Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
--> Consciência e suas alterações <-- ● O nível de consciência pode der modulado tanto
por estímulos externos como pela motivação
interna do individuo
DEFINIÇÕES BÁSICAS
● O nível de consciência varia de um longo
Definição neuropsicológica: está relacionada com continum que engloba desde estados de alerta,
“vigilância”, o grau de clareza do sensório, ou seja, o até sono e coma
nível de consciência do indivíduo (desperto, lucido etc.)
BASES NEUROANATOMICAS E NEUROFUNCIONAIS DO NÍVEL DE
Definição psicológica: é o campo de consciência, é a CONSCIÊNCIA
capacidade do individuo de entrar em contato com a
realidade, perceber e conhecer Sistema reticular ativador ascendente (SRAA): diz que
estar desperto e agir conscientemente está relacionado
Definição ético-filosófica: diz respeito à capacidade de com o tronco cerebral e o diencéfalo. O SRAA se origina
tomar atitudes éticas e assumir responsabilidades, no tronco cerebral e, por meio de projeções talâmicas, se
direitos e deveres relacionados à essa ética. estende até o córtex. Tem como partes principais os
neurônios da parte superior da ponte e do mesencéfalo e
A psicologia clássica definia a consciência como algo
a lesão desses neurônios produzem alterações do nível
passivo, no qual os objetivos do mundo imprimem suas
de consciência e prejuízo de funções psíquicas.
marcas no indivíduo. Com o advento da fenomenologia
se entendeu a consciência como algo ativo que produz O lobo parietal direito, o qual está intimamente
sentidos para os objetivos que o mundo lhes apresenta. relacionado ao reconhecimento do próprio corpo, dos
objetos e do mundo, assim como da apreensão daquilo
Todo estado de consciência é acompanhado de um
que, convencionalmente, se denomina realidade.
sentimento qualitativo. Por exemplo, estar em uma
festa bebendo com os amigos é diferente de assistir a um Também as áreas pré-frontais são fundamentais na
filme de drama, porém ambas experiências são organização da atividade mental consciente. Por fim,
conscientes sendo que cada uma tem um caráter reconhece-se a importância das interações
qualitativo diferente, de felicidade/prazer e de tristeza, talamocorticais na ativação e na integração da atividade
respectivamente. neuronal cortical relacionada à consciência
Segundo Freud, existem dois tipos de inconsciente: o ● Sincronizados com sinais do ambiente, ex:
verdadeiro e o pré-consciente. O primeiro é luminosidade
fundamentalmente incapaz de consciência enquanto o ● Permitem respostas eficientes perante os
segundo é composto por ideias e sentimentos suscetíveis desafios do ambiente
a recuperação por meio de esforço voluntário (fatos ou ● Modulam homeostase interna do cérebro
lembranças, por exemplo). Assim, o inconsciente ● Se expressam em vários níveis: desde o
verdadeiro é inacessível à evocação voluntária, sendo molecular até circuitos orgânicos e sistemas
acessível apenas à técnicas especiais como hipnose ou sociais em que o individuo está presente.
psicanálise.
SONO
CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DO INCONSCIENTE
Definição: O RDoC define sono e vigília (wakefulness)
Atemporalidade: não existe tempo no inconsciente, ou como estados comportamentais endógenos e
seja, os processos de consciência não se alteram com recorrentes que expressam mudanças dinâmicas na
passagem de tempo nem tem ordem cronológica organização da função cerebral e que otimizam aspectos
como fisiologia, comportamento e saúde.
Isenção de contradição: não há negação ou dúvida, nem
graus de certeza ou incerteza O sono é um estado reversível caracterizado pela
redução de responsabilidade e postura de repouso. Ele é
Princípio do prazer: toda atividade do inconsciente composto por ciclos REM e não-REM, que são regulados
busca evitar o desprazer e proporcionar o prazer. Essa por uma arquitetura neurofisiológica complexa. A
busca se dá por descargas das excitações, diminuindo-se regulação homeostática desse sono altera a duração e a
ao máximo das cargas do aparelho psíquico intensidade dele e pode ser alterado por experiências
posteriores da vigília. O sono, por fim, tem efeitos
Processo primário: As cargas energéticas (catexias) restauradores que otimizam as funções
acopladas às representações psíquicas, às ideias, são neurocomportamentais do indivíduo.
totalmente móveis. Uma ideia pode ceder a outra toda
sua cota de energia (processo de deslocamento) ou O sono é, então, um estado especial da consciência,
apropriar-se de toda a energia de várias outras (processo composto de ciclos recorrentes. O ciclo de sono
de condensação). sincronizado não-REM é caracterizado por atividade
elétrica cerebral sincronizada com diminuição da
CARÁTER DINÂMICO DO INCONSCIENTE atividade do SNA simpático e aumento relativo do SNA
parassimpático, gerando parâmetros fisiológicos
O inconsciente é dinâmico pois é a sede de ideias de
estáveis, como FR, FC, PA, DC e movimentos intestinais.
certo caráter dinâmico e atuante, ou seja, constantemente
Esse sono não-REM é composto por 4 estágios:
sujeitas às mudanças. Do ponto de vista clínico, esse
caráter dinâmico verifica-se simultaneamente pelo fato ● Estágio 1: leve e superficial, atividade EEG de
de encontrarmos uma resistência para chegarmos ao baixa voltagem, de 4 a 6 ciclos/segundo
inconsciente e pela produção renovada de novas ideias. ● Estágio 2: um pouco menos superficial, de 13 a
15 ciclos
ALTERAÇÕES NORMAIS DA CONSCIÊNCIA ● Estágio 3: sono mais profundo, traçado mais
lentificado no EEG, de 0,5 a 2,5 ciclos por
CICLO CIRCADIANO segundo, presença de ondas delta
Segundo o RDoC, os ciclos circadianos são oscilações ● Estágio 4: estágio mais profundo do sono, é
endógenas autossustentadas do ritmo biológico no difícil de despertar e tem de 3 a 4 ciclos por
período de 24h. Essas oscilações organizam e otimizam segundo, presença de ondas delta
Sono REM: corresponde cerca de 25 a 30% do sono
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS: REBAIXAMENTO DO NÍVEL DE
numa noite. O sono REM não é um sono leve, nem
CONSCIÊNCIA
profundo, mas tem melhor qualidade. Caracteriza-se por
instabilidade do SNA simpático gerando variâncias das 1º) Obnubilação: turvação da consciência ou sonolência
FC e FR. Ocorre relaxamento muscular, acompanhado de leve. Apresenta lentidão na compreensão e dificuldade
movimentos oculares rápidos e conjugados. Além disso para interagir as informações sensoriais oriundas do
ocorre ativação do córtex occipital que está ligado ao ambiente.
caráter visual do sonho. O sono REM não pode ser
classificado em profundidade. Durante o musculo REM 2º) Torpor: paciente evidentemente sonolento, responde
temos uma atonia muscular, que é essencial para a ao ser chamado e depois volta ao estado de sonolência.
homeostase. É a revigorarão
3º) Sopor: é um grau de marcante e profunda turvação
● Quando acordamos perto do sono REM, nos da consciência, sonolência intensa e pode ser despertado
tendemos a lembrar o sono. Pessoas com apneia por estímulo de dor, apenas por um tempo muito curto.
sonham muito e, devido a atonia do REM, elas Sem resposta voluntária
tem apneia e acordam e lembram do sono
4º) Coma: perda completa de consciência (coma
SONO NORMAL superficial, semi-coma, coma profundo e coma de passê)
Várias estruturas neuronais têm sido relacionadas com o OBS) Não se utiliza Escala de Coma de Glasgow na
controle dos estados de vigília e de sonos não REM e psiquiatria
REM. De fundamental importância na regulação
fisiológica do sono é o núcleo supraquiasmático, PERDAS ABRUPTAS DA CONSCIÊNCIA
localizado no hipotálamo anterior. Além dele, são
Vários fatores e condições médicas podem gerar essa
também fundamentais estruturas como a glândula
perda de consciência
pineal (que secreta melatonina e funciona como
oscilador que controla o ritmo sono-vigília no período de Lipotímia: perda rápida e parcial da consciência. Dura
24 horas), os sistemas reticulares mesencefálicos e alguns segundos e é acompanhado de visão borrada
bulbares e os geradores de sono REM localizados na
ponte. Quimicamente, neurônios aminérgicos, Síncope: colapso bem súbito e com perda abrupta e
colinérgicos e histaminérgicos estão envolvidos de forma completa da consciência
mais estreita nos mecanismos neuronais do sono
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS ASSOCIADOS AO REBAIXAMENTO DO
SONHO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA
O sonho é uma alteração normal da consciência. Os Delirium: O delirium diz respeito, portanto, aos vários
modernos laboratórios de sono tem demonstrado que, quadros com rebaixamento leve a moderado do nível
ao contrário do que se pensava, sonhar não é raro. No de consciência, acompanhados de desorientação
ano de 1900, Freud publicou um de seus mais temporoespacial, dificuldade de concentração,
importantes trabalhos: A interpretação do sonho. Nessa perplexidade, ansiedade em graus variáveis, agitação ou
obra, ele busca demonstrar que o sonho não é nem um lentificação psicomotora, discurso ilógico e confuso e
“produto aleatório e sem sentido de um cérebro em ilusões e/ou alucinações, quase sempre visuais. Trata-se
condições alteradas de funcionamento”, nem um de um quadro que oscila muito ao longo do dia.
“mensageiro de recados do além”. O sonho é um
fenômeno psicológico extremamente rico e revelador de ● O delirium é uma síndrome confusional aguda.
desejos e temores, ainda que de forma indireta e É uma insuficiência cerebral aguda.
disfarçada. Enfim, para ele, o conteúdo do sonho tem ● Fator predisponente: idade, sexo masculino,
um sentido. obesidade
● Fatores precipitantes: infecção, cirurgia,
Alterações patológicas da consciência alterações hepáticas, distúrbios eletrolíticos
● Se trata a causa do delirium
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DA CONSCIÊNCIA
Estado onírico ou oniroide: designa a alteração do nível Paciente sofre de amnésia lacunar e desorientação
de consciência na qual o individuo entra num estado autopsíquica. É uma alteração do campo da consciência
semelhante a um sono muito vívido. que o corpo faz como mecanismo de defesa
Amência: designa como um quadro mais intenso de ● Fatores predisponentes: pessoa impulsiva, com
confusão mental baixo limiar de frustração, transtorno de
boderline ou histriônica
OBS) estado onírico e amência são conhecidos hoje como ● Fatores precipitantes: depende do fator
DELIRIUM. predisponente
Nos quadros depressivos, comumente, há uma Quanto ao local: onde o sujeito está no momento, ex:
diminuição global da atenção (hipoprosexia). Em alguns prédio, rua
casos graves, o indivíduo pode apresentar grande
instrospecção com fixação da atenção em certos temas Orientação topográfica: saber se localizar no seu quarto,
depressivos – como fracasso, culpa doença, ruína etc. – sua casa ou seu bairro
(hipertenacidade), associado a rigidez e diminuição da
Orientação geográfica: saber onde fica sua cidade, seu
capacidade de mudar o foco da atenção (hipovigilância).
país
ESQUIZOFRENIA Julgamento de distância: quão longe é o hospital da sua
Os pacientes com esse transtorno, em fase aguda, casa, ou de seu local de trabalho
apresentam distraibilidade (não conseguem se manter
Capacidade de navegação: conseguir seguir caminhos e
focados – hipotenacidade), grandes dificuldades na
rotas
atenção sustentada e inadequada filtragem de
informações irrelevantes (hipervigilância). São muito
ORIENTAÇÃO TEMPORAL
susceptíveis a distrair-se com estímulos visuais e
auditivos externos. Já na fase crônica podem se Indica se o paciente sabe em que momento cronológico
encontrar com hipertenacidade para a atenção interna e está vivendo, a hora, o dia, o ano
hipovigilância.
A orientação temporal necessita de uma adequada
--> Orientação e suas alterações <-- percepção do tempo, da sequência de intervalos
temporais, de sua correspondente representação mental
DEFINIÇÕES BÁSICAS e do processamento mental da temporalidade