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TÉCNICO DE ENFERMAGEM

Enfermagem em Clínica Cirúrgica I e II


Aula 05
Enfermeiro Paulo Angelim

06/11/2023
Termos Cirúrgicos

Esses termos técnicos são comuns entre os profissionais médicos, enfermeiros e técnicos
de enfermagem e fazem parte da terminologia cirúrgica
Prefixos: Relativo a:
Adeno Glândula
Blefaro Pálpebra
Cisto Bexiga Prefixos: Relativo a:
Colo Cólon Nefro Rim
Colpo Vagina Oftalmo Olho
Entero Intestino delgado Osteo Osso
Gastro Estômago Oto Ouvido
Histero Útero Procto Reto
Rino Nariz
Toraco Tórax
Traqueo Traqueia
Sufixos: Significado:
ectomia Remoção (parcial ou total)
Ex: Colectomia (remoção do colo)
pexia Fixação
Ex: Nefropexia (fixação do rim na parede abdominal)
plastia Alteração (forma e/ou função)
Ex: rinoplastia (plástica do nariz)
rafia Sutura
Ex: colporrafia (sutura da vagina)
scopia Observação (através de aparelho e lentes especiais)
Ureteroscopia (visualização do interior do ureter)
(s)tomia Abertura
Ex: toractomia (abertura do tórax)
centese Punção (geralmente com a finalidade de drenar líquido)
Ex: paracentese (punção cirúrgica da cavidade abdominal)
Outros termos importantes

Prefixos: Relativo a:
Anastomose Conexão e sutura de dois órgãos ou vasos
Artrodese Fixação cirúrgica de articulações
Biópsia Remoção de um tecido vivo pata fins diagnósticos
Cauterização Destruição de tecido por meio de agente cáustico ou
calor (bisturi elétrico)
Curetagem Raspagem e remoção de conteúdo
Dissecção Corte, retalhamento
Enxerto Transplante de órgão ou tecido
Ressecção Remoção cirúrgica de parte de órgão
Tempos Cirúrgicos

Os tempos cirúrgicos são essenciais para a realização de uma cirurgia, onde muitos fatores
devem estar alinhados para que a mesma aconteça e que tudo ocorra bem, sendo etapas
ocorridas no intraoperatório, ou seja, são aos procedimentos médicos realizados do início
ao fim da cirurgia.
Podem ser divididos de forma mais simplificada em:
• Diérese
• Hemostasia
• Exérese
• Síntese
Diérese

• Rompimento de todos os tecidos.


• Afastamento dos planos anatômicos.
• Abertura, corte, divisão.
• Pode ser classificado em dois tipos: mecânica e física.
Diérese Mecânica
Punção – drenagem de coleções de líquidos ou coleta de fragmentos de tecidos.
Diérese Mecânica
Secção – divisão ou corte de tecidos com material cortante.
Diérese Mecânica
Secção – divisão ou corte de tecidos com material cortante.
Diérese Mecânica
Divulsão – afastamento dos tecidos nos planos anatômicos sem corte.
Diérese Mecânica
Curetagem - raspagem da superfície do
órgão.
Diérese Mecânica
Dilatação – aumento do diâmetro de estruturas físicas anatômicas.
Diérese Mecânica
Descolamento – separação dos tecidos de um espaço anatômico.
Diérese Física
Térmica – utiliza calor através da energia elétrica.
Diérese Física
Crioterapia – resfriamento brusco e intenso da área onde será realizada a cirurgia.
Diérese Física
Laser – através de feixe de radiação, ondas luminosas
de raios infravermelhos concentrados e de alta potência.
Hemostasia

• Medidas adotadas pelo cirurgião para prevenção ou impedimento de extravasamento


sanguíneo no período intraoperatório.
• Pode ocorrer de forma espontânea (mecanismo de coagulação) ou ser induzida de forma
temporária ou definitiva).
Temporária: Definitiva:
⮚ Pinçamento ⮚ Ligadura
⮚ Garroteamento ⮚ Cauterização
⮚ Ação farmacológica ⮚ Sutura
⮚ Parada circulatória ⮚ Obturação
⮚ Oclusão endovascular ⮚ Tamponamento
Pinças de Hemostasia
Exérese

• Cirurgia propriamente dita.


• Retirada, extirpação de órgão ou tecido.
• Tempo principal.
Instrumentos de exérese (exemplos)
Síntese

• Aproximação ou captação das bordas da lesão.


• Finalidade de estabelecer a continuidade do processo da cicatrização.
• União dos tecidos.
• O resultado da síntese será mais fisiológico conforme anatômica for a diérese.
Fatores de interferem na síntese
• Antissepsia local.
• Vascularização adequada.
• Bordas nítidas.
• Hemostasia perfeita.
• Ausência de corpos estranhos e tecidos necrosados.
• Escolhas de fios apropriados.
• Execução de técnica correta.
Instrumentos de síntese (exemplos)
Outros instrumentos comuns no CC
Outros instrumentos comuns no CC
Outros instrumentos comuns no CC
Fios de Sutura

Os fios de sutura são materiais utilizados para selar vasos sanguíneos e aproximar tecidos.
Eles surgiram há 3.500 anos antes de Cristo, no Egito, e colaboram até hoje com o ato de
suturar.
A sua composição interfere diretamente em como acontecerá a cicatrização.
Eles podem ser divididos em dois grandes grupos:
• Absorvíveis
• Não absorvíveis
Fios de Sutura Absorvíveis

São aqueles que perdem a resistência à tração de forma gradual, até serem fagocitados, ou
seja, absorvidos, ou hidrolisados, quando se decompõem.

Tipo de fio de sutura X Tempo de absorção:


• Catgut simples (14 dias)
• Catgut cromado (21 dias)
• Poliglactina (30 dias)
• Poliglecaprone
• Poligligonado (60 dias)
• Ácido Poliglicólico
• Polidioxanona
Curiosidade do Fio Catgut
O fio catgut é fabricado a partir do colágeno extraído da submucosa do intestino de ovinos
ou da serosa intestinal de bovinos.
Fios de Sutura Não Absorvíveis

São aqueles que se mantêm no tecido onde foram implantados.

Tipo de fio de sutura:


• Nylon (poliamida)
• Algodão
• Linho
• Seda
• Poliéster (Dracon, Mersilene)
• Polipropileno (Prolene, Surgilene)
• Politetrafluoroetileno (PTFE)
• Polibutester (Novafil)
Critérios para escolher o fio de sutura:

• Mínima reação tecidual (Ex: alergia).


• Não se degradar em produtos tóxicos.
• Não facilitar a infecção e permanecer estável na sua presença.
• Capacidade de manter a resistência até quando necessária.
• Fácil manuseio.
• Velocidade de absorção não afetada pelos líquidos corporais.
• Baixo custo.
Tricotomia

• É um procedimento pré-cirúrgico que tem como objetivo remover os pelos da área em


que será realizada a cirurgia, tornando a região mais visível para o médico e diminuir o
risco de infecção pós-operatória, já que alguns microrganismos podem estar aderidos ao
pelo do paciente.
• Esse procedimento é simples, mas alguns cuidados importantíssimos precisam ser
tomados.
• Ele deve ser feito antes da cirurgia por um profissional capacitado.
• É recomendado que os pelos maiores sejam aparados e, caso seja necessária a remoção
total, que seja feita usando um tricotomizador elétrico, não sendo recomendado o uso de
navalhas ou lâminas, já que podem lesionar a pele e aumentar o risco de infecção no
sítio cirúrgico.
Tricotomia de acordo com o procedimento a ser realizado

Coluna cervical
• Retirar os pelos desde o queixo até abaixo da clavícula.
• Barbear-se conforme indicação do cirurgião.

Cirurgias com acesso torácico


• Retirar os pelos desde o queixo até abaixo da linha dos mamilos.
• Barbear-se conforme indicação do cirurgião.
Dissecção radial do pescoço
• Retirar os pelos da axila no lado afetado.

Torácico anterior
• Retirar os pelos do pescoço ate abaixo do umbigo e lateralmente,
além da linha do mamilo.

Torácico lateral
• Retirar os pelos desde o pescoço ate a crista ilíaca;
• da linha média do tórax até a linha media dorsal.
• Retirar os pelos da parte superior do braço, inclusive da axila.
Abdominal superior
• Retirar os pelos desde a linha dos mamilos até acima do
púbis, da linha externa do mamilo ate a crista ilíaca.

Abdominal total
• Retirar os pelos desde a linha dos
mamilos até a parte superior da coxa e
até o osso pubiano.
• Da linha externa do mamilo até a crista ilíaca.
Ressecção abdominoperineal
• Retirar os pelos desde a linha dos
mamilos até a parte
superior da coxa.
• Remover os pelos do púbis até
após o ânus e até 10 centímetros em
direção às pernas.

Masculino, abdominal inferior, virilha


• Retirar os pelos desde o umbigo até a parte superior das
coxas, inclusive púbis e virilha.
• Excluir o saco escrotal.
Ombros
• Retirar os pelos da parte superior do braço ate o pescoço.
• Da linha media do peito ate abaixo do mamilo e ate a linha media dorsal.

Parte superior do braço


• Retirar os pelos desde o cotovelo ate próximo ao pescoço, tórax e costas, inclusive
axila.
Cotovelo
• Retirar os pelos desde a metade do antebraço
ate a metade do
braço, anterior e posterior.

Antebraço
• Retirar os pelos desde o pulso ate o cotovelo.
Punho
• Retirar os pelos da mão, ate 10 cm acima do pulso, anterior e posterior .

Dorso inferior
• Retirar os pelos das nádegas ate acima da cintura com largura de 5 cm.
Cuidados de Enfermagem na Tricotomia

• O processo de remoção dos pelos deve ser feito em local fora da sala onde o
procedimento cirúrgico será realizado, pois a dispersão de pelos soltos pode
potencialmente contaminar o sítio cirúrgico e o campo estéril.
• A presença de marcas, verrugas, erupções e outras condições da pele no local da incisão
cirúrgica devem ser avaliadas e documentadas antes do preparo da pele do paciente.
• O uso de cremes depilatório tem causado reações adversas na pele de alguns pacientes,
provocando o cancelamento de cirurgias.
• Deve-se tomar extremo cuidado para não causar cortes à pele, pois as bactérias
multiplicam-se rapidamente sobre a pele traumatizada e o paciente pode ficar
predisposto à infecção na ferida.
• Identificar, no registro operatório, o nome do profissional responsável pela tricotomia, a
área preparada, a data e o horário.
• A enfermeira deve checar a adequação da remoção de pelos.
Cuidados durante a realização da tricotomia

• Usar luvas de procedimento não estéril durante o preparo do paciente.


• Avisar o paciente que a área preparada poderá ser
maior que a necessária para a
cirurgia.
• Colocar avisos à porta.
• Evitar a exposição desnecessária.
• Não utilizar toalhas de tecido para recolher qualquer tipo de resíduo (pelos).
(91) 98161-0396

@camilla_amaral_

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camilla.aps@hotmail.com

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