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INSTITUTO TÉCNICO LUGENDA DE

CIÊNCIAS DE SAÚDE

Colheita de Amostras

Docente:
Dra. Esperança V. Rafael
EXAME DE URINA
O exame de urina é um dos testes mais solicitados para
verificar a saúde de um paciente, considerado como
um exame de rotina, não é utilizado apenas para
detectar uma infecção urinária, mas pode conter
informações importantes sobre diversos aspectos do
corpo, auxiliando no diagnóstico de muitas doenças.
A urina contém diversos resíduos e toxinas, produtos
que são filtrados pelo nosso organismo. Tudo o que
você come, bebe, o quanto se exercita, funcionamento
dos rins, qualquer descompensação, distúrbio ou
doença podem afetar a sua aparência normal. Por isso
é utilizada muitas vezes para confirmar ou rejeitar
certas condições de saúde.
Por ser um exame muito fácil de ser realizado, indolor e
que pode gerar muitos dados sobre o estado do
paciente, o teste de urina é utilizado há vários séculos,
sendo considerado o marco inicial da medicina
laboratorial. A investigação e análise da urina para
fins de diagnóstico é também chamada de Urinálise.
Importancia do exame de Urina
Porque é realizado o exame de urina?
O exame de urina pode ser prescrito pelo médico como um
exame de rotina (mesmo quando o paciente não apresenta
sintomas) ou para confirmar a suspeita de alguma doença.
Os principais critérios são:
Avaliação médica de rotina: rastreio anual geral, avaliação
antes da cirurgia (avaliação pré-operatória), triagem de
doença renal, diabetes mellitus, hipertensão arterial (pressão
alta), doença hepática etc.
Avaliação de sintomas particulares: dor abdominal, micção
dolorosa, dor no flanco, febre, sangue na urina ou outros
sintomas urinários.
Diagnóstico de condições médicas: infecção do trato
urinário, infecção renal, cálculos renais, diabetes
descontrolada, insuficiência renal, proteína na urina,
rastreio de drogas e inflamação renal.
Monitoramento da progressão da doença e resposta
à terapia: doença renal relacionada ao diabetes,
insuficiência renal, doença renal relacionada à pressão
arterial, infecção renal etc.
MÉTODOS DE ANÁLISE DE URINA
A análise da urina envolve um conjunto de aferições que incluem suas
características físicas, bioquímicas e microscópicas. Cada etapa irá
avaliar uma condição diferente. Por exemplo, altas concentrações de
partículas na sua urina podem indicar que você está desidratado.
Níveis elevados de pH podem indicar problemas do trato urinário ou
do rim. E a presença de açúcar pode indicar diabetes.

1. Análise Física
A urina pode ser avaliada pela aparência física (cor, turbidez, odor e
volume), chamada também de análise macroscópica. A urina pode
variar na cor de amarelo pálido (quase incolor) até amarelo escuro,
vermelho, verde ou azul. Algumas medicações também podem
alterar a sua coloração, assim como corantes naturais presentes nos
alimentos, tais como cenoura e beterraba.
Levemente amarelada: normal
Amarelo escuro: baixa ingestão de água, também pode
indicar a presença de bilirrubina (responsável pela
coloração característica de problemas hepáticos).
Esbranquiçada: piúria, pode ser um sinal de uma infecção
bacteriana ou fúngica do trato urinário.
Laranja: ingestão de alimentos ricos em betacaroteno
(como cenoura), pode indicar doenças no fígado e também
uso de certos medicamentos.
Vermelha/marrom: indica a presença de sangue, hemácias,
hemoglobina, mioglobina, porfirinas, excesso de
bilirrubinas. Pode estar relacionada a infecção urinária,
problemas renais e também no fígado.
Verde/azul: corantes, medicamentos e contraste utilizados
em exames de diagnóstico.
2. Análise Bioquímica
Esta etapa avalia as propriedades químicas da urina, identificando a ausência ou
presença de determinadas substâncias, pH e também densidade. Os mais comumente
avaliados são:
pH: a capacidade ou incapacidade dos rins de secretar ou reabsorver ácidos ou bases.
Valores altos ou baixos podem indicar cálculos renais e presença de microrganismos.
Densidade: capacidade de concentração de substâncias sólidas diluídas na urina.
Baixa, pode representar uso excessivo de líquido, até diabetes e hipertensão. Já alta
densidade pode ser indicativo de desidratação, insuficiência cardíaca etc.
Bilirrubina: característico de doenças hepáticas e biliares.
Urobilinogênio: indica danos ao fígado e distúrbios hemolíticos.
Corpos cetônicos (cetona): produtos da metabolização das gorduras, comum durante
jejum prolongado e pacientes diabéticos.
Glicose: detecção e monitoramento de diabetes.
Proteína: relacionada a doenças do trato urinário e renal.
Sangue: indica hemorragia que atinge o sistema urinário (infecção, cálculo renal etc).
Nitrito: infecção bacteriana nos rins ou do trato urinário.
Leucócitos (glóbulos brancos): doença do trato urinário e inflamação renal.
3. Análise Microscópica
O exame microscópico do sedimento urinário pode revelar
a presença de células, cristais minerais e agentes
patogênicos, como bactérias ou fungos.
Leucócitos (glóbulos brancos): indica doença do trato
urinário e inflamação renal.
Hemácias (glóbulos vermelhos): infecções, pedras nos
rins e doenças renais graves.
Células epiteliais: pode estar relacionada a algum
problema renal grave, como síndrome nefrótica.
Cristais: podem indicar cálculos renais.
Parasitas: infecção por cândida ou protozoários.
Bactérias ou leveduras: infecção urinária.
Procedimentos para a coleta
A coleta de urina é bem simples e pode até mesmo ser
realizada em casa, desde que sejam seguidas algumas
instruções. A coleta adequada é muito importante para
evitar contaminação e a necessidade de realizar outro
exame.
A urina deve ser coletada em frasco de material inerte,
limpo, seco e à prova de vazamento. É recomendado o
uso de recipientes descartáveis porque eliminam a
possibilidade de contaminação
Na coleta a domicílio, o laboratório fornece as instruções para
garantir que o procedimento seja realizado conforme desejado e
o coletor (frasco para guardar a amostra). O paciente deve
entregar a urina no laboratório no prazo máximo de 2 horas
após a coleta ou então manter a amostra refrigerada.
Segundo as recomendações da SBPC/ML (Sociedade
Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial), a
primeira amostra da manhã é ideal para o exame de urina de
rotina, por ser mais concentrada, garantindo assim a detecção
de substâncias químicas e elementos presentes na urina.  A
região urogenital deve estar limpa, sendo realizada assepsia do
local e o primeiro jato de urina deve ser desprezado
(eliminando as impurezas que possam estar na uretra, canal
urinário que traz a urina da bexiga).  Coletar urina do jato
médio até cerca de 1/3 ou metade da capacidade do frasco.
Desprezar o restante de urina no vaso sanitário.
Urina II
1- Colher de preferência a primeira urina da manhã.
 
2-Fazer a colheita para um tubo/copo fornecido no laboratório
ou para um recepiente de vidro ou plástico, bem limpo e seco,
com tampa (ex: garrafa de água pequena). Não usar garrafas
ou frascos de refrigerentes, xaropes ou compotas.
 
3-Antes da micção deve lavar e secar a região genital.
 
4-Urinar para o recipiente a primeira parte da urina e rejeitar a
restante. Fechar o recipiente e entregar no Laboratório.
Urina Asséptica (Urocultura)
Colher a primeira urina da manhã, se impossível, colher urina após
duas horas sem urinar. Nunca colher urina de arrastadeira, urinol
ou saco de algália.

Colheita do jacto médio:


1. Antes de iniciar a colheita efectuar a lavagem higiénica das mãos.
2. Com água e sabão (não utilizar outros produtos pois podem
alterar o resultado) proceder à lavagem dos orgãos genitais.
3. Iniciar a micção para a sanita e a meio da micção recolher a urina
para recipiente esterilizado de boca larga fornecido pelo
Laboratório.
4. Tapar e entregar o mais rapidamente possível no Laboratório até
2 horas após a colheita. Se não for possível deverá ser colocada
no frigorífico.
Urina Asséptica (Urocultura) Algaliados

Clampar a algália durante 10 a 15 minutos. Após


desinfecção do local de punção, aspirar com agulha e
seringa. Transferir a urina para um colector estéril.

Enviar para o Laboratório de preferência nas próximas 2


horas. Se tal não for possível, manter no frigorifico e
entregar no prazo máximo de 8 horas.
Urina 24 horas

1. No dia em que inicia a recolha, deve rejeitar a 1ª Urina


da manhã e tomar nota da hora.
2. Recolher todas as Urinas que efectuar até à mesma hora
do dia seguinte para recipiente apropriado fornecido
pelo Laboratório ou para um recipiente de plástico (ex:
garrafa de água de 1,5L ou 5L) bem limpos e secos.
3. Ao longo do dia o recipiente deve ser bem tapado e
guardado em sítio fresco, de preferência no frigorífico.
4. Toda a Urina recolhida ao longo das 24 horas deve ser
entregue no Laboratório.
Urina Asséptica (Urocultura) Crianças
Usar saco de colheita de urina pediátrico.
Lavar cuidadosamente os genistais externos com água e
sabão, evitando desinfectantes. Remover
completamente o sabão com água morna abundante.
Fixar o saco colector de urina.
 
Enviar ao Laboratório preferencilamente 2 horas após a
colheita. Se não for possível, manter no frigorifico no
máximo 8 horas antes da entrega.
 
FIM

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