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CITOLOGIA CLÍNICA - FARMÁCIA 10º PERÍODO

ACADÊMICA: GIANNE CRISTINA DOS SANTOS

ROTEIRO DE AULA PRÁTICA- URINÁLISE (EAS)

A urinálise é um exame laboratorial que fornece informações importantes, de


forma rápida, simples e de baixo custo. É solicitado para diagnósticos e
monitoramento do trato urinário e doenças renais, como para detecção de doenças
sistêmicas e metabólicas não diretamente relacionada com o rim.
A urinálise (EAS- Elementos Anormais do Sedimento) está dividida em três
etapas: exame físico, exame químico e avaliação do sedimento urinário.

Objetivo:
Conhecer e aplicar as técnicas utilizadas para a coleta de urina e realizar a
técnica de EAS.

Material:
 Tubo de ensaio
 Tira reagente
 Pipetas
 Lâmina
 Laminula
 Lâmina k-cell
 Centrifuga
 Microscópio
 Pote de EAS com urina
 Luvas

Metodologia:

Coleta
 Primeira urina da manhã;
 Fazer uma higiene íntima rigorosa suavemente, usando sabonete e água;
 Secar o local;
 Iniciar a micção, desprezar o primeiro jato da urina sem interromper a micção;
 Recolher o jato médio, evitando encher o frasco até a tampa;
 Desprezar o jato final e fechar o frasco imediatamente;
 Após a coleta, levar ao laboratório no prazo máximo de uma hora ou em 24hrs
se mantido sobre refrigeração;
 Informar se está ou esteve em uso de antibióticos, e evita exercícios físicos
antes da coleta.

Análise Física da Urina


A análise macroscópica da urina deve ser realizada antes de ser processada.
Compreende a observação do aspecto, da cor, da densidade e, ocasionalmente, do
odor da urina.
1. Homogeinizar a urina no frasco coletor, com movimentos circulares;
2. Colocar cerca de 10ml da urina homogeinizada em um tubo falcon;
3. Observar os seguintes parâmetros: volume, cor, aspecto, depósito, odor;
4. Anotar os resultados.

Cor: Cor x presença de patologias. Bom índice de concentração urinária e


hidratação. Valor de referência: Amarelo citrino. Variação: amarelo claro a âmbar.
Aspecto/ turbidez: Pode ser influenciada pela concentração urinária.
Leucócitos, eritrócito, bactérias, cristais, muco, lipídeos e materiais contaminantes
podem aumentar a turbidez da amostra. Transparente/límpido, Semi-turvo, turvo
opaco e leitoso.
Volume: 30-50ml.

Análise Química da Urina


É realizado macroscopicamente com o auxílio da tira reagente que são
quadrados de papeis absorventes impregnados por substâncias químicas e presos
em tiras de plástico.

1. Mergulhar a tira reagente completamente na urina, de modo que todas as


áreas reagentes sejam imersas quase que simultaneamente;
2. Retirar a tira, deslizando pela borda do tubo para remover o excesso de
urina;
3. Manter a tira num papel toalha na posição horizontal, para prevenir a mistura
dos reagentes;
4. Realizar as leituras em 60 segundos e entre 60 e 120 segundos para
leucócitos;
5. Comparar os resultados obtidos com a tabela de referência contida no rótulo
do frasco;
6. Anotar os resultados dos seguintes parâmetros: pH, proteínas, glicose,
sangue, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, esterases leucocitárias, densidade.
Tira reagente
A reação é enzimática de ponto final. Se não for realizada no tempo correto,
altera o resultado.
 Esterases de leucócitos: Avaliação de processos infecciosos e inflamatórios do
trato urinário (ITU). Pode ocorrer com ou sem bacteriuria. Valores de referência:
negativo. Quando positivo: + a +++ ou traços, pequena, moderada ou grande
quantidade
 Nitrito: Avaliação de processos infecciosos do trato urinário (ITU). Valores de
referência: negativo.
 Urobilinogênio: Avaliação de distúrbios hepáticos e hemolíticos. Valores de
referência: <1mg/dL. Quando positivo: mg/dL.
 Proteínas: Proteinúria: Indicador de doença renal. Valores de referência:
Negativo. Quando positivo: + a ++++ ou mg/dL.
 pH: Detecção de possíveis distúrbios eletrolíticos sistêmicos de origem
metabólica ou respiratória. Valores de referência: 5,5 a 6,5
 Sangue: Detecção e avaliação das hematúrias. Valores de referência: negativo.
Quando positivo: + a ++++ ou mg/dL. Traços, pequena, moderada ou grande
quantidade.
 Densidade: Avaliação da capacidade renal de reabsorção e concentração.
Valores de referência: 1015 a 1025.
 Cetonas: Avaliação de Diabetes Mellitus (cetoacidose), jejum prolongado.
Valores de referência: negativo. Quando positivo: Traços, pequena, moderada e
grande quantidade.
 Bilirrubina: Indicação precoce de hepatopatias. Valores de referência: negativo.
Quando positivo: + a +++ ou pequena, moderada ou grande quantidade.
 Glicose: Avaliação de Diabetes Mellitus, e distúrbios de reabsorção tubular.
Valores de referência: Negativo. Quando positivo: + a ++++ ou mg/dL.

Análise do Sedimento Urinário (Sedimentoscopia)


Consiste na análise microscópica do sedimento urinário. São avaliados
leucócitos, hemácias, células epiteliais, presença de bactérias, muco, cristais,
cilindros, espermatozóides, Trichomonas, leveduras, células redondas.

1. Transferir 10ml de urina para o tubo de centrifuga;


2. Centrifugar por 10 minutos a 3.000 rpm e desprezar o sobrenadante;
3. Com o auxílio da pipeta, coletar o sedimento preparar a lâmina, lâmina K-cell
ou câmara de contagem Neubauer para análise no microscópio e contagem
de células.
4. Fazer a leitura no microscópio com objetiva de 10x e de 40x.
Os resultados do sedimento urinário devem ser interpretados juntamente com
o conhecimento do método de coleta, exame químico e exame físico.

Contagem entre lâmina e lamínula

1. Centrifugar o tubo contendo a urina a 1.500- 2.000rpm, durante 5 minutos;


2. Passar o sobrenadante para outro tubo e diluir o sedimento até 0,5ml com o
próprio sobrenadante ou com solução fisiológica;
3. Homogeinizar o sedimento;
4. Colocar 20µl do sedimento entre lâmina e lamínula (20x20);
5. Observar ao microscópio inicialmente em pequeno aumento (100x) para
observar a distribuição dos elementos e visualizar cilindros;
6. Realizar a contagem em 400x;
7. Contar no mínimo 10 campos microscópicos.

Contagem de células em lâmina K-cell


A Lâmina K-Cell promove a padronização do exame microscópico de urina
fornecendo precisão e reprodutibilidade, garantindo leituras constantes resultado
exato e eficaz, reduzindo a possibilidade de sobreposição de células.
A K-Cell é descartável e composta por 10 câmaras de contagem. Em cada
lâmina podem ser analisadas 10 amostras diferentes. Cada câmara dispõe de um
poço composto por 10 quadrados divididos em 16 quadrados menores chamados de
setores.
Após a dispensação, as amostras deslizam para dentro das câmaras através
do mecanismo de capilaridade. Assim, os sedimentos urinários são distribuídos em
toda a câmara de leitura.
Cada câmara possui um sistema próprio de absorção do excesso de
amostras, evitando a contaminação. Além disso, possui identificação numérica por
poço permitindo reconhecimento fácil das amostras.

Modo de uso:
1. Centrifugar a urina por 5 minutos a 1.500 rpm;
2. Misturar adequadamente 10ml da amostra de urina em um tubo cônico.
3. Eliminar 9ml do liquido sobrenadante;
4. Homogenizar o precipitado para suspensão dos sedimentos urinários;
5. Coletar uma pequena quantidade do sedimento com o auxílio de uma pipeta
e preencher o poço disponível da lâmina;
6. Com uma ampliação de 100x pesquise os campos com os 18 círculos;
7. Ler a 400x de engrandecimento um círculo por vez e determine o número
médio de elementos por círculo;
8. Multiplicar por 1000 o número de elementos encontrados nos 9 círculos, não
havendo necessidade de ler os 18 círculos;
9. O Valor indica o número de elementos celulares presentes em 1ml de urina.

Contagem de células em câmara de Neubauer


A Câmara de Neubauer é usada para determinar a quantidade de células e
outras estruturas em amostras, como sangue e urina.
Ela é uma lâmina grossa de vidro. Dimensões: 30 x 70 mm e 4 mm de
espessura. É composta por duas câmaras (independentes), uma superior e uma
inferior. Cada uma possui uma grade no centro, onde a contagem celular é
realizada.
Na uroanálise, são utilizados os quatro quadrantes laterais, para contar
leucócitos, hemácias e células epiteliais, além da análise qualitativa de cristais,
bactérias e outras estruturas que porventura possam aparecer.

Diluição e cálculos
O número de células contado não é o seu resultado final. Deverá multiplicar o
número de células contadas por fatores, dependendo da sua diluição. Geralmente é
utilizada a técnica de Thomas Addis Modificada.

Exemplo:
CÁLCULOS:

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