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PRÁTICAS LABORATORIAIS II

Prof. Antonia Macedo


URINÁLISE

A urinálise
Podeé ser
um umexame laboratorial simples, não invasivo e de
desafio
baixo para
custoo Profissional
que pode rapidamente fornecer valiosas
informações a respeito
selecionar do trato urinário e de outros sistemas
uma veia:
corporais.

HISTÓRIA E IMPORTÂNCIA DA URINÁLISE


Antes dos grandes avanços tecnológicos verificados a urina era o
principal fluído corpóreo usado por médicos no diagnóstico e
prognóstico
Como parapatologias. A análise da urina para fins
procederde
diagnósticos
que já era realizada em 1000 AC por sacerdotes
a punção suporte
oegípcios que utilizavam
tempo necessário para amostras de urina para realizar um
procedimento
uma que pode ser considerado como o primeiro
terapia tranquila,
sem intercorrência.
teste diagnóstico descrito na literatura.

08/06/13 Bioquímica Clínica UFRJ


O teste tinha como objetivo não apenas confirmar a gravidez,
mas também identificar o sexo do feto e consistia em derramar
urina recém
Podeemitida sobre uma mistura de sementes de cereais.
ser um desafio
Caso as para
sementes germinassem o teste era considerado positivo
o Profissional
para gravidez, e dependendo
selecionar uma veia: do tipo de sementes que germinava
seria possível prever o sexo do feto (Lines).

A uroscopia desenvolvida por Hipócrates (460-370 AC) se


constituía na observação da urina durante o curso de estados
febris verificados em crianças e adultos. Esta análise incluía a
observação de diferenças na cor, no odor e no aspecto do
sedimento
Como daspara
proceder amostras de urina.
que a punção suporte
o tempo necessário para
uma terapia tranquila,
sem intercorrência.

08/06/13 Bioquímica Clínica UFRJ


Atualmente a realização do exame de urina inclui a análise
o exame físico - macroscópica (cor, espuma e transparência),
densidade
o exame químico (pH, proteínas, glicose, hemoglobina, cetonas,
bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, esterase de leucócitos)
o exame microscópico (células, leucócitos, hemácias, cilindros,
cristais, bactérias, etc.).

O exame de urina constitui ferramenta importante no:


a) diagnóstico e acompanhamento de infecções do trato urinário;
b) diagnóstico e acompanhamento de doenças não infecciosas do
trato urinário;
c) detecção de glicosúria de grupos de pacientes admitidos em
hospitais em condição de emergência;
d) controle de pacientes diabéticos e
e) acompanhamento de pacientes com determinadas alterações
metabólicas como vômitos, diarréia, acidose, alcalose, cetose ou litíase
renal recorrente
Formação da urina
O trato urinário é constituído de dois rins e dois ureteres, bexiga e uretra.
A unidade funcional do rim onde a urina é formada é denominada de
néfron. Depois de formada, a urina segue pelos ureteres até a bexiga, onde
ela é armazenada até ser eliminada através da uretra
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O rim pode, ainda, ser dividido em três regiões, córtex, medula e
pelve. Cada rim contém, aproximadamente, 1.200.000 néfrons.
Cada néfron começa como uma área dilatada denominada de
glomérulo, seguido do túbulo contornado proximal, da alça de
Henle e do tubo contornado distal.
Células ------------resíduos-------------sangue e linfa (transportam
resíduos dos tecidos)

Alguns órgãos como os rins removem esses resíduos tóxicos:


Manter normal as concentrações de água e eletrólitos nos
fluídos corporais
Regula o pH e volume de fluídos corporais
Ajuda a controlar a PA

Rins (1 par) formam a urina e remove substâncias do sangue


Ureteres (1 par) transporta a urina através dos rins. Tem cerca de
25 cm
Bexiga armazena a urina
Uretra conduz a urina para fora do corpo
Artéria aferente – por onde entra o sangue não purificado (sujo)
Artéria eferente – por onde sai o sangue purificado (limpo)
Glomérulo – capilares enovelados onde o sangue circula e deixa
parte extravasar para a cápsula de Bowman. Esse líquido é
composto por aa, íons, glicose, uréia, creatinina, ácido úrico e H2O
E é denominado filtrado glomerular
TCP - reabsorve cerca de 65% do filtrado glomerular
AH – reabsorve H2O e Na+

Presentes três processos na formação da urina:


Filtração de plasma nos glomérulos
Reabsorção de água e solutos do filtrado nos túbulos renais para o
sangue
Secreção de solutos para o fluído tubular

Rins são órgãos excretores e reguladores


Excretam catabólitos como uréia e creatinina e secretam
hormônios como Eritropoetina - hormônio que ajuda a controlar a
taxa de produção de hemácias
Urina é formada de H2O e tem coloração entre o incolor e amarelo
Constituintes anormais da urina (aparecimento ocasional que
caracteriza patologia)
Principais:
Albumina
Glicose
Corpos cetônicos
Sangue na forma de Hg ou de Hm íntegras
Sais e pigmentos biliares

A análise de urina permite detectar patologias como doenças


renais, das vias urinárias, do TG e doenças sistêmicas.

Esses elementos anormais podem ser originados de 3


mecanismos
saturação dos mecanismos de reabsorção tubular Ex:
glicose
presença de substâncias anormais no plasma (aumento
desses elementos no plasma, filtrados e não absorvidos) Hg e sais
Lesão renal – substâncias não são
encontradas na urina, pois não são
filtradas nos rins...

Glicosúria – Presença de glicose na


urina pode estar relacionada a
Dieta alimentar ou fatores endócrinos
Em caso de Diabettes Mellitus os níveis
de glicose no plasma estão aumentados
e consequentemente presentes na
urina.

Pesquisa de glicose na urina utiliza-se


reativo de Benedict ou teste de O reagente de Benedict é
Benedict. Uma solução de citrato de inicialmente azul, mas se
sódio, carbonato de sódio e sulfato tornará amarelo, verde ou
vermelho, dependendo da
de cobre que muda de azul para quantidade de açúcares
amarelo ou vermelho na presença de redutores detectados.
açúcares redutores, como glicose.
2,5 mL de reativo de Benedict (citrato de Na+ c/sulfato de
Cobre
4 gts de urina límpida
Mistura e leva ao banho Maria até ebulição. Esfriar 15
Minutos e observar a coloração do líquido no tubo de
Ensaio
Proceder a leitura:

O teste é essencialmente qualitativo, ou seja, ele é usado simplesmente


para verificar se um açúcar redutor está presente ou não para
determinar a quantidade. No entanto, ele pode ser usado como um
teste quantitativo bruto, na medida em que uma cor esverdeada indica
apenas um pouco de açúcar redutor; amarelo, um pouco mais; e
vermelho, muito.
Azul = negativo
Verde – azulado ou verde = traço
verde com precipitado amarelo= positivo +
Castanho ou marrom = positivo ++
Vermelho tijolo = positivo +++
A urinálise consiste em 3 fases:
Exame Macroscópico: exame físico – características organolépticas
volume, cor, odor, sabor...

Cor: normal=amarelo claro, âmbar, amarelo escuro


Doenças: amarelo escuro: presença anormal de bilirrubina
Castanho esverdeado, amarelo esverdeado: doenças
hepáticas
rosa, vermelho: urina com hemácias
Uso de medicamentos pode deixar a urina com coloração laranja,
vermelha...

Aspecto: limpo, turvo, ligeiramente turvo


Substâncias que provocam acentuada turvação
cristais, leucócitos, hemácias, bactérias, sêmen.

Densidade: avalia a capacidade de reabsorção dos rins


Normal: 1,014 a 1,030

Volume: quem determina o volume é a ingestão hídrica e conforme a


perda com a sudorese.
Valor de referência: 600 a 2000 mL em 24 h
Poliúria= volume aumentado
Oligúria = volume diminuído
Anúria = menor que 50 mL em 24 h
Só tem valor clínico se o volume for colhido em 24 h

Exames químicos:
pH – detecta incapacidade renal de produzir ou absorver ácidos ou
bases
Importante na identificação de cristais

Verifica-se na fita reagente


Variação de laranja, verde e azul a medida que o pH aumenta
Valores 4,5 a 8,0 ou 5,5 a 6,5

Proteína: urina normal contêm quantidades normais pequenas de


proteínas
Em geral 10 mg/mL ou até 150 mg/mL em 24 h

Método da fita reagente: Mergulha a fita na urina e leitura após 60


segundos
Resultado: negativo
Após exercícios extenuantes e em caso de desidratação as proteínas
podem estar aumentadas = Proteinúria

Bilirrubina: Produto da decomposição da hemoglobina


Adulto: mais ou menos 0,02 mg/dL
Aumentado sugere Icterícia
Fita reagente: mergulhar a fita na urina e ler após 60 segundos
A urina deve estar fresca, pois a bilirrubina é instável a luz que provoca
sua oxidação (converte em biliverdina) apresentando falso positivo
Resultados: Negativo
Positivo: +, ++, +++
Bilirrubinúria: Hepatite, cirrose, Câncer

Glicose: Em diabéticos pode acarretar glicosúria


Fita reagente: Mergulhar a fita na urina Leitura após 60 segundos
Resultado: normal até 35 mg/dL em 24h
Se o resultado for maior confirmar com o Teste de Benedict

Urobilinogênio: Pigmento biliar resultado da degradação de


hemoglobina
Excreção normal: 0,5 a 2,5 mg/dL em 24 h
Mergulhar a fita na amostra ler após 60 segundos
Resultado normal:
Positivo. Confirmar com com o método de Erlich (colocar num
tubo de ensaio 5 mL de urina recente juntar 1 mL de reagente de Erlich
agitar e após 3 minutos verificar a coloração
Vermelho cereja = normal

Nitritos: útil para detectar inicialmente infecção de bexiga (cistite)


Base do teste: Capacidade de algumas bactérias reduzir o nitrato
(constituinte normal da urina) em nitrito
Fita reagente: emergir a fita na urina ler após 60 segundos
Resultado: Negativo
Positivo

Sangue: Pode estar na urina na forma de hemácias íntegras (hematúria)


ou de hemoglobina
Fita reagente: Emergir a fita na amostra e ler após 60 segundos
Resultado: Negativo
Positivo +, ++, +++
Hematúria: presente em cálculos renais, glomerulonefrite, tumores,
drogas
Leucócitos: indica possível infecção do TU
Fita reagente: sensibilidade 81 a 94% quando positivo fazer a contagem
Emergir a fita na urina e ler após 60 segundos
Resultado: Negativo
Positivo +, ++, +++

Piúria: Todas as doenças renais, febre

Exame microscópico: Quantitaivo e qualitativo


Finalidade: detectar e identificar elementos insolúveis que acumulam
na urina durante o processo de filtração glomerular;
Elementos anormais e sedimentos
Hemácias: discos incolores
Leucócitos
cristais
Cilindros
artefatos
Células epiteliais
Bactérias
Leveduras
Parasitas
Metodologia:
Amostras recentes
Após exame físico-químico medir 10 mL de urina homogeinizadaa em
um tubo cônico
Centrifugar a urina a 1500 rpm por 5 minutos
Retirar 9 mL do sobrenadante (para provas complementares)
Após deixar 1 mL, agitar o sedimento vigorosamente
Colocar 1 gota do sedimento na lâmina cobrir com lamínula
Examinar ao microscópio pelo menos 10 campos
Resultado: Elementos figurados por campos
Contar em aumento de 40 X

Valores normais
0 a 2 hemácias por campo
0 a 5 leucócitos por campo
0 a 5 células epiteliais por campo
Relatar o número de cilindro observado por campo
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Cristais. uma grande variedade de cristais pode
ser encontrada na urina. A formação de cristais é
influenciada pelo pH , densidade e temperatura
da urina. Ainda que a maioria dos cristais não
tenha significado clínico, existem alguns cristais
que aparecem na urina por causa de alguma
desordem metabólica

08/06/13 Bioquímica Clínica UFRJ


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Uma avaliação urinária completa inclui :
• Análise de tiras reagentes
• Densidade específica
• Exame do sedimento urinário
• Antibiograma
• E.A.S. (Elementos Anormais de Sedimentos)
• Sedimentoscopia
• Urocultuta

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Cristais de sulfa ou outros medicamentos:

As novas sulfas são muito solúveis em meio ácido; por isso, atualmente não se
observam mais estes cristais na urina. A maioria, quando ocorre tem aparência
de agulhas em grupos, unida de forma concêntrica, de cor clara ou castanha.

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Cristais de cistina:

A presença desses cristais tem sempre significado clínico, como na


cistinose, cistinúria congênita, insuficiente reabsorção renal ou em
hepatopatias tóxicas

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Cristais de leucina:

Tem significado patológico importante como em enfermidades


hepáticas em fase terminal, como a cirrose, hepatite viral, atrofia
amarela aguda do fígado e em severas lesões hepáticas provocadas
por envenenamento porfósforo, tetracloreto de carbono ou
clorofórmio. Nas doenças hepáticas, estão normalmente associados
a cristais de tirosina.

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Cristais de colesterol:

Seu aparecimento indica uma excessiva destruição tissular e em


quadros nefróticos, como também na quilúria, está em consequência
da obstrução a nível torácico ou abdominal da drenagem linfática, ou
por ruptura de vasos linfáticos no interior da pélvis renal ou no trato
urinário.
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Cristais de oxalato de cálcio:

Se grande quantidade de cristais de oxalato de cálcio estiver presente em urina


recém-emitida, deve-se suspeitar de processo patológico como intoxicação pelo
etilenoglicol, diabetes mellitus, doença hepática ou enfermidade renal crônica grave. A
ingestão de grande quantidade de vitamina C pode promover o aparecimento desses
cristais na urina, pois o ácido oxálico é um derivado da degradação do ácido ascórbico
e produz a precipitação de íons de cálcio. Essa precipitação pode dar lugar também a
uma diminuição no nível de cálcio sério.

08/06/13 Bioquímica Clínica UFRJ


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Cristais de ácido úrico:

Os estados patológicos em que se encontram aumentados no sangue são:


Gota, metabolismo das purinas aumentado, pode ocorrer em enfermidades
febris agudas e nefrites crônicas.

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POR HOJE, CHEGA...UFA!!!

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