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Universidade de Vila Velha

Graduação em Medicina Veterinária


Técnica Cirúrgica Veterinária

Urestrostomia no cão e
no gato

Professor Rodrigo Viana Sepúlveda

2016.1
Objetivos
 Introdução;

 Anatomia aplicada à técnica cirúrgica;

 Pré-operatório;

 Técnica cirúrgica;

 Pós-operatório;

 Complicações.
Introdução

 Cirurgia da uretra:
 Doenças da uretra frequentemente resultam em
obstrução do fluxo urinário;

 Obstruções totais são consideradas emergências 


podem causar uremia em 2 a 3 dias e morte em 3 a
6 dias;

 A distensão prolongada bexiga por obstrução uretral


pode resultar em perda da função contrátil;

 Comumente, as doenças da uretra necessitam de


cirurgia para sua resolução.
Introdução

 Definição:
Uretrostomia

Fistulação
Uretra com a
pele

Fistulação da uretra com a pele

É a criação, por meio de


cirurgia, de uma comunicação
permanente da uretra com a
pele
Introdução
 Indicações de urestrostomia:
 Obstruções recorrentes ou irreparáveis (doença do
trato urinário inferior dos felinos, cálculos uretrais);

 Traumas uretrais;

 Distúrbios congênitos (hipospadia, por exemplo);

 Pós-penectomia.
Introdução
 Considerações gerais sobre obstrução uretral:
 Pode ser parcial ou total  decorrente de
neoplasias, granulomas e cálculos (mais comum);

 Deve ser abordada como emergência médica 


possibilidade de uremia, ruptura da bexiga,
distúrbios eletrolítico grave (hipercalemia é o mais
comum);

 Os sinais clínicos dependerão:


 Da localização; • Anúria
• Polaciúria
• Hematúria
 Da duração do problema. • Disúria
• Estrangúria.
Anatomia aplicada à técnica
cirúrgica
 Considerações sobre a uretra do macho e da fêmea:
 Uretra da fêmea:
 Mais curta e mais larga em relação ao do macho;
 Geralmente, os cálculos se alojam na bexiga
(raramente na uretra, apenas aqueles muito
grandes).
 Uretra do macho:
 Mais comprida e de diâmetro variado em sua
extensão (o ponto mais largo é imediatamente após
a bexiga e o diâmetro vai diminuindo até o pênis);
 No cão macho, pode ser dividida em: prostática,
pélvica (membranosa) e cavernosa (peniana);
 No gato macho, pode ser dividida em: pré-
prostática, prostática, pélvica e peniana.
Anatomia aplicada à técnica
cirúrgica
Anatomia aplicada à técnica
cirúrgica
Anatomia aplicada à técnica
cirúrgica
Pré-operatório
 Anamnese:
Anamnese criteriosa, evolução da doença e morbidades. Questionar
quanto a qualidade da micção e da urina. Questionar quanto ao
ambiente.
 Exame físico geral:
Avaliar o paciente quanto a sinais de uremia. Lembrar que
distúrbios urinários podem alterar o equilíbrio hidroeletrolíticos
com consequências graves ao sistema cardiovascular.
 Exame físico específico:
Palpação abdominal pode revelar uma bexiga distendida (bexiga em
formato e consistência de bola de tênis em felinos), dor. É
altamente indicado a coleta da urina para análise laboratorial.

 Exames complementares
Pré-cirúrgico básico. Urinálise. Em casos mais severos, é necessário
a avaliação eletrolítica (sódio e potássio, por exemplo).
Radiografias são úteis para cálculos radiopacos e ultrassonografia é
útil para avaliação da mucosa vesical, integridade da bexiga.
Importante determinar a altura da obstrução.
Pré-operatório imediato
 Jejum de sólidos e líquidos:
 Paciente em urgência ou até emergência, não há
tempo para jejum;
 A própria condição pode inibir o consumo de líquidos
e sólidos.

 Tricotomia:
 Depende da região a ser operada;
 Diferentes técnicas dependendo da localização da
obstrução.

 Antissepsia:
 Preparo do campo operatório de forma rotineira.
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no cão:
 Pré-escrotal:
 Utilizada para tratar obstruções da uretra peniana;
 Vantagem:
 Não requer castração;
 Não há tanto sangramento;
 Favorece o escoamento da urina por ação da gravidade
com mínimo contato com a pele (menor ocorrência de
dermatite por contato com urina).
 Desvantagem:
 Uretra mais fina nessa região;
 Maior risco de estenose a médio e longo prazo.
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no cão:
 Pré-escrotal:
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no cão: Incisão de 2 a 4
 Pré-escrotal: cm na linha média
ventral da uretra
Técnica cirúrgica
Utilizar fio
 Uretrostomia no cão: inabsorvível
 Pré-escrotal: monofilamentar
(pequeno calibre)
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no cão:
 Escrotal:
 Utilizada para tratar obstruções da uretra peniana (após o
escroto);
 Vantagem:
 Não há tanto sangramento;
 Favorece o escoamento da urina por ação da gravidade
com mínimo contato com a pele (menor ocorrência de
dermatite por contato com urina);
 Uretra mais larga e mais superficial nesse ponto.
 Desvantagem:
 Requer a castração do animal com remoção do escroto.
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no cão:
 Escrotal:
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no cão: Incisão de 2 a 4
 Escrotal: cm na linha média
ventral da uretra
Técnica cirúrgica
Utilizar fio
 Uretrostomia no cão: inabsorvível
 Escrotal: monofilamentar
(pequeno calibre)
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no cão:
 Escrotal:
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no cão:
 Perineal:
 Utilizada para tratar obstruções da uretra peniana quando não
é possível usar as técnicas escrotal ou pré-escrotal;
 Vantagem:
 Uretra mais larga.
 Desvantagem:
 Maior sangramento;
 Uretra mais profunda (maior tração para a sutura na pele
 maior risco de deiscência);
 Frequentemente associada a dermatite por contato com
urina.
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no cão:
 Perineal:
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no cão:
 Perineal:
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no cão:
 Pré-púbica:
 Técnica de salvamento (é utilizada em última caso, apenas
quando não se é possível reparar a lesão nas uretras
penianas e membranosa).
 Vantagem:
 Uretra mais larga.
 Desvantagem:
 Requer uma celiotomia mediana;
 Condena toda a uretra posterior ao ponto de ostomia;
 Maior risco de cistite e pielonefrite;
 Dermatite por contato por urina é frequente.
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no cão:
 Pré-púbica:
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no gato:
 Pré-púbica:
 Assim como no cão, é uma técnica de
salvamento;
 Apresenta as mesmas vantagens e desvantagens.

 Perineal:
 Na maioria dos casos, é a primeira técnica de
escolha devido a anatomia.

 Particularidades:
 Requer penectomia e orquiectomia para
realização.
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no gato:
 Perineal:
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no gato:
 Perineal:
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no gato:
 Perineal:
Técnica cirúrgica
 Uretrostomia no gato:
 Perineal:
Pós-operatório
 Retirada tardia dos pontos de pele entre 15 dias;

 Uso obrigatório do colar elizabetano;

 Uso de analgésicos;

 Frequentemente, a condição clínica do paciente requer hospitalização


para monitoramento constante;

 Cuidados de higiene no local (manter os pelos aparados, por


exemplo).
Pós-operatório
 A micção deve ser monitorada  hematúria e polaciúria
são comuns por 24 a 48 horas após a cirurgia;

 Avaliar a necessidade de terapia antimicrobiana  a


uremia pode favorecer a translocação bacteriana, além
da infecção no trato urinário;

 Monitoramento por eletrocardiograma.


Complicações
 Complicações inerentes a qualquer procedimento
cirúrgico:
 Infecção;

 Dor;

 Deiscência.
Complicações
 Complicações relacionadas a técnica cirúrgica utilizada:
 Extravazamento de urina para o tecido subcutâneo  necrose,
dor e infecção;

 Atonia vesical  pode estar relacionada a distensão excessiva


da bexiga;

 Estenose  pode estar relacionada a maus cuidados de higiene


da região no pós-operatório, trauma no local, sutura
inadequada;

 Dermatite de contato com urina.

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