que pode levar a complicações tais como envolvimento pleuropulmonar,
derrame pleural, empiema amebiano e fístula broncopleural.
O diagnóstico da amebíase se inicia com a anamnese do paciente e exame
físico que indiquem sintomas, história clínica e achados compatíveis com a doença.
Na forma intestinal, os exames complementares mais solicitados são exames de fezes
a fresco e sorologia para E. histolytica. Já o abscesso hepático por amebíase merece
investigação complementar com hemograma, que pode apresentar leucocitose,
neutrofilia e desvio à esquerda, enzimas hepáticas elevadas e sorologia por
hemaglutinação indireta e deve ser realizada uma tomografia computadorizada.
O tratamento de primeira escolha para a amebíase é o metronidazol oral, 500
a 750mg, 3 vezes ao dia em adultos, ou 12 a 17 mg/kg, 3 vezes ao dia em crianças
por 7 a 10 dias. A principal forma de prevenção da amebíase é evitar ingerir alimentos
e água contaminados, de maneira que lavar e cozinhar bem os alimentos e ferver a
água é de grande auxílio.Também é necessário que haja políticas públicas para
investimento em saneamento básico, para que as fezes sejam tratadas de forma
apropriada e não contaminem o meio ambiente.

Ascaridíase
A ascaridíase é uma infecção causada pela presença de um verme, que
se instala no interior do intestino do paciente, resultando em uma série de sintomas.
Popularmente conhecida como “lombriga” e é muito comum em áreas com pouco
saneamento básico e com pacientes que se alimentam muito fora de casa, em locais
que não fazem a higienização adequada. É classificada como doença tropical, dado
que é um tipo de helmintíase transmitida pelo solo. Estas doenças são, por sua vez,
parte de um grupo alargado de doenças denominadas helmintíases.
É causada pelo verme Ascaris lumbricoides. Esse verme deposita seus
ovos nas fezes dos pacientes que estão infectados por ele. Caso essas fezes não
sejam tratadas adequadamente, por conta de falta de saneamento básico, podem
contaminar água e alimentos com os ovos do verme, que então são ingeridos por
outras pessoas. Em seguida, os ovos eclodem no intestino de um novo paciente,
resultando em uma nova infecção por Ascaris lumbricoides.
De modo geral, em seus estágios iniciais, a ascaridíase não causa sintomas
no paciente, conforme o número de vermes presentes em seu intestino aumenta, pode
surgir uma obstrução intestinal, resultando em sintomas como cólicas abdominais,
enjoo, vômitos e inchaço abdominal, onde a barriga do paciente fica visivelmente
inchada e grande. Assim a infecção por esse verme avança, o paciente pode acabar
expelindo vermes adultos por meio de vomito, já que eles se movimentam para outras
partes do corpo do paciente.
A ascaridíase também pode fazer com que o paciente desenvolva
bronquite e convulsões, além de extremo cansaço físico e mental. O diagnóstico da
ascaridíase é feito por meio de um exame de fezes simples.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2019), a
população brasileira tem cerca de 36 % de alguma parasitose, sendo que 55 % das
crianças apresentam a doença. A ascaridíase é a mais prevalente, com 25% de casos.
Dessa forma a enfermagem tem sua atuação no combate às parasitoses intestinais
resumida na atenção básica, devendo orientar os familiares e demais educadores
quanto os riscos de contaminação e as formas de profilaxia, como também realizar
projetos educacionais para as crianças, para instruí-las desde cedo a adotar.

Enterobíase

A enterobiase é uma infecção causada pelo parasita Enterobius vermicularis,


também conhecido como oxiúro. É a infecção por helminto mais comum em países
desenvolvidos, afetando principalmente crianças em idade escolar. A principal via de
transmissão é a ingestão dos ovos do parasita, que podem ser encontrados em
ambientes contaminados, como lençóis, roupas e brinquedos.

Os principais sintomas da enterobíase incluem coceira intensa na região anal,


especialmente durante a noite, irritabilidade, distúrbios do sono e perda de apetite.
Além disso, a infecção pode levar a complicações como inflamação do apêndice,
infecções do trato urinário e infecções ginecológicas.

Essa parasitose possui alta prevalência em diversas comunidades,


principalmente em locais com condições precárias de saneamento básico e higiene.
As crianças e seus familiares são o grupo mais afetado, o que impacta diretamente a
qualidade de vida e a saúde dessa população.

O seu tratamento envolve a administração de medicamentos antiparasitários,


como mebendazol, albendazol ou pamoato de pirantel, além da adoção de medidas
de higiene pessoal e ambiental para prevenir a reinfecção.

O enfermeiro tem um papel fundamental no cuidado e na prevenção da


enterobiase, atuando na orientação da população sobre a importância da higiene
adequada, na identificação precoce dos sintomas e na administração dos
medicamentos prescritos. Além disso, o enfermeiro também pode atuar na promoção
de ações de educação em saúde e na vigilância epidemiológica para controlar a
disseminação da infecção.

Teníase e Cisticercose
São duas parasitoses distintas, com sintomas diferentes causados pelo mesmo
verme. A teníase é causada por duas espécies de tênias, a Taenia solium e T.
saginata, também conhecidas como “solitárias”, e adquirida através do consumo de
carne crua ou mal cozida contendo os cisticercos (larvas). Já a cisticercose é causada
pelas larvas (formas jovens) dessas espécies e a contaminação ocorre pelo consumo
de água ou de alimentos contaminados com os ovos da tênia (frutas, verduras mal
lavados).
A causa de seus sintomas é variada do aparelho digestório (náusea, vômitos,
diarreia ou constipação, cólicas intestinais, alterações no apetite), cansaço, perda de
peso e sinais nervosos como insônia e irritabilidade. A pessoa infectada com
cisticercose pode apresentar sintomas como dores de cabeça e convulsões, além de
sintomas neurológicos como epilepsia.

Essa parasitose é muito encontra em regiões onde se há presente a falta de


assistência em saúde de higiene básica e saneamento básico, água tratada e locais
adequados para liberação de dejetos. E o papel do enfermeiro em relação a essas
doenças, além de auxiliar no acompanhamento do tratamento prescrito ao paciente,
é a sua atuação na educação em saúde; onde devesse explicar e dar dicas de como
interromper esse ciclo.
Dados Epidemiológicos

A metanálise identificou uma prevalência de parasitoses intestinais de


46% em todo o território brasileiro, com uma heterogeneidade de 99%. Os
indicadores epidemiológicos têm sido amplamente empregados como instrumentos
essenciais para monitorar o avanço na promoção da saúde. Eles constituem
ferramentas de monitoramento das condições de vida, contribuindo para a
formulação de políticas públicas que direcionam recursos e ações para a promoção
da saúde e o aprimoramento da qualidade de vida da população.

Gráfico confeccionado pelo grupo mediante leitura e análise de dados na


internet.

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