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Componentes do sangue, fase

pré-analítica e coleta de sangue

Profª. Esp. Debora M. S. Marioto


Sangue
• Tecido fluido circulante, formado por uma fase sólida de
células diferenciadas e por uma fase líquida denominada
plasma.
SANGUE – FUNÇÕES GERAIS
✔TRANSPORTE - Nutrientes e gases

- Produtos do metabolismo

- Metabólitos

- Hormônios e outras moléculas


sinalizadoras

- Eletrólitos (sais)
SANGUE – FUNÇÕES GERAIS
✔Nutrição e eliminação de metabólitos

✔Hormonal (gls. endócrinas)

✔Regulação térmica

✔ Trocas gasosas (O2 e CO2)


✔Defesa imunológica (LEUCÓCITOS)

Microorganismos
(QUIMIOTAXIA)
Volume Sanguíneo
Total
• Volume Sanguíneo Total – VST
• Aproximadamente de 6 a 8 % do peso
corporal do paciente.
• Mulheres: apresentam em média VST de
3.000 a 4.500 mL
• Homens: apresentam em média VST de 3.500
a 5.800 mL
Sangue
Total
• pH = 7,35 a 7,45
• Densidade = 1.048 a 1.066

(37°C)
Hematócrito: é uma medida da proporção de hemácias no sangue. O valor é expresso
como um percentagem ou uma fração de hemácias no sangue. Por exemplo,
um hematócrito de 40% significa que há 40 ml de hemácias em 100 ml de sangue.
Plasma (50 a 60%)

• Água = ~90%
• Proteínas, carboidratos, lipídeos, hormônios, minerais,
enzimas, vitaminas e compostos nitrogenados = 8%
• Sais e íons = 1%
Plasma x Soro

• Plasma: parte líquida do sangue com presença dos


fatores de coagulação
• O sangue colhido sem anticoagulantes, coagula pelo
consumo dos fatores de coagulação.
• A fase líquida do sangue passa a ser chamada de SORO.
Células (40 a 50%)
• Glóbulos vermelhos ou eritrócitos

• Glóbulos brancos ou leucócitos: neutrófilos,


eosinófilos, linfócitos, monócitos e basófilos

• Plaquetas
Glóbulos vermelhos
• Compreendem a maioria dos elementos
figurados do sangue variando entre 4,5 a 5,5
milhões por mm .3

• A quantidade de eritrócitos pode variar com a


idade e o sexo.
Glóbulos brancos
• Apresentam características morfológicas e
funções específicas.

• Encontrados na quantidade de 5.000 a 10.000


por mm de sangue.
3
Linfócito

Neutrófilo

Monócito

Eosinófilo

Basófilo
Plaquetas

• Consideradas como fragmentos celulares,


sendo importantes no processo de
hemostasia primária.

• A quantidade pode variar entre 150.000a


400.000 por mm3 de sangue.
Sangue: Constituição
• Sangue: constituição
54%: plasma (parte líquida)
1%: glóbulos brancos e plaquetas
45%: glóbulos vermelhos (hemácias)

Em cada mm3 de sangue há aproximadamente:


5 milhões de hemácias
10.000 glóbulos brancos
150.000 a 400.000 plaquetas
Duração das células sanguíneas:
• A hematopoese possui um nível basal para repor as perdas.
Por dia 🢥 6 bilhões de células/dia/kg.
• A maior parte das células sanguíneas possuem vida curta:

ELEMENTO DURAÇÃO
• Eritrócitos ~120 dias
• Plaquetas 7-10 dias
• Granulócitos 6-7 horas
Algumas horas até alguns anos (células
• Linfócitos
de memória)

Quando há uma demanda maior de um tipo celular específico,


as células progenitoras são estimuladas pelos fatores
hematopoéticos para produzir as células que são necessárias
Exames laboratoriais
A fase pré-analítica é
responsável por cerca de 70%
do total de erros ocorridos nos
laboratórios clínicos
Fase pré-analítica: coleta de material (Sangue)
1- Técnica de coleta adequada: vácuo ou com seringa e agulha.

A qualidade da amostra coletada pelo sistema a vácuo é considerada


mais elevada e representativa.

O principal fator é a adequada proporção sangue/aditivo.

Isso proporciona a redução de causas de erro, como


hemodiluição, volumes insuficientes, hemólise, redes de fibrina
e formação de microcoágulos.
Tubos coletados com volume de sangue inferior ao
preconizado alteram a relação sangue/ativador de
coágulo, resultando na formação de fibrina
Ordem de coleta dos tubos

Citrato de Prova de coagulação (TP, TTPa)


sódio

Determinação bioquímica e
Ativador de sorológica. tipagem ABO, RH,
coágulo fenotipagem eritrocitária,
imunoglobulinas.

Ativador de Rotinas de bioquímica,


coágulo sorologia, imunologia,
+Gel marcadores cardíacos e
tumorais.
Rotinas de hematologia. Hemograma,
EDTA imunofenotipagem, mielograma.

Determinações bioquímicas no
plasma. Ativam as enzimas
Heparina antiplaquetárias, bloqueando a
cascata de coagulação. Gasometria,
Íons.

Fluoreto de Sódio Inibidor glicolítico e preservação


+ EDTA da morfologia celular. Dosagem
de glicose, lactato e hemoglobina
glicada.
Evitar durante a punção:

• Áreas com terapia ou hidratação intravenosa de qualquer espécie;


• Locais com cicatrizes de queimadura;
•Membro superior próximo ao local onde foi realizada mastectomia,
cateterismo ou qualquer outro procedimento cirúrgico;
• Áreas com hematomas;
• Fístulas arteriovenosas;
• Veias que já sofreram trombose;
Fase pré-analítica: coleta de material
(Sangue)
2- Técnica de punção:

Escolha adequada do dispositivo endovenoso:

Scalp (butterfly): infusão de baixos volumes, medicação ou crianças e RN (19 ao 27G).


Abocath (jelco): infusão de grandes volumes, possibilidade do mandril metálico (14 ao 24G),
Anatomia
Dar preferência as veias
da região antecubital.

Para RECEPTORES porém,


qualquer veia visível ou
palpável, pode e deve ser
puncionada, caso não seja
possível utilizar as da região
antecubital.

Ex. Veias do antebraço


Anatomia
Artérias: braquial, radial, pedial e tibial posterior (crianças e RN)
Veias do dorso da
mão (receptores).
Escolha da veia para punção venosa

http://laboratorian.advanceweb.com/Features/Articles/Innovation-in-Blood-Cent
ers.aspx

Deve se dar preferência às veias da região antecubital.


Limpeza da pele
Deve ser realizada em duas etapas:
• Degermação: ato de redução ou remoção parcial dos
microrganismos da pele, ou outros tecidos por métodos
quimiomecânicos. É o que se faz quando se lava as
mãos usando água, sabão e escova. (Clorexidine,
povidine...)
• Antissepsia: é o método através do qual se impede a
proliferação de microrganismos em tecidos vivos com o
uso de substância químicas (os anti-sépticos) usadas
como bactericidas ou bacteriostáticos. (Alcool 70GL)

NÃO PALPAR APÓS LIMPEZA.


Portaria MS 158/16
Método
Coleta de Amostra
com Seringa
Separar Material Necessário

1.Seringa;
2.Agulha;
3.Luva; 5
4.Garrote;
5.Algodão; 6
6.Álcool 70GL; 7
7. Tubo; 1
8.Solicitação; 3 2
9.Etiqueta de identificação; 8
10. Curativo;
10
9 4
Se necessário: Caneta e
recipiente para material
pérfuro-cortante.
Abordagem e Preparo do Ambiente
Realizar abordagem pessoal
(conforme já foi descrito).
Posicionar o paciente
confortavelmente.
Colocar a caixa/suporte de
transporte em local adequado
(jamais na cama).
Verificar a identificação do paciente.
Identificar o tubo.
Proceder lavagem das mãos

Conforme técnica.

Dica complementar: LAVAGEM DE MÃOS: Escovação Cirúrgica


(https://www.youtube.com/watch?v=F1H6AjZ878k )
Selecionar a veia

Calçar as luvas (podem ser


colocadas antes ou após
selecionar o local da
punção).
Priorizar as veias da região
antecubital.
Preparar o material

Luer Lock

Abrir o material com técnica adequada.


Não rasgar!
Garrotear

Garrotear 8-10 cm acima do local da punção, sem muita pressão.


Cuidar para as pontas do garrote não ficarem por cima da região
da punção.
Evitar ultrapassar de 1 minuto para evitar alterações em exames.
Proceder Antissepsia
Algodão embebido em
álcool 70 GL.
Ampla, com movimentos
firmes.
Sentido distal / proximal ou
circular de dentro para fora.
Aguardar secar para a
ação microbicida (sem
tocar ou soprar) – evitando
ardência e hemólise.
Realizar Punção

✔ A mão deve estar sempre na base da


agulha.
✔ Soltar a tampa da agulha sempre pelo
canhão, utilizando a mesma mão que
segura a seringa (desta forma a mão está
“presa” e não será colocada em risco).
✔ Evitar colocar a mão na frente da agulha!
✔ Deixar que a tampa escorregue sobre a
agulha para a superfície de apoio.
✔ Bisel deve estar voltado para cima.
Realizar Punção Colocar o polegar de sua mão livre abaixo
da área a ser puncionada, tracionando a
pele. Solicitar que o paciente feche
suavemente a mão nesse momento.
45º
Perfurar a pele em um ângulo de 45º.
Em seguida baixar para um ângulo de 10 a
20º (rente à pele).

10 a 20º

Após observar que o sangue fluiu


para a agulha, soltar o garrote.
Coletar a Amostra

Entre o momento da punção e a coleta do sangue, não se


deve trocar a mão que está segurando a seringa.
Retirar a Agulha

Com cuidado, retirar a


Retirar o garrote e
agulha e pressionar o
preparar o algodão
local com o algodão
seco e limpo. limpo.
Pressionar o local com Desprezar a agulha sem recapar (ou
algodão até parar o utilizar a trava da agulha NR 32)
sangramento. Com a mesma mão que segura seringa retirar
Sem dobrar o braço nem agulha pelo canhão(sem colocar a mão na
retirar o tampão! frente da agulha!) e descartar imediatamente
em descarte para perfuro cortante.
Finalizar

Colocar a amostra no tubo Realizar Curativo.


previamente identificado. Manter por ao menos 15 minutos.
Finalizar
Organizar o material.
Deixar o paciente confortável.

Descartar seringa e agulha


em perfurocortante.
Descartar algodão e luvas em
lixo infectante.
Proceder lavagem das mãos.
Método
Coleta à vácuo
- Agulha
- Canhão
- Tubo de coleta
Fase pré-analítica: armazenamento e
transporte
Acondicionar os tubos com as amostras em uma estante,
dentro de um saco plástico, transparente, bem vedado

Transporte em de material rígido, lavável, impermeável, com tampa,


cantos e bordas arredondados e devidamente identificados, contento
gelo reciclável;
Fase pré-analítica: armazenamento e
transporte
Viabilidade das amostras:

As amostras devem ser


acondicionadas à temperatura de
2 a 8ºC. Para a maioria é Sangue em EDTA: média de 3h em
recomendada a temperatura de T.A;
chegada das amostras entre 14 e Sangue em Gel: média de 4h em T.A
26 °C. Gasometria: até 1h;

Porém existem as
particularidades!
Bem-vindxs de volta!

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