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A transmissão ocorre pela ingestão de cistos em alimentos e água contaminados com fezes. Os
cistos se alojam no duodeno, onde ocorre a excistação (ou desencistamento) onde eles se
dividem em trofozoítos.
Trofozoítos:
Após a excistação, o trofozoíto se fixa à parede do intestino, preferencialmente duodeno e
jejuno. mas não invade a mucosa e não penetra na corrente sanguínea, no entanto, aderem ao
epitélio com auxílio do disco adesivo presente em sua superfície ventral, bem como de
proteínas com ação de lectina. O trofozoíto coloniza o intestino delgado e causa inflamação da
mucosa duodenal, levando a atrofia das vilosidades e à má absorção de proteínas e gorduras.
A perda das vilosidades pode reduzir a superfície disponível para a absorção de nutrientes,
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gerando diarreia. No entanto, podem ocorrer sintomas em pacientes sem atrofia de vilos,
sugerindo que essa alteração não explica completamente a patogênese da giardíase.
Segundo os professores, os trofozoítos também se alojam no ceco, onde fazem o encistamento,
produzindo os cistos que são eliminados nas fezes.
1: Os trofozoítos aderem ao epitélio com auxílio do disco adesivo presente em sua superfície
ventral, bem como de proteínas com ação de lectina.
2: A interação entre os trofozoítos e o enterócito induz a liberação de quimiocinas que, por sua
vez, atraem mastócitos, células dendríticas e outras células do sistema imune.
3: A inflamação resultante produz a ruptura das junções aderentes entre as células epiteliais.
4: Apoptose dos enterócitos por conta da inflamação.
5: Os trofozoítos consomem grande quantidade de arginina em seu metabolismo energético; a
falta de arginina disponível para o enterócito aumenta sua propensão à apoptose.
6: A perda das junções aderentes intercelulares e a morte celular por apoptose produzem
aumento da permeabilidade intestinal.
10: Alterações na composição da microflora intestinal que podem afetar a resposta do
hospedeiro à presença do próprio parasito e de outros patógenos intestinais.
Resposta Inflamatória:
A resposta inflamatória desencadeada tem a produção de IgA e IgE com degranulação de
mastócitos.
Epidemiologia:
A Giardíase pode acontecer em:
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Manifestações Clínicas:
Aproximadamente metade dos indivíduos infectados são assintomáticos que continuam a
excretar cistos por anos. A deficiência de IgA predispõe largamente à infecção sintomática.
Classicamente, os pacientes sintomáticos apresentam:
Esteatorreia.
Manifestações sistêmicas: hipertermia, eosinofilia, artrite, exantema ou urticária.
Embora a infecção seja autolimitada na maioria dos indivíduos imunocompetentes, cerca de 30
a 50% deles apresentam diarreia crônica.
Diagnóstico:
Parasitológico de Fezes: Três amostras de fezes são coletadas em dias alternados. É muito
importante repetir o exame se der negativo, pois a eliminação de cistos não é constante.
Testes Imunoenzimáticos: são capazes de encontrar o antígeno, como o ELISA.
Em pacientes assintomáticos com fezes normais, apenas cistos podem ser visualizados nas
fezes, porém em pacientes diarreicos, os trofozoítos aderidos a parede intestinal podem ser
levados junto com o material fecal.
Tratamento:
Há uma tendência de se tratar tanto a forma sintomática quanto a assintomática. O tratamento de
escolha é o tinidazol ou o metronidazol. O tinidazol é mais bem tolerado. Também há a
nitazoxanida.
2. AMEBÍASE
O termo amebíase refere-se ao parasitismo humano por Entamoeba histolytica e E. dispar,
acompanhado ou não de manifestações clínicas.
Embora durante quase um século E. histolytica tenha sido considerada uma única espécie,
definem-se atualmente duas espécies morfologicamente idênticas, que diferem em
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Biologia da Entamoeba:
As formas invasivas de E. histolytica/E. dispar são grandes e, em geral, têm hemácias no
citoplasma. Alimentam-se por emissão de pseudópodes, por processo de fagocitose. No
citoplasma dos trofozoítos, observa-se frequentemente uma nítida separação entre o ectoplasma,
de aspecto hialino, e o endoplasma, mais granuloso e geralmente corado de modo mais intenso.
Os cistos são esféricos ou ovais, com parede cística rígida. Podem conter um a quatro núcleos,
que apresentam as mesmas características morfológicas descritas para os núcleos dos
trofozoítos. Os cistos imaturos, isto é, aqueles com um ou dois núcleos, apresentam uma ou
mais estruturas cilíndricas conhecidas como corpos cromatoides, constituídas por agrupamentos
de ribossomos, em forma de bastão ou charuto, com extremidades arredondadas. Têm também
um ou mais vacúolos de glicogênio, que servem como reserva de energia para essa forma de
resistência.
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Transmissão:
Os cistos são as únicas formas com condições de sobrevivência no ambiente externo. Dessa
forma, transmissão do protozoário é orofecal, por contaminação de água e alimentos com
cistos. Os cistos maduros (com 4 núcleos) são as formas responsáveis pela transmissão ao
próximo hospedeiro.
Os fatores que influenciam na transmissão são:
Hábitos culturais.
Idade.
Saneamento básico.
Aglomeração populacional.
Nível socioeconômico.
Patogênese:
As formas invasivas da amebíase são resultado de uma sequência de eventos bem
caracterizados.
1. Excistamento: os cistos de Entamoeba ingeridos resistem ao baixo pH do estômago e o
excistamento ocorre somente no lúmen do intestino delgado terminal ou nas primeiras
porções do intestino grosso.
2. Adesão: as amebas então aderem à camada de muco que reveste o epitélio.
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AMEBÍASE INVASIVA:
Cerca de 3 a 10% dos portadores assintomáticos de infecção, se não tratados, desenvolvem
sintomas de doença invasiva ao final de 1 ano de seguimento.
Tradicionalmente, distinguem-se quatro formas clínicas principais de amebíase intestinal
invasiva, todas de evolução aguda:
Diagnóstico:
O diagnóstico laboratorial da amebíase intestinal é rotineiramente realizado por meio de exame
parasitológico de fezes.
Tratamento:
Portadores Assintomáticos: as possibilidades de tratamento envolvem Etofamida ou Teclosan
ou Iodoquinol ou Paromomicina.
Portadores Sintomáticos: Metronidazol ou Tinidazol.