Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Citologia Clínica
Prof. Dr Gilvânia Santana
Quanto à periodicidade, é indicada a sua realização anual, e após dois exames anuais com
resultados negativos, a cada três anos.
➢ Para mulheres com mais de 64 anos de idade e que nunca foram avaliadas através do exame
citopatológico, é necessário realizar dois exames com intervalo de um a três anos.
➢ Se ambos forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais.
➢ Após o tratamento da lesão e depois de dois exames citológicos com resultados negativos, a
paciente passa a realizar o teste de Papanicolaou a intervalos anuais, a cada três anos.
Procedimentos técnicos e laboratoriais
As seguintes orientações devem ser fornecidas às pacientes antes da colheita das
amostras citológicas:
Dados pessoais:
Nome completo
Idade
Endereço
Telefone
Número do documento de
identificação se corresponder a
exame do SUS.
Preenchimento de ficha da paciente
➢ Ainda são necessárias espátula de Ayre para a colheita das amostras da ectocérvice e da vagina
através de “raspados” e escovinha para a colheita da endocérvice.
➢ Devem ser acessíveis ainda tubos de plástico contendo etanol a 95% para acondicionar os
esfregaços e obter a sua fixação imediata.
Colheita Triplice
Nesta modalidade de colheita, as amostras obtidas do fundo de saco posterior da vagina, da
ectocérvice e da endocérvice são distribuídas na mesma lâmina.
Colheita Triplice
Vantagens:
➢ Por outro lado, a colheita vaginal é também de interesse para a identificação de micro-
organismos patogênicos
OBS: Apesar das vantagens atribuídas à colheita tríplice, o Instituto Nacional do Câncer
(Inca) recomenda apenas a colheita dupla (ectocérvice e endocérvice), uma vez que o
objetivo do exame é o rastreio das lesões pré-cancerosas do colo.
➢ Há maior dificuldade na colheita das amostras em mulheres pós-menopausadas devido ao
dessecamento das mucosas pela diminuição fisiológica das secreções glandulares.
➢ O uso vaginal de estrógenos conjugados ou estriol, com repetição do exame citológico sete
dias depois da interrupção do tratamento é aconselhável, fornecendo geralmente amostra de
boa qualidade, com celularidade representativa.
➢ Por outro lado, a demora na fixação da amostra em etanol a 95% pode levar à dessecação
com alterações celulares degenerativas.
➢ Especial cuidado deve ser tomado com o espécime endocervical, já que as células
glandulares dessa mucosa são mais frágeis e suscetíveis a artefatos técnicos.
Confecção dos esfregaços citológicos
Fixação dos esfregaços citológicos
➢ O etanol a 95% é o fixador de rotina
devido a sua eficiência, seu baixo custo e
ausência de toxicidade.
Os seguintes efeitos podem ser encontrados nas amostras dessecadas (exposição prolongada
no ar):
• Aspecto opacificado, turvo, dando a impressão de que a amostra está fora do campo de
visão.
• Aumento da eosinofilia citoplasmática.
• Aumento nuclear (de quatro a seis vezes maior ao verificado nas amostras fixadas
imediatamente) e perda dos detalhes da estrutura cromatínica.
Figura 18 - Fixação inadequada das amostras e contaminação por fungos.
➢ Demora na fixação com etanol pode resultar em eosinofilia difusa (coloração rosa), aumento
nuclear e perda dos detalhes da estrutura cromatínica, como mostram essas figuras.
➢ Quando essas alterações incidem em mais de 75% do esfregaço, o mesmo deve ser considerado
insatisfatório para fins de diagnóstico.
c;d - Fungo contaminante (Aspergillus). Esfregaços cervicovaginais, Papanicolaou, 100x e 400x.
➢ Quando os esfregaços são fixados com Carbowax ou “cito-sprays”, devem ser acondicionados em
caixas de papelão assim que o material secar.
➢ A exposição prolongada no ar ambiente aumenta o risco de contaminação por fungos que estão
presente no ar, como Aspergillus.
➢ Estes se apresentam sob a forma de numerosas hifas que se ramificam e que geralmente estão num
plano diferente das células (c).
➢ Também podem se mostrar sob a forma de conidióforo com vesícula e cadeias de conídias (d).
Coloração das amostras citológicas
O método de coloração foi elaborado pelo próprio Papanicolaou, com várias modificações ao
decorrer dos anos.
Coloração das amostras citológicas
➢ Consiste na aplicação de um corante nuclear, a hematoxilina, e dois corantes
citoplasmáticos, o Orange G6 e o EA (eosina, verde-luz ou verde-brilhante e pardo de
Bismarck).
➢ A eosina cora em rosa o citoplasma das células superficiais, nucléolos, mucina endocervical
e cílios. O Orange G6 cora as hemácias e as células queratinizadas em laranja-brilhante.
➢ Após a coloração do esfregaço segue-se a etapa conhecida como clareamento, que promove
a transparência celular. O xilol, um solvente orgânico, é utilizado para esse fim.
Coloração das amostras citológicas
a - Efeito do EA sobre o citoplasma das células, na coloração padrão. Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou,
400x. Células escamosas superficiais com citoplasma corado em rosa (eosinofílicas) e células intermediárias
com citoplasma corado em azul (cianofílicas). A coloração citoplasmática é bem diferenciada nessas células.
• Satisfatória:
➢ Esfregaço obscurecido entre 50% a 75% de sua totalidade por vários fatores, entre
eles:
• Insatisfatória:
Esfregaço acelular ou obscurecido em mais de 75% da sua totalidade pelos mesmos fatores
discutidos acima.
Avaliação microscópica das amostras citológicas
➢ A marcação dos campos suspeitos é realizada com caneta de ponta fina e tinta permanente
(à prova de água).
➢ Com a objetiva de 10x, fazer um ponto acima ou abaixo da estrutura que deseja se
destacar ou alternativamente circulá-la.