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ESCOLA SUPERIOR DA

AMAZÔNIABACHARELADO EM
BIOMEDICINA
TURMA: BM7MA
Prof. Responsável pela disciplina: Célio Amoêdo de
Melo

Nome do Aluno: Ladilce Pina

RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO ESTÁGIO CURRICULAR


SUPERVISIONADO II

Belém-PA 2022
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Setor de Estágio: urinálise

Gerência técnica do Laboratório:


Período do Relatório: 01/04/22 a 30/06/22

1. INTRODUÇÃO
O setor de urinálise, ou exame de rotina de urina, é o teste diagnóstico mais
frequente na execução dos exames cotidianos no Laboratório Clínico. São
realizados grupos de exames químicos e microscópicos com a finalidade de
detectar produtos normais e anormais em nosso metabolismo. Nesse exame
podemos encontrar células, fragmentos de células e bactérias dentre outros.
Os rins são responsáveis por filtrar o nosso sangue, eliminar através da urina
restos metabólicos desnecessários, como ureia e creatinina, e conservar
substâncias necessárias e reaproveitáveis para o nosso organismo, como
proteínas e glicose. Algumas alterações na composição da urina podem indicar
problemas metabólicos ou problemas renais. Existem alguns distúrbios ou
patologias que são detectáveis na urina devido a sua alta concentração na
mesma, como proteínas, glicose ou bilirrubina, leucócitos e hemácias. O
volume urinário diário de um adulto, geralmente, é de 0,8 a 1,8L, este valor
pode variar conforme a dieta, ingestão de água, temperatura ambiente, volume
corporal e sudoração. O aumento do volume urinário (> 2,0 L) denomina-se
poliúria e pode ocorrer em casos de diabetes mellitus, diabete insípido, na
uremia e nefrite crônica. Quando ocorre o contrário, ou seja, quando há uma
diminuição do volume urinário (<0,5L) denomina-se oligúria e pode ocorrer na
nefrite aguda, atrofia tubular renal, diarréia, vômitos, doenças cardíacas e
pulmonares, desidratação, choque, reação transfusional ou contaminação por
agentes tóxicos. Quando há uma retenção total de água, denomina-se anúria e
pode ocorrer devido a nefroses e obstrução das vias excretoras urinárias.
Geralmente, um terço da urina é excretado à noite e o restante, durante o dia.
Se houver inversão destes valores é denominado nictúria.
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2. NOME DA TÉCNICA
2.1 Objetivos
A urinálise é um campo da biomedicina que tem como principal objetivo estudar
e compreender um dos fluidos corporais mais importantes do corpo humano a
urina, e através dela identificar possíveis alterações metabólicas nos tecidos do
corpo humano. Para que isso seja possível, os pesquisadores da área
geralmente analisam a urina nos seus aspectos físicos, químicos através da
tira reagente e exame microscópico. Na tira reagente são analisádos alguns
componentes como: leucócitos, nitrogênio, urobilinogênio, proteínas, pH,
sangue, densidade, cetonas, bilirrubina e glicose. Na análise do sedimento
urinário pela microscopia são visualizadas algumas estruturas como: hemácias,
leucócitos, cilindros, células epiteliais, muco, flora bacteriana, cristais e etc.
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2.2 Materiais
 MATERIAIS
 Caneta para identificação dos tubos;
 Estante para tubos;
 Tubos de ensaio;
 Estante para tubos;
 Pipeta pateur;
 Provetas;
 Papel toalha;
 Tira reagente;
 Lâmina fosca;
Laminula;
 Descarte para lâmina e laminulas;


 EQUIPAMENTOS;
 Centrifuga
 Microscópio óptico;
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2.3 Procedimento Técnico

 PROCEDIMENTOS

2.4 Análise visual

Avalia a cor e a transparência da urina.

2.5 Cores

A urina normal possui tonalidades variadas de amarelo. Cores incomuns podem


ser causadas por patologias, medicamentos e alimentos. Por exemplo, consumir
a beterraba em excesso pode tornar a urina avermelhada, porém é preciso
diferenciar de uma urina cuja cor é resultado da presença de sangue, no qual é
sempre anormal.
A urina em geral é transparente, mas pode ficar turva pela presença de cristais,
muco ou esperma, que geralmente não indicam doença, ou por contaminantes.
A maioria dos laboratórios usa tiras reagentes para o exame químico da urina.
São feitas de plástico com pequenos pedaços de papel embebidos em
reagentes químicos que mudam de cor quando imersos na urina. Essa alteração
é comparada com uma escala de cor fornecida para cada área de reação. A
intensidade da cor final fornece uma medida aproximada da quantidade de
substância presente na urina. Algumas tiras também têm uma área para o ácido
ascórbico (vitamina C).

Paciente do sexo masculino R.E.L, 46 anos de idade, a amostra disposta no


laboratório, foi realizado primeiramente o exame físico no qual na análise
macroscópica, analisamos a cor (Valores de referência: amarelo citrino), o odor
(Valores de referência: desagradável) e aspecto da amostra (Valores de referência:
turva) disponibilizada. Em seguida fizemos o exame químico, retiramos uma
pequena quantidade da amostra biológica do coletor e transferimos para o tubo
de ensaio, a fita reagente foi submersa na amostra, em seguida colocamos em
cima do papel toalha para retirar todo o excesso e esperamos 30 segundos para
o resultado da fita e assim ser feita a leitura, a tira reagente contém alguns
parâmetros que são:

2.6 Densidade

A densidade expressa a quantidade total de substâncias dissolvidas na urina em


comparação com a água.
Não existem valores anormais da densidade da urina. Os comuns variam de
1010 a 1020, mas podem ser observados valores até 1003 e 1030, dependendo
do grau de hidratação da pessoa. Densidades baixas indicam hidratação
excessiva, e altas indicam desidratação. Valores de referência: 1005.
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2.7 pH

O pH irá medir o grau de acidez ou de alcalinidade de uma solução. O pH da


urina depende da quantidade de ácidos e bases na alimentação e do estado
do equilíbrio ácido-base do organismo. Não há valores anormais de pH urinário.
Em geral ela é um pouco ácida (pH de 5,0 a 6,0), mas, dependendo
principalmente da alimentação, os valores podem variar bastante (de 4,5 a 8,0).
Algumas substâncias dissolvidas na urina acabam formando cristais quando ela
está ácida. Outras se formam quando a urina está alcalina. Se a formação de
cristais for intensa, podem surgir cálculos que causam obstrução do fluxo
urinário. A formação desses cálculos é reduzida com dietas ou medicamentos
que modificam o pH da urinário, de acordo com o tipo de cristal formado.
Valores de referência: 6,5.

2.8 Proteínas

As tiras reagentes avaliam a quantidade de albumina na urina. Quando a tira


reagente fornece um resultado positivo que é expresso em cruzes, há um
excesso de albumina na urina, que pode ser um sinal precoce de doença
renal ou de outros distúrbios que precisam ser esclarecidos com outros exames.
Valores de referência: negativo.

2.9 Glicose

Normalmente, não há glicose na urina. Os rins não a excretam glicose, a não ser
que a quantidade no sangue ultrapasse um valor muito alto. A presença de
glicose na urina é chamada de glicosúria e ocorre quando ela existe em excesso
no sangue, como no diabetes melito, ou quando há diminuição do limiar de
excreção. São necessários outros exames e avaliação médica para determinar a
causa da glicosúria. Valores de referência: negativo

3.0 Cetonas

Cetonas não são encontradas normalmente na urina. São produtos do


metabolismo de gorduras e podem aparecer quando a pessoa não ingere
quantidades adequadas de carboidratos, por falta de alimentos ou em dietas, ou
quando os carboidratos não são usados adequadamente pelo corpo, como na
diabetes melito. A excreção de cetonas na urina é chamada cetonúria. Valores
de referência: negativo

3.1 Hemoglobina (hemácias)

Normalmente as hemácias são encontradas em pouca quantidade na urina, e o


exame com a tira reagente é negativo. Hematúria ocorre por irritação ou
traumatismo do trato urinário, mas também pode ocorrer por outro motivo.
Hemoglobinúria ocorre quando há destruição de hemácias na urina ou
destruição de hemácias no sangue. Valores de referência: negativo
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3.2 Esterase leucocitária

A esterase é uma enzima presente em leucócitos. Um número aumentado de


leucócitos na urina pode indicar inflamação das vias urinárias, em geral
resultado de infecção bacteriana. Valores de referência: negativo

3.3 Nitrito

Muitas das bactérias que causam infecções urinárias produzem nitrito. Um


exame positivo pode sugerir infecção urinária. Entretanto, nem todas as
bactérias que produzem infecções urinárias produzem nitrito, e um teste
negativo pode não excluir uma infecção urinária. Valores de referência: negativo

3.4 Bilirrubina

A presença de bilirrubina na urina indica doença hepática ou obstrução das vias


biliares. Esse exame pode ser positivo antes que seja observada icterícia na
pessoa. Valores de referência: negativo

3.5 Urobilinogênio

O urobilinogênio está presente na urina em pequenas quantidades. Um aumento


ocorre em doenças hepáticas ou quando há destruição de hemácias (anemia
hemolítica). Valores de referência: negativo

3.6 Exame Microscópico

Na avaliação do sedimento urinário (sedimentoscopia) consiste em uma


avaliação microscópica do sedimento urinário, foi realizada na seguinte forma: a
da amostra da urina (cerca de 10 mL) foi centrifugada por 10 minutos, logo após
descartamos o sobrenadante, com auxílio da pipeta pasteur coletamos o
sedimento e preparamos a lâmina, fizemos a leitura da lâmina no microscópio
óptico com a objetiva de 10x e de 40x. Foi observada a presença de estruturas
de grande tamanho, com o formato de losango e coloração amarelada nos
campos da amostra analisada. Anexo 1 figura A.

3.7 Hemácias

Na urina normal pode ser encontrado um pequeno número de hemácias.


Aumenta quando há inflamação ou lesão dos rins ou das vias urinárias. A coleta
inadequada pode contaminar a urina com sangue menstrual ou das
hemorroidas. Valores de referência: raras.

3.8 Leucócitos

É normal achar um pequeno número de leucócitos no sedimento urinário.


Números aumentados indicam inflamação das vias urinárias, em geral
provocada por infecção. Valores de referência: 0 a 2 por campo.
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3.9 Células epiteliais

Algumas células epiteliais da uretra e da bexiga são encontradas normalmente


na urina. São menos comuns células renais. Quando há inflamação ou infecção
das vias urinárias, o número de células pode aumentar e são quantificadas no
microscópio também. Valores de referência: raras.

4.0 Bactérias e leveduras

Em pessoas saudáveis não são observados micro-organismos no sedimento


urinário. Bactérias da pele circundante podem penetrar na uretra e causar
uma infecção urinária, que, se não for tratada, pode chegar até os rins
provocando uma pielonefrite. Deve ser feita cultura de urina sempre que houver
suspeita de infecção.
Leveduras também podem ser encontradas na urina, especialmente em
mulheres com infecção vaginal por fungos. Valores de referência: ausentes.

4.1 Tricômonas

Tricômonas são parasitas encontrados na urina, especialmente de mulheres.


Como as leveduras, em geral a infecção principal é vaginal (Trichomonas
vaginalis), que precisa ser investigada e tratada. Valores de referência:
ausentes.

4.2 Cilindros

Cilindros são partículas de proteína que se formam nos túbulos renais, onde
adotam sua forma característica. Um pequeno número de cilindros hialinos é
normal. Números maiores sugerem doenças renais.
Quando há um distúrbio renal, leucócitos ou hemácias podem ser incluídos na
proteína que forma o cilindro, e este passa a se chamar cilindro leucocitário ou
cilindro hemático. Diferentes tipos de cilindros estão associados a doenças
renais diferentes. O tipo encontrado sugere um diagnóstico específico. Por
exemplo, cilindros leucocitários indicam pielonefrite, e cilindros hemáticos
indicam glomerulonefrite. Porém somente com outros exames e avaliação
médica irão confirmar a patologia.
Outros tipos de cilindros incluem cilindros hialinos, granulosos, cilindros
gordurosos e cilindros céreos. Valores de referência: ausentes.
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4.3 Cristais

A urina contém muitas substâncias dissolvidas. Dependendo da concentração


da substância, do pH e da temperatura da urina, podem se formar cristais que
são observados no exame microscópico. Os cristais podem ser partículas sem
forma definida (amorfos) ou com formas geométricas que permitem sua
identificação. Alguns cristais comuns na urina normal são: uratos amorfos,
cristais de ácido úrico, oxalato de cálcio e fosfatos amorfos. Outros cristais são
considerados anormais porque são formados por substâncias que não
costumam estarem presentes na urina normal, e indicam processos metabólicos
alterados, como cristais de: cistina, tirosina e leucina.
Quando existem cristais nos rins, eles se agrupam e formam cálculos, que
obstruem os cálices renais ou os ureteres e provocam dor intensa.
Alguns medicamentos, como sulfas e contrastes radiológicos também podem se
cristalizar na urina, sendo identificados na microscopia. Valores de referência:
presença de cristais de ácido úrico, frequentes.
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3. CONCLUSÃO

As atividades efetuadas durante o estágio em urinálise permitiram uma melhor


compreensão dos fundamentos teóricos na medida em que estabeleceram as
relações lógicas da prática vivenciada. Assim como, permite aprofundar ainda
mais os conhecimentos adquiridos, além de sanar muitas dúvidas. O exame da
urina é, sem dúvida, um meio precisos de avaliação da função renal, outras
patologias e disfunções metabólicas. E para isso, a utilização de técnicas
sensíveis e específicas é o fator preponderante para o bom desenvolvimento da
análise. Logicamente há a necessidade de se levar em conta os possíveis
interferentes que podem falsear os resultados. Contudo, deve-ser ter muito
cuidado para não permitir que a simplicidade dos procedimentos provoque um
relaxamento dos padrões de qualidade.

4. REFERÊNCIAS
MOURA, Roberto de Almeida et al. Técnicas de laboratório.
3.ed. São Paulo: Atheneu, 2006. 511p.

STRASINGER, Susan King. Urinálise e fluidos biológicos. 3.ed.


São Paulo: Premier, 2000. 232p.

LIMA, A. Oliveira et al. Métodos de laboratório aplicados à


clínica : técnica e interpretação. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2001. 231p.
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ANEXO 1 – Figura A

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