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Especialização em Citologia Clínica

Prof. Jacinto Costa – Citologia Pulmonar


EXERCÍCO PONTUADO

Aluno(a): Juliana Martins Feitosa Data: 06 /03 /2018

Roteiro

Responder as perguntas abaixo e montar uma aula no Power Point (ou outro software de
apresentação), constando de imagem representativa das lesões conforme indicado
abaixo. Os pontos elegíveis são:

Perguntas:

1- Como obter material de amostra de líquido pleural e pulmonar? Descreva o


procedimento e preparação de amostras para análise citológica.
Resp: Podemos obter amostras através de: Escovado Brônquico, Lavado Brônquico, Biopsia por
agulha fina (BAAF), onde amostras são obtidas através da inserção de uma agulha no espaço
pleural (toracocentese)
 O liquido pleural é um ultrafiltrado de plasma que preenche o espaço entre a pleura, onde
costuma apresentar em pequena quantidade de 1 a 20 mL, com baixa concentração de
proteínas e células, onde normalmente apresenta-se com aspecto claro e amarelo-pálido.
A solicitação de coleta para exames laboratoriais do liquido pleural é rotineiramente feita
para diferenciar transudatos de exsudatos nos derrames pleurais. Quando ocorre algum
dano à cavidade pleural, as células mesoteliais são ativadas, tornando-se fagocíticas e
podem produzir várias citocinas que estimulam a resposta inflamatória. Inflamações e
outras alterações na pleura podem ser iniciadas pela introdução de microrganismos,
células estranhas, sangue, ar ou proteínas.
Para realizar a toracocentese (punção no espaço pleural):
- Não é necessário que a toracocentese seja realizada em centro cirúrgico;
- Deve ser preferencialmente utilizado um local limpo e reservado;
- O local a ser puncionado deve ser delimitado através de um criterioso exame clínico e
confirmado com uma radiografia de tórax ou ultrassonografia.
- O procedimento deve ser realizado preferencialmente com o paciente sentado, com os
braços e a cabeça apoiados em travesseiros, sobre um anteparo (como uma mesa) ou
com a mão ipsilateral ao derrame apoiada sobre o ombro contralateral.
- Material: luvas estéreis; Gaze; solução antisséptica; campos estéreis; lidocaína a 2%
sem vasoconstrictor; Uma pequena seringa(10ml) e agulhas 25- e 22- gauge para injeção
de anestesia; Uma torneira de 3 vias; Cateter-agulha de 18-gauge; Seringa grande(35 a
60ml);frascos comuns ou a vácuo; esparadrapo.
- Uma vez que o paciente esteja adequadamente posicionado, e demarcado o local da
punção, a pele do hemitórax acometido deve ser limpa com solução antisséptica e o
campo estéril posicionado..
- Deve ser anestesiado
- O local deve ser o 4o espaço intercostal (no nível do mamilo), em linha axilar média;
Preparar a área com solução antisséptica,
- Usar um angiocath ou uma agulha 18, introduzir em linha axilar média em direção a
linha axilar posterior; Retirar o líquido com uma seringa.
Preparo das amostras:
 Pleural: As amostras devem ser coletadas em três tubos para as análises
microbiológicas, citológicas e bioquímicas: o tubo destinado à análise citológica deve
conter EDTA ou heparina (1-2 gotas em 5 mL) e o tubo destinado para bioquímica não
deve conter anticoagulante. Recomenda-se o encaminhamento imediato da amostra ao
laboratório. Se eventualmente, o material não puder ser enviado logo após a coleta,
sugere-se que o mesmo seja mantido em geladeira comum (4 a 8 o C), e não no
congelador, até o encaminhamento ao laboratório..
As amostras podem ser pré-fixados em etanol 50%. As amostras líquidas subdividem-se em dois
grupos:
• Transudatos: são pouco celulares e de cor clara.
• Exsudatos: são ricos celularmente, escuros, de natureza neoplásica ou inflamatória.
Estas amostras podem ser processadas de acordo com sua riqueza celular, por meio da
centrifugação (preferida quando o material se apresenta hipercelular) ou citocentrifugação
(Possibilita a análise citológica de líquidos com baixíssima densidade celular - hipocelulares).
Preparação de lâminas frequentemente começa agitando o recipiente para dispersar as
células e, em seguida, centrifugar uma alíquota de 50 mL (ou toda a amostra se menos de
50mL). O sobrenadante é descartado, e o sedimento é usado para preparar esfregaços
diretos. As amostras geralmente são fixados em álcool e podem ser coradas em Papanicolaou
que detecta muito bem malignidade e infecções e Wright-Giemsa que faz uma diferenciação
das células inflamatórias.
Os chamados "cell blocks" também são especialmente úteis como complementar as
preparações "citológicas" anteriormente listados. Para preparar um bloco de células, o restante
do sedimento é enrolado em papel de filtro, colocado em uma cassete, incorporado em
parafina, e cortado e manchado em a maneira de seções histológicas. Para melhorar a
sensibilidade, a maioria dos laboratórios usa dois ou mais métodos de preparação para
efusões.

2- Quais os componentes citológicos ou não, são geralmente encontrados em


amostras pulmonares?
Resp: ELEMENTOS EPITLIAIS: Epitélio respiratório e brônquico, epitélio alveolar. Podem ser
encontradas células brônquicas, células basais (condições normais não se desprendem
espontaneamente) NÃO EPITELIAIS: macrófagos, siderófagos, pneumócitos tipo II, leucócitos,
neutrófilos, eosinófilos, ELEMENTOS NÃO CELULARES: Espirais de Curschmann, Cristais de
Charcot-Leyden, contaminantes.
Derrames benignos contêm células mesoteliais, histiócitos/macrófagos, células inflamatórias
(linfócitos, neutrófilos, eosinófilos) e em proporções variadas. Algum sangramento é comum
durante a coleta, eritrócitos e leucócitos podem ser contaminantes comuns.

3- Como devo acondicionar amostras de líquido pleural para processamento


posterior?
Resp: Deve ser acondicionada e refrigerada em temperatura de 4° a 8°C durante 24horas.
É possível conservar aproximadamente por 06 meses os esfregaços citológicos para
posteriores imunomarcações, desde que recobertos com papel alumínio e mantidos
congelados entre -20 e -70°C. Amostras coaguladas, envelhecidas ou sem correta
identificação devem ser rejeitadas para as análises citológicas.

4-Há limitações para citologia pulmonar?


Resp: Sim
5- Em que grupo de lesões poderemos incluir a conclusão “suspeito” ou
“indeterminado” para lesões pulmonares? Esclareça.
Resp: Existe uma classificação de tumores de pulmão, que são:
 Tumores epiteliais malignos - Ex: Carcinoma escamoso, Carcinoma de pequenas
células, C. de grandes células, C. adenoescamoso, etc.
 Tumores mesenquimáticos - Ex: Blastoma pleuropulmonar, Angiossarcoma, etc.
 Tumores benignos - Ex: Papilomas escamosos, glandular e misto e os adenomas.
 Tumores miscelâneos - Ex: Hemaginoma esclerosante, Tumor de células claras, etc.
 Processo linfoproliferativo pulmonares – Ex: Granulomatose linfomatoide, linfoma B
de grandes células.
Uma lesão pulmonar que pode ser considerada indeterminada ou indiferenciada é o Carcinoma
de Células Grandes (CCG), onde que representa cerca de 9% de todos os cânceres de pulmão.
É um diagnóstico de exclusão com base na ausência de células escamosas, diferenciação
glandular ou de células pequenas. Histológico variantes incluem carcinoma basaloide,
linfoepitelioma- como carcinoma, carcinoma de células claras, CCG com fenótipo rabdomínico e
carcinoma neuroendócrino de células grandes.

6-Quais as maiores dificuldades ou limitações na citologia pulmonar?


Resp: O desconforto da coleta da amostra para o paciente; a realização de uma coleta
“acelular”; quando a amostra for devidamente feita, as contagens celulares devem ser
efetuadas imediatamente para evitar a deterioração das células; as células distorcidas ou
degeneradas não devem ser contadas
As amostras com grandes coágulos não podem ser processadas.

REFERÊNCIAS

CAPUTO L.F.G., MOTA E.M. e GITIRANA L.B - Técnicas citológicas In: Conceitos e
Métodos para a Formação de Profissionais em Laboratórios de Saúde. FIOCRUZ,
189-214. Rio de Janeiro. Disponível em:
http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/capitulo_4_vol2.pdf.

GAMBONI M., DALURZO M. L. e MARULL R.S. Citologia Respiratória - In: GAMBONI M.


e MIZIARA E.F. Manual de citopatologia diagnóstica: Brasil, Manole, 2012 p 349.

HORTA A.L.A, Líquidos Biológicos - In: GAMBONI M. e MIZIARA E.F. Manual de


citopatologia diagnóstica: Brasil, Manole, 2012 p 194.

MELO M.A.W e SILVEIRA C.M Líquidos Biológicos no Laboratório de Hematologia -


Líquidos cavitários, pleurais, peritoneais/ascíticos e pericárdicos. In: Laboratório de
Hematologia – Teorias, Técnicas e Atlas: Brasil, Editora Rubio, 2015. p 178.

NGUYEN G. Serous effusions In: Essentials Of Fluid Cytology. Canadá, 2009. Dísponivel:
https://pathology.ubc.ca/files/2012/06/FLUIDCYTOLOGYBook09R1.pdf. Acessado em:
03/03/2018.

THURMAN A. Cytology of Cerebrospinal and Serous Body Cavity Fluids - Disponível :


http://www.pametnorcal.org/Cytology_of_Cerebrospinal_and_Serous_Body_Cavity_Fluids
.pdf. Acessado em : 03/03/2018.

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