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Reto e Ânus

Anatomia do reto
-Possui aproximadamente 30cm
-Possui parte peritoneal ligada dorsalmente ao mesorreto e parte retroperitoneal que forma a
ampola retal.
-Esfíncter anal interno (musculatura lisa) e externo

Afecções
Prolapso retal
-É a protusão/saída do reto através do ânus, com eversão da mucosa retal. Isso leva ao edema
e à laceração da mucosa dessa região
-Mais comum de ocorrer em ovinos (Dorper). Não é muito comum em equinos.
-3 teorias do porquê ocorre mais em Dorper: caudectomia curta demais, que promove
neuropatia; a inserção do músculo esfíncter anal ocorre nas 4 primeiras vértebras coccígeas e
ao retirá-las esse prolapso ocorre mais facilmente e em fêmeas tem mais gordura na pelve, não
segurando o tecido anal ao tossir
-Causas: tosse, distocia, tenesmo, parasitas, diarreia, alterações de dieta, tumores,
neuropatias.
Possui tipos:
-Tipo 1: mucosa e submucosa prolpsada
-Tipo 2: toda espessura ou parte da ampola retal prolapsada
-Tipo 3: o colon menor se intussucepta no reto
-Tipo 4:
SC: reto prolapsado visível. Pode haver presença de edema e lacerações, miíase, necrose, etc
Tratamento Clínico: só é possível se o tecido estiver viável e não for muito pequeno.
Diagnosticar e tratar a causa, reduzir o reto e fazer bolsa de tabaco. Limpamos, reduzimos
edema com água gelada e açúcar e lubrificamos para voltá-lo para o local fisiológico.
Tratamento cirúrgico: amputação retal. Fazemos com impossibilidade de redução manual,
rescidivas ou comprometimento do tecido. Animal de grande porte: em pé. P. ruminantes: em
decúbito esternal. Na cirurgia: fixamos o reto (pois ao cortar a porção que ficou entra para
dentro) com tubo flexível e 2 agulhas cruzadas em ângulo de 90graus. Sedação e limpeza.
Cortamos de pouquinho em pouquinho (incisão circunferencial) e suturamos mucosa interna na
mucosa externa. 2 suturas: wolff (primeira camada) e simples contínua (segunda camada).
-Pós op: dieta laxativa (óleo mineral e laxante - em equinos ou enema em p.ruminantes), ATB
de amplo espectro, AINEs, soro antitetânico, evacuação manual do reto, curativos e repelentes.

Ruptura do reto
-Equinos são muitos sensíveis à palpação de reto.
-Causas: iatrogênico (palpação retal); durante a cópula, enema mal feito, distocia, necrose
isquêmica por tromboembolismo
-É EMERGÊNCIA!
-Fatores de risco: cavalo árabe, idosos, etc
-OBS: esperar contração passar, não ir contra ela, usar bastante lubrificante, etc
-Local mais comum é na região de 10 a 12 horas do relógio e de 15 a 20 cm do ânus (onde vai
a mão)
-SC na hora da palpação: sangue na luva de palpação, diminuição súbita da pressão ao redor
do braço do examinador
-SC: fezes com sangue, cólica, depressão, peritonite, endotoxemia e morte.
-Possui graus:
--Grau 1: rompe mucosa e/ou submucosa
--Grau 2: rompe músculo com mucosa e submucosa intacta e com formação de divertículo da
mucosa e submucosa. Há acúmulo de fezes e dificuldade de defecar
--Grau 3a: rompe mucosa, submucosa e muscular, mas serosa fica intacta.
--Grau 3b: rompe mucosa, submucosa, muscular e serosa. O mesocolon ou mesorretum ficam
intactos.
--Grau 4: rompe mucosa, submucosa, muscular, serosa e mesocolon. Há comunicação entre
lumen retal e cavidade, podendo cair fezes na cavidade
-Diagnóstico: sangue na luva de palpação, endoscopia retal, exame retal digital duvidoso, uso
de espéculo vaginal transparente, coletar líquido peritoneal (para ver se há peritonite).
-Tratamento clínico: nos graus 1 ou 2. O objetivo é evitar que as fezes passem por essa
ruptura. Removemos as fezes e fazemos tamponamento retal. Fazer dieta laxativa e tratar a
peritonite (penicilina, gentamicina e metronizadol). Lavagem peritoneal (coloca-se soro e
caminhamos com o animal, depois tiramos o líquido). Retirar fezes frequentemente.
-Tratamento cirúrgcio (grau 3 e 4 ou caso os anteiores não sejam resolvidos clinicamente):
colocação de tubo intrarretal pela celiotomia; suturar via retal ou via celiotomia e colostomia
(fazemos uma fístula no cólon).
-Colocação de tubo intrarretal: o tubo vai ser fixado no cólon e as fezes vão passar pelo tubo
até sair pelo ânus. Essa sutura para fixação precisa ser invaginada (com lembert) para evitar
contaminação. Posterior à resolução do ferimentofazemos enterectomia e enteroanastomose
para retirada do tubo
-Sutura via retal (às cegas)
-Sutura via laparotomia (também difícil)
-Colostomia: fazemos duas incisões no flanco, uma mais dorsal e outra mais ventral. Na incisão
dorsal, expomos uma porção do cólon menor e suturamos a porção oral na aboral (lembert). Na
incisão ventral pegamos a porção que suturamos e expomos na segunda incisão, prendendo
com 2 suturas: a primeira seromuscular + subcutâneo e depois a parede do instestino na pele.
Há altas chances de complicação: deiscência de sutura, prolapso de intestino, formação de
abscessos
-pós op:
-Redução da colostomia:
-Prognóstico: grau 1 e 2 os prognósticos melhores que 3 e 4. Graus 3 e 4 muitas vezes
optamos pela eutanásia.

Atresia Anal
-Ausência do ânus
-Logo após o nascimento
-Cauda levantada
-Desconforto abdominal
-Tratamento cirúrgico: incisão circular e posterior sutura da parede retal à pele com sutura
simples separada.

Neoplasias:
-CCE e melanoma (em tordilhos)
-Tratamento: excisão ciúrgica, criocirurgia, eletrocirurgia, laser, radiação, imunoterapia

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