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Introdução

 O espermograma é um exame que analisa


as condições físicas e composição do
sêmen humano.
 É usado para avaliar a função produtora
do testículo, próstata e vesícula seminal.
 Identifica problemas de esterilidade
masculina.
Análise de sêmen

O Objetivo é demonstrar as
características fisiológicas e
anatômicas na formação do
sêmen, sua análise e descrição
baseadas em características
físicas, químicas e microscópicas
sêmen

É um líquido corporal viscoso


ejaculado pelo pênis, sua
composição é uma mistura de
espermatozóides, secreções dos
testículos, epidídimos, próstata,
vesículas seminais e glândulas
bulbouretrais.
Vias espermáticas
É todo o trajeto percorrido pelos
espermatozóides desde sua
formação, armazenamento e
ejaculação.
 Trajeto: Túbulos seminíferos,
epidídimo, canal deferente e
uretra.
Vesículas seminais
 Localizada entre o fundo da bexiga e o
reto, acima da próstata
 Produzem o líquido seminal, um fluido
viscoso que se mistura a outras
secreções e aos espermatozoides para
formar o sêmen. Junto com o líquido
prostático funciona como fonte de
energia para os espermatozoides
Líquido seminal

Aminoácidos
Citrato
Enzimas
Frutose
Próstata

 Enzimas
 Fosfatase ácida
 Ácido cítrico
 Fibrinolisina
 Antígeno específico da próstata
Glândulas bulbouretrais

 Muco
 Galactose
Pênis

 Tipicamente, 2-5 mL de sêmen são


expelidos por ejaculação.
 Cada mL de sêmen pode conter
 300-500 milhões de espermatozóides
Espermograma

 Análisedo sêmen é indicada em


casos de infertilidade, avaliação e
controle do paciente pós-
vasectomizado e avaliação de
doenças testiculares e penianas
sobre a espermatogênese
Exame

 Dividido em 3 partes:
 Exame Macroscópico
 Exame Microscópico
 Exame Físico-químico
Exame Macroscópico
 Volume
2 a 6 ml.
 Cor
 Branco-acizentado
e opalescente, ou
levemente amarelado.
 Odor
 Semelhante a água sanitária.
Exame após vasectomia

 Mais simples – objetivo é detectar a presença ou


não de espermatozóides.

 Exames mensais começando dois meses após a


cirurgia.

 Recomenda-se centrifugar a amostra.


Exame pericial.
 Avaliar se uma amostra é sêmen. Ex: caso de
estupro.

 Exame microscópio – espermatozóide.

 Exame bioquímico – teor de fosfatase ácida.


Método mais confiável. O sêmen é o único no
organismo que tem essa enzima em
concentração elevada.
Coleta do material
A amostra deve ser coletada após
um período de abstinência sexual de
3 a 5 dias. O paciente deve ser
instruído para evitar perda de
material, principalmente o 1º jato,
que contém a maior concentração
de espermatozóides.
Coleta do material

 Sea abstinência sexual for superior


a 5 dias, aumenta o número de
formas imaturas, o número de
espermatozóides mortos e o volume
do sêmen; se a abstinência sexual
for inferior a 3 dias, diminui o
volume do sêmen e o número de
espermatozóides.
Coleta do material

A amostra deve ser obtida por


masturbação e ejaculada dentro de um
recipiente de boca larga de vidro ou
plástico.
 Deve-se evitar temperaturas extremas
(-20°C ou +40°C ).
Coleta
 Masturbação
 Técnicas vibratórias.
 Eletro-ejaculação (pacientes com lesão
medular).
 Punção de epidídimo.
Coleta do material
O frasco contendo a amostra deve
ser identificado, contendo o nome
do paciente, o período de
abstinência sexual, data e hora da
coleta, o nome do medicamento em
uso.
Coleta do material

 Duas amostras devem ser coletadas


num período de 7 dias à 90 dias.
Se o resultado dessas duas análises
for discrepante, análises adicionais
deverão ser realizadas.
Coleta do material

O ideal é coletar o material no


laboratório, porém, se isso não for
possível, a amostra deve ser
enviada ao laboratório dentro de no
máximo 1 hora após a coleta.
Coleta do material

 Preservativos
não devem ser usados
na coleta, pois podem interferir
com a viabilidade dos
espermatozóides.
Coleta do material

 No caso da realização de uma


avaliação microbiológica, o
paciente deve primeiro urinar e
depois fazer assepsia das mãos e
pênis antes de ejacular num frasco
esterilizado.
Coleta do material

 Quando houver dosagem de


frutose no sêmen, o paciente deve
fazer um jejum alimentar de 12
horas
Exames Macroscópicos
 Nível de frutose
> 3 mg/ml.
 Reação de peroxidase
 Análise hormonal
 Nívelde Testosterona
 LH/FSH
Exame Físico-Químico
 Viscosidade
 Teste da pipeta
 Viscosímetro (padrão ouro)
 Consistência
 Consistência gelatinosa.
 Sofre coagulação (fibrinogênio).
 Torna-se liquefeito após 10 a 30 min. (fibrolisina).
 pH
 7.2 a 8.1. Levemente básico.
Exames macroscópicos
 Liquefação ou coagulação
 Volume
 Aspecto
 Cor
 Viscosidade
 pH
Liquefação e coagulação
 Após a ejaculação, o esperma
transforma-secoágulos para facilitar a
dispersão dos espermatozóides e
protegê-los do contato com o pH
vaginal ácido. A amostra seminal
normal se liquefaz em até 60 minutos
devido à ação das espermolisinas
contidas na secreção prostática.
Liquefação e coagulação
 Colocar a amostra em uma estufa a
37°C e verificar de 5 em 5
minutos quando se inicia a
liquefação, cronometrando, assim, o
tempo que leva para uma amostra se
liquefazer totalmente.
Liquefação e coagulação
 Ausência de coagulação: ausência de fatores
de coagulação: agenesia ou obstrução dos
ductos das vesículas seminais;
 Ausência de liquefação: ausência de fatores
de liquefação: agenesia ou afecções da
próstata;
 Liquefação parcial: deficiência de fatores de
liquefação (próstata)
volume

O volume seminal final é diretamente


proporcional à quantidade de secreção
da próstata e das vesículas seminais e
glândulas, já que o volume proveniente
dos testículos e epidídimo é reduzido
volume
- Hipoespermia: vol. < 2,0 ml
 Insuficiência ou ausência de abstinência
sexual ;
 Insuficiência vesicular (Clamydia ou
Mycoplasma) ;
 Baixos níveis séricos de testosterona;
volume

- Hiperespermia: vol. > 5,0 ml


 Abstinência sexual prolongada;
 Tumores benignos ou malignos
próstato-vesiculares;
volume

- Aspermia: ausência de ejaculado


 Agenesias;
 Alterações no controle neurológico da
ejaculação
Aspecto

 Deveser analisado após liquefação por


simples inspeção à temperatura
ambiente.
Aspecto

 Amostra normal: aparência homogênea e


opaca
 Amostra anormal: aspecto heterogêneo por
agregados protéicos de consistência firme e
incolor: causados por períodos prolongados
de abstinência sexual, diminuição dos níveis
de testosterona, alterações nas concentrações
de espermolisinas, processos inflamatórios
genitais
cor
 Normalmente o sêmen é branco-opaco.
A presença de leucócitos em grande
quantidade confere ao esperma uma cor
amarelada, enquanto que a presença de
hemácias confere uma cor avermelhada.
Outras tonalidades podem se dar devido
ao uso de medicamentos.
Viscosidade e consistência

 Estimada através de uma pipeta de 5


ml, deixando o sêmen sair da pipeta
pela ação da gravidade e observando
Viscosidade e consistência

 Viscosidade Diminuída: a amostra se


desprende da pipeta em gotas;
 Viscosidade Normal: a amostra se
alongará em filetes com menos de 2 cm;
 Viscosidade Aumentada: a amostra se
alongará em filetes com mais de 2 cm
de comprimento.
ph
 Medir o pH do sêmen através de fita de
pH.
 Valor Normal: 7,5 a 8,5
 pH acima de 8,5: deficiência da glândula
prostática
 pH abaixo de 7,5: deficiência das
vesículas seminais
Exames Microscópicos

 Motilidade
 Vitalidade
 Contagem dos espermatozóides
 Contagem de leucócitos e hemácias
 Morfologia dos espermatozóides
Espermatozóides
Espermatozóides
Motilidade

A avaliação da motilidade deve ser


realizada até 60 minutos após a coleta,
observando os espermatozóides em
objetiva de menor aumento, rastreando
8 a 10 campos para avaliar 100
espermatozóides obtendo a
porcentagem.
Motilidade
 Idealmente, a avaliação da motilidade espermática deve ser
realizada com a utilização de câmaras apropriadas, que
possuem profundidade conhecida (ex.: Makler®, Horwell®,
Microcell®) e permitem a livre movimentação dos
espermatozoides

 Pelo menos duzentas células são avaliadas, e o cálculo final


é expresso em termos percentuais.

 De maneira alternativa, pode-se avaliar a motilidade com o


uso de lâmina e lamínula. Para tanto, deposita-se cerca de
10 µL de sêmen liquefeito sobre lâmina de microscopia,
aquecida a 37 ºC, e cobre-se com lamínula.
Câmara de Neubauer modificada (à esquerda). No centro, ilustração representando
seu retículo central, que contém 25 quadrados subdivididos em 16 quadrados
menores. À direita, fotomicrografia mostrando um dos 25 quadrados do retículo central
da câmara, delimitado por linhas triplas e contendo 16 quadrados menores, nos quais
se observam os espermatozoides.
Motilidade
 Classificação
 A-espermatozóides com motilidade rápida e
progressiva (para frente);
 B-espermatozóides com motilidade lenta e
progressiva;
 C-espermatozóides com motilidade não
progressiva;
 D-espermatozóides imóveis.
Motilidade
 VALOR NORMAL: Acima de 50% de
espermatozóides em A + B
 Acima de 25% de espermatozóides em
A
 Astenospermia: abaixo de 50% das
categorias A + B
Motilidade

 Astenospermia extrínseca: devido a


aumento da viscosidade;
 Astenospermia intrínseca: nível
baixo ou ausente de frutose
Vitalidade

 A vitalidade dos
espermatozóides se reflete na
proporção de espermatozóides
que estão vivos.
Vitalidade

O resultado é expresso em % de
espermatozóides vivos
 Valor Normal: acima de 70% de
espermatozóides vivos
 Necrospermia: acima de 30% de
espermatozóides mortos.
CONTAGEM DOS
ESPERMATOZÓIDES

 São contados apenas os


espermatozóides maduros, com
cauda
 Contar em Câmara de Newbauer, ou
lâmina de vidro
Contagem de espermatozóides

 Câmara de Neubauer com diluição de


1:20.
 Imobilizar
 Contar 5 e multiplicar por 40.000.
 Normal (OMS): 20 a 160 milhões/ml.
CONTAGEM DOS
ESPERMATOZÓIDES
 Valor Normal: acima de 20.000.000/ml
 Oligozoospermia: quando o número de
espermatozóides é menor que 20.000.000/ml
 A oligozoospermia pode ser permanente e
periódica
 Causas: infecção do trato genital, anomalias
cromossômicas, alterações hormonais e pouca
abstinência sexual.
CONTAGEM DOS
ESPERMATOZÓIDES

 Azoospermia: ausência de
espermatozóides no sêmen.
 Causas: são as mesmas que causam
oligozoospermia, além de agenesias
gonodais
Câmara de neubauer
CONTAGEM DE LEUCÓCITOS E
HEMÁCIAS

O procedimento é o mesmo para


contar leucócitos/hemácias em
Hematologia. Na diluição 1:200,
multiplica-se o resultado por 500.
O valor é expresso em mm³.
CONTAGEM DE LEUCÓCITOS E
HEMÁCIAS

 Leucospermia: valor de leucócitos


acima de 5 por campo
 Eosinofilia de até 25%: processos auto-
imunes
 Neutrofilia: prostato-vesiculites agudas
 Linfócitos e Monócitos: processos
crônicos
CONTAGEM DE LEUCÓCITOS E
HEMÁCIAS

 Eritrospermia (sem alteração da cor do


sêmen) até 2 por campo,
 Espermorragia (sêmen cor
hemorrágica): processo infeccioso em
atividade, neoplasias ou sinal precoce
de hipertensão arterial sistêmica.
MORFOLOGIA DOS
ESPERMATOZÓIDES

 Espermatozóide normal: cabeça oval, o


acrossoma ocupa uma área entre 40% -
70% da região cefálica, peça intermediária
e flagelo normais.
 Espermatozóides anormais: com defeitos
na forma e tamanho da cabeça, defeitos na
peça intermediária e com defeitos da cauda
Espermatozóide
MORFOLOGIA DOS
ESPERMATOZÓIDES

 Macrocéfalos : 15%
 Microcéfalos : 10%
 Bicéfalos : 05%
Ectasias : 05%
 Amorfos : 10%
 Bicaudais : 05%
Desenho esquemático do espermatozoide humano visto à
microscopia óptica, com as medidas utilizadas na avaliação
morfométrica, segundo o critério estrito de Tygerberg (quadro
à esquerda). No centro e à direita, ilustrações representando
os defeitos morfológicos mais comuns.
MORFOLOGIA DOS
ESPERMATOZÓIDES

 Valor Normal: acima de 60% de


espermatozóides normais.
 Teratospermia: acima de 40% de
formas anormais.
Morfologia
Células Presentes
• Podem aparecer, poucas por campo:
 Hemácias.
 Leucócitos.
 Células epiteliais.

 Anormais:
 Colôniasde Bactéria.
 Trichomonas.
 Fungos (cândida).
Principais Anomalias
 Oligoespermia: concentração de espermatozoides
inferior a 20 milhões/ cm3.
 Azoospermia: ausência de espermatozoides no
esperma.
 Aspermia: ausência de esperma.
 Astenospermia: espermatozoides com pouca
motilidade.
 Teratospermia: > 70% de espermatozoides
mutantes.
 Hematospermia: presença de sangue no esperma.
 Leucocitospermia: presença de leucócitos no
esperma.
Laudo
 Espermograma  Outros Elementos:
 Material: Sêmen  Hemácias:
 Anamnese:  Bactérias:
 Hora da colheita:  Leucócitos:
 Hora da Realização do exame:  Trichomonas:
 Dias de abstenção:  Fungos:
 Dados Relativos ao Material Seminal  Estrutura da Motilidade em %:
Colhido:  Após Liquefação:
 Volume:  Ativa:
 Cor:  Pouco Ativa:
 Aspecto:  Inativa:
 Viscosidade:  Após 2, 4, 6, 12 horas:
 Coagulação:  Ativa:
 Liquefação:  Pouco Ativa:
 pH:  Inativa:
 Valor do pH:  Espermocitograma:
 Exames Microscópicos:  Espermatozoides morfologicamente
 Nº. de espermatozoides /ml: Normais:
 Nº. Total de espermatozoides:  Espermatozoides morfologicamente
Anormais:
Fotomicrografias de espermatozoides apresentando defeitos morfológicos
na cabeça: (A) macrocefálico; (B) microcefálico; (C) fusiforme; (D)
piriforme; (E) redondo; (F) e (G) amorfo; (H) vacuolado (com mais de dois
vacúolos ou mais de 20% da área da cabeça ocupada por vacúolos). Os
esfregaços foram corados pelo método panótico, e os espermatozoides
foram avaliados pelo critério estrito de Tygerberg (Kruger).
Diferenciação das células redondas presentes no sêmen, utilizando o teste
de Endtz. À esquerda: célula redonda peroxidase negativa (seta larga) e
granulócito peroxidase-positivo (P+). À direita: visão geral de uma lâmina
contendo vários granulócitos peroxidase- -positivos.
Outros exames
 Viabilidade – Corante de eosina 0,5% em soro
fisiológico. Células mortas coram-se em vermelho
em fundo azul. As vivas continuam branco-azuladas.
1 gota cada, lamínula 24X50, câmara úmida – 37°C,
5 min. Imóveis não corados (1), imóveis corados
(mortos) e móveis não corados (3). VR: > 70% vivos.
 Dosagem de frutose – pode dar contagem baixa por
falta de nutrição. Dosar até 2 h após. Reflete função
das vesículas seminais. Origem: glicose sanguínea.
 Dosagem de ácido cítrico – parece estar ligado a
liquefação e coagulação. Mede atividade prostática.
 Teste de fragmentação do DNA espermático
Avaliação da vitalidade espermática pelo método da eosina.
Espermatozoides com a cabeça corada em rosa são considerados “mortos”
(membrana plasmática não intacta, que permite a entrada do corante
supravital), e os não corados (cabeça branca) são considerados “vivos”, pois
possuem a membrana íntegra, que não permite a entrada do corante.
Teste de fragmentação do
DNA espermático

 Avalia a estrutura do DNA e a cromatina

 A integridade do DNA indica o percentual


de fertilidade a partir de valores que
variam de 15%, quando é considerada
excelente, a 50%, se for baixa.
Referências
 MILLER, Otto. et al. Laboratório para o clínico. 8.ed. São Paulo: Atheneu,
1999
 http://www.unifesp.br/grupos/rhumana/spm.htm
 http://www.laboratoriokenya.com.br/espermograma.html
 http://salud.kioskea.net/faq/2618-examenes-para-diagnosticar-la-
esterilidad-en-el-hombre
 http://laboratorioclinicohn.blogspot.com.br/2010/08/espermograma.html
 http://www.docstoc.com/docs/104275090/Semen-Analysis-(PowerPoint)
 http://www.ebah.com.br/content/ABAAABe4IAA/espermograma-analise-
semem
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Espermograma
 http://en.wikipedia.org/wiki/Semen_analysis

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