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Assistência de

Enfermagem na
Prevenção do Câncer
de Colo Uterino

Profª Ma. Andréa Pereira


Enfermagem na Prevenção do Câncer de
Colo Uterino (CCU)

Promoção da
Saúde

Raciocínio
clínico
01.
EPIDEMIOLOGIA
(Mulheres)
Estimativas mundiais:
•quarto tipo de câncer mais comum entre as
mulheres (570 mil casos novos).
•Causa de óbito de 311 mil mulheres, sendo que 85%
desses óbitos ocorrem em países em
desenvolvimento. (INCA, 2021)
FATORES DE RISCO

Infecção pelo papilomavírus humano (HPV);


•Tabagismo,
•Idade da primeira relação,
•Número de parceiros sexuais,
•Multiparidade,
•Imunocomprometimento e
•Uso de contraceptivos orais
ANATOMIA E FISIOLÓGIA DO ÚTERO

● órgão do aparelho reprodutor feminino que está situado no abdome


inferior, por trás da bexiga e na frente do reto e é dividido em corpo e
colo.

● O colo é a porção inferior do útero e se localiza dentro do canal vaginal.


ANATOMIA E FISIOLÓGIA DO ÚTERO
● O colo do útero apresenta uma parte interna, chamado canal cervical
ou endocérvice, que é revestido por uma camada única de células
cilíndricas produtoras de muco – epitélio colunar simples.

● A parte externa, mantém contato com a vagina, é chamada de


ectocérvice e é revestida por um tecido de várias camadas de
células planas – epitélio escamoso e estratificado.
ANATOMIA E FISIOLÓGIA DO ÚTERO

● Entre esses dois epitélios, encontra-se a junção


escamocolunar (JEC), que é uma linha que pode estar
tanto na ecto como na endocérvice, dependendo da situação
hormonal da mulher.
ANATOMIA E FISIOLÓGIA DO ÚTERO

● O epitélio colunar fica em contato com um ambiente vaginal ácido, hostil


à essas células.

● Assim, células subcilíndricas, de reserva, bipotenciais, por meio de


metaplasia, se transformam em células mais adaptadas – escamosas –,
dando origem a um novo epitélio, situado entre os epitélios originais,
chamado de terceira mucosa ou zona de transformação.
ZONA DE TRANSFORMAÇÃO

● Nessa região, pode ocorrer obstrução


dos ductos excretores das glândulas
endocervicais subjacentes, dando
origem a estruturas císticas sem
significado patológico, chamadas de
Cistos de Naboth.

É nessa zona em que se localizam


mais de 90% das lesões cancerosas
do colo do útero
COLO DO ÚTERO

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•Epitélio pavimentoso estratificado (escamoso),
da ectocérvice (CONTÉM GLICOGÊNIO);

•Epitélio cilíndrico, do canal cervical;

•Junção escamocolunar.
ANATOMIA E FISIOLÓGIA DO ÚTERO

● Na infância e no período pós-menopausa, geralmente, a


JEC situa-se dentro do canal cervical.

● No período da menacme, fase reprodutiva da mulher,


geralmente, a JEC situa-se no nível do orifício externo ou
para fora desse – ectopia ou eversão.
ANATOMIA E FISIOLÓGIA DO ÚTERO
CÂNCER DE COLO UTERINO

Replicação desordenada do epitélio


de revestimento do órgão,
comprometendo o tecido subjacente e
podendo invadir estruturas e órgãos
contíguos ou a distância.
CÂNCER DE COLO UTERINO
LOCALIZAÇÃO
• 85% na zona de transformação ;
• 10% no epitelio escamoso original;
• 5% no epitelio glandular .

TIPOS
• Carcinoma epidermoide(acomete
epitélio Escamoso:80% dos casos);

• Adenocarcinoma: tipo mais raro


(acomete o epitélio Glandular)
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

Infecção pelo HPV é causa necessária para o


desenvolvimento do câncer do colo do útero;

100 tipos de HPVs foram identificados e tiveram seus genoma


mapeados: 40 tipos podem infectar o trato genital inferior e 12 a
18 tipos são considerados oncogênicos para o colo uterino;

Entre os HPVs de alto risco oncogênico, os tipos 16 e 18 estão


presentes em 70% dos casos de câncer do colo uterino.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

infeccão pelo HPV apresenta-se na maioria das vezes de forma

01.
assintomática, com lesões subclínicas (inaparentes) visíveis apenas
após aplicação de reagentes, como o ácido acético e a solução de
Lugol, e por meio de técnicas de magnificação (colposcopia).
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As lesões clínicas podem ser únicas ou múltiplas, restritas ou difusas, de
02. tamanho variável, planas ou exofíticas, sendo também conhecidas como
condiloma acuminado, verruga genital ou crista de galo.

As localizações mais frequentes são a vulva, o períneo, a região perianal, a vagina


e o colo do útero.
Podem ser dolorosas, friáveis e/ou pruriginosas.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

03 LESÕES PRECURSORAS

São assintomáticas, podendo ser detectadas por meio da realização


periódica do exame citopatológico e confirmadas pela colposcopia e
exame histopatológico.

04 CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

No estágio invasor da doença os principais sintomas são sangramento vaginal


(espontâneo, após o coito ou esforço), leucorreia e dor pélvica, que podem estar
associados com queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados
•Redução de fatores
Prevenção de risco;
Primária •Vacinação

Educação
em Saúde

Prevenção • Papanicolaou;
Secundária • Exames coadjuvantes
Vacina contra o HPV

INDICAÇÕES
• Meninas: 9 a 14 anos
• Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do
mundo a oferecer a vacina contra o HPV para meninos em
programas nacionais de imunizações (11 a 14 anos)

TIPOS E DOSE

• Quadrivalente (6,11, 16, 18), duas doses: 0 e seis meses


Prevenção Secundária
EXAME PAPANICOLAOU (COLPOCITOLÓGICO)

Efetivo para o controle do câncer de colo uterino;

Amplamente utilizado;

Rápido e simples;

Baixo custo;

-Vulnerável a erros de coleta e de preparação da lâmina;


;
-Subjetividade na interpretação dos resultados;
- ↑especificidade
- ↓sensibilidade
TIPOS DE CITOLOGIA
Citologia em meio líquido

Citologia
Convencional
Years Years
•Custo; old old

•Sensibilidade e
Especificidade
CITOLOGIA EM MEIO LÍQUIDO

- Interpretação mais rápida;


- Menos exames insatisfatórios;
- Testagem adicional para DNA-HPV
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
1 • Incentivo ao PAPANICOLAOU;

2 • Recrutamento da população-alvo;

• Consultas de RETORNO;

(ANTTILA et al, 2009; NICULA et al,


3

4 • Busca ativa de FALTOSAS;

5 • Condutas clínicas de seguimento;

2009)
6 • Garantia de qualidade dos procedimentos;
R ECOMENDAÇÕES

Intervalo entre • Deve ser de três anos, após dois


exames anuais consecutivos e
os exames
negativos (A);

Início da coleta • Aos 25 anos de idade para as


do exame mulheres com início sexual (A);

Finalização • Aos 64 anos, finalizada com pelo menos


dois exames negativos consecutivos nos
da coleta últimos cinco anos (B);
SITUAÇÕES ESPECIAI S

GESTANTES PÓS MENOPAUSA HISTERECTOMIZADAS

Seguir Rastreadas de Excluídas do


recomendações de acordo com as rastreamento, se
periodicidade e faixa orientações para as exames anteriores
etária como as demais mulheres (A) normais, desde que
demais mulheres (A) histerectomia por
lesões benignas (A)
SITUAÇÕES ESPECIAI S

Semestrais no primeiro ano após a


Imunossuprimidas relação;
• Se normais, seguimento anual.

• Não há indicação para


Virgens rastreamento nesse grupo;
CUIDADOS ANTERIORES À COLETA
Tomar banho antes do exame;

Aparar pêlos pubianos e axilares;

A utilização de lubrificantes, espermicidas ou medicamentos vaginais deve ser evitada


por 48 horas antes da coleta, pois essas substâncias recobrem os elementos
celulares dificultando a avaliação microscópica.

O exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode
prejudicar o diagnóstico citopatológico.

Deve-se aguardar o quinto dia após o término da menstruação;

Certificar que a cliente esvaziou a bexiga. (BRASIL, 2013)


Não ter relação sexual, nem mesmo com camisinha, dois dias antes do exame.
CONSULTA DE ENFERMAGEM

 Escuta ativa

 Individualizada

 Abordagem
integral
CONSULTA DE ENFERMAGEM
ENTREVISTA:
Identificação
Aspectos sociodemográficos
Queixas e duração
Antecedentes pessoais e
familiares
Hábitos de vida
Antecedentes ginecológicos
e obstétricos
Antecedentes sexuais
ENTREVISTA
•Menarca, coitarca, menopausa, informações sobre o desenvolvimento puberal.

•Data da última menstruação (DUM), regularidade dos ciclos, número médio


de dias, duração e quantidade do fluxo menstrual.

•Anticoncepção. História obstétrica.

•Vida sexual. dispareunia sangramento pós-coital.

•Sintomas climatéricos (fogachos, atrofia urogenital, perda da libido, alterações


cutâneas).

•Queixas mamárias, urinárias e tratamentos ginecológicos prévios.


PREENCHIMENTO COMPLETO DA REQUISIÇÃO
DO EXAME CITOPATOLÓGICO
Lembrar que : um campo em branco é um dado
não colhido !

● Todas as informações são importantes !

● Atenção aos campos de Código da Unidade


de Saúde e nome da Unidade de Saúde .

● Atenção aos dados do Endereço da paciente .


● Preenchimento com Letra Legível
EXAME FÍSICO
• Completo, com especial atenção abdome, à PA, ao
peso e altura e impressões gerais.
Fazem parte:
• Exame de mamas
• Exame pélvico
• Posicionamento: litotomia em mesa ginecológica.
Paciente despida, coberta com avental de abertura
posterior e lençol para cobrir parcialmente o abdome
e membros inferioreS
EXAME PÉLVICO
POSICIONAMENTO E INSPEÇÃO VULVAR E PERINEAL
EXAME ESPECULAR
• Lâmina de vidro com extremidade fosca;
• Frasco Porta Lâminas;
• Álcool a 96% ou spray de polietilenoglicol;
• Espéculo de Collins;
• Espátula de Ayre;
• Escova endocervical;
• Pinça de Cheron;
• Bolas de algodão;
• Formulários de requisição do exame citopatológico;
• Fita adesiva de papel para a identificação dos frascos;
• Lápis grafite ou preto nº 2;
• Luvas de procedimento, óculos, foco.
IDENTIFCAÇÃO DA LÂMINA

✓Identificação do porta
lâmina;

✓Identificação da lâmina na
região fosca: (Iniciais do nome
da mulher e número do
prontuário da mulher na
unidade)
*(a lápis grafite -FIXADOR)
EQUIPAMENTOS DA SALA DE COLETA

* Mesa ginecológica;
* Escada de dois degraus;
* Mesa auxiliar;
*Foco de luz com cabo
flexível;
*Biombo ou local reservado
para troca de roupa;
* Cesto de lixo;
* Espaço físico adequado.
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COLETA CITOLÓGICA- PCCU
Procedimento
• Lâmina previamente identificada;

• Esfoliação da superfície externado colo com a espátula de


Ayre. Introduzir o braço alongado da espátula no canal
endocervical e a parte côncava raspa a mucosa da
ectocérvice e faz a rotação completa(360graus);

• Fazer a rotação com a escovinha endocervical;

• Esfregaço é disposto com fina espessura na lâmina


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Parte Fosca Ectocérvice Endocérvice
A RETIRADA DO ESPÉCULO...
Umavez terminado todos os passos da coleta tracionar
levemente o espéculo liberando o colo, em seguida fechando e
retirando do canal vaginal no sentido obliquo.
A RETIRADA DO ESPÉCULO...
Umavez terminado todos os passos da coleta tracionar
levemente o espéculo liberando o colo, em seguida fechando e
retirando do canal vaginal no sentido obliquo.
PREENCHER NA REQUISIÇÃO DE EXAME CITOPATOLÓGICO
TODOS OS DADOS OBSERVADOS DURANTE A COLETA DO
PREVENTIVO
Aspecto do colo uterino
Características do conteúdo vaginal
Lesões e ulcerações existentes
Ectopia
Áreas de sangramento
Etc.
AVALIAÇÃO DO CONTEÚDO VAGINAL

COR: transparente, branco, cinza, verde,


amarelo.

CONSISTÊNCIA: elástico, leitoso,


grumoso, bolhoso.

QUANTIDADE: escasso, moderado,


abundante

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RECOMENDAÇÕES INICIAIS APÓS O RESULTADO DE CITOLOGIA ANORMAL

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RECOMENDAÇÕES INICIAIS APÓS O RESULTADO DE CITOLOGIA ANORMAL

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Inspeção Visual com
Ácido Acético
&
Teste de Schiller

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INSPEÇÃO VISUAL COM ÁCIDO ACÉTICO

Limpar o colo uterino com algodão seco;


Pincelar o colo uterino e fundo de saco vaginal com
solução de ácido acético a 5% (coagulação protéica);
Esperar 2 minutos e pesquisar atentamente a presença
de lesões acetobrancas;
Teste sensível e pouco específico;
Detecta lesões sugestivas de HPV.

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TESTE DE SCHILLER
Embebe-se bola de algodão com a solução de lugol e molha o colo.

Verifica-se as alterações da mucosa do colo


uterino devido ao grau de impregnação das células com
a solução de lugol.

O epitélio escamoso imaturo e metaplásico fixam


pouco lugol. Epitélio anormal não capta a substância.

Resultados: Schiller positivo (Iodo negativo)


Schiller negativo (Iodo positivo 83
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Fonte – Projeto Saúde Sexual e 4
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Orientações sobre o exame colhido, abordagem das IST”s, encaminhamento ao
ginecologista quando necessário e salientar a importância do retorno para o
resultado.
Agendar o retorno…

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