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Profª. Msc.

Susyanne de Lima Figueredo


Farmacêutica-Bioquímica
Especialista em Saúde Pública
Mestre em Farmacoquímica
Parasitologia Aplicada à Enfermagem
Protozoários

 60.000 espécies conhecidas;
 50% fósseis

 10.000 espécies parasitas de animais


 Dezenas parasitam o homem

 Unicelulares

 Apresentam variações morfológicas


Protozoários

 São eucariotas, constituídos por uma única célula.

 Podem ser flagelados, ciliados ou se locomover por pseudópodes.

 3 filos têm interesse em Parasitologia Humana:


• Sarcomastigophora
• Apicomplexa
• Ciliophora

GIÁRDIA
Classificação

 Filo: Sarcomastigophora

 Subfilo: Mastigophora

 Ordem: Diplomonadida

 Família: Hexamitidae

 Gênero: Giardia

 Espécie: G. lamblia
Histórico

 Protozoário flagelado, foi inicialmente chamado de Cercomonas
intestinalis por Lambl em 1859 e renomeado Giardia lamblia
por Stiles, em 1915, em memória do Professor A. Giard, de
Paris e Dr. F. Lambl, de Praga.
Epidemiologia

 Cosmopolita;

 Afeta principalmente crianças de 8 meses aos 12 anos com predomínio


na faixa etária de 6 anos;

 Prevalece com taxas de até 30% nas regiões do Brasil com baixas
condições socioeconômicas;

 Pode ocorrer em surtos epidêmicos em ambientes fechados (creches e


abrigos);
Morfologia
 Trofozoíto: 
 Formato de pera com simetria bilateral. Face
Núcleo com cariossoma central
dorsal lisa e convexa. Face ventral côncava com flagelos

uma estrutura semelhante a uma ventosa (disco


10µm

ventral, adesivo ou suctorial).


Corpos medianos
Disco ventral
 Apresenta os corpos medianos, dois núcleos e 20µm

quatro pares de flagelos que se originam dos


corpos basais situados nos pólos anteriores dos
dois núcleos.
Morfologia
 Trofozoíto:

 É a forma ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz
por diferentes processos.

 Pode aparecer nas fezes quando o transito intestinal está acelerado.


Morfologia

 Cisto:

 É oval, mede 12mX8m e apresenta as


mesmas estruturas do trofozoíto, mas de
forma desorganizada.

 O encistamento ocorre no ceco.


Morfologia

 Cisto
 São formas de resistência, membrana cística
resistente constituída de quitina;

 Parede resistente (parede cística);

 Podem sobreviver no mínimo 2 meses no


meio externo).
Ciclo Evolutivo

 Monoxênico

 Habitat – intestino delgado

 Trofozoítos e cistos

 Transmissão oral-fecal

 Veiculação hídrica
Ciclo Evolutivo
 Encistamento:

 Ocorre no ceco;
 Influência do pH intestinal;
 Estimulo de sais biliares;
 Destacamento do trofozoíto da mucosa

 Desencistamento:
 Meio ácido do estômago;
 Completado no duodeno e jejuno;
 Colonização do intestino delgado pelos trofozoítos.
Transmissão

 Ingestão de cistos maduros (alimentos e água);

 Contato sexual;

 Contato com animais domésticos (discutível).


Patogenia e Aspectos Clínicos

 A maioria das infecções é assintomática e autolimitada podendo haver eliminação
de cistos nas fezes por longos períodos;

 Indivíduos que nunca entraram em contato com o parasita antes podem apresentar
diarreia aquosa, explosiva, com odor fétido e dor abdominal;

 Diarreia, esteatorreia, irritabilidade, náuseas, vômitos – são sintomas comuns em


crianças pequenas;

 Quadros crônicos estão associados a desnutrição e vice-versa – má absorção de


gorduras e vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K), vitamina B12, ferro, xilose, lactose;
Diagnóstico

 Diagnóstico clínico: sugestivo.

 Diagnóstico laboratorial:

 Nas fezes formadas – pesquisa de cistos com salina ou lugol pelo


método de Faust (solução salina – sulfato de zinco 33% - película
superficial – alça de platina – lugol), ou pelo método de Hoffman.
 https://www.youtube.com/watch?v=X0Qjp4URRlU
Profilaxia

 Engenharia sanitária;

 Educação sanitária;

 Lavar corretamente as mãos e os alimentos;

 Tratamento da água;

 Tratamento de indivíduos parasitados.


Tratamento

 Metronidazol – 15 a 20mg/kg/dia durante 7 a 10 dias consecutivos para crianças;

para adultos 250mg 2x/dia

 Tinidazol – 1g/dia dose única para crianças; 2g /dia VO para adultos

 Secnidazol 1g´- Dose única de 2000 mg (2 comprimidos revestidos de 1000 mg).

 Nitazixanida (Annita) – 1 comp 2x ao dia por 3 dias (adulto), mesma posologia para

criança porém a dose é ajustada pelo peso.


AMEBA
AMEBAS

 Parasita unicelular, extremamente simples.

 Representante da classe Sarcodina: Não tem forma


definida (amebóide) e se locomove por
pseudópodes.

 Habitante do intestino grosso de seres humanos e


diversos mamíferos como: primatas, cães e gatos.
Classificação

 Sub-reino: Protozoa

 Filo: Sarcomastigophora

 Classe: Lobosea

 Ordem: Amoebida

 Família: Entamoebidae

 Gênero: Entamoeba

 Espécie: E. histolytica
Histórico

 O centenário de descobrimento da Entamoeba histolytica transcorreu em
1975.

 Lösch encontrou trofozoítos nas fezes de um pobre lenhador russo em


São Petersburgo que foi acometido de um ataque prolongado e fatal de
diarreia.

 Sete diferentes espécies de ameba habitam a boca e os intestinos do


homem, mas apenas a E. histolytica foi conclusivamente demonstrada
como causadora de enfermidade (parasita).
EPIDEMIOLOGIA

 Cosmopolita;

 Principal protozoose após a malária (480 milhões de casos);

 Maior prevalência nos trópicos.

 Animais sensíveis talvez funcionem como fonte de infecção;

 Os cistos viáveis  20 dias.


MORFOLOGIA – Trofozoíto

 Forma ativa, parasitária, habitante do
intestino grosso de seus hospedeiros.

 Visualiza-se o núcleo e o citoplasma repleto


de vacúolos;

 Possui o tamanho de 20 - 60 m.


MORFOLOGIA- Cisto

 Forma de resistência, encontrado no meio
ambiente e nas fezes de seus hospedeiros.

 Responsáveis pela disseminação do


parasita.

 Os cistos sobrevivem ao ressecamento, à


refrigeração e sob acidez. São mortos por
temperatura acima de 55ºC e pela
hipercloração da água.
Ciclo Biológico
 Monoxênico 
 Ingestão de cistos maduros

 Desencistamento entre o delgado e grosso

 CICLO PATOGÊNICO:
 Ruptura do equilíbrio parasita-hospedeiro:
• Localização geográfica • Raça • Sexo •
Resposta imune • Estado nutricional •
Dieta • Alcoolismo • Clima • Hábitos
sexuais
 Trofozoíto tissular, hematófago e muito
ativo ( não forma cisto)
Transmissão

 Ingestão de cistos maduros;

 Contato sexual;

 Veiculação por vetores;

 Período de incubação - variável, de poucos dias até meses ou anos; em


média 2 a 4 semanas.
Patogenia e Aspectos Clínicos

 Com a mucosa intestinal inflamada, o paciente manifesta febre, dor
abdominal prolongada, diarreia com posterior disenteria (fezes com
muco, pus e sangue), distensão abdominal e flatulência.

 Os trofozoítos podem chegar a outros órgãos através da circulação,


especialmente ao fígado, onde provocam a formação de abscessos e o
desenvolvimento de um quadro frequentemente fatal.
Patogenia e Aspectos Clínicos

 Em casos mais graves, podem ocorrer anemia, necrose extensa da
mucosa, colite ulcerativa, apendicite, perfuração intestinal e peritonite.

Ulcerações
Diagnóstico

 Diagnóstico clínico: sugestivo.

 Diagnóstico laboratorial:

 Nas fezes formadas – pesquisa de cistos com


salina ou lugol pelo método de Faust.
 Método direto – pesquisa de trofozoítos.
Profilaxia

 Engenharia sanitária;

 Educação sanitária;

 Lavar corretamente as mãos e os alimentos;

 Tratamento da água;

 Tratamento de indivíduos parasitados.


Tratamento

 Metronidazol – 15 a 20mg/kg/dia durante 7 a 10 dias consecutivos para
crianças; para adultos 250mg 2x/dia

 Tinidazol – 30mg/kg dose única para crianças; 2g /dia VO para adultos

 Secnidazol 1g´- Dose única de 2000 mg (2 comprimidos revestidos de 1000


mg). Crianças: 30 mg/kg/dia, VO, não ultrapassando o máximo de 2 g/dia.
Deve ser evitado no 1º trimestre da gravidez e durante amamentação.

 Nitazixanida (Annita) – 1 comp 2x ao dia por 3 dias (adulto), mesma posologia


para criança porém a dose é ajustada pelo peso.

TRICHOMONAS
Classificação

 Família Trichomonadidae
Morfologia

 Apenas trofozoítos;

 Célula polimorfa;

 Elipsoides, piriformes ou ovais;

 Pseudópodes para captar alimentos;

 4 flagelos anteriores.
Morfologia

 Axóstilo: estrutura rígida e hialina que se projeta através do
centro do microorganismo até a extremidade posterior;

 Núcleo: Elipsoide com presença de pequeno nucléolo;

 Flagelos anteriores de tamanho desigual

 Membrana ondulante;

 9,7 μm de comprimento e 7 μm de largura


Ciclo Evolutivo
Transmissão

 Infecção sexualmente transmissível
 Alta concentração na uretra e próstata
 Maior frequência em mulheres que têm ISTs
 Menor frequência em mulheres na menopausa e virgens

 Transmissão por fômites;

 Transmissão não sexual de mãe para filha (Transmissão vertical - 5%).


Quadro Clínico
 Mulheres  Homem

 Assintomático  Assintomático
 Corrimento vaginal  Uretrite
 Fluido abundante  Corrimento claro,
 Amarelo-esverdeado viscoso, abundante, com
 Bolhoso e odor fétido desconforto miccional
 Dor em baixo ventre  Prostatite, cistite
 Disúria
 Dispaurenia
Complicações Clínicas

Diagnóstico

 Exame Direto a fresco:
 Fixação com diversos tipo de corante
 Homem: sêmem ou urina frescas, período da manhã
 Mulher: espéculo não lubrificado, não realizar higiene vaginal 18-24h

 Meios de cultivo: Diamond


Tratamento
 Tinidazol

 Metronidazol
 Oral e tópico
 Em gestantes apenas uso tópico

 Tratar parceiro
Prevenção

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